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28 de abr. de 2013

Dialogo com as Sombras 2ª PARTE - (22) MAGNETIZADORES E HIPNOTIZADORES





22 - MAGNETIZADORES E HIPNOTIZADORES

São amplamente utilizados, nos processos obsessivos, os mé­todos da hipnose e do magnetismo, que contam, no Além, com pro­fundos conhecedores e hábeis experimentadores dessas técnicas de indução, tanto entre os Espíritos esclarecidos e despertos para as verdades maiores, como entre aqueles que ainda se debatem nas sombras de suas paixões.
Lá, como entre os encarnados, os métodos são os mesmos. Para incumbências de importância secundária, basta uma indução super­ficial, mas para os procedimentos mais elaborados, os hipnotiza­dores do espaço utilizam-se de recursos extremamente sofisticados.
“... nos atos mais complexos do Espírito — ensina André Luiz, em “Mecanismos da Mediunidade” —, para que haja sintonia nas ações que envolvam compromisso moral, é imprescindível que a onda do hipnotizador se case perfeitamente à onda do hipnoti­zado, com plena identidade de tendências ou opiniões, qual se esti­vessem iungidos, moralmente, um ao outro, nos recessos da afini­dade profunda. (Grifos meus.)
É claro, pois, que nisto, como em quase toda a problemática espiritual, vamos encontrar o mesmo dispositivo da sintonia vibra­tória. Os Espíritos superiores utilizam-se da hipnose para socorrer, para ajudar, para aliviar, para corrigir desvios. Os desajusta­dos, para dominar e punir.
Em “Memórias de um Suicida”, o autor espiritual oferece exemplos desses trabalhos redentores, em que espíritos altamente credenciados, competentes e moralizados, movimentam, com enorme respeito e carinho, os arquivos da mente, por métodos hipnóticos e magnéticos. (1)
      — O aparelhamento que vedes — explica um dos instrutores —, harmonizado em substâncias extraídas dos raios solares — cujo magnetismo exercerá a influência do ímã —, é uma espécie de ter­mômetro ou máquina fotográfica, com que costumamos medir, re­produzir e movimentar os pensamentos... as recordações, os atos passados que se imprimiram nos refolhos psíquicos da mente e que, pela ação magnética, ressurgem, como por encanto, dos escombros da memória profunda de nossos discípulos, para impressionarem a placa e se tornarem visíveis como a própria realidade que foi vivida!...
Desdobra-se ali um processo de regressão irresistível, como re­curso extremo para desalojar realidades soterradas na memória profunda do ser e que precisam ser trazidas à tona para desenca­dear o mecanismo da recuperação.

(1) “Memórias de um Suicida”, psicografia de Yvonne A. Pereira, 2ª parte, capitulo 2º — “Os arquivos da alma”, páginas 220 e seguinte, da 4ª edição da Federação Espírita Brasileira.

Mas, como todo recurso do conhecimento humano, este tam­bém é neutro, isto é, tanto pode ser usado para ajudar a levantar o ser que caiu, como para fazer cair aquele que está de pé.
“Defino a sugestão, no seu sentido mais lato — escreve Bernheim, em “Hypnotisme et Suggestion” —, como o ato pelo qual uma idéia é despertada no cérebro e aceita por ele.”
Passando por sobre a conotação materialista da definição pro­posta, pois a sugestão é transmitida ao Espírito, e não ao cérebro, vemos que há uma condição básica, que é a da aceitação pelo “sujet”. Para esta aceitação, que instaura o processo do domínio, é preciso que hipnotizador e hipnotizado estejam “jungidos moral­mente um ao outro, nos recessos da afinidade profunda”, como diz André Luiz.
Alguns magnetizadores e hipnotizadores adotam o procedimen­to de segurar os polegares de seus “sujets”, por algum tempo, antes de iniciarem o trabalho propriamente dito. Com isto se afinizam com ele (ou ela), num intercâmbio vibratório, que os coloca em condições de ajustarem-se fluídicamente.
Seja qual for, porém, o processo — e não podemos aqui fazer estudo mais profundo e extenso do fenômeno — os hipnotizadores e magnetizadores das trevas acabam por alcançar o domínio de suas vítimas depois de obterem a aceitação de que nos fala Bem­heim, mesmo que forçada. Para isso, manipulam com extrema habilidade os dispositivos da culpa e da cobrança, ou seja, a pró­pria lei de causa e efeito. O Espírito culpado, convencido dessa culpabilidade, cede e entrega-se.
Temos presenciado alguns casos dramáticos, nesse campo. Já lembramos, algures neste livro, aquele companheiro desencarnado que, mesmo depois de resgatado e posto a salvo da faixa vibra­tória de seu hipnotizador, recaiu sob seu domínio, por causa de sua própria invigilância.
Mesmo incorporado ao médium, este irmão não se furtava com facilidade à terrível influência de seu perseguidor que, em nossa presença, tentava induzi-lo a arrastar toda a sua família, ainda encarnada, à desencarnação, sugerindo-lhe idéias de ódio, vingança e morte. O pobre irmão repetia incessantemente:
— Odeio minha mãe... Odeio meu pai... Odeio minha mãe... Odeio meu irmão... Matar minha mãe... Matar meu pai...
E assim por diante, sem parar, pois não apenas a sugestão se lhe ia implantando cada vez mais na vontade, como ainda, falando continuamente, ele era impedido de ouvir as observações do doutrinador. Com um esforço muito grande, por meio de passes de dispersão, de preces e de contra-sugestões, foi possível libertá-lo, pelo menos para uma trégua. Parou, exausto, com o médium co­berto de suor, respiração opressa e acelerada, e pediu a ajuda de Deus, pois conseguíramos que ele dissesse que amava a mãe e não que a odiava.
Com freqüéncia, também, os hipnotizadores procuram atuar sobre os membros encarnados do grupo, lançando as bases de in­duções preliminares, a serem desenvolvidas depois, durante o des­prendimento do sono, ou mesmo durante a vigília. Não é nada fácil lidar com esses terríveis manipuladores da mente humana. Nada os detém e, para eles, tudo é válido, desde que alcancem os resultados que desejam.
As vezes, os companheiros que assistem o grupo, do lado da luz, interferem de maneira sutil, mas eficaz. Certa vez, um Espírito atormentado e, certamente, hábil magnetizador, pretendeu usar co­migo a sua técnica. Pediu-me a mão. Coloquei-a na frente de seus olhos e lhe disse:
— Pode pegar.
Ele hesitou um instante e depois agarrou-a fortemente, sem que eu apertasse a sua: mantinha minha mão estendida, com os dedos unidos. Algo então aconteceu de estranho e curioso. Atra­vés da minha mão, ele recebeu uma espécie de choque elétrico, evidentemente uma descarga magnética, que o atingiu na altura do plexo cardíaco. Talvez algo temeroso, pensou em retirar logo a sua mão e não o conseguia! Embora ele é que segurasse a minha mão, e não eu a dele, e por mais esforço que fizesse, inclusive com a outra mão tentando desprender seus dedos, só a muito custo libertou-se do laço magnético. Isto o impressionou de tal forma que, da próxima vez que compareceu, começou a chamar-me, com ironia, por certo, mas evidentemente também com respeito, de “o homem da mão” ...
Outro que tentava me dominar por meio de passes magnéticos, tinha atrás de si, segundo nos informou, depois da sessão, o pró­prio médium que o recebeu — um dos nossos queridos companheiros, profundo conhecedor do assunto, que neutralizava todo o seu trabalho junto a mim.
Certa ocasião, um irmão transviado, que estava sendo atendido, também se utilizava de processos de magnetismo e magia contra o grupo. Trouxera os seus instrumentos e as substâncias necessárias. A certa altura, percebeu a presença daqueles que nos defendiam, utilizando-se, para o bem, de técnica superior à dele. Como que pensando alto, ele nos dizia que sabia o que os nossos amigos esta­vam fazendo, mas nada podia contra eles.
Procedimentos magnéticos são também usados para reduzir seres gravemente endívidados a condições de extrema e aviltante deformação perispiritual, como casos de zoantropia, sobre os quais já falei neste livro. E é pela magnetização (passes) positiva que se torna possível restituir-lhes a condição normal.
— “Temos aqui — escreve André Luiz, em “Libertação” —a génese dos fenômenos de licantropia, inextricáveis, ainda, para a investigação dos médicos encarnados. Lembras-te de Nabucodono­sor, o rei poderoso a que se refere a Bíblia? Conta-nos o Livro Sagrado que ele viveu, sentindo-se animal, durante sete anos. O hipnotismo é tão velho quanto o mundo e é recurso empregado pelos bons e pelos maus, tomando-se por base, acima de tudo, os elementos plásticos do perispírito.” (Destaques meus.)

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