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Simplesmente um Sentido





       “... Admira-se, por vezes, que a mediunidade seja concedida a pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela...”
       “... a mediunidade se prende a uma disposição orgânica da qual todo homem pode estar dotado, como a de ver, de ouvir, de falar...”
(Capítulo 24, item 12.)

Mediunidade é uma percepção mental por meio da qual a alma sutiliza, estimula e aguça seus sentidos, a fim de penetrar na essência das coisas e das pessoas. E uma das formas que possuímos para sentir a vida, é o “poder de sensibilização” para ver e ouvir melhor a excelência da criação divina.
Faculdade comum a todos, é nosso sexto sentido, ou seja, o sentido que capta, interpreta, organiza, percebe e sintetiza os outros cinco sentidos conhecidos.
Nossa humanidade, à medida que aprende a desenvolver suas impressões sensoriais básicas, automaticamente desenvolve também a mediunidade, como conseqüência. Também conhecida como intuição ou inspiração, é ela que define nossa interação com o mundo físico-espiritual.
As reflexões direcionadas para as áreas morais e intelec­tuais são muito importantes, pois abrem contatos como “perceber” ou com o “captar”, o que nos permite ouvir amplamente as “sono­ridades espirituais” que existem nas faixas etéreas, das diversas di­mensões invisíveis do Universo.
Por outro lado, a mediunidade nunca deverá ser vista como “láurea” ou “corretivo”, mas unicamente como “receptor sensório” - produto do processo de desenvolvimento da natureza humana.
Foram imensos os tempos da ignorância, em que a ela atri­buíam o epíteto de “dádiva dos deuses” ou “barganha demoníaca”; na atualidade, porém, está cada vez mais sendo vista com maior naturalidade, como um fenômeno espontâneo ligado a predispo­sições orgânicas dos indivíduos.
Ver, todos nós vemos, a não ser que tenhamos obstrução dos órgãos visuais; já as formas de ver são peculiares a cada sensi­tivo. Escutar é fenômeno comum; no entanto, a capacidade de ouvir além das aparências das coisas e das palavras articuladas é fator de lucidez para quem já desenvolveu o “auscultar” das profundezas do espírito.
Além do mais, a facilidade de comunicação com outras di­mensões espirituais não é dada somente aos chamados “agraciados” ou “dignos”, conforme nossa estreita maneira de ver. Como a Na­tureza Divina tem uma visão igualitária, concedendo a seus filhos, sem distinção, as mesmas oportunidades de progresso, é autêntica a sábia assertiva: “Deus não quer a morte do ímpio”, (1) mas que ele cresça e amadureça dispondo da multiplicidade das faculdades comuns a todos, herança divina do Criador para suas criaturas.
Por isso, encontramo-la nos mais diferentes patamares evolutivos, das classes sociais e intelectivas mais diferenciadas até as mais variadas nacionalidades e credos religiosos. Embora com denominações diferentes, a mediunidade sempre esteve presente entre as criaturas humanas desde a mais remota primitividade.
A propósito, não precisamos ter a preocupação de “desenvolver mediunidade”, porque ela, por si só, se desenvolve­rá. É imprescindível, entretanto, aperfeiçoá-la e esmerá-la quan­do ela se manifestar espontaneamente. Nunca forçá-la a “acon­tecer”, porque, ao invés de deixarmos transcorrer o processo natural, nós iremos simplesmente “fazer força”, ou melhor, “agir improdutivamente”.
Em vista disso, treinamentos desgastantes para despertar em nós “dons naturais” é incoerente. Saber esperar o amadureci­mento dos órgãos infantis é o que nos possibilitou ver, falar, an­dar, ouvir, sentir, saborear ou preferir. Por que então a mediuni­dade, considerada uma aptidão ontogenética do organismo huma­no, necessitaria de tantas implicações e imposições para atingir a plenitude?
Aprofundando nossas apreciações neste estudo, encon­tramos, no “dia de Pentecostes”, (2) uma das maiores afirmações de que são espontâneas as manifestações mediúnicas e de que é natur­al seu despertar junto aos homens, quando foram desenvolvidas repentinamente as possibilidades psicofônicas dos apóstolos ao pousar “línguas de fogo”, isto é, “mentes iluminadas” sobre suas cabeças, sem que eles esperassem ou invocassem o fenômeno.
A sensibilização progressiva da humanidade é uma realidade. Ela se processa, nos tempos atuais, de maneira indiscutí­vel, pois, em verdade, “o Espírito é derramado sobre toda a carne”, (3) tomando os efeitos espirituais cada vez mais eloqüentes, incon­testáveis e generalizados.

(1) Ezequiel 33:11.
(2) Atos 2:1 ao 8.
(3)Atos 2:17.




RENOVANDO ATITUDES
ESPIRITO HAMMED
MEDIUM FRANCISCO ESPIRITO SANTOS NETO
Capítulo 24, item 12

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Amor Não Correspondido





            Fatores Limitantes: Tenho três filhos e descobri há dois meses que meu marido está perdidamente apaixonado por outra. Entreguei-lhe os melhores anos de minha vida. Dei-lhe filhos lindos e sempre mantive nossa casa maravilhosa. Estava constantemente pronta para ir aonde ele quisesse e atender a tudo o que ele desejasse. Possuo uma natureza dócil, por isso acho que fui facilmente explorada e ultrajada. Esta situação me desespera! Tudo acabou para mim! Como devo proceder, pois me disseram que temos fortes laços do passado e muitos compromissos espirituais?

Expandindo nossos horizontes:


Acredita-se que é possível contar nos dedos das mãos as pes­soas a quem se ama de forma verdadeira. Causa compaixão quem aceita essa hipótese, pois estará confinado sentimentalmente.
O amor incondicional é sempre lúcido e abrangente. Jamais exclusivo ou limitado a apenas uma pessoa. Quando o amor induz os seres ao isolamento já se pode ouvir o vento entoar uma triste canção, prenunciando dias longos e noites melancólicas.
Quando, numa relação de amor, não se auxilia o outro a ca­minhar por si mesmo, conduzindo-o a encontrar seu próprio curso existencial, esse amor, mesmo que pareça tranqüilo, não está de fato estabilizado.
O amor verdadeiro é direcionado para a capacidade de guiar o outro ao crescimento pessoal; em outras palavras, para um processo de transformação incessante rumo a um entendimento maior.
Quem delimita sua aptidão para amar assemelha-se à fumaça, que a tudo sufoca em seu derredor. Somente depois, quan­do é dissipada pelo ar, é que se avalia o mal que a asfixia causou.
Há almas que vivem relacionamentos fictícios - baseados em uma imagem que retrata o que gostaria que o outro fosse - sem perceberem que estão dando os primeiros passos em direção à ruína afetiva.
A separação inicia-se no momento em que um dos parcei­ros se relaciona com a imagem criada da pessoa idealizada, e não propriamente com a pessoa. De modo geral, essas irrealidades são notadas depois de ter ocorrido o infortúnio amoroso.
O que acontece, todavia, quando nos dedicamos a alguém que é infiel conosco?
Será que quando amamos incondicionalmente temos que suportar incontáveis deslealdades e permane­cer impassíveis?
Naturalmente, o amor não conduz à tolice ou à ingenuidade, nem induz a uma alegria artificial e a uma credulidade excessiva. Na dependência só se vêem qualidades, nunca se enxergam os defeitos. Isso a humanidade classifica como “amor cego” ou “paixão”.
Jamais você sentiria tão grande solidão e abandono se não vivesse, imprudentemente, dependendo tanto dos outros.
O mundo é cheio de pesares e, na área do afeto, a traição é uma das maiores desventuras. Não há nada pior que recordar mo­mentos felizes em tempos de dor.
Quando tudo é desventura, aparece a verdade. Ela pode machucar, mas, em qualquer tempo, será bem-vinda. Assemelha-se a um remédio amargo, porém salutar.
Vale lembrar: para que exista um relacionamento de fato, é necessário que ambos o desejem.
Apesar da desonestidade, é possível perdoar a quem traiu, pois o amor real não coloca limites à indulgência.
No entanto, você precisa perguntar-se: o que devo fazer para harmonizar o amor por meu marido sem perder meu auto-respeito?
Por certo a vida a dois não é nenhum mar de rosas, e seria bom levar como lembrete que, em se tratando de relacionamen­tos afetivos, nunca há respostas genéricas ou semelhantes para um amor não correspondido.
“Será que posso continuar confiando nele de forma ple­na, depois do ocorrido?
Afinal, o que está me movendo interna­mente? Amor real, apatia ou fraqueza?”
O amor não contabiliza as fragilidades do outro, mas, com toda a certeza, não é abusivo. Por princípio íntimo, não se deve viver de autopiedade.
Diante dessa circunstância, o que de melhor se poderia di­zer a esse alguém é que decida: “ou continua junto de você, since­ramente; ou longe, se quer permanecer na infidelidade”.
Os vínculos entre as pessoas podem ser estabelecidos por amor ou por obrigação. No amor, há ternura, imensa confiança e devoção, e isso por si só basta. Na obrigação, nascem as desaven­ças e recriminações, que dilaceram a alma. Quem se obriga nas questões do amor vive em constante busca de razões ideológi­cas ou de justificativas filosóficas.
O que é o carma senão respostas da vida a seus atos e atitu­des. Não existe fatalidade, uma vez que Deus dá o livre-arbítrio a todas as suas criaturas. Você é livre para escolher - não apenas antes do nascimento corporal, mas igualmente aqui e agora - o que fará de sua existência.
Rosas amarelas significam infidelidade. A procedência dessa lenda remonta à época do profeta Maomé. Ele desconfiou que sua esposa Aisha lhe era infiel. Foi orientado, entretanto, por um arcanjo para que, quando ela o recebesse com rosas vermelhas, ele ordenasse que fossem jogadas no rio. Se as flores mudassem de cor, suas suspeitas teriam fundamento. E estas se confirmaram: as rosas transformaram-se em amarelas.
Vale esperar os terremotos do coração se acalmarem para você refletir melhor e, logo após, abrir as vidraças da alma e deixar o aroma do bom senso entrar.
O diálogo será sempre oportuno entre o casal, desde que não se converta em cobranças e insanas suscetibilidades; antes se alicerce na lealdade e honestidade e concorra para que os dois per­maneçam unidos e equilibrados.
Para cada pessoa sempre existe um momento de decisão, e ela o saberá quando ele chegar. Quando você já tiver feito tudo o que estava a seu alcance, então deverá ficar ou partir. Não se deve esperar dos outros aquilo que unicamente você mesmo pode se dar.


CONVIVER E MELHORAR
ESPIRITO  -  Lourdes Catherine
MEDIUM  - FRANCISCO DO ESPIRITO SANTOS NETO


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Dialogo com as Sombras 2ª PARTE - (23) MULHERES





23 - MULHERES

O trabalho mediúnico oferece insuspeitadas condições de apren­dizado. Cada sessão traz as suas surpresas; cada manifestação suas lições e ensinamentos. A contínua observação desse vaivém de companheiros desencarnados, o desfile trágico de problemas, an­gústias, dores e ódios, a força irresistível do amor, as maravilhas da prece, o poder do passe, constituem experiência inesquecível para aqueles que, ao longo dos anos, entregam-se a essas tarefas redentoras.
Uma pergunta poderá ser colocada agora. Que papel represen­tam as mulheres, nesses dramas que se desenrolam entre os dois mundos? Há mulheres obsessoras? Há mulheres que se vingam, que perseguem, que odeiam? Sim, mas em número bem mais re­duzido que os homens.

*

Antes de prosseguir, talvez sejam convenientes algumas obser­vações de caráter doutrinário.
O Espiritismo ensina que o Espírito não tem sexo, podendo encarnar-se como homem ou como mulher, em diferentes existên­cias, mas que costuma escolher, preferentemente, um ou outro sexo, renascendo continuamente como homem ou mulher. (Ques­tões números 200 a 202, de “O Livro dos Espíritos”.) Ao comentar as respostas, Kardec escreveu o seguinte:
“Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os homens.”
Dessa forma, não são muito precisas as expressões Espírito feminino e Espírito masculino, que são usadas à falta de outras. A questão é bem mais complexa do que parece à superfície.
Certa vez, perguntei a um amigo espiritual por que difere tanto, na sua estrutura psíquica, o Espírito encarnado como homem, da­quele que se encarna como mulher. O homem é mais agressivo, dado a gestos de coragem física, menos sentimental, ao passo que a mulher inclina-se mais à compassividade, à renúncia, ao recato, sendo, portanto, mais acessível à emoção e aos sentimentos. Por que isso, se, não tendo sexo, os Espíritos deveriam ser asseme­lhados?
Disse-me ele, coerente com os postulados doutrinários, que, como Espíritos, conservam características em comum, mas, ao se reencarnarem, aceitam condições que lhes facultam desenvolvimen­to de certas faculdades, em detrimento de outras; ou melhor, optam pelo aprimoramento de alguns aspectos espirituais em que este­jam particularmente interessados.
Assim é, realmente. Como a perfeição deverá resultar, um dia, do desenvolvimento harmonioso de todas as faculdades possíveis ao ser humano, é natural que este tenha que ir por etapas, cultivan­do-as em buques, até que, alcançando o ponto desejado, possa en­cetar outras realizações.
Tentemos, não obstante, ampliar um pouco mais a questão, na esperança de alcançar uma visão mais clara de suas dificuldades. Ao responderem à pergunta formulada por Kardec (Têm sexos os Espíritos?), os instrutores informaram o seguinte:
“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da orga­nização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na con­cordância dos sentimentos.”
Certamente que sentiram, esses instrutores, que não era tempo, ainda, de aprofundar mais a questão, mas disseram o bastante para compreendermos alguns pontos essenciais. De fato, a Doutrina nos ensina, alhures, que o ser encarnado resulta de um “arranjo” entre três componentes distintos: espírito, perispírito e corpo físico. Ao declararem que o sexo depende da organização, deixaram bem en­tendido que a diferenciação sexual não alcança o núcleo da indivi­dualidade, representado pelo Espírito imortal, pois fica contida nos limites extremos da organização perispiritual.
Por outro lado, Emmanuel informa, em resposta à pergunta número 30: “Há órgãos no corpo espiritual?” (1), que sim, pois o corpo físico “e uma exteriorização aproximada do corpo perispiritual”, e prossegue acrescentando que tal exteriorização “subordina (-se) aos imperativos da matéria mais grosseira, no mecanismo das heranças celulares, as quais, por sua vez, se enquadram nas indispen­sáveis provações ou testemunhos de cada individuo”.
Essa interdependência entre corpo físico e perispírito é acen­tuada por André Luiz (2) ao declarar que:
“Os cromossomos, estruturados em grânulos infinitesimais de natureza fisiopsicossomática, partilham do corpo físico pelo núcleo da célula em que se mantêm, e do corpo espiritual pelo citoplasma em que se implantam.” (Destaques meus.)
É bastante compreensível, pois, que os seres que trazem o perispírito ainda espesso, regressem ao mundo póstumo, pela desen­carnação, com uma pesada carga fluídica, profundamente impreg­

(1) “O Consolador”. FEB, 4ª edição, capítulo 1 — “Ciências Funda­mentais: Biologia”.
(2) Evolução em dois Mundos”, 3ª edição, capitulo 6º, página 50..

nada de materialidade e, por conseguinte, de sensações e necessi­dades bem semelhantes às que experimentava na carne.
Isto é confirmado pelos relatos mediúnicos, sendo a série André Luiz bastante rica em informações desse tipo. Para não alongar demais esta digressão, sugiro a releitura do capítulo 99 de “Nosso Lar”, sob o título “Problema da alimentação”.
Informa Lísias que, há cerca de um século, a questão alimen­tar era muito séria ali na colônia. Muitos dos recém-chegados da carne “duplicavam exigências”. Queriam mesas lautas, bebidas excitantes, “dilatando velhos vícios terrenos”. Quando a direção da colônia tomou providências mais enérgicas para coibir os abusos, estabeleceu-se um comércio clandestino com os representantes das trevas que, agindo, como sempre, através das brechas que as nossas paixões inferiores lhes abrem, utilizavam-se desse lamentável inter­câmbio como instrumento de infiltração e assalto à vasta organiza­ção regeneradora intitulada “Nosso Lar”.
Foram implantadas severas medidas de correção e reajuste, mas os alimentos não foram totalmente abolidos, em virtude da condição perispiritual, ainda bastante densa, da grande maioria dos que habitam aquela colônia.
No capítulo 18 dessa mesma obra, Laura informa que:
— “Afinal, nossas refeições aqui são muito mais agradáveis que na Terra. Há residências, em “Nosso Lar”, que as dispensam quase por completo; mas, nas zonas do Ministério do Auxílio, não podemos prescindir dos concentrados fluídicos, tendo em vista os serviços pesados que as circunstâncias impõem. Despendemos grande quantidade de energias. É necessário renovar provisões de força.” (Destaques meus.)
Portanto, a alimentação com substâncias concentradas é ainda indispensável, mesmo para aqueles Espíritos mais esclarecidos, que se entregam a tarefas redentoras, ainda que mais humildes.
Assim, da mesma forma que os problemas alimentares, os de sexo não ficam totalmente eliminados por um passe de mágica, simplesmente porque se deu a desencarnação. Espíritos enredados nas tramas da sensualidade, tombam em situações calamitosas no mundo póstumo. Somente os mais purificados conseguem libertar-se dos apelos da carne.
— “Entre os casais mais espiritualizados — informa Laura a André —, o carinho e a confiança, a dedicação e o entendimento mútuos permanecem muito acima da união física, reduzida, entre eles, a realização transitória.”
“Inútil é supor — diz um elevado instrutor (1) — que a morte física ofereça solução pacífica aos espíritos em extremo desequilíbrio, que entregam o corpo aos desregramentos passionais.
A loucura, em que se debatem, não procede de simples modifica­ções do cérebro: dimana da desassociação dos centros perispiriticos, o que exige longos períodos de reparação.” E, mais adiante:
“Convictos desta realidade universal (a aquisição gradativa das virtudes) não podemos esquecer que nenhuma exteriorização do instinto sexual na Terra, qualquer que seja sua forma de expres­são, será destruida, senão transmudada no estado de sublimação.” (Destaques meus.)
Não resta dúvida, portanto, do estudo doutrinário e das obser­vações colhidas, por Espíritos credenciados, no imenso laboratório da vida, que o sexo persiste no mundo póstumo, até que seja subli­mado. A sublimação há de marchar, por isso, junto com a sutili­zação progressiva do Espírito, pois que, chegado à condição de pureza, o sexo será, para o Espírito, apenas a lembrança de uma experiência valiosa que, entre outras, lhe serviu de degrau para a sua escalada.
Retomando, porém, nossas perguntas iniciais, poderemos res­ponder que, infelizmente, Espíritos que passaram por experiências no sexo feminino também odeiam, perseguem, obsidiam. Alguns são mesmo particularmente agressivos, rancorosos e violentos. É que; levando para o Além as suas frustrações, seus desvios, suas ânsias, recaem, fatalmente, em faixas desarmonizadas, onde se consorciam com outros seres igualmente desarvorados, para darem prossegui­mento ao exercício das paixões incontroladas. Nesse estado, con­tinuam mulheres, sentindo e agindo como tais. Exercem seus po­deres de sedução sobre outros seres, ganham “vestimentas”, “jóias”, “sapatos” e “perfumes”, a troco de favores. Prestam serviços tene­brosos junto a companheiros encarnados, mancomunados aos seus comparsas das sombras, que lhes asseguram uma “boa vida” de prazeres e proteção contra a dor que as espera fatalmente, para o reencontro, um dia, lá na frente.

(1) “No Mundo Maior”, FEB, 5ª edIção, capitulo 11 — “Sexo”.

De outras vezes, são escravizadas, reduzidas à condição mais abjeta, e seviciadas, perambulando, dementadas, em andrajos imun­dos, por vales de sombras espessas, até que, desgastadas pelo sofri­mento, tenham um impulso de arrependimento que lhes possibilite o socorro de que tanto necessitam.
Temos tido algumas experiências com espíritos femininos. Já lembrei, noutro ponto deste livro, o caso da irmã que se empe­nhava em perturbar uma família, tentando destruir um lar, para o que contava com o apoio de um sacerdote desencarnado, que a incentivava, e a isentava de culpa, “absolvendo-a”, provavelmente no confessionário, da responsabilidade, sob a alegação de que, em encarnação anterior, ela também fora traída.
Tivemos o caso de uma jovem que se suicidara por uma pai­xão desvairada, numa antiga encarnação na Escócia, quando aquele a quem amava abandonou-a, grávida e na vergonha. Localizando-o como encarnado, perseguia-o, tentando — e conseguindo — indu­zi-lo a erros bastante sérios.
Outra — fora irmã de caridade — atormentava uma criatura encarnada, em cumprimento a “ordens superiores”.
Vimos, também, aquela pobre companheira, teleguiada por hábeis indutores, que transviava um homem encarnado e era recom­pensada com festas, vestidos bonitos e prazeres.
Em certa oportunidade compareceu uma bem mais difícil. Já há algum tempo vinha tentando induzir um dos componentes do grupo a uma atitude extremamente arriscada. O caso era apresentado de maneira sutil, inteligente, como se fosse a coisa mais na­tural do mundo. Seria apenas a antecipação do que, segundo o Espírito, estava já programado para mais tarde. Não haveria culpa alguma, portanto. Era “físicamente” simpática, apresentava-se bem vestida, unhas muito polidas, sorridente, educada, cordial.
Várias vezes tentou influenciar o nosso companheiro, apresen­tando-se ante seus olhos espirituais, ou durante o desdobramento do sono natural. Finalmente, comparece aos nossos trabalhos me­diúnicos.
Ri-se, muito divertida da situação. Tem a voz suave, envol­vente e doce. Diz-se muito bela, elegante, esguia, bem-cuidada. Conta casos, sorri, faz gestos graciosos e parece imensamente segura de si mesma. Trata-me com condescendência e superiori­dade. Informa que “trabalha” junto a casais e que seu objetivo é libertar a mulher, para que todas sejam como ela, felizes e livres para gozar a vida, sem preconceitos. De vez em quando, pára a exposição para rir, pois deixa entrever que se decepcionou profun­damente comigo. Conhecia-me apenas de nome e a realidade não confere com a imagem que formulou a respeito da minha aparên­cia. Acha-me, provavelmente, feio, desengonçado e ridículo. Diz que no mundo em que vive é muito poderosa, porque é a favorita. Ainda muito condescendente, aconselha-me, como amiga, a juntar minhas coisas e partir enquanto é tempo, pois não tenho a menor idéia do que estou fazendo e onde estou me metendo. Esquiva-se habilmente às perguntas, muito segura, inteligente e tranqüila. Quando lhe formulo questão mais complexa, desculpa-se, dizendo que é uma mulher e não é dada à Filosofia.
Do mundo espiritual, sugerem-me que lhe pergunte por que fugiu de um certo castelo inglês. Ela continua a negacear, mas se mostra visivelmente transtornada. Por fim, perde a calma, aban­dona a atitude de inconseqüente e superior condescendência, e or­dena-me autoritariamente que me sente, o que não quero fazer, para permanecer junto do médium que a recebe.
É chegado o momento de começar realmente o processo de doutrinação. Até aqui — o trabalho todo durou cerca de uma hora — o tempo foi aplicado em tatear a sua personalidade e os seus problemas, a fim de obter informações. Agora, já dispomos de alguns elementos mais concretos. Digo-lhe, de início, que sua beleza física, de que tanto se orgulha, é mera criação de sua mente, mas ela está bem preparada para o confronto. Pede um espelho, para me provar que não tenho razão. Nesse ponto, não obstante, vê junto dela um Espírito de aparência agressiva e pejado de vi­brações desarmonizadas. É um antigo esposo, de quem ela matou todos os filhos recém-nascidos e os enterrou no jardim. Não queria filhos, porque eles “deformam o corpo”. Está igualmente preparada para esse encontro. Na organização em que vive, como favorita de um poderoso líder das trevas, tudo aquilo lhe fora mostrado em retrospecto, por meio de imagens vivas, em filme, para que ela pudesse, numa emergência como esta, suportar a lembrança das suas próprias atrocidades, sem se perturbar e perder o “equilíbrio”. Agora, enquanto revê as cenas, está aparentemente segura e core­tinua a rir-se de tudo, dizendo que não adianta mostrar-lhe nada. A despeito do seu preparo, no entanto, não resiste muito tempo e entra em crise dolorosa, a pobre e querida irmã. Seu ex-marido incorpora-se em outro médiuni e atira-lhe impropérios, entre dentes, chamando-a de assassina. Diz-lhe que está à sua espera e ri, de prazer insano, ante o desespero em que ela se precipita. Dirijo a ele algumas palavras, tentando acalmá-lo, e me volto para ela, para ajudá-la a enfrentar o seu problema, as suas recordações e, princi­palmente, o seu futuro. Ela me responde em perfeito inglês:
      - 1º burned all the bridges behind me. (Queimei todas as pon­tes por que passei.)
      Respondo-lhe que tentou também queimar as pontes para o futuro e, por isso, se sente prisioneira numa ilha sinistra. É uma longa e penosa agonia! Sente as mãos sujas de sangue, detesta aquele vestido vermelho, que não consegue trocar, e começa a temer o momento fatal em que terá de deixar o médium para enfrentar a nova realidade que se pastou diante dela subitamente, mas, por certo, não inesperadamente. Elà pressente as dores que a esperam, pois muitas vezes deve ter presenciado esse momento dramático, em outros Espíritos endívidados. De repente, começa nela um ful­minante processo de envelhecimento, ao mesmo tempo em que suas roupas apresentam-se sujas e em frangalhos. Ela ainda consegue dizer que seu ventre secou e, por fim, desprende-se com enorme sofrimento para o médium, que ficou com os resíduos da sua pro­funda e dolorosa angústia.
      Poucas semanas depois deste caso, tivemos outra manifestação de Espírito feminino. Também é das que se dizem atraentes e se­dutoras, estando, obviamente, empenhada em fascinar criaturas encarnadas e desencarnadas, a serviço dos seus mandantes. Vai logo dizendo, muito sorridente, que não venha com as minhas conversas macias. Ainda se fossem outras conversas... diz, maliciosamente. Declara-se muito sutil e por isso é destacada para missões delicadas. Teria descoberto que o pobre doutrinador é muito amado e teve o desejo de conhecê-lo pessoalmente; no entanto, mal pode escon­der seu desapontamento. Presa aos seus condicionamentos, espe­rava, por certo, que eu fosse jovem e belo, e não um desenxabido senhor de cabeça a branquear. Digo-lhe que realmente sou um velho sem graça e quando lhe pergunto se ela é jovem, responde corretamente que o Espírito não tem idade. A uma outra per­gunta minha, declara que vive no céu, pois o céu é um estado de espírito e ela é muito feliz. A conversa prolonga-se aparentemente sem rumo, mas é a fase em que são colhidas as informações de que necessitamos para o trabalho real de doutrinação.
Depois de reunidos os elementos que me parecem suficientes, proponho-me a orar. Ela protesta, alegando que eu oro demais e, mal me levanto, ela se debruça sobre a mesa, em pranto, numa crise emocionante, dolorosa. Sinto por ela uma infinita e paternal ternura e lhe falo com muito carinho. Ela deixa cair todas as guar­das e me conta que é uma infeliz: foi explorada pelos homens aqui, na carne, e continua a ser explorada do lado de lá. Vive num verdadeiro campo de concentração, com outras criaturas infelizes. Enquanto “ela” estava lá — refere-se, como depois apuramos, à irmã atendida semanas antes e que descobrimos ter sido uma duquesa — foi protegida; depois, não. Havia sido incumbida de uma tarefa, junto à esposa de alguém que estávamos interessados em ajudar; mas, ao chegar junto a essa pobre senhora, viu-a em pranto, a chorar às escondidas. Teve pena dela e ficou sem coragem de exe­cutar friamente o seu mandato.
(Estava presente também quando telefonei para essa amiga encarnada, para consolá-la de dores que me havia confiado.) Aproveito para dizer-lhe que foi aquele mo­mento de compaixão, diante da sua vítima em perspectiva, que a salvou, permitindo que fosse, por sua vez, socorrida. Sente-se muito desconcertada e arrependida de ter-me tratado como tratou, de iní­cio. Quando lhe digo que tenho idade para ser seu pai, ela me interrompe para afirmar que não teve a intenção de me ofender: Como estou, precisamente naquela noite, comemorando 56 anos de idade, digo-lhe que ela acaba de me dar o mais lindo presente: seu coração. Ela teme seus verdugos e está apavorada ante as perspec­tivas de ser arrastada por eles, ao deixar o médium. Sente-se muito emocionada ante o carinho e o respeito com que a tratamos, se diz cansada e confessa que até aos meus prejudicou bastante, em suas atividades, Vê, agora, ao seu lado, uma jovem pacificada e tranqüila, que veio recebê-la, mas um dos emissários da sua tene­brosa organização está presente, em outro médium, e tenta confun­di-la, dizendo que a moça que a espera também é deles, o que não é verdade. Pergunto se ela confia em mim. Diz que sim. Peço-lhe que siga a moça, e ela parte, repetindo uma pequena prece que lhe sugiro:
—   Jesus, me ajude!
Houve, neste caso, um pós-escrito. O companheiro que se in­corporou em outro médium, para ameaçá-la, perguntou se eu ainda dispunha de tempo para atendê-lo. Respondi-lhe que, infelizmente, não, porque tínhamos uma disciplina de trabalho, que precisava ser obedecida, mas poderíamos conversar na oportunidade seguinte, com o que ele concordou, dizendo que voltaria. No decorrer da semana, porém, nossos mentores disseram-nos que ele havia sido doutrinado no mundo espiritual mesmo, e que se esclarecera, não sendo, por­tanto, necessário trazê-lo novamente ao grupo.

*

      São essas algumas experiências com Espíritos ditos femininos. As vezes, elas são obsessoras implacáveis, tão violentas e agres­sivas como os homens, tão irracionais quanto eles, nas suas paixões e no desejo insaciável de vingança; mas são estatisticamente em número reduzido, em relação aos Espíritos masculinos e, decidi­damente, mais abertas ao entendimento e predispostas ao desper­tamento, porque mais sensíveis ao apelo da ternura, da emoção, do respeito à sua condição feminina, ainda que estejam transitoria­mente numa posição de aviltamento, ou, talvez, por isso mesmo. Ao sentirem que são tratadas como seres humanos, reagem como seres humanos, respondendo, mais cedo ou mais tarde, às vibrações da nossa afeição.
O  mais comum, porém, em trabalhos mediúnicos, é encontrar mulheres que vêm recolher nos seus braços amorosos os compa­nheiros recém-despertos. São velhos e seculares amores: mães, es­posas, filhas, irmãs, que guardaram ternuras profundas, alimentadas em esperanças que nunca se apagaram, nem mesmo esmoreceram. Comparecem, às vezes, ainda enoveladas, elas próprias, em res­gates dolorosos, mas quase sempre já mais avançadas no caminho da pacificação. Algumas encontram-se de há muito revestidas de luz e harmonia. Um destes casos, intensamente dramático, está rela­tado por André Luiz, em “Libertação”. Matilde desce aos subter­râneos da dor, para resgatar o seu amado Gregório, que se trans­viara lamentavelmente, e é com o seu amor apenas — e é tudo! — que enfrenta a sua cólera, numa cena inesquecível.
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Tempo Certo





       “... Aquele que semeia saiu a semear; e, enquanto semeava, uma parte da semente caiu ao longo do caminho...”
       “... Mas aquele que recebe a semente numa boa terra é aquele que escuta a palavra, que lhe presta atenção e que dá fruto, e rende cento, ou sessenta, ou trinta por um.”
(Capítulo 17, item 5.)

       Na vida, não existe antecipação nem adiamento, somente o tempo propício de cada um.
       A humanidade, em geral, recebe as sementes do cresci­mento espiritual a todo o instante.
       Constantemente, a “Organização Divina” emite idéias de progresso e desenvolvimento, devendo cada indivíduo absorver a sementeira de acordo com suas possibilidades e habilidades existenciais.
       A Natureza nos presenteia com uma diversidade incontável de flores, que nos encantam e fascinam. Certamente, não as depre­ciaríamos apenas por achar que vários botões já deveriam ter de­sabrochado dentro de um prazo determinado por nós, nem as re­preenderíamos por suas tonalidades não ser todas iguais conforme nossa maneira de ver.
       Nem poderíamos sequer compará-las com outras flores de diferentes jardins, por estarem ou não mais viçosas. Deixemos que elas possam germinar, crescer e florir, segundo sua natureza e seu próprio ritmo espontâneo. Isso será sempre mais óbvio.
       Parece racional que ofereçamos a quem amamos o mesmo consentimento, porque cada ser tem seu próprio “marco individual” nas estradas da vida, e não nos é permitido violentar sua maneira de entender, comparando-o com outros, ou forçando-o com nossa impaciência para que “cresçam” e “evoluam”, como nós acharía­mos que deveria ser.
Cada um de nós possui diferenças exteriores, tanto no aspecto físico como na forma de se vestir, de sorrir, de falar, de olhar ou de se expressar. Por que então haveríamos de florescer “a toque de caixa”?
Nossa ansiedade não faz com que as árvores dêem frutos instantâneos, nem faz com que as roseiras floresçam mais céleres. Respeitemos, pois, as possibilidades e as limitações de cada indivíduo.
Jesus, por compreender a imensa multiformidade evolucional dos homens, exemplificou nessa parábola a “dissemelhança” das criaturas, comparando-as aos diversos terrenos nos quais as sementes da Vida foram semeadas.
As que caíram ao longo do caminho, e os pássaros as comeram, representam as pessoas de mentalidade bloqueada e restringida, que recusam todas as possibilidades de conhecimento que as conteste, ou mesmo, qualquer forma que venha modificar sua vida ou interferir em seus horizontes existenciais. São seres de compreensão e aceitação diminuta ou quase nula. São comparáveis aos atalhos endurecidos e macerados pela ação do tempo.
Outras sementes caíram em lugares pedregosos, onde não havia muita terra, mas logo brotaram. Ao surgir o sol, queimaram-se porque a terra era escassa e suas raízes não eram suficientemen­te profundas.
Foram logo ressecadas porque não suportaram o “calor da prova”; e, por serem qualificadas como pessoas de convicção “flu­tuante”, torraram rapidamente seus projetos e intenções.
Nossas bases psicológicas foram recolhidas nas experiên­cias do ontem. São raízes do passado que nos dão manutenção no presente para ir adiante, nos processos de iluminação interior.
Quando os “caules” não são suficientemente profundos e vetustos, há bloqueios tanto em nossa consciência intelectual como na emocional. Um mecanismo opera de forma a assimilar somente o que se pode digerir daquela informação ou ensinamento recebido.
Assim, a disponibilidade de perceber a realidade das coisas funciona nas bases do “potencial” e da “viabilidade evolutiva” e, portanto, impor às pessoas que “sejam sensíveis” ou que “progri­dam”, além de desrespeito à individualidade, é fator perigoso e destrutivo para exterminar qualquer tipo de relacionamento.
Os espinheiros que, ao crescer, abafaram as sementes representam as “idéias sociais” que impermeabilizam a mentalidade dos seres humanos, pois, no tempo do Mestre, as leis do “Torah” asfixiavam e regulamentavam não somente a vida privada, mas tam­bém a pública.
Os indivíduos que não pensam por si mesmos acabam caindo nos domínios das “normas e regras”, sem poder erguer em demasia a sua mente, restrita pelas idéias vigentes, o que os sentencia a viver numa “frustração grupal”, visto que seu grau de raciocínio não pode ultrapassar os níveis permitidos pela comunidade.
Jesus de Nazaré combateu sistematicamente os “espinhos da opressão” na pessoa daqueles que observavam com rigor rituais e determinações das leis, em detrimento da pureza interior. Dessa forma, Ele desqualificou todo espírito de casta entre as criaturas de sua época.
As demais sementes, no entanto, caíram em boa terra e deram frutos abundantes. O que é um “solo fértil”?
Nossos patrimônios de entendimento, de compreensão e de discernimento não ocorrem por acaso, porqüanto nenhum apren­dizado nos envolverá profundamente se não estivermos dotados de competência e habilidades propiciadoras.
A boa absorção ou abertura de consciência acontece somente no momento em que não nos prendemos na forma. Aprofundarmo-nos no conteúdo real quer dizer: “Quem não quebra a noz, só lhe vê a casca”. Mas para “quebrar a noz e preciso senso e noção, base e atributos que requerem tempo para se desen­volverem convenientemente. A consciência da criatura, para que seja receptiva, precisa estar munida de “despertamento natural” e “amadurecimento psicológico”.
Reforçando a idéia, examinemos o texto do apóstolo Marcos, onde encontramos: “porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por ültimo o grão cheio na espiga”. (1)
O Mestre aceitava plenamente a diversidade humana. Ele se opunha a todo e qualquer “nivelamento psicológico” e, portanto, lançou a Parábola do Semeador, a fim de que entendêssemos que o melhor apoio que prestaríamos a nossos companheiros de jornada seria simplesmente esperar em silêncio e com paciência.
Portanto, compreendamos que a nós, somente, compete “semear”; sem esquecer, porém, que o crescimento e a fartura na colheita dependem da “chuva da determinação humana” e do “solo generoso” da psique do ser, onde houve a semeadura.

(1) Marcos 4:28





RENOVANDO ATITUDES
ESPIRITO HAMMED
MEDIUM FRANCISCO ESPIRITO SANTOS NETO
Capítulo 17, item 5
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Dialogo com as Sombras 2ª PARTE - (22) MAGNETIZADORES E HIPNOTIZADORES





22 - MAGNETIZADORES E HIPNOTIZADORES

São amplamente utilizados, nos processos obsessivos, os mé­todos da hipnose e do magnetismo, que contam, no Além, com pro­fundos conhecedores e hábeis experimentadores dessas técnicas de indução, tanto entre os Espíritos esclarecidos e despertos para as verdades maiores, como entre aqueles que ainda se debatem nas sombras de suas paixões.
Lá, como entre os encarnados, os métodos são os mesmos. Para incumbências de importância secundária, basta uma indução super­ficial, mas para os procedimentos mais elaborados, os hipnotiza­dores do espaço utilizam-se de recursos extremamente sofisticados.
“... nos atos mais complexos do Espírito — ensina André Luiz, em “Mecanismos da Mediunidade” —, para que haja sintonia nas ações que envolvam compromisso moral, é imprescindível que a onda do hipnotizador se case perfeitamente à onda do hipnoti­zado, com plena identidade de tendências ou opiniões, qual se esti­vessem iungidos, moralmente, um ao outro, nos recessos da afini­dade profunda. (Grifos meus.)
É claro, pois, que nisto, como em quase toda a problemática espiritual, vamos encontrar o mesmo dispositivo da sintonia vibra­tória. Os Espíritos superiores utilizam-se da hipnose para socorrer, para ajudar, para aliviar, para corrigir desvios. Os desajusta­dos, para dominar e punir.
Em “Memórias de um Suicida”, o autor espiritual oferece exemplos desses trabalhos redentores, em que espíritos altamente credenciados, competentes e moralizados, movimentam, com enorme respeito e carinho, os arquivos da mente, por métodos hipnóticos e magnéticos. (1)
      — O aparelhamento que vedes — explica um dos instrutores —, harmonizado em substâncias extraídas dos raios solares — cujo magnetismo exercerá a influência do ímã —, é uma espécie de ter­mômetro ou máquina fotográfica, com que costumamos medir, re­produzir e movimentar os pensamentos... as recordações, os atos passados que se imprimiram nos refolhos psíquicos da mente e que, pela ação magnética, ressurgem, como por encanto, dos escombros da memória profunda de nossos discípulos, para impressionarem a placa e se tornarem visíveis como a própria realidade que foi vivida!...
Desdobra-se ali um processo de regressão irresistível, como re­curso extremo para desalojar realidades soterradas na memória profunda do ser e que precisam ser trazidas à tona para desenca­dear o mecanismo da recuperação.

(1) “Memórias de um Suicida”, psicografia de Yvonne A. Pereira, 2ª parte, capitulo 2º — “Os arquivos da alma”, páginas 220 e seguinte, da 4ª edição da Federação Espírita Brasileira.

Mas, como todo recurso do conhecimento humano, este tam­bém é neutro, isto é, tanto pode ser usado para ajudar a levantar o ser que caiu, como para fazer cair aquele que está de pé.
“Defino a sugestão, no seu sentido mais lato — escreve Bernheim, em “Hypnotisme et Suggestion” —, como o ato pelo qual uma idéia é despertada no cérebro e aceita por ele.”
Passando por sobre a conotação materialista da definição pro­posta, pois a sugestão é transmitida ao Espírito, e não ao cérebro, vemos que há uma condição básica, que é a da aceitação pelo “sujet”. Para esta aceitação, que instaura o processo do domínio, é preciso que hipnotizador e hipnotizado estejam “jungidos moral­mente um ao outro, nos recessos da afinidade profunda”, como diz André Luiz.
Alguns magnetizadores e hipnotizadores adotam o procedimen­to de segurar os polegares de seus “sujets”, por algum tempo, antes de iniciarem o trabalho propriamente dito. Com isto se afinizam com ele (ou ela), num intercâmbio vibratório, que os coloca em condições de ajustarem-se fluídicamente.
Seja qual for, porém, o processo — e não podemos aqui fazer estudo mais profundo e extenso do fenômeno — os hipnotizadores e magnetizadores das trevas acabam por alcançar o domínio de suas vítimas depois de obterem a aceitação de que nos fala Bem­heim, mesmo que forçada. Para isso, manipulam com extrema habilidade os dispositivos da culpa e da cobrança, ou seja, a pró­pria lei de causa e efeito. O Espírito culpado, convencido dessa culpabilidade, cede e entrega-se.
Temos presenciado alguns casos dramáticos, nesse campo. Já lembramos, algures neste livro, aquele companheiro desencarnado que, mesmo depois de resgatado e posto a salvo da faixa vibra­tória de seu hipnotizador, recaiu sob seu domínio, por causa de sua própria invigilância.
Mesmo incorporado ao médium, este irmão não se furtava com facilidade à terrível influência de seu perseguidor que, em nossa presença, tentava induzi-lo a arrastar toda a sua família, ainda encarnada, à desencarnação, sugerindo-lhe idéias de ódio, vingança e morte. O pobre irmão repetia incessantemente:
— Odeio minha mãe... Odeio meu pai... Odeio minha mãe... Odeio meu irmão... Matar minha mãe... Matar meu pai...
E assim por diante, sem parar, pois não apenas a sugestão se lhe ia implantando cada vez mais na vontade, como ainda, falando continuamente, ele era impedido de ouvir as observações do doutrinador. Com um esforço muito grande, por meio de passes de dispersão, de preces e de contra-sugestões, foi possível libertá-lo, pelo menos para uma trégua. Parou, exausto, com o médium co­berto de suor, respiração opressa e acelerada, e pediu a ajuda de Deus, pois conseguíramos que ele dissesse que amava a mãe e não que a odiava.
Com freqüéncia, também, os hipnotizadores procuram atuar sobre os membros encarnados do grupo, lançando as bases de in­duções preliminares, a serem desenvolvidas depois, durante o des­prendimento do sono, ou mesmo durante a vigília. Não é nada fácil lidar com esses terríveis manipuladores da mente humana. Nada os detém e, para eles, tudo é válido, desde que alcancem os resultados que desejam.
As vezes, os companheiros que assistem o grupo, do lado da luz, interferem de maneira sutil, mas eficaz. Certa vez, um Espírito atormentado e, certamente, hábil magnetizador, pretendeu usar co­migo a sua técnica. Pediu-me a mão. Coloquei-a na frente de seus olhos e lhe disse:
— Pode pegar.
Ele hesitou um instante e depois agarrou-a fortemente, sem que eu apertasse a sua: mantinha minha mão estendida, com os dedos unidos. Algo então aconteceu de estranho e curioso. Atra­vés da minha mão, ele recebeu uma espécie de choque elétrico, evidentemente uma descarga magnética, que o atingiu na altura do plexo cardíaco. Talvez algo temeroso, pensou em retirar logo a sua mão e não o conseguia! Embora ele é que segurasse a minha mão, e não eu a dele, e por mais esforço que fizesse, inclusive com a outra mão tentando desprender seus dedos, só a muito custo libertou-se do laço magnético. Isto o impressionou de tal forma que, da próxima vez que compareceu, começou a chamar-me, com ironia, por certo, mas evidentemente também com respeito, de “o homem da mão” ...
Outro que tentava me dominar por meio de passes magnéticos, tinha atrás de si, segundo nos informou, depois da sessão, o pró­prio médium que o recebeu — um dos nossos queridos companheiros, profundo conhecedor do assunto, que neutralizava todo o seu trabalho junto a mim.
Certa ocasião, um irmão transviado, que estava sendo atendido, também se utilizava de processos de magnetismo e magia contra o grupo. Trouxera os seus instrumentos e as substâncias necessárias. A certa altura, percebeu a presença daqueles que nos defendiam, utilizando-se, para o bem, de técnica superior à dele. Como que pensando alto, ele nos dizia que sabia o que os nossos amigos esta­vam fazendo, mas nada podia contra eles.
Procedimentos magnéticos são também usados para reduzir seres gravemente endívidados a condições de extrema e aviltante deformação perispiritual, como casos de zoantropia, sobre os quais já falei neste livro. E é pela magnetização (passes) positiva que se torna possível restituir-lhes a condição normal.
— “Temos aqui — escreve André Luiz, em “Libertação” —a génese dos fenômenos de licantropia, inextricáveis, ainda, para a investigação dos médicos encarnados. Lembras-te de Nabucodono­sor, o rei poderoso a que se refere a Bíblia? Conta-nos o Livro Sagrado que ele viveu, sentindo-se animal, durante sete anos. O hipnotismo é tão velho quanto o mundo e é recurso empregado pelos bons e pelos maus, tomando-se por base, acima de tudo, os elementos plásticos do perispírito.” (Destaques meus.)
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