Mais uma burla «esotérica»
Em Vale S. Cosme,Famalicão, uma mulher de 46 anos que terá burlado uma idosa em cerca de 30 mileuros, com a promessa de lhe curar o filho tetraplégico - é notícia hoje no Correio
da Manhã.
Os argumentos de quem cobra
Costumam
argumentar os burlões que:
c) Há pessoas que curam.
No caso
dos padres e dos pastores, e que saibamos, não há vendas de curas, entendendo
alguns crentes que devem contribuir para a respectiva Igreja, em sinal de
gratidão.
E
se há de facto pessoas que curam (Jesus curava e disse que todos nós
poderíamos fazer o mesmo), a verdade é que ninguém pode garantir que cura.
Mas estas
pessoas que se movimentam no submundo da venda de ilusões têm de sobra em
astúcia o que lhes falta em seriedade.
Há muito
que neste blog se afirma que as actividades em que se comercializam produtos e
serviços que dependem da crença dos clientes, devem ser regulamentadas. Se uma
pessoa crê em horóscopos, amuletos, encantamentos, em "produtos
esotéricos", etc., é livre de procurar tais serviços e de pagar por eles,
se assim o entender. Uma tabela e uma regulamentação, ajudariam. O problema é
quando os comerciantes dessas áreas não são sérios (que também os há sérios,
como em tudo).
É uma
actividade que se presta especialmente a aproveitamentos de pessoas sem
escrúpulos. Se comprar um pão ou um par de sapatos não oferece muitas
possibilidades de logro, já a posição de quem se apresenta fragilizado e busca
conselhos e soluções milagrosos abre portas ao fornecimento dos mais duvidosos
serviços...
O
pronunciamento social em relação a quem cai no conto do vigário é que «a culpa
é de quem é crédulo». Maneira simples de ficar de consciência tranquila. Lucram
assim os burlões, que ainda saem bem vistos, como «espertos»! E muitas são as
pessoas enganadas que nem se atrevem a fazer queixa às autoridades, para não
caírem no ridículo.
Do ponto
de vista legal, é óbvio que estes negócios são desonestos. Extorquir fortunas
com promessas de milagres que nunca virão, é ilegal, mas sobretudo
profundamente imoral.
E os que curam mesmo?
Ainda que alguém tenha efectivamente a capacidade natural de curar (como Jesus, recordamos), é errado pôr-lhe um preço! Quem nasceu com o Dom de curar não deve vender o que lhe foi dado por Deus. É bem diferente do caso do médico, que estudou e vive da sua profissão.
Quem
recorre à Medicina conta geralmente com algum tipo de assistência na doença.
Quem recorre a um curador, não é obviamente abrangido pela segurança social.
Então, teria cabimento ficarem os pobres excluídos da cura? Argumentam alguns
que «cada um dá o que quer». Na nossa opinião essa é uma forma disfarçada de
cobrança. Com a agravante de que, pague-se o que se pagar, fica-se sempre em
dívida, pois não há uma tabela de preços.
Quem
nasceu com o dom de curar deve dar de graça o que de graça recebeu, e curar nas
horas vagas, sempre (acentuamos: sempre!), sem usar qualquer tipo de técnicas
médicas. A Medicina é para os médicos; os curadores naturais (ou médiuns de
cura, no vocabulário espírita), não devem, por isso, administrar qualquer tipo
de drogas, técnicas cirúrgicas ou manipulações. Jesus e os Apóstolos também
curavam e não usavam técnicas de tipo médico. Curavam pelo poder do amor.
Como combater estas burlas?
Há quem
seja de opinião de que se deve deixar o campo aberto a estas actividades
(erradamente conhecidas como) esotéricas. A razão evocada é que «as pessoas têm
que fazer pela vida». Argumento que poderia servir também para traficantes de
droga, ladrões, falsários, etc., mas enfim...
A maior parte das pessoas ignora por completo a dimensão espiritual da vida. É relativamente fácil para quem se dedica a estas actividades fazer crer aos seus clientes que foram vítimas de «mau-olhado», e outras tantas crendices. Na nossa opinião as pessoas devem aconselhar-se com os representantes das suas religiões, caso as tenham. Devem sempre recorrer à Medicina antes de mais. Devem informar-se junto de diferentes pessoas idóneas e pedir diferentes opiniões.
No
Espiritismo não vendemos nada nem aceitamos dinheiro, prendas ou favores. O
nosso objectivo é servir, esclarecendo e aliviando dores. O Espiritismo é
Cultura.
Um dos
meios mais simples de saber mais é visitar uma associação
espírita ou fazer o Curso Básico de Espiritismo.
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