Não Julgues!
Numa
época em que tudo ou quase tudo era novidade, existiam três pessoas que nunca
tinham visto um espelho. O esposo de uma delas foi trabalhar em São Paulo.
Depois de um longo período de trabalho, resolveu mandar um presente para a
esposa. Ora, tendo ido a uma loja se deparou com um espelho. Porém, sem saber o
que era, olhado para o mesmo, disse: “Que pintura bonita. Deve ser de um
artista muito famoso”. Sem demoras, comprou o espelho e enviou à sua esposa. Ao
receber o presente, ela ficou muito feliz. Porém, ao abri-lo disse: “Cabra
safado, mentiroso. Inventou de trabalhar em São Paulo para procurar outra
mulher e ainda teve a cara de pau de me enviar a foto dela”.
Decepcionada, chamou a sua mãe para ver o presente. Ao olhar no espelho, disse
sua mãe: “É verdade minha filha. Mas não se preocupe, porque além de ser velha,
a amante de seu marido é muito feia”.
O que essa história tem a ver com todos nós? Se atentarmos bem, o homem que viu
o espelho e se encantou com a própria imagem, é aquele que vive dentro da
gente, que só enxerga suas próprias qualidades e ignora seus defeitos. As
mulheres do texto também estão dentro de nós, quando, diante de nosso irmão,
que é o nosso espelho, somos incapazes de reconhecer suas qualidades e só
atentamos para o seu lado negativo. Como a esposa do homem, somos céleres em
emitir julgamentos falsos, condenando aquele que fracassou e menosprezando o
que divide sua jornada conosco. Com uma facilidade indescritível, vestimos a
toga de juízes, colocamos nossos irmãos no banco dos réus, emitindo a mais cruel e dura das
sentenças.
Orlando
Ribeiro
Fonte:
Jornal Espiritismo Estudado – Nov/2012
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