A Dor do Abandono
Fatores Limitantes:
Recentemente tomei conhecimento de que sou adotada. A divulgação desse fato
causou em mim uma aflição pungente, a dor do abandono, que jamais tinha
experimentado. Desde criança sempre fui muito curiosa; em várias circunstâncias
cheguei a desconfiar de que algo não estava bem esclarecido quanto a meu
nascimento. Minhas perguntas a meus pais eram freqüentemente deixadas sem resposta.
Essa revelação abrupta fez com que eu sofresse um enorme impacto emocional.
Estou necessitando de uma orientação! Como o Espiritismo vê a adoção de
crianças?
Expandindo nossos horizontes:
Reconheço
que sua alma foi ferida pela rudeza da vida terrena, e que amarga soledade lhe
enche os olhos de pranto. A sua paz virá, no entanto, como conseqüência, quando
você aceitar verdadeiramente que é, como todo ser humano, um espírito imortal
em aprendizagem de amor neste planeta.
O Espiritismo não vê diferença entre um filho
consangüíneo e um adotado.
Ambos são
transitários. Não importa por qual meio os filhos vieram, o fundamental são as
aprendizagens que eles vivenciam ou o que assimilam durante sua permanência
na família terrena.
Existe um
receio dos pais de que a revelação a uma criança adotada dos fatos verídicos de
seu nascimento possa ocasionar ressentimento, insegurança, traumas, enfim
distúrbios emocionais e sociais. Esse temor é procedente, mas se o
esclarecimento for feito em clima de naturalidade, de forma tranqüila e
amorosa, a criança aceitará pacificamente sua condição de filho adotivo.
Quando se
trata do assunto adoção, deve-se responder a qualquer pergunta que o menor
fizer. Um adiamento na resposta pode gerar desconfiança, estremecer o
relacionamento familiar e até mesmo destruir os laços de afetividade.
Não minta
à criança, não invente desculpas ou fantasias. Ela poderá fazer comparações
entre as informações recebidas dos pais e as transmitidas por parentes
próximos.
Ao
deixarem de esclarecer esse fato importantíssimo da vida dela, estarão errando
duas vezes: abalando a segurança e o apoio que ela espera receber; e deixando-a
ao bel-prazer de qualquer pessoa leviana que venha a fazer tal revelação, por
maledicência e sem nenhuma consideração. Como exemplos, um desentendimento
escolar, uma briga na rua ou uma empregada menos avisada.
Seja o
pai, seja a mãe, quem for questionado deve responder. Os pais não devem fazer
“jogo de empurra” entre si, quando forem inquiridos. Cabe-lhes, sim, aclarar o
assunto sem nenhuma inibição, de forma simples e objetiva, nunca envolvendo as
respostas em reservas ou restrições. Mas explicar apenas o que foi perguntado,
sem antecipar nada, evitando com isso excitar a curiosidade infantil. Ela
despertará naturalmente, conforme suas necessidades interiores.
Uma
orientação satisfatória se constituirá de:
Uso de
termos compreensíveis, para que a criança possa entender com facilidade;
Não
insistência quando o menor não demonstrar interesse por um determinado assunto;
Utilização
de respostas curtas e precisas, ou seja, sem explicações prolongadas;
Aproveitamento
de ocasiões propícias, quando os filhos perguntam espontaneamente;
Sentimento
brando e atencioso, caso surjam novas indagações em outras circunstâncias.
A Ordem
Divina é amor e sabedoria. Nada acontece sem uma razão justa. Não importa o que
você fez ontem, o importante é o que está fazendo agora. Na Terra, o tempo e o
espaço são diretrizes que tecem o mundo das ilusões. Se você não tiver total
aceitação do seu passado e do seu presente, não terá uma verdadeira paz
interior. Só se alcança a felicidade quando se vive no presente. Reconcilie-se
com seu passado e planeje realizações para o futuro.
A “garoa
do desabrigo” cai sobre sua alma, e uma sensação de mal-estar envolve todo o
seu ser. Aceite, porém, o que não pode ser modificado; isso lhe trará
tranqüilidade íntima; a ansiedade desaparecerá e você poderá entender melhor os
fatos de sua caminhada. Perceba que tudo está certo do jeito que está; confie,
Deus está no leme de toda existência humana.
As Leis
Divinas reúnem as pessoas para que se conheçam melhor, se harmonizem,
dissolvendo antigos problemas e retomando lições inacabadas.
Essa
situação constrangedora que ora está vivendo objetiva unicamente o seu
bem-estar e felicidade. As dores estão apenas motivando seu aprendizado. Vença
seus desafios e se torne cada vez mais segura e forte.
Os filhos
adotivos, em muitas ocasiões, não notam que a adoção, ao contrário do que
imaginam, é um testemunho expressivo de amor: eles foram escolhidos livre e
espontaneamente por seus pais afins. Por isso, agradeça sempre a Deus por essa
oportunidade de crescimento ter recaído em você.
Tome a Natureza
como exemplo. Nela estão as mãos invisíveis do Criador agindo em toda parte.
Certas aves têm
uma tendência para adotar ninhos e ovos de outros pássaros. O instinto de
alimentar leva a fêmea adulta a não fazer distinção entre seus filhotes e os
adotados, quando deposita comida nos bicos escancarados.
Diversos animais
amamentam a ninhada, deitando-se de lado para acomodar as pequenas crias e
dispensando cuidados não apenas aos próprios filhos mas também aos órfãos que
por ali se encontram.
Na linguagem das
flores, os cravos amarelos significam desprezo e abandono.
Segundo a lenda
grega, quando Adônis desprezou Vênus, ela chorou compulsivamente pelos bosques
e florestas; os cravos brotaram onde suas lágrimas caíram.
Não guarde junto a seu coração um ramalhete de
cravos amarelos. Acenda sua luz interior, semeia em seu coração os valores do
bem. Não se esqueça: toda vida é sagrada e todos somos filhos amados de Deus,
vivendo temporariamente na Terra.
CONVIVER E MELHORAR
ESPIRITO - Lourdes Catherine
MEDIUM - FRANCISCO DO ESPIRITO SANTOS NETO
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