Misticismo nos Centros
É clara a Doutrina Espírita em seus monumentais
ensinamentos.
Nem sempre, porém, as Casas que a representam ou utilizam
seu bom nome seguem corretamente suas orintações, enxertando-se de práticas
estranhas, exóticas e totalmente distantes da prática espírita.
A prática espírita visa o bem da criatura humana, pelo
esclarecimento e socorro que pode proporcionar e dispensa qualquer manifestação
de ordem exterior ou material. Isto significa que o material utilizado pela
prática espírita situa-se exclusivamente na mente e no coração. Mente para
raciocinar, coração para sentir...
Vemos com total estranheza grupos que cobram pelos
serviços que prestam. Centros que tornam o passe obrigatório ou transformam a
mediunidade em consultório dos espíritos. São procedimentos distantes da
Doutrina Espírita. São grupos mediúnicos porém, não espíritas. Vez por outra se
defronta com locais onde a música e a prece se tornam rituais (ao invés de
utilizá-las como recurso de aproximação com Deus). É o caso da prece
demasiadamente longa ou repetitiva sem emoção conduzida como mera obrigação
onde os presentes ao invés de senti-Ia pela emoção, repetem simplesmente pela
boca. É a música quando se torna indispensável, misturando-se à atividade
propriamente dita. É o apagar de luzes como ritual, é também o exigir-se um
auto-passe para entrar no Centro (será que todo sabem o que é um auto-passe?
Como fazê-lo? etc. ). São grupos de estudos que vivem dependentes de orientação
de espíritos desencarnados, a eles obedecendo cegamente, sem o discernimento
analisar tais propostas e recomendações. É também o uso de imagens e roupas
especiais no Centro. O benzimento de roupas e fotos, a valorização demasiada de
passes e reuniões mediúnicas em detrimento do estudo...
É também a consulta aos espíritos para qualquer assunto,
a realização de casamentos e batizados no Centro, etc. Como ficamos com Kardec?
No livro CIVILIZAÇAO DO ESPÍRITO - Megatendências do
século XXI - volume II (Lumen Editorial Ltda. -rua Conselheiro Ramalho, 946 -
São Paulo-SP CEP 01325-000 - Fone: (01 1) 283-24 1 8 ), o autor DULCIDIO DIBO
afirma que "(...) Admitimos que todo espírita crítico, consciente e não
alienado de suas responsabilidades está no dever intransferível de lutar contra
essas ondas de poluições mentais. Na verdade, ninguém tem o direito de cruzar
os braços em nome de uma falsa tolerância com assuntos doutrinários, o que os
levará à cumplicidade. Não há lugar para o Misticismo Popular nem para o Cientificismo
vulgar na Doutrina Espírita.
Ora, sejamos coerentes com o que já sabemos. Dispensemos,
sem medo de errar, práticas que nada têm a ver com a Doutrina. Há muito o que
fazer, o que estudar. Como se envolver com questões distantes da Doutrina, quando
ela nos pede o trabalho de ir ao encontro daquele que busca esclarecimento, que
muito mais que solução de suas dificuldades pede apoio e orientação para saber
corno defender-se...
O grande problema do uso dessas práticas que se
introduzem dentro do Centro, muitas vezes sem se perceber, é que elas fogem dos
objetivos primeiros do Centro Espírita e pior, criam dependências justamente em
quem ali está para tornar-se independente. Não estamos no Centro para criar
dependências de pessoas ou situações. Estamos no Centro para aprendermos a voar
com as próprias asas do conhecimento e do amor, fazendo também isto pelo
semelhante.
Como receita, que tal estudarmos Kardec, sem ficarmos
presos a condicionamentos de fora?
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