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Conduta Espírita

 

 

“Da conduta dos indivíduos depende o destino das organizações.”

É com essa preciosidade de frase para nossa reflexão que André Luiz enriquece a apresentação “Mensagem ao leitor” da obra Conduta Espírita.

Psicografado por Waldo Vieira,com sua primeira edição em 1960, o livro chega à 32ª edição em nova roupagem. Projeto gráfico reformulado, com capa de refinada estética, a FEB Editora valoriza o importante conteúdo inserido em Conduta Espírita, com uma forma de apresentação que desperta o interesse à sua leitura.

É como se tivéssemos diante de nós uma nova publicação.Para a maioria dos leitores, trata-se de um novo título. Para nós, que já lemos o livro, é como se o lêssemos pela primeira vez. Prestamos mais atenção, despertamo-nos para pontos até então despercebidos e nos tocamos pela mensagem educativa que seu conteúdo revela.

Trata-se de um livro que deve assumir a nossa cabeceira, pois o contato diário com as suas lições, pela leitura e reflexão decorrente, despertará o desejo de melhoria constante, convidando-nos a reformular atitudes e aprimorarações no cotidiano das relações interpessoais.

A proposta do autor espiritual é simples, porém valiosa para o processo de renovação íntima de todos os que buscamos a melhoria contínua de comportamentos:

Reunimos algumas páginas com indicações cristãs para que venhamos a burilar as nossas atitudes no campo espírita em que o Senhor, por acréscimo de misericórdia, nos situou os corações.

Cada recomendação é roteiro para a conduta adequada diante das pessoas e circunstâncias que a vida nos oferece. Por isso, as ponderações insertas na obra colocam-nos diante de nós mesmos, do próximo, de Jesus e, por consequência,de Deus.

Quando conseguirmos estabelecer tais relações na base do equilíbrio, sentir-nos-emos mais integrados com os propósitos de vida que o Criador nos reservou: a de que a lei de justiça, amor e caridade não seja apenas um compêndio teórico para enfeite das mais belas bibliotecas do mundo, mas que possa configurar-se no código de conduta moral de todos que nos conscientizamos sobre a importância de nossa participação como cooperadores de Deus na definitiva implantação de seu reino na Terra, a iniciar-se pelo coração de cada um de nós.

Geraldo Campetti Sobrinho

  

Referência:
 
VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 32. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012.
 
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Educação Tarefa de Emergência


      

Nosso mundo passa por profundas transformações, tanto do ponto de vista material, quanto social, político, econômico e moral. O Espiritismo alerta-nos que são chegados os tempos da idade viril da Humanidade, como
preconiza o insigne Codificador,Allan Kardec, em A Gênese.1

Mas toda transformação implica em mudanças e estas demandam de cada um de nós novas posturas; para isso, precisamos estar preparados para o novo.

Somos Espíritos em longa jornada evolutiva, na qual fomos angariando experiências ao longo de inúmeras reencarnações e, desse modo, construindo nossa milenar bagagem evolutiva.

Diante dos novos tempos, que se descortinam para a Humanidade – Nova Era, a Era de Regeneração – é fator preponderante para garantirmos nossa entrada segura nessa era de amor: a Educação, aqui entendida como “o conjunto de hábitos adquiridos”, como Kardec a considera.2

Embora precisemos acompanhar o progresso material, social, cultural de nossa sociedade, jamais podemos abrir mão dos valores ético-morais que caracterizam o Cristianismo e o Espiritismo, os quais têm como base a lei áurea, anunciada por Jesus, há dois mil anos: “Fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fosse feito”, “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Lucas, 10:27).

Santo Agostinho traz-nos importantíssimas orientações sobre a Educação em seu belíssimo texto “A ingratidão dos filhos e os laços de família”,3 no qual nos ensina que a principal missão dos pais é “aproximar de Deus” a alma de seus filhos. Clara a orientação do nobre Espírito: a de que temos que envidar todos os nossos esforços para identificar as más tendências de nossos educandos, corrigindo-as e incentivando suas virtudes. Essa é a missão que nos está confiada pelo Criador e da qual teremos que prestar contas.

O Espiritismo é uma Doutrina educadora por excelência, a própria reencarnação é um processo de reeducação do ser, pois retornamos crianças a um lar, a uma família, para sermos reeducados, pois, como criança, o Espírito está mais acessível a receber a orientação dos pais e educadores, seja na escola, seja na Casa Espírita, seja por meio da Evangelização Infantojuvenil.

Lembremo-nos de que mais forte que mil palavras é o exemplo. A criança observa as condutas e atitudes daqueles com quem convive mais diretamente, podendo comportamento No mundo de hoje, em que há extrema liberdade, precisamos nos lembrar do profundo ensinamento do Apóstolo Paulo, quando nos diz: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” (I Coríntios, 6:12),4 alertando-nos quanto aos limites de nossa conduta e, sobretudo, às consequências de nossos atos.

A criança e o jovem precisam aprender que suas atitudes têm consequências, e sua liberdade, limites, exatamente onde começa o direito alheio, e que precisamos responder por nossas ações, perante as leis humanas e, sobretudo, perante as leis divinas, insculpidas em nossa consciência, daí o termo responsabilidade. Algo um tanto esquecido nos dias de hoje.

Instado sobre essa questão, Divaldo Pereira Franco, educador de almas, orienta-nos que “a educação espírita, trazendo a evangelização infantojuvenil à luz do Espiritismo, é tarefa de emergência, mais que de urgência. Vou deixá-lo crescer, depois ele escolherá (a Religião que quiser seguir) representa, para mim,o mesmo que o deixar contaminar-se com o tétano, ou outra enfermidade, para depois aplicar o remédio [...]”.4

A Doutrina Espírita e a Casa Espírita muito podem contribuir com os pais e os educadores em suas relações com as crianças e jovens, no âmbito da educação, especialmente nas tarefas da Evangelização infantojuvenil, que devem ser trabalho essencial na Casa Espírita, conduzindo-as com extremo carinho e cuidado, pois estamos, dessa forma, contribuindo para formar Espíritos melhores, os quais, por sua vez, transformarão o Planeta em Mundo de Regeneração. Se a Casa Espírita não tem, deve formar esse trabalho;se tem, deve mantê-lo e melhorá-lo.As Federativas espíritas, órgãos de Unificação do Movimento Espírita,têm a obrigação de apoiar essas tarefas nos centros, devendo trocar experiências entre si, no intuito de aprenderem conjuntamente e ampliarem esse importantíssimo trabalho.

Por outro lado, os pais, frequentadores ou não das casas espíritas, têm, nesse serviço, prestado pelo Centro Espírita, importantes subsídios que os auxiliarão na educação de seus filhos, bem como no grupo de pais, ou escola de pais, que será então um espaço para troca de experiências e de aprendizagem da difícil e fundamental tarefa de educar Espíritos.

Além disso, as Mocidades e Juventudes Espíritas oferecem ao jovem um grupo – já que nessa fase o jovem aceita conviver em grupo – o qual deverá ser um grupo harmonioso,equilibrado, saudável, formado por jovens que, via de regra, frequentaram a Evangelização Infantil, cujas famílias conhecemos e que, geralmente, também frequentam a Casa Espírita.

Içami Tiba nos diz: “Os pais que encaminham o filho para alguma religião, não vão buscá-lo na cadeia”5. Embora deva haver casos em que, mesmo recebendo orientação moral, o Espírito possa equivocar-se em função de suas tendências, ao receber, porém, ensinamentos de boa conduta e religiosidade, torna-se mais fortalecido no bem, como que vacinado contra desvios mais graves.

Recorrendo a Jesus, ao Educador dos Educadores, Mestre de nossas vidas, aprendemos com Ele a pedagogia do amor, que não julga, não condena, não força consciências,mas convida, conduz, traz à tona as aquisições anteriores. Daí o termo educação – do latim educare – ex-ducere –, que significa conduzir para fora, tirar de dentro de – ou seja, reorganizar os conteúdos do Espírito.

Como ocorreu na célebre passagem da mulher adúltera, Jesus não a condenou, nem a eximiu de suas responsabilidades, dizendo àqueles que a queriam lapidar: “Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado”(João, 8:7). Como todos se retirassem, ficando a sós com ela, diz-lhe: “Vai e não peques mais” (João, 8:11), mostrando com isso que não temos o direito de julgar e condenar, mas tão somente o de,com amor, despertar a criatura para as responsabilidades e consequências de suas atitudes, porque o amor é o grande recurso do educador.

Osmar Marthi Filho


Referências:


 
1KARDEC, Allan. A gênese. Trad. Guillon Ribeiro. 52. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012. Cap. 18, it. 14.
2______. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 92. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012. Comentário de Kardec à q. 685a.
3______. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 130. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012.Cap. 14, it. 9.
4FRANCO, Divaldo P. Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas. São Paulo: USE, 1981. p. 67-68.

5Palestra ministrada pelo médium psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba. Disponível em: . Acesso em: 23/7/2008.

 
 
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ENTREVISTA JORNAL VERDADE E VIDA








                Por Renata Girodo/São Paulo

Jornal Verdade e Vida: Defina mediunidade e os diferentes tipos que podem se apresentar.

 Jorge Hessen: 
Podemos definir mediunidade como a capacidade que temos de perceber a influência ou ensejar a comunicação dos Espíritos. Em o Livro dos Médiuns - cap. XIV, Allan Kardec assegura serem raros os que não têm essa percepção. Para Emmanuel, é aquela luz que seria derramada sobre toda carne. É atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena. Em algumas pessoas a mediunidade é ostensiva e precisa ser disciplinada; noutras jaz latente, podendo revelar-se episódica. Numa definição mais circunscrita, a mediunidade tem um aproveitamento mais limitado, aplicando-se às pessoas dotadas de uma capacidade intercessora, seja para a produção de efeitos físicos, seja para transmitir o pensamento dos Espíritos pela escrita ou pela palavra. Para o Codificador, a mediunidade de efeitos físicos são as materializações, curas, transfiguração, pneumatofonia, pneumatografia, e a mediunidade de efeitos intelectuais são a intuição, psicografia, psicofonia, vidência, audiência, dentre outras.


Jornal Verdade e Vida:
 
Em sua opinião, a mediunidade pode se apresentar em todas as religiões? Por que ainda existe uma resistência de outros credos ao termo mediunidade?

 Jorge Hessen: 
Sim! Relembremos que a mediunidade é a “luz que seria alastrada sobre toda carne”, consoante anunciado por Jesus. A oposição de outros credos quanto à mediunidade conferimos basicamente à superstição e a falta de informação correta sobre a fenomênica mediúnica. Cremos que, quando os seguidores de outras designações religiosas compreenderem que o Cristo sancionou a mediunidade para todos os seus seguidores, a partir de então as suas igrejas beberão nas fontes límpidas dos fenômenos psíquicos, beneficiando-se com as suas imarcescíveis luzes.


Jornal Verdade e Vida: 
Você acredita que ainda hoje médiuns que não entendem o seu dom podem ser enviados a clínicas de repouso, sendo considerados com problemas psicológicos e mentais?

 Jorge Hessen: 
Com certeza! Dificuldades psicológicas e mentais podem ter vinculação com a obsessão (mediunidade torturada) que, mormente altera-se em demência, não só porque a lei das provações também o decreta, como igualmente na suposição de o obsedado oferecer-se voluntariamente ao embaraço das forças negativas do além que o circundam, elegendo essa espécie de provas.

Jornal Verdade e Vida: 
Existe diferença entre a mediunidade natural e a desenvolvida?

 Jorge Hessen: 
Considerando que mediunidade é a “luz derramada na carne”, então ela é natural, e portanto inerente a todos os homens. Nenhuma pessoa necessitará forçar o “desenvolvimento” da mediunidade, até porque, nesse território, toda a espontaneidade é imperiosa. É extremamente importante expor que a mediunidade não pode ser produto de afoiteza em qualquer setor da atividade doutrinária, pois que, em tal contexto, avigoramos a lembrança de que toda a espontaneidade é imprescindível, ponderando-se sempre que as empreitadas mediúnicas são conduzidas pelos instrutores do plano espiritual.


Jornal Verdade e Vida: 
Como a mediunidade surge nas crianças e como ela deve ser tratada?

 Jorge Hessen: 
A mediunidade pode surgir espontaneamente em qualquer idade. Cremos que na criança há inconveniência do exercício da faculdade por ser muito perigoso, pois seu organismo frágil e delicado padeceria de sequelas. Por isso os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias. Exceção feita, porém, segundo Kardec aclara no Cap. XVIII, as crianças que são médiuns inatos, quer de efeitos físicos, quer de escrita e de visões. Nesse caso, quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua natureza e que a sua constituição se presta a isso. O mesmo não acontece quando é provocada e sobre-excitada. Note-se que a criança que tem visões geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o Espiritismo.


Jornal Verdade e Vida: 
Qual o mecanismo de desenvolvimento de mediunidade nos nossos irmãos menores – os animais?

 Jorge Hessen: 
Os animais, por não possuírem a faculdade do raciocínio, não têm capacidades mediúnicas conforme entendemos. Apesar disso, determinados animais têm sensibilidades psíquicas rudimentares, harmônicas à sua condição evolutiva, pelo meio das quais podem “perceber” Espíritos. Em O Livros dos Médiuns, Cap. XXII, abeira-se do tema certificando que Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis aos animais e, muitas vezes, o medo súbito que os animais denotam é determinado pela visão de Espíritos mal-intencionados em relação aos humanos presentes, lembrando porém, que nesse caso é sempre necessário o concurso, consciente ou inconsciente, de um médium humano, porque é imprescindível a união de fluidos magnéticos análogos, o que não existe nem nos animais (irracionais), nem na matéria grosseira. 

Jornal Verdade e Vida: 
Explique sobre o propósito da mediunidade, e como os médiuns auxiliam os encarnados e desencarnados.


 Jorge Hessen:
 O principal desígnio da mediunidade, sobretudo a ostensiva, é a correção dos desacertos praticados, nesta vida e noutras encarnações. Considerando que o médium precisa praticar os valores cristãos para ser leal ao seu programa espiritual, vai ajustando as tendências de reassumir os erros contidos no pretérito recente ou remoto. O atendimento pela psicografia, psicofonia, seja para orientação de encarnados ou de desencarnados, cura física e espiritual, clarividência ou clariaudiência ou qualquer outra manifestação mediúnica, está sempre permitindo ao médium a correção dos seus. 


Jornal Verdade e Vida: 
O que você pensa a respeito de pessoas que se utilizam da mediunidade, cobrando para fazer intercessões ao mundo espiritual?

 Jorge Hessen: 
Se um médium resolve fazer da mediunidade uma fonte de renda material, será mais prudente olvidar suas potencialidades psíquicas e não se arriscar pelo chão delicado dos assuntos espirituais. A mercantilagem no trato dos capítulos intensos da alma institui um comércio delinquente, do qual o médium imprevidente precisará aguardar no amanhã os resgates mais sinistros.


Jornal Verdade e Vida: 
Como o médium poderá controlar a manifestação de espíritos em ambientes não adequados?

Jorge Hessen: 
Depende da estatura moral do médium. O centro espírita, em tese, não pode ser apenas uma construção de cimento e tijolo. Não é o ambiente físico que influencia o exercício mediúnico, mas a postura moral do médium e do grupo. Uma Casa Espírita bem dirigida tende a se saturar das vibrações favoráveis para o intercâmbio com o além; porém, lamentavelmente há gravíssimos conflitos ideológicos e pessoais em vários núcleos espíritas, e nesses casos não recomendaria a prática mediúnica de nenhuma espécie, exceto a oração e o “jejum” mental.
Execramos o conceito do tal “fora do centro espírita não há salvação”. Nossas grandes inspirações para escrever ocorrem dentro de nossa casa. Os grandes médiuns desempenharam tarefas de psicografia fora do Centro Espírita - basta lembrarmos que O Livro dos Espíritos foi recebido em reuniões familiares. Se examinarmos médiuns como Ivone Pereira, Chico Xavier, Zilda Gama, Frederico Junior, e mesmo as obras da codificação, notaremos reuniões mediúnicas e recebimento de mensagens em lugares muito diferentes de um  Centro Espírita.
É bem verdade que para o médium ter um horário fixo, um grupo definido, um ambiente específico para essa finalidade, o centro pode facilitar a tarefa - não pela edificação material, mas pela disposição mental em que devem se achar os médiuns para isso. Naturalmente há tarefas complexas, como a desobsessão, por exemplo, que segundo creio, o ideal seja realizado impreterivelmente no Centro Espírita.



Jornal Verdade e Vida: 
Todos os médiuns conseguem ouvir e ou enxergar os seus guias espirituais, ou essa ação é variável?

Jorge Hessen: 
Há os que ouvem espíritos através de uma espécie de voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo, mas há os que podem ouvir a voz exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa encarnada. Nesse caso, podem até mesmo travar conversação com os Espíritos. Para o Codificador, essa faculdade é muito agradável quando o médium ouve apenas Espíritos bons; já não o é quando um Espírito mau se lhe agarra, fazendo-lhe ouvir a cada instante as coisas mais desagradáveis e não raro as mais inconvenientes.
Quanto aos médiuns videntes, alguns poucos gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados. Kardec ressalta no Livro dos Médiuns que raro é que a vidência se mostre permanente – quase sempre é efeito de uma crise passageira. A faculdade de ver os Espíritos pode ser desenvolvida, mas é uma das de que convém esperar o desenvolvimento natural, sem o provocar, em não se querendo ser joguete da própria imaginação. Para o Codificador, médiuns videntes propriamente ditos são raros e há muito que desconfiar dos que se inculcam possuidores dessa faculdade. É prudente não se lhes dar crédito, senão diante de provas positivas. E fora de dúvida que algumas pessoas podem enganar-se de boa-fé, porém outras podem também simular essa faculdade por amor-próprio ou por interesse.



Jornal Verdade e Vida:
 O tipo de mediunidade mais popular é a psicografia? Você acredita que Chico Xavier foi o principal divulgador dessa técnica?

Jorge Hessen: 
Entendemos que a mais notória das mediunidades seja a psicografia, e Francisco Cândido Xavier o mais admirável médium psicógrafo de todos os tempos.


Jornal Verdade e Vida: 
Como diferenciar experiências fora do corpo e as viagens ao plano espiritual dos sonhos?

Jorge Hessen: 
Pronunciam os Espíritos que uma experiência fora do corpo pode ser natural ou provocada. Deste modo, através do desdobramento podemos “percorrer” espaços imensuráveis com a velocidade do pensamento e nos deslocar para confins remotos (Europa por exemplo, e visitarmos um parente encarnado). Entretanto, qualquer “viagem” para as chamadas colônias espirituais, acreditamos ser tarefa mais intricada – urge um “passaporte” dos Benfeitores que outorgam ou não o acesso, e o fato pode advir durante o sono.


Jornal Verdade e Vida: 
Por que comer carne vermelha pode trazer prejuízos à energia do médium no momento do passe ou da ajuda aos desencarnados na mesa mediúnica?

Jorge Hessen: 
Conquanto os Benfeitores não desaprovem a alimentação animal, segundo questão 723 do Livro dos Espíritos, não recomendamos a ingestão de carne nos dias de tarefas mediúnicas. Os Bons Espíritos corroboram nossa assertiva quando ilustram na questão 724 que é importante privar-nos de comer carne em benefício dos outros. Emmanuel explana no item 129 do livro O Consolador que o consumo de carne é um vício de nutrição de enormes consequências, por isso devemos trabalhar pelo advento de uma Nova Era em que dispensaremos a alimentação dos despojos sangrentos dos animais.


Jornal Verdade e Vida: 
No mundo de regeneração pelo qual a terra passará você acredita que a ciência comprovará a existência da mediunidade?

Jorge Hessen: 
A comprovação da mediunidade será a grandiosa tarefa da ciência. Cremos que será uma das profundas conquistas científicas, objetivando despertar e iluminar a consciência humana, de modo que o homem se recomponha como ser integral (matéria e espírito) e próspero período de vida social se exprima na Terra, em lares espiritualizados, para a nova era da Humanidade.


Jornal Verdade e Vida: 
Deixe uma mensagem final aos leitores do Jornal Verdade a Vida.

Jorge Hessen: 
Instruem-nos os Benfeitores que o médium sem Evangelho pode prover os mais erguidos subsídios para a filosofia e ciência humanas; mas não poderá ser um missionário pelo coração. O médium evangelizado consegue aperfeiçoar a modéstia no amor às empreitadas do cotidiano, na tolerância iluminada, na diligência educativa de si mesmo, conseguindo também erguer-se para a defesa da sua tarefa de amor, protegendo a verdade sem contemporizar com os princípios no momento oportuno. O apostolado mediúnico, segundo Emmanuel, exige o trabalho e o sacrifício do coração, onde a luz da comprovação e da referência é a que nasce do entendimento e da aplicação com Jesus-Cristo. Obrigado!

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SE ABRAÇAMOS O ESPIRITISMO POR IDEAL....





Se abraçamos o Espiritismo por ideal, não podemos negar-lhe lealdade.
A fidelidade doutrinária ressoa como algo vazio para os que não têm compromisso alinhado com Jesus e Kardec. A lealdade a Kardec incide na observância da singeleza dos preceitos anotados, atidos e alicerçados na Codificação, cujos preceitos fundamentais foram sustentados pelos Espíritos Superiores. Uma Instituição Espírita tem que laborar como legítimo pronto-socorro espiritual, tal qual refrigério em favor das almas em desalinho, e não qual recinto de miragens e devaneios. O adequado reduto kardeciano tem que estar preparado para abrigar um contingente cada vez maior de pessoas submersas no atoleiro de suas próprias crises morais, e que jazem nos vales nebulosos da ignorância.
Os núcleos espíritas refletem a índole e consciência doutrinária dos seus dirigentes. Instituições que adotam práticas “doutrinárias” que chocam com os postulados Kardecianos não constituem casas genuinamente espíritas.
O Espiritismo apresenta-nos uma nova ordem religiosa que necessita ser resguardada. A Codificação é a resposta ajuizada dos Espíritos superiores às questões do homem aflito na Terra, conduzindo-o ao encontro do Criador. Entendemos que protegê-la da arrogância dos novidadeiros e das propostas vaporosas dos que a desconhecem é obrigação de todos nós.
Se adotamos o Espiritismo por ideal cristão não podemos negar-lhe fidelidade. O espólio da tolerância não pode tanger pela omissão diante das enxertias anormais e métodos irregulares que seres incautos planejam infligir, sobretudo nas sinuosidades do Movimento Espírita.
Não estamos discorrendo sobre defesa intransigente dos postulados espíritas, e nem propondo rígida igualdade de metodologias sem a devida consideração aos graus distintos de evolução em que estagiam as pessoas.
Seria contraproducente enredarmos pelos atalhos dos extremismos injustificáveis. É óbvio que não podemos transformar defesa da fidelidade doutrinária em uniformização estanque de exercícios que podem bloquear a criatividade natural diante do livre arbítrio de cada um. Conquanto rebatamos atitudes extremadas, não podemos abrir mão da prudência preceituada pela pureza dos postulados espíritas. Não hesitemos, pois, quando a situação se impõe, e estejamos alertas sobre a fidelidade que devemos a Jesus e a Kardec. É importante não olvidarmos de que nos sutis consentimentos vamos descaracterizando a programação do Consolador Prometido.
É imprescindível conservar o Espiritismo segundo herdamos do Codificador, conservando-lhe o fulgor dos conceitos, a clareza dos seus conteúdos, não consentindo que se lhe aloje ideias nocivas, que somente irão embaraçar os ingênuos e os pouco informados das suas lições.
No Espiritismo, o Cristo desponta como sublime e magnânimo condutor de corações e o Evangelho brilha como o Sol para iluminar todas as consciências. Lembremos que Kardec transmitiu à humanidade a melhor de todas as embalagens (fidelidade doutrinária) ao grandioso presente que é a Doutrina dos Espíritos, e todos aqueles que têm como base o alicerce do amor podem, até, coexistir com qualquer obra ou filosofia, que permanecerão blindados contra os agentes das influenciações obsedantes.


Jorge Hessen


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Psicologia da Ingratidão



 
Todas as vezes que testemunho ou sofro alguma ingratidão, lembro-me da passagem do Evangelho – aquela em que Jesus curou os dez leprosos e só um voltou para agradecer. E ele perguntou: onde estão os outros nove? Essa história nos indica que a ingratidão é algo comum, majoritário, no comportamento humano. Estatisticamente, 90% daqueles que Jesus curou, não mostraram gratidão.
Observando esse fenômeno, proponho-me aqui a examinar as motivações psicológicas da ingratidão.
Quando alguém está precisando de ajuda – seja porque está doente, com dificuldades financeiras, solitário, deprimido, em qualquer situação de crise ou mesmo que essa crise seja um status permanente, desde a infância – é um momento, uma fase, ou até uma existência inteira, até então, de fragilidade e de carência. Para o orgulho humano, precisar do outro, tem algo de humilhante – ainda que aquele que ajude (como o caso incontestável de Jesus) esteja ajudando com total desprendimento e sem nenhum desejo de recompensa. Obviamente que este estado de desprendimento e desapego dos resultados é algo bastante raro no mundo, tão raro quanto a gratidão.
Ora, quando a pessoa que recebeu a ajuda, seja em forma de dinheiro, apoio, solidariedade, incentivo, colo… – se vê numa situação melhor, de maior segurança, de retomada de sua autonomia, até de euforia, porque conquistou posições e patamares antes impensáveis (muitas vezes com o próprio esforço sim, mas a partir da ajuda recebida) – então, a pessoa não quer mais se lembrar daquele instante de fragilidade, quer negar para si mesma que precisou um dia de apoio, quer atribuir todas as suas conquistas apenas a si mesma, aos próprios méritos. Não quer dividir o sabor da vitória, relembrando um momento em que estava “por baixo”. Então, nega o benfeitor, esquece-o, até pode agredi-lo e eliminá-lo simbolicamente, porque é humilhante para o seu status atual, fazer referências a um estado anterior de carência. Então, faz aquilo que o ditado popular tão pitorescamente expressa: “cospe no prato que comeu”.
A coisa se agrava mais quando existe uma forte relação afetiva entre aquele que ajudou e aquele que foi ajudado – seja este um filho, um irmão, um amigo íntimo, um parente distante ou próximo. Porque então, a ajuda pode ter sido carregada de forte dose de afetividade, preocupação com o outro, desejo profundo de felicidade e superação das dificuldades do ser amado. Nesse caso, o ingrato precisa esquecer duplamente do benfeitor – o benefício prestado e a afetividade entregue. E é então que a ingratidão pode doer mais profundamente, porque se tratou não apenas de um benefício, mas de uma entrega de si. Episódios assim também se encontram na vida de Jesus, como a traição de Judas, a negação de Pedro e o abandono dos mais próximos, no momento da crucificação. No caso dos leprosos, Jesus não tinha uma intimidade com eles. Com os discípulos, eram amigos queridos. Nessa configuração, a pessoa não quer apenas esquecer do benfeitor, para não lembrar de um momento de fragilidade, ela quer se desobrigar de qualquer retribuição concreta ou afetiva com a pessoa que foi determinante para suas realizações, superações e conquistas – sejam elas de ordem material, intelectual ou moral. Quer se sentir livre de compromissos com quem ficou para trás, porque tais compromissos, que implicariam muito mais do que simplesmente reconhecer o benefício, mas também num cuidado com o outro (como o caso de pais, irmãos, amigos), são uma quebra na fruição de suas conquistas. Por exemplo, o indivíduo recebeu toda a formação dos pais, todo o empenho pelas suas realizações, todo o carinho doado (claro, com os limites e defeitos possíveis de todas as relações humanas) e quando ele se vê numa situação de bem-estar, conquista e euforia, não deseja ver o estorvo da fragilidade alheia – agora no caso, dos pais –que estarão por sua vez num momento de carência. Voltar atrás e olhar para os benfeitores, amá-los, cuidar deles, ter compromissos, é turvar o momento de segurança presente, é abrir brechas para o afeto fluir, no meio da vaidade das conquistas.
Assim, podemos concluir que o que atrapalha a gratidão em todos os casos é o orgulho – de não se admitir que se esteve já em situação difícil – e o egoísmo – de não querer interromper o gosto da conquista, com a preocupação, o cuidado e a dedicação ao outro.
Agora, analisemos toda a questão do ponto de vista daquele que ajuda. Que motivações podem levar a pessoa a fazer um bem a quem esteja em situação de carência ou precisão? São motivações sempre nobres, puras e elevadas? Até que ponto podem também estar contaminadas de orgulho e egoísmo? E pode essa possível contaminação na atitude do benfeitor provocar ou reforçar a ingratidão?
O ideal de um ato moral – como também aponta o Evangelho e a interpretação espírita da ética cristã – é o desinteresse. Esse desinteresse deve ser financeiro, pessoal, afetivo. Ou seja, é preciso fazer o bem, sem nada querer, esperar ou desejar de volta. A coisa porém não é tão simples. Primeiro, porque ao fazer o bem, experimenta-se naturalmente um bem-estar interno (hoje comprovado até através de pesquisas que mostram que dar, doar, ajudar libera sensações agradáveis para quem faz). Então, ao fazermos o bem, queremos nos sentir bem? Sem dúvida que sim! E isso eu chamaria – repetindo uma definição que ouvi do meu terapeuta – de um egoísmo saudável. Afinal, Jesus disse que deveríamos amar ao próximo como a nós mesmos. Ou seja, todos os seres humanos buscam prazer, felicidade, bem-estar e isso é natural. Ora, muito melhor que esse bem-estar seja provocado por um fazer bem do que por um fazer mal ou por qualquer tipo de vício autodestrutivo.
Apesar disso, considero que num nível mais elevado de doação, o indivíduo dá apenas e somente pelo bem do outro, sem pensar na própria felicidade. É certamente o caso de Jesus, ao morrer na cruz, como oferecimento de um exemplo para a humanidade.
Mas a questão não fica nesse ponto. Quando nos encontramos diante de alguém que está em situação de necessidade, os nossos sentimentos de empatia e compaixão podem ser ativados e nos lançamos a uma ação benéfica para o outro. Até aí, ótimo. Mas podem surgir também sentimentos (às vezes inconscientes) de superioridade e de prazer por estarmos numa posição de generosidade, de vaidade por “sermos tão bons”! Então, o ato de ajuda carrega algo de humilhante para o outro, sim. Porque podemos nos situar num patamar de cima, onde o outro que recebe, se sente de fato esmagado pela nossa oferta. Se a pessoa não tiver alternativa nesse momento, isso poderá depois gerar uma forte repulsa pelo benfeitor. E tudo isso está muito bem descrito no Evangelho. O problema é que bons impulsos podem ser manchados por esses sentimentos negativos – então há de fato um bem praticado, houve um momento de solidariedade sincera, mas depois o orgulho apareceu para estragar as coisas.
Outra forma de contaminar o gesto de ajuda está na cobrança de retorno, que pode ser uma cobrança sutil ou explícita, pode aparecer na forma de expectativa silenciosa ou de um “jogar na cara” ofensivo. A forma não explícita gera mal-estar no beneficiário e a explícita provoca justa revolta. Há inclusive pais e mães que praticam fartamente essa forma explícita, humilhando filhos, por terem cumprido o que pais e mães devem fazer – doarem-se inteiramente. Então, o ato do bem ou o amor doado estão claramente aprisionados nas garras do egoísmo.
Essas manchas no ato de doar não eximem aquele que recebe do sentimento de gratidão, sobretudo se há um vínculo amoroso envolvido no processo; assim como a ingratidão não exime o benfeitor de continuar fazendo o bem; porque é preciso compreender que estamos em processo de aprendizagem evolutiva e ainda quando queremos praticar o certo e queremos elevar nossos sentimentos, eles ainda se deixam macular por nossos atavismos milenares. Há que se ter maturidade e compreensão mútua para entendermos as nossas fraquezas e as do outro. Há também que se considerar que nossos papéis de benfeitores e beneficiados se alternam no decorrer da vida. Todos temos fases, momentos de fragilidade (basta lembrar de como chegamos e como partimos no mundo). Todos temos oportunidade de ajudar alguém em outros momentos. Ora somos necessariamente carentes, ora podemos ser generosos. Refletindo sobre tudo isso, haverá mais oportunidades de superação e de caminharmos para formas superiores de sentir e fazer.
Há porém algo mais sutil ainda, quando se trata de um benefício e uma ingratidão entre dois seres que se amam intensamente – e não posso deixar de imaginar que foi o que Jesus sentiu ao perguntar pelos outros nove leprosos que não voltaram, que embora não tivessem intimidade com Jesus, o Mestre não lhes era alheio em seu amor por todas as criaturas. A sua pergunta revela que ele não ficou indiferente ao fato. É que quando se pratica um bem ou muitos bens a um ser amado e a pessoa incorpora esse bem em sua vida e depois rejeita asperamente o irmão, a mãe, o amigo que lhe foi alicerce de ascensão e realização, o que se pode experimentar é uma profunda dor pelo outro. Jesus lamenta a ingratidão dos leprosos, como se entristece pela fraqueza de Judas e de Pedro. Mesmo se o nosso eu estiver já desprendido de toda mágoa e suscetibilidade – o que requer obviamente um trabalho bastante cuidadoso – podemos nos entristecer porque o ser amado está agindo de maneira tão acintosa e ingrata, por ele mesmo. Esse sentimento será entremeado de compaixão, sem falsa superioridade. Pode-se entretanto ainda misturar tais impulsos, enquanto estamos a caminho: mágoa com compaixão, tristeza pelo outro, com esperança de recompensa…
Enfim, tudo isso são aprendizados que nos competem assumir em nossa jornada evolutiva. E, tinha Kardec razão ao dizer que as duas únicas e maiores chagas da humanidade são o orgulho e o egoísmo. Estejamos atentos a isso!
 
 
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Renúncias Educativas





Quando os Espíritos superiores se comunicam com os encarnados através da mediunidade, sempre se utilizam de uma linguagem nobre, elevada, convidando-nos a uma atitude mais espiritualizada, consentânea com as propostas morais do Cristo, a fim de que possamos crescer intelectual e moralmente, pois esta é a meta da reencarnação que nos fará plenamente felizes.
Em muitas mensagens ditadas pelos guias espirituais iremos nos deparar com palavras ou expressões profundas do ponto de vista moral, que, num primeiro momento, nem sequer conseguimos aquilatar a sua extensão e aplicabilidade em nossas vidas, sendo necessários tempo e maturidade para que percebamos o seu conteúdo e comecemos a nos esforçar para colocar em prática na pauta das nossas vidas.
Dentre essas expressões profundas, destaco “renúncias educativas”, que está inserida na obra “Minha Família, o Mundo e Eu”, ditada pelo Espírito Camilo ao médium José Raul Teixeira, no oitavo capítulo, e está colocada na seguinte frase: “Como a criatura terrestre, em geral, ainda tem grande dificuldade de distinguir as variadas nuanças do amor, e maior dificuldade ainda de empreender renúncias educativas...”.
A palavra “renúncia” nos dá o sentido de que ainda há algo negativo que faz parte da nossa cogitação mental, da nossa inclinação, do nosso perfil psicológico e muitas vezes do nosso hábito diário, que irrompe do íntimo do espírito, do inconsciente, fruto das reiteradas escolhas equivocadas de vidas transatas, de forma que ainda é uma questão moral não superada por nós.
A palavra “educativa” exprime o resultado positivo que advirá quando conseguirmos nos abster de determinada conduta, ainda que a custo de muito sacrifício e disciplina.
O Livro dos Espíritos nos ensina que educar é a arte de formar caracteres, bons hábitos, atitudes elevadas, de tal sorte que, à medida que renunciamos às inclinações indesejadas, vamos construindo novas posturas perante a vida, paulatinamente, até o momento em que o novo hábito passa a ser natural, espontâneo, e se converte em conquista definitiva do Espírito.
Quando isso ocorre, não há mais renúncia, sacrifício, porque passamos a agir natural e equilibradamente no campo do bem e da paz, sem que o gesto de renúncia gere qualquer desconforto ou atrito em nossa intimidade.
Por essa razão, acreditamos ser incorreta a afirmação de que Jesus, durante toda a sua vida física, se sacrificou por nós. Na realidade, por ser um Espírito puro, tudo que Jesus fez e realizou em nome do amor não era um sacrifício ou uma renúncia, mas um gesto espontâneo, natural de um Espírito mais elevado que desejava ensinar e acolher os irmãos mais atrasados.
A religião espírita nos ensina que somos Espíritos imortais destinados à perfeição relativa, isto é, que, em termos evolutivos, chegaremos o mais próximo possível de Deus, mas nunca o igualaremos, porque Ele é único. Esse é o convite de Jesus ao nos convocar: “Sede perfeitos como perfeito é Vosso Pai Celestial”.
Dessa forma, devemos valorizar intensamente a presente reencarnação, que é uma bênção divina a nos permitir o progresso, de modo que toda renúncia em favor da nossa evolução espiritual será significativa, abrindo portas para novas conquistas no rumo do infinito.
No nosso cotidiano temos vários exemplos de renúncias que nos trariam paz de consciência e alegria de viver pelos resultados morais almejados e conquistados.
Quantas vezes chegamos ao lar após um dia cansativo de trabalho e nos deparamos com alguns familiares exaltados, irritados, tudo a fomentar uma grande discussão, ou, em outras ocasiões, alguns assuntos triviais terminam em brigas intensas.
 Aquele que conhece as propostas do evangelho deveria renunciar e silenciar, não alimentando a fogueira da discussão. Se for necessário falar algo, que seja em tom pacífico ou cordial, sem agressividade, ainda que os demais não entendam e tentem agravar a situação, afinal de contas, o nosso desejo é de fomentar a paz no lar.
Sabemos que não é fácil exercitar a caridade do silêncio ou da boa palavra, não só no ambiente doméstico, mas na vida social e no campo do trabalho profissional, mas temos a certeza de que será a melhor atitude para a nossa paz interior, portanto, renunciemos, calemos a nossa revolta interior, façamos o sacrifício de ser ofendidos sem ofender, tudo de conformidade com o ideal religioso que elegemos para nossa vida.
Quantos finais de semana ou algumas manhãs não advêm uma preguiça incontrolável e uma vontade de não fazer nada, simplesmente de ficar na cama por horas e horas, ou de ficar em casa “matando o tempo”.
À luz da religião espírita, sabemos que temos que aproveitar o tempo da melhor maneira possível, de forma que seria improdutivo desperdiçarmos as horas.
Ao acordar na hora aprazada, em nome da renúncia que sublima, vamos levantar da cama, felizes por mais um dia que a divindade nos concedeu, e aproveitemos melhor o tempo, com uma leitura saudável, uma boa caminhada, alguns minutos de meditação, uma música de boa qualidade etc.
Nos finais de semana poderemos ter um tempo para descansar, para estar com nossos familiares, muitas vezes uma boa viagem, mas deveremos evitar os exageros, de forma que incluiremos em nossa pauta uma visita a algum enfermo, uma ajuda a alguém carente, assistir a uma boa palestra ou a um programa de televisão que nos acrescente algo, ainda que seja um sacrifício.
No campo da leitura temos obras espíritas de excelente qualidade doutrinária, mas, infelizmente, muitos espíritas não gostam de ler e justificam dizendo que certos Espíritos escrevem ou ditam mensagens com conteúdo e palavras difíceis, complicadas.
Frise-se que a linguagem dos Espíritos sérios é elevada, nobre, conforme consta de O Livro dos Médiuns, de forma que caberia a nós o sacrifício de, se necessário, buscar um dicionário e ler as belíssimas obras espíritas e as não espíritas que tenham conteúdo digno, com o escopo do nosso crescimento intelectual.
Muitos de nós somos acomodados e queremos respostas prontas, rápidas, e para tanto vivemos consultando os médiuns, os líderes religiosos, quando deveríamos renunciar ao nosso comodismo e nos educar com as leituras, que nos libertam da ignorância. Quantas vezes uma lição, uma frase nos preenchem e apontam caminhos antes não imaginados.
Em outras ocasiões, somos vítimas das perseguições ou das calúnias alheias e sentimos vontade de revidar, pois ficamos ressentidos com a situação.    
Devemos renunciar ao desejo de revide, contendo a mágoa ou o ressentimento, a fim de que não se converta em ódio. Pode ser que em alguns momentos sintamos vontade de ofender ou de desabafar agressivamente, mas cabe-nos a avaliação íntima de que essas condutas não valerão a pena e apenas nos infelicitarão.
Na área da sexualidade, os Espíritos nos orientam que o instinto sexual é um dos mais vigorosos, de tal sorte que muitos de nós buscamos o sexo irresponsável, casual, sem a presença do amor, e somos indisciplinados nesse item, uma vez que a busca do prazer passa a ter prioridade em nossa vida.
Os índices de traição nos relacionamentos conjugais estão acima de cinquenta por cento, o que revela o descontrole da criatura humana quando o assunto é sexo. A sensualidade é explorada pela mídia e está na mente de grande parte dos indivíduos, de forma que, muitas vezes, nos comprometemos num minuto de descuido, de descontrole, a gerar futuros compromissos dolorosos.
Alguns não extravasam a libido em descontrole, mas a mantêm em níveis mentais, gerando sintonias obsessivas de resultados danosos.
Assim sendo, devemos lutar contra essas más inclinações, renunciando a esses prazeres de curta duração, a fim de preservarmos a saúde espiritual, que trará felicidade duradoura.
No que diz respeito ao exercício da mediunidade, os Espíritos nos revelam a importância da disciplina no dia da reunião. O correto é que todos os nossos dias fossem pautados pelas renúncias educativas, mas como temos dificuldade para atingir esse objetivo, pelo menos no dia do compromisso com a mediunidade deveremos nos abster de determinadas condutas.
No dia da reunião mediúnica deveremos renunciar à alimentação desregrada, às discussões domésticas, aos pensamentos de má qualidade, ao desregramento do horário, para que possamos chegar a tempo na Casa Espírita e com relativo equilíbrio com a meta do exercício saudável da mediunidade.
À medida que vamos habituando-nos a essas renúncias educativas no dia da reunião mediúnica, logo seremos capazes de estendê-las para os demais dias da semana, educando-nos para uma vida plena. Como dizia Jesus: “Venho para que tenhais vida em abundância”.
Diante do exposto, devemos meditar a respeito dessas e de outras renúncias que nos ajudarão a atingir a plenitude espiritual. Certamente será útil lutar contra as nossas más inclinações, promovendo em nosso íntimo o “bom combate”, conforme nos ensina Paulo de Tarso.
O Espiritismo nos elucida sobre a lei de causa e efeito, portanto, temos plena ciência de que muitos deslizes morais poderão acarretar futuras reencarnações dolorosas, bem como entendemos que todo empenho no campo do bem proceder nos fará verdadeiramente felizes, eliminando a necessidade da expiação, da reparação dos males causados a si mesmo e a outrem.
Por derradeiro, nas horas difíceis, em que o instinto e a força bruta estão querendo se sobrepor aos sentimentos, à razão, lembremo-nos de orar a Deus, haurindo as energias vigorosas que nos inspirarão a ação digna, para que possamos ter forças para renunciar aos velhos hábitos, pois, hoje, iluminados pela veneranda religião espírita e pelo evangelho de Jesus, desejamos ser um homem novo, que entende o valor inestimável do conhecimento e do amor, e que está plenamente consciente de que “tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém”. (Paulo de Tarso).  


ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA 
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga, SP(Brasil)

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Encontro Estadual de Espiritismo



 

Nos dias 2, 3 e 4 de novembro a Federação Espírita do Estado da Bahia realizará o Encontro Estadual de Espiritismo, com tema “O Evangelho na Construção do Homem de Bem”. O público alvo é formado por interessados em conhecer o Espiritismo e frequentadores e trabalhadores da casa espírita. O orador Divaldo Franco fará uma participação especial no evento. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no site http://idespirita.com.br/incricaoonlineencontroestadual2012
Informações (71)3359-3323, 3351-3220, no e-mail feeb@feeb.com.br
 
 



http://www.febnet.org.br/
                                    
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O Evangelho fora dos templos




“Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar.” – I Co, 1:17.


Nas várias religiões cristãs, o termo evangelizar define o entendimento e a aplicação dos ensinamentos contidos no Novo Testamento de modo particular. No Espiritismo, essa particularidade se revela na ênfase que é dada à vivência, à exemplificação dos ensinamentos de Jesus e dos Apóstolos, não só nos momentos de prática religiosa, mas em todas as situações de sua vida.
O próprio entendimento do que significa religião foi modificado a partir dos ensinamentos de Jesus. Com Ele, aprende-se que religião não é algo mágico a ser vivenciado no interior dos templos. Não mais aquela ideia de que religião é prática mística, contemplativa, ritualística, cheia de oferendas e fórmulas repetitivas levadas a efeito no interior das assim chamadas “Casas de Deus”. Religião, conforme seus ensinamentos e, principalmente seus exemplos, passou a ser, para aquele que lhe entendeu as lições, um novo modo de viver, de se relacionar com o próximo, em todos os ambientes, em todos os momentos. Ensinando que Deus está presente em todo o universo, alargou os limites dos templos, mostrando o Universo como um templo imenso: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo, 14: 2).
Jesus libertou, assim, a criatura humana da necessidade do comparecimento ao templo, a fim de ali encontrar-se com Deus. O Mestre jamais convidou alguém a orar num templo. Pelo contrário, quando a Samaritana manifestou-se no sentido de adorar a Deus no Templo de Jerusalém, o Mestre desautorizou tal atitude, dizendo-lhe: "Mulher, crede-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Deus é Espírito e importa que os que O adoram, O adorem em espírito e em verdade" (Jo, 4: 21 e 24). Para Jesus não havia santuários, lugares especiais. Seus ensinamentos, suas curas, suas orações sempre foram levados a efeito onde quer que ele se encontrasse. 
Jesus foi um educador de almas 
Entretanto, uma concepção religiosa libertadora não agrada àqueles que desejam exercer o poder religioso, dominando consciências. Estes procuram conservar a religião como algo mágico, místico, extático, complexo a ponto de a ela só terem acesso os doutos e os sábios, pessoas pretensamente especiais, que estariam mais habilitadas a intermediarem as mensagens das criaturas ao Criador, e vice-versa. Jesus concedeu carta de alforria à Humanidade, em relação à intermediação sacerdotal, ao informar a criatura humana de que ela tem o direito legítimo e inalienável de se comunicar com seu Criador, diretamente, em qualquer lugar onde se encontre: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará” (Mt, 6: 6).
Ele foi crucificado exatamente pela coragem de contrapor-se ao poderio sacerdotal, àquela verdadeira ditadura religiosa.
Jesus foi um educador de almas, que sempre enfatizou a necessidade do empenho da criatura no sentido de educar-se, de progredir, conforme ensinou no Sermão do Monte: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens (...)” (Mt, 5: 16). Toda a mensagem religiosa do Mestre fundamenta-se no esforço da criatura no sentido de revelar essa herança divina que todos trazemos. Nada de graças, além da graça da vida. Nada de privilégios: “(...) e então dará a cada um segundo as suas obras” (Mt, 16: 27).
Sua mensagem é um verdadeiro desafio, no sentido de transcender os limites da lei antiga, que preconizava “olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Ex, 21: 24).  
O Mestre não desejou discípulos passivos 
Jesus delineia um novo horizonte na concepção religiosa do Mundo: “(...) se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mt, 5: 20). “Ouvistes o que foi dito: amareis o vosso próximo e odiareis os vossos inimigos. Eu, porém, vos digo: amai a vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam; (...)” (Mt, 5:42 e 43).
Como educador que foi, Jesus não desejou discípulos passivos, encantados, deslumbrados. Pelo contrário, sempre buscou tocar o sentimento, juntamente com o apelo para que a criatura raciocinasse, a fim de saber, de compreender por que deveria agir desse ou daquele modo.
O Sermão da Montanha, que para muitos é apenas um hino ao sentimento, é, também, uma vigorosa mensagem à inteligência, ao raciocínio: “E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus dará bens aos que lhos pedirem?” (Mt, 7: 9 a 11).
Entendendo que o sistema pedagógico de Jesus fundamenta-se no binômio sentimento/razão, o Espiritismo ensina que a evangelização não se restringe unicamente ao campo do sentimento, pois a fé raciocinada começou, inquestionavelmente, com Jesus: “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt, 6: 26). Ao ensinar a criatura a não criar fantasias sobre a fé, mostra a linha divisória entre aquilo que deve ser objeto da preocupação do homem, e o que deve ser entregue a Deus, perguntando: “E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?” (Mt, 6: 27). 
A importância do bom relacionamento 
A educação religiosa que Jesus propicia ao homem leva-o a conscientizar-se de que não será através de orações repetidas que estaremos agradando a Deus: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos” (Mt, 6: 7). Nem através de oferendas ou bajulações: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta” (Mt, 5: 23 e 24).
No Seu trabalho educativo do Espírito humano, Jesus mostrou a importância do bom relacionamento com o próximo como caminho para Deus, conforme bem entendeu o Apóstolo João, que registrou: “Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (I Jo, 4: 20).
Mas, com o passar dos tempos, o eixo da mensagem cristã foi-se desviando, saindo da área do estudo, da meditação à luz da oração consciente, passando às práticas exteriores.
Essas verdades religiosas simples, que estiveram ao alcance de humildes pescadores, de viúvas e de deserdados, foram, com o passar do tempo, relegadas a segundo plano, tendo sido postos em primeiro lugar o ritual, a solenidade, o manuseio de objetos de culto, a vela, o vinho, a fumaça, os cantochãos, todo um conjunto imenso de práticas exteriores alienantes, buscadas no paganismo romano, que distanciavam o homem cada vez mais do esforço de autoaprimoramento preconizado pelo Mestre.
Infelizmente, os pronunciamentos libertadores de Jesus não foram objeto de estudo pelos teólogos, que criaram as liturgias, os sacramentos, e, pior ainda, a hedionda teoria das penas eternas, desfazendo a imagem do Deus Misericordioso, tão bem delineada pelo Mestre. 
A evangelização é um processo contínuo 
A mensagem cristã foi apequenada, podada, enxertada por aqueles que dela se apossaram, construindo uma religião atemorizadora e salvacionista, com base em atitudes místicas e na crença de que seria o sangue de Jesus o remissor dos pecados da Humanidade. Foi enfatizada a adoração extática a Jesus-morto, em detrimento do esforço em seguir Jesus-vivo. Evangelizar passou a significar o encaminhamento da criatura ao interior dos templos, onde deveria assumir uma atitude inteiramente passiva, ficando no aguardo das bênçãos de Deus, que seriam conseguidas através de rezas intensamente repetidas, quando não de longas penitências.
Mas o Mestre, conhecedor da fragilidade humana, sabia que, de alguma forma, isso iria acontecer, por isso, prometeu o Consolador: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo, 14: 26).
Cumprindo sua promessa, enviou-nos o Espiritismo, que não é apenas mais uma religião cristã, mas o próprio Cristianismo Primitivo, que ressurge na sua pureza, pujança e objetividade originais, destacando-se das demais religiões, pelo menos das do Ocidente, pelo seu aspecto altamente educativo.
Dentro dessa perspectiva, fica claro que evangelizar, na concepção espírita, tem um sentido muito mais amplo do que aquele que é entendido por outras correntes cristãs, pois tem como componente básico, indissociável, o elemento educação.
Evangelizar, na conceituação espírita, representa não só informar alguém a respeito da vida, dos ensinamentos e dos exemplos de Jesus, mas, principalmente, conscientizar a respeito da necessidade da aplicação constante desses conhecimentos teóricos à vida diária.
A evangelização, assim compreendida, não se dá num determinado período de tempo: é um processo contínuo de despertamento da criatura para a necessidade do esforço, no sentido de promover a sua transformação moral, numa busca de autoaprimoramento, que se inicia num determinado momento da vida, mas que não tem data alguma que lhe marque o fim. 

JOSÉ PASSINI
passinijose@yahoo.com.br 
Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)
 

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