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Dei um basta




Dei um basta a minha inocência, que me fazia acreditar que alguém resolveria minha vida e me tiraria de qualquer dificuldade;
Dei um basta a minha ingenuidade, que me levava a aceitar, como verdade, tudo que me ensinaram como vindo de Deus;
Dei um basta a minha insistência em querer que as pessoas me compreendessem, quando eu mesmo tinha dificuldade em me entender;
Dei um basta a minha credulidade a tudo que colocava em zona de conforto mental, quando a vida nos ensina a partir do confronto de ideias;
Dei um basta a minha infantil vontade de conservar uma boa imagem de mim, fazendo-me esconder a sombra revelada, quando, na realidade, não se agrada a todo mundo;
Dei um basta ao desejo de encontrar a felicidade com alguém, desprezando minha própria companhia, rejeitando minha natureza essencial;
Dei um basta à tentativa de ser feliz, quando meus conceitos a esse respeito variavam constantemente, levando-me a excluir o simples viver;
Dei um basta ao culto excessivo e obsessivo ao corpo e mente perfeitos, quando a vida nos ensina a aprender com o presente e com o que nos diferencia do coletivo;

Dei um basta ao egoísmo de querer apenas para mim, quando tudo nos leva à vida conjunta e ao encontro com o Divino.

Adenauer Novaes
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"É Carnaval"


Jorge Hessen






A cada ano pessoas mergulham numa falsa felicidade de 3 dias de “folia” (1) seguida de 362 dias de novas e reconstruídas aflições. Será lícito confundir “diversão” passageira com alegria real? O carnaval é um desses delírios coletivos que costumam ser classificados como “extravasadores de energias reprimidas” – será mesmo? Em verdade o entrudo (2) representa o momento em que pessoas projetam o que há de mais irracional e de mais incivilizado em si mesmas.
 
Há quem afirme ser o período do carnaval marcado pelo "adeus à carne", ou do latim "carne vale", dando origem à palavra. Embora não haja unanimidade entre os estudiosos, a terminologia pode estar associada à ideia de encanto dos prazeres do corpo (carnal) marcado pela expressão "carnis valles", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres.
 
Já foi no passado a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica (bacanália); na velha Roma imolava-se nessas ocasiões uma vítima humana (saturnália); na Idade Média era uma comemoração adotada pela Igreja romana, no século VI. Isso nos remete ao início do período da quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano (mormente alimentação). (3) Assim, em sua origem não era apenas um período de reflexão espiritual, como também uma época de privação de certos alimentos como a carne.
 
Em Roma, em homenagem ao Deus Saturno, carros alegóricos (a cavalo) desfilavam com homens e mulheres. Eram os carrum navalis. O termo carnaval pode derivar das iniciais da frase: “carne nada vale”. Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de currus navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. (4)
 
Há muitos séculos o carnaval era marcado por grandes festas, em que se comia, bebia e participava de frenéticas celebrações e busca incessante dos prazeres. (5) Prolongava-se por sete dias (de dezembro) nas ruas, praças e casas da antiga Roma. Todas as atividades e negócios eram suspensos nesse período; os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que quisessem e as restrições morais eram relaxadas. Um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (saturnalicius princeps).
 
O carnaval atual é modelado na sociedade da corte (vitoriana) do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da homenagem a Momo para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.
 
Um fato é incontestável: a cultura do carnaval estabelece tudo o que aguça o primarismo humano, volúpia, sensualidade e prazer. Não propomos quaisquer normas proibitivas ou restrição de anseios pessoais. Até porque temos o livre arbítrio, e viver na Terra é fazer as escolhas pessoais. Sem medo de correr o risco de ser taxado de moralista, lembro que a Lei de Causa e Efeito preconiza a obrigatoriedade da colheita em tudo o que foi semeado livremente.
 
Para todas as situações da vida, lembremos sempre da recomendação de Paulo de Tarso: “Todas as coisas me são lícitas”. (6) Há os que julgam que a participação nas festas de Momo nenhum mal acarreta à integridade fisiopsicoespiritual. Divergimos desse ponto de vista.
 
A Doutrina Espírita nada proíbe, nem nada obriga, nem censura o carnaval; mas igualmente, não endossa sua realização. Sabe-se que durante a folia de Momo são perpetrados abusos de todos os tipos e, mormente, desregramentos da carga erótica de adolescentes, jovens, adultos e até velhos (mal resolvidos); há consumo exagerado de álcool e outras drogas, instalação da bestialidade generalizada, excessos esses que atraem espíritos vinculados ao deletério parasitismo magnético, semelhantes às hienas diante de carcaças deterioradas (carniças).
 
É verdade! A Doutrina Espírita nem apoia nem condena o carnaval; todavia clarifica muitos aspectos ligados ao evento. Inobstante não dite regras coercitivas, cremos que o espírita deve ter completa ciência das implicações infelizes advindas desses festejos alucinantes. Logicamente não precisa se condenar o carnaval, nem temer por acreditá-lo uma festa “diabólica”; não precisa evadir-se por receio de atração dos seus “encantos”, porém vigiar à distância da agitação. Se se aprecia o folguedo de Momo, deve-se ser um observador atento e equilibrado.
 
Não fossem os exageros, o carnaval, como festa de integração sociocultural, poderia se tornar um acontecimento compreensível, até porque não admitir isso é incorrer em erro de intolerância. Há muita gente que busca fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores, e isso é muito valioso. Entretanto, o grande saldo da festa se resume em três palavras: violência, ilusão e sensualidade.
 
Particularmente, não vejo outro caminho que não seja o da “abstinência sincera das folias”. O ideal seria o emprego do feriadão para a descoberta de si mesmo, entrosamento com os familiares, leitura de livros instrutivos, frequência a reuniões espíritas, participação em eventos educacionais, culturais ou mesmo o descanso, já que o ritmo frenético do dia a dia exige, cada vez mais, preparo e estrutura físico-psicológica para os embates pela sobrevivência.
 
Não há como “tapar o sol com a peneira” e ignorar que nesses períodos os foliões fascinados surgem de todos os antros para busca da perversão. A efervescência momesca é episódio que satura em si a carga da barbárie e do primitivismo. Há os que aniquilam as finanças familiares para experimentar o momento efêmero de “desfrutar” dias de total paranoia. Adolescentes, adultos e decrépitos se abandonam nas arapucas pegajosas das estéreis fanfarras. Não percebem que bandos de malfeitores do além (obsessores) igualmente colonizam as “avenidas e ruas” num lúgubre show de bizarrices. Malfeitores das penumbras espirituais se acoplam aos histriões fantasiados pelos fios invisíveis do pensamento por causa dos entulhos lascivos que trazem na intimidade.
 
Todos estamos sob influências das entidades do além-túmulo. Muitas fantasias de expressões ridículas são inspiradas pelos espíritos que vivem em regiões penumbrosas do além. Os espíritos excitam “nossos pensamentos e ações e essa influência é maior do que imaginamos porque, frequentemente, são eles [os espíritos] que nos conduzem”. (7) Pode parecer assustador tal afirmativa, ainda mais que se tem tais espíritos à conta de “demônios”.
 
Os três dias de Momo, portanto, poderão se transformar em três séculos de penosas reparações. Será que vale a pena pagar preço tão elevado? Os foliões incuráveis declaram que o carnaval é um extravasador de tensões, “liberando as energias”… Entretanto, no carnaval não são abrandadas as taxas de agressividade e nem as neuroses. O que se observa é um somatório da bestialidade urbana e de desventura doméstica. Após os festejos surgem as gravidezes indesejadas e a consequente proliferação de abortos, incidem graves acidentes de trânsito, acréscimo da criminalidade, estupros, suicídios, ampliação do consumo de várias substâncias estupefacientes, alcoólicos, assim como o surgimento de novos drogados, disseminação das enfermidades sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS).
 
Existem muitas outras formas de diversão, recreação ou entretenimento disponíveis ao homem contemporâneo, algumas verdadeiros meios de alegria salutar e aprimoramento (individual e coletivo), para nossa escolha. Para os espíritas, merece reflexão a advertência de André Luiz: “Afastar-se de festas lamentáveis, como aquelas que assinalam a passagem do CARNAVAL, inclusive as que se destaquem pelos excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares. A verdadeira alegria não foge da temperança.”. (8) [grifamos]
 
Existem alguns centros espíritas que fecham suas portas nos feriados do carnaval por diversos pretextos inaceitáveis. Repensemos o seguinte: uma pessoa com necessidades imediatas de atendimento fraterno ou dos recursos espirituais urgentes em caso de obsessão – seria lógico fazê-la esperar para ser atendida após as "cinzas", uma vez ocorrendo essa infelicidade em dia de feriado momesco?
 
Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar então predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade.


Referências:
(1)            Do francês folle, que significa loucura ou extravagância sem que tenha existido perda da razão
(2)            O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias.
(3)            Excessos esses que incluem, segundo a crença da igreja romana, a alimentação
(4)            Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os teutões (povos germânicos que viveram no centro e norte da Europa).
(5)            A Festa do deus Líber em Roma; a Festa dos Asnos que acontecia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais no dia 14 de janeiro, entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e em todos tempos, têm esta mesma função.
(6)            I Coríntios 10:23
(7)            Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 460, RJ: Ed FEB, 1990
(8)            Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo espírito André Luiz,  RJ: Ed. FEB, 1999


Artigo de Jorge Hessen, publicado originalmente no seu site ARTIGOS ESPÍRITAS - JORGE HESSEN, aqui publicado com autorização do autor. 
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A força oculta do pensamento




O pensamento é curioso meio de expressão tão vigorosamente atuante que as suas enunciações não levam em conta vocábulos, a se propagarem numa incrível e imensurável velocidade. Há na primeira obra da Codificação Kardequiana, O Livro dos Espíritos (L.E.), uma pergunta, a 456 do capítulo 9.o: Os Espíritos veem tudo o que fazemos?  

Podem ver, sim, senhor! Os Espíritos presenciam-nos as atividades, segundo disseram eles a Allan Kardec. Na questão 459, Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?, afirmaram categoricamente que não só conseguem ver-nos como são capazes de conhecer nossos pensamentos e de nos dirigir os atos.

“Na teoria é uma coisa, na prática é outra”, costuma dizer o povo. O argumento da resposta da questão acima patenteada, do campo da teoria passou para o da prática. Através da nossa faculdade de audiência, uma vez, ofereci mentalmente a certo Mentor Espiritual uma linda e perfumada rosa por desabrochar. Correspondendo de imediato ao meu gesto, ouvi dele: “Gostei do botão de rosa. Muito bonito!”

Uma das mais fascinantes experiências desse gênero de comunicação foi por mim vivida em recente evento de efeitos físicos, exclusivo para tratamento de saúde à distância, em uma instituição espírita. Quando as condições fluídicas são favoráveis, sobra ectoplasma, e as nobres Entidades que respondem pela sublime tarefa socorrista sempre arrumam um jeito de provocar fenômenos que surpreendem e estimulam-nos a perseverança no Bem.

Nessa oportunidade, alguns Espíritos, tais como: José Grosso, Scheilla, Palminha * e outros Mentores encontravam-se materializados. Todo o recinto da reunião impregnara-se de suave fragrância de flores frescas, a se confundir com o aroma de éter, ambos transpostos do Plano Espiritual. Permanecíamos em repouso, sentados em uma das espreguiçadeiras da cabine mediúnica, eu e mais quatro pessoas, enquanto no restante do ambiente, 20 médiuns apoiavam-nos com preces inseridas de cânticos e hinos espíritas.

Botão de rosa do Palminha


Durante o transcurso do trabalho, enternecido e agradecido a Jesus, ofereci de novo o imaginário botão de rosa, só que, dessa vez, ao Espírito Palminha. De contínuo, ele, distante de mim, num átimo surpreendente, pôs-se do meu lado direito. O Amigo Espiritual acariciou-me o rosto, deu-me algumas tapinhas no ombro e pareceu-me realmente ter pegado o botão que imaginei; em seguida, afastando-se, dirigiu-se a outra pessoa no interior da cabine.

Em vista do até aqui exposto, ao se operar algo mentalmente, formar ou combinar no espírito uma representação mental abstrata ou concreta, estamos pensando. Pensamentos: ideias motivadas pela faculdade de conhecer, perceber, apreciar as quais se concentram em escolhas, decisões, abstrações. Uma vez pensando, o processo mental converge para uma ideia e a dirige de modo sobremaneira intenso, passando de imediato a gerar partículas de corpos ou de condutos impelidos pela própria energia, fenômeno que se verifica em diminuta escala atômica.

O pensamento pode produzir representações mentais que se convertem em nobreza de ânimo ou em decadência de costumes. Nesse passo, pensar significa falar sem uma única pronúncia. Os Espíritos nos ouvem, leem os nossos pensamentos, veem tudo ou quase tudo porque, no lugar onde se encontram, tal aptidão lhes é possibilitada.

A influência espiritual é bem maior que supomos e, muito frequentemente, eles têm o poder de nos encaminhar, orientar, conduzir. Segundo os Espíritos disseram a mestre Kardec, nunca estamos livres da influência deles: sondam-nos o íntimo conforme o interesse de cada um, perscruta-nos até os mais esconsos dos nossos segredos. Por conseguinte, é inútil ocultar intenções, reflexões, raciocínios.

Levando-se também em conta o fator sentimento, pensamento e sentimento são palavras sinônimas, talvez, por causa do vínculo visceral entre essas duas capacitações naturais. Pensamento! Força viva atuante e criadora! O ato de sentir, outro atributo da Alma, ao perceber por meio da inteligência, ativa o dispositivo do modo de pensar. Por meio desse mecanismo sem igual, obtém-se o desejo de se atingir algum propósito. Em outras palavras, sentimento: movimentada e contínua afluência da mente, exercida por motivos ditados pela razão, oriundo do âmago da Alma, por natureza, intrínseca e entranhadamente ligada a ela.

Força criadora

Quão admirável e extraordinariamente se resume o fluxo energético do âmbito espiritual, impetuoso impulso em exercício de sua força! Impelido por todo esse processo, o fato de pensar consiste em uma força criadora capaz de exceder a velocidade da luz, significando força viva e atuante, conforme parecer do Espírito André Luiz. Ao criarmos, nada se perde, e em tudo há um motivo, visto que Deus, força criadora e a suprema inteligência, não gera coisas desnecessárias; a Obra Divina está em toda parte!  

Criar é dar existência a formas, a objetos de nossa concepção mental, e a realidade do fato de se conceber é até gerada por infracorpúsculos. O produto de nossa criação será sempre o reflexo de nossos sentimentos, do nosso caráter — em verdade, seremos os responsáveis pelas imagens e conceitos que criarmos.

Por isso, o Espírito Emmanuel afirmou que o poder da mente reside no mundo íntimo de cada um de nós, “exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção”. Todo o cuidado com nossas concepções é pouco! Sendo residência da Alma a fonte de nossos pensamentos, esta é qual dínamo gerador criativo para o bem ou para o mal. Não foi à toa este conselho: oração e vigilância.

Quem der origem a mórbidas intenções, a procedimentos menos felizes arcará com os prejuízos do que se tornou responsável livre e conscientemente. Portanto, nada de culpar ninguém, a sorte, os astros ou a suposta entidade infernal, criada e tão supervalorizada por vigários ornados ou não de pomposas alfaias. O pensamento, pois, é fundamental atributo da Alma: se o pensamento está em alguma parte, ali ela está.

Alma, ou Espírito encarnado, é o ser pensante, “o princípio inteligente”, o que de há muito tem desafiado filósofos, psicólogos e cientistas. A ciência apenas se baseou nos mecanismos que levam os diversos sinais e mensagens transmitidas pelo cérebro nos conectivos entre ele e o resto da estrutura orgânica. Entretanto, onde se localizaria o pensamento no bojo de tão complexa capacitância e tamanhos efeitos químicos, senão no vínculo do perispírito com o corpo físico? Sim, a medicina respondeu sobre alguns pontos referentes a pensamento e cérebro; mas, acerca das áreas relativas à envoltura da sensibilidade, emoção e pensamento, emudeceu; não sabe explicar como as células as produzem.

Falta a ciência dar por certo os mecanismos que permitem compreender o verdadeiro papel das atividades cerebrais relativas ao pensamento. Quanto ao gesto do nosso querido Amigo Espiritual, o Palminha, ele procedeu como os seres incorpóreos procedem, segundo explicação do mencionado capítulo do L.E. Como vimos, o que não falta é motivo que nos impele a adotar uma conduta verdadeiramente fraterna, honesta: no pensar, sentir, falar e agir. Não nos esqueçamos disto: o espírita, sobretudo, o médium espírita é o que “muito recebeu”; “maiores contas lhe serão tomadas”, afirmou certa feita Jesus.

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* Se o prezado leitor(a) desejar saber a respeito de José Grosso, Scheilla e Palminha, sugiro estas obras: Materializações Luminosas, R. A. Ranieri, da Lake — Livraria Allan Kardec Editora Ltda. ou das Edições Feesp; Materializações Luminosas — Leis Cósmicas em Ação, Dante Labbate, Editora Espírita Fonte Viva; Dossiê Peixotinho, Lamartine Palhano Jr., Lachâtre Editora Ltda.  

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Bibliografia: 

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 62. Ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. 

XAVIER, Francisco C. Emmanuel. 9. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira (FEB), 1981.

___. Mecanismos da Mediunidade (pelo Espírito André Luiz). 5. ed. Rio: FEB, 1958.

___. Ação e Reação (pelo Espírito André Luiz). 12. ed. Rio: FEB, 1987. 


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A EDUCAÇÃO DO MÉDIUM






A educação da mediunidade é um trabalho que começa antes da reencarnação, continua na encarnação e prossegue na vida após o desencarne. Mas enquanto está nesta dimensão, o médium tem como necessidade primeira evangelizar a si mesmo.
Haverá um tempo previsto para a educação do médium? Tempo não há, pois a mediunidade é trabalho para muitas reencarnações na existência do espírito. Na verdade, esta faculdade, em suas mais variadas ramificações, está presente em todos os homens. Todavia, é após o desabrochar na existência atual que o trabalho se efetiva com mais intensidade e, a partir daí, não deve mais parar ou estacionar, sob a possibilidade de um recomeço muito mais árduo e penoso.

Sabemos que a faculdade, estando presente em nós, deve eclodir sozinha, mas isso não quer dizer que não possamos trabalhar na modelação de nosso espírito por meio das atividades evangelizadoras, na doação fraternal de atendimento aos irmãos necessitados.

Identificados os sintomas que caracterizam a faculdade mediúnica, cabe ao sensitivo o dever de educá-la. Somente ele é capaz de se qualificar nessa condição; nenhum sinal externo pode chamar a atenção do observador, a fim de apontar as pessoas que sejam possuidoras de mediunidade.

Mesmo sabendo que a mediunidade é uma faculdade originária no espírito e que se exterioriza através do organismo físico – não apresenta síndromes externas – e mesmo quando algumas destas possam tipificar sua presença, tal conclusão jamais poderá ser infalível.

Propiciando a interferência dos desencarnados na vida humana, a princípio, a mediunidade gera estados particulares na emotividade, porque mais facilmente se registram a presença e o envolvimento de seres negativos ou perniciosos; a irradiação das suas energias produz esses estados anômalos, desagradáveis, que podem ser confundidos com problemas patológicos. Porém, o sensitivo é constantemente chamado para a observação dessas manifestações consigo mesmo, por surgirem em momentos menos próprios ou aparentemente sem causas desencadeadoras. O orientador espírita deve ser capaz de convencê-lo de que o exercício correto da mediunidade não oferece perigo algum a quem quer que seja.
 Nenhum sinal externo pode chamar a atenção do observador, a fim de apontar as pessoas que sejam possuidoras de mediunidade

Se observarmos o livro O Consolador, por Emmanuel, através de Chico Xavier, nas perguntas 387 e 388, poderemos verificar a grande importância que devemos dar a esses mecanismos de elevação que a natureza nos concede:

387 - Qual a maior necessidade do médium?
- A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.

388 - Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente, os imperativos da especialização?
- O homem do mundo, no círculo de obrigações que lhe competem na vida, deverá sair da generalidade para produzir o útil e o agradável, na esfera de suas possibilidades individuais. Em mediunidade, devemos submeter-nos aos mesmos princípios. A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar (a resposta não está em sua totalidade).

Observando bem estas orientações de Emmanuel, vamos ver que o empenho é necessário para o engrandecimento da faculdade, e esse empenho é contínuo na escalada a desempenhar.

Mas, ainda assim, poderíamos nos perguntar: o que é educação ou desenvolvimento da mediunidade? Responderíamos: É o conjunto de ações educativas direcionadas para o exercício correto da mediunidade, educação essa que não se prende às quatro paredes do templo espírita. Mas vai além, no envolvimento das orientações basilares do Mestre, quando diz: “Orai e vigiai, no que concerne às nossas imperfeições, como também nossas ações ainda perniciosas. E vai e não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior”. Diz respeito à mudança de estrutura mental, vibracional e de ação no bem, pois o Mestre não somente diz que deixemos de praticar o mal, mas que pratiquemos, acima de tudo, o bem. Principalmente, modificando a condição interpretada por nós do grande Amor – terapia legada por Jesus para todos nós: não fazer ao próximo aquilo que não queremos para nós. Ao modificar a estrutura negativista desta frase, temos: faça ao próximo aquilo que queres para ti mesmo. Identificamos nossa verdadeira missão como cristãos em qualquer tarefa, transformando essas tarefas, desde as mais simplórias, em tarefas redentoras pela ação do Amor.

A educação da mediunidade é um trabalho para toda a vida. Começa antes da reencarnação, continua nela e prossegue no além-túmulo.

Há uma grande necessidade de amparo ao candidato ao mediunismo – na presença de problemas psíquicos, emocionais e físicos – recebendo, na casa espírita, orientações de cunho doutrinários. Antes da entrega do neófito ao exercício mediúnico, é necessário que ocorra uma harmonização espiritual.

É importante que seja levado ao conhecimento do médium principiante que, na fase inicial, é natural o surgimento de um clima psicológico inconstante, de altos e baixos. Isso é compreensível, uma vez que a mediunidade propicia a interferência dos desencarnados na vida humana de forma mais próxima. E, geralmente, são seres envolvidos com o mal ou com atos perniciosos, transmitindo assim a irradiação de suas energias, produzindo sensações anômalas, desagradáveis, que perfeitamente podem ser confundidas com problemas patológicos. Tudo isso deve ser bem esclarecido ao irmão que se propõe para a nova tarefa.

Segundo Erasto, em O Livro dos Médiuns (capítulo XXII, item 236), “Médium é o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens”.
 É importante que seja levado ao conhecimento do médium principiante que, na fase inicial, é natural o surgimento de um clima psicológico inconstante, de altos e baixos... Isso é compreensível
O médium tem, como condição primordial, o estudo, para a busca de compreensão da sua faculdade e do conhecimento da natureza dos espíritos que utilizam sua faculdade mediúnica para um contato mais próximo com os encarnados. O estudo traz ao médium uma condição mais segura de trabalho pois, consciente e entendedor de sua faculdade, ele vai trabalhar colaborando ainda mais com os técnicos espirituais responsáveis pela atividade mediúnica que freqüenta. E, com a segurança obtida com o estudo, ele sintoniza melhor com os mentores, como também poderá envolver os comunicantes para que se portem ordenadamente, e não como muitos que chegam transformando as reuniões em perfeitas confusões.

Nesse estudo profundo que o médium deverá realizar em sua caminhada, ele se defrontará com a necessidade de se conhecer, cumprindo-lhe ao mesmo tempo conhecer as qualidades que deve procurar desenvolver em si, assim como os hábitos viciosos e os obstáculos que podem embaraçá-lo no desempenho de sua tarefa. Para uma auto-realização, é necessário o exame permanente de consciência a fim de conhecer sempre, a todo momento, o estado da própria alma.

A mediunidade é, sem dúvida, poderoso instrumento que pode se converter em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso; ela não é uma faculdade portadora de requisitos morais. A moralização do médium liberta-o das influências dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem impossibilitados de maior predomínio.

Cada dia, o medianeiro se defrontará com sensações novas e viverá emoções que lhe cabem verificar, de modo que possa treinar o controle pessoal, estabelecendo uma linha demarcatória entre a sua personalidade e as personalidades que o utilizam psiquicamente, até mesmo auxiliando-as nas comunicações.

A compreensão das Leis dos Fluidos, isto é, a identificação fluídica entre o médium e o espírito, constitui fator de altíssima importância para uma comunicação harmônica. Se eles são contrários, se essa relação fluídica se repele, a comunicação mediúnica vai se processar com dificuldades, e o médium deve estar ciente disso.

Enfim, a educação mediúnica é para toda a existência, pois à medida que o medianeiro se torna mais hábil e aprimorado, melhores requisitos ele tem à sua disposição para a realização do ministério abraçado.

Buscando novamente o grande manancial de informações, que é O Livro dos Médiuns, na segunda parte, no capítulo XVII, item 211, Formação dos Médiuns, verificamos: “O escolho da maioria dos médiuns iniciantes é ter relações com espíritos inferiores, e devem se considerar felizes quando são apenas espíritos levianos. Toda a sua atenção deve tender a não lhes deixar tomar pé, porque uma vez ancorados não é sempre fácil desembaraçar-se deles. E um ponto tão capital, sobretudo no início, que sem as preocupações necessárias, pode-se perder o fruto das mais belas faculdades”.

Na verdade, o empenho do médium em se moralizar deverá fazer parte do processo de sua auto-educação, sintonizando profundamente com as palavras do Cristo: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.

Por isso, a meta prioritária é a criatura conhecer a si mesma; é preciso permanente exame de consciência, com o fim de se conhecer sempre, em todos os atos praticados por nós. Conhecendo-nos um pouco mais poderemos, com maior facilidade, nos dedicar sem medos ao exercício. O estudo que visa à identidade dos espíritos fala bem alto no processo de educação do médium.
Nenhuma teoria se concretiza bem sem o exercício, sem o trabalho. Podemos ver isso seguindo a orientação dos espíritos que auxiliaram Kardec na Codificação, em O Livro dos Espíritos, pergunta 625: “Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo?” Jesus, é a resposta. Seguindo esse grandioso modelo, verificamos que seus ensinamentos não ficaram sem o aval de sua exemplificação, traçando a base de suas orientações, que nos norteiam até hoje.

Estando a mente vazia, com os pensamentos infelizes à vista, é necessário o trabalho ativo e o preenchimento de nossa mente com coisas edificantes. Assim, é imprescindível enriquecer nosso pensamento, incorporando a ele os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitaram direcionar a luz que é jorrada do mais alto para nós.

Em toda a parte, existe a cooperação espiritual com o mundo material. Onde há pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais, existem associações. E, como sabemos, toda associação é interdependência e influenciação recíproca. Daí, verificamos a necessidade de ter uma vida nobre, trabalho ativo, compreensão fraterna, serviço ao semelhante, respeito à natureza e oração. Tudo isso constitui alguns meios de assimilar os princípios superiores da vida, porque sempre recebemos de acordo com o que damos. E tratando de mudar o ritmo vibracional de nossos pensamentos e, em seguida, de nossos atos, seguramente também vamos sintonizar com maior facilidade os benfeitores que visam ao engrandecimento humano.

Voltando à pergunta do livro O Consolador, pergunta 387: “Qual a maior necessidade do médium?” Resposta: A primeira necessidade do médium é evangelizar-se”.

Cabe perguntar a nós mesmos o que significa o termo “evangelizar-se”.

Diz-nos André Luiz, em seu livro Missionários da Luz, que "é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer a qualidade de nosso trabalho e ajuizar nossa direção".

A mediunidade é neutra e não basta por si só.

E é ainda André Luiz que nos orienta com bastante clareza no seu livro Nos Domínios da Mediunidade: “Cada médium com a sua mente, cada mente com seus raios, personalizando observações e interpretações, e conforme os raios que arremessamos, erguer-se-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam”.

Essa energia viva, que é o pensamento, cria em torno de nós forças sutis, criando centros magnéticos ou ondas vibratórias com as quais emitimos nossas situações e recebemos outras. Abriremos comunicação e envolvimento com núcleos e mentes, com os quais nos colocamos em sintonia através de nossos pensamentos.
 Onde há pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais, existem associações
Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz, na página 129, diz: “A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas inteligências superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa”.

“Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais”.

Esclarece ainda, no mesmo livro: “É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico”.

Podemos verificar que refletimos o que sentimos e pensamos em nós mesmos, e é essa aura que nos apresenta como verdadeiramente somos. Principalmente reforçando o ditado “A raiva é um veneno que tomamos e esperamos que outros morram”, ou seja, essa mesma raiva ficará impregnada em nós, transparecendo aquilo que sentimos e afetando principalmente o nosso próprio tônus vibratório.

Plasmamos em torno de nós, através da força do pensamento nessas zonas vibratórias que nos constituem, nosso “eu” verdadeiro, e assim somos conhecidos por todos no mundo espiritual, ligando-nos ao bem ou a ignorância.

Envolvemo-nos em uma onda vibratória que modifica nosso tônus de vibração, ligando-nos imediatamente àqueles que conosco comungam os mesmos pensamentos e atos. E, quando dormimos, temporariamente, distanciamo-nos de nossa aparelhagem física, indo ter com os mesmos com os quais nos ligamos mentalmente; aí nos vêm os sonhos temerosos e “pesados”, principalmente no que concerne ao sexo, brigas, mortes, etc. Passamos os dias direcionando energias em prazeres ou pensando fortemente em tais prazeres, dessa forma criando-os fluidicamente, manifestando nossas intenções no mundo espiritual.

Conclamamos nossos irmãos leitores que revisem o livro A Gênese - capítulo XIV, Os Fluidos, item 13, Criação Fluídica - para, numa análise mais profunda, verificarem a importância de nossos pensamentos nessas criações emanadas de nós mesmos.

Lembremos sempre: praticando tanto o bem como o mal, estaremos sempre respirando na mesma faixa, intimamente associados, com as mentes ligadas ao bem ou às trevas.

Conforme já sabemos, o espiritismo não é o "dono" da mediunidade; esta é inerente ao espírito e projetada ao corpo físico, como uma faculdade orgânica. Encontra-se em quase todos os indivíduos, como um meio imensurável de progresso.

Observando algumas palavras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, poderemos compreender uma poderosa observação feita por esse nosso irmão: “Deus ajuda a criatura através das criaturas”. E completamos: desencarnadas ou encarnadas, ou seja, vamos verificar que o intercâmbio estará presente em todas as etapas da natureza, e em várias e diferentes condições vibracionais.

Entre os espíritos já desencarnados também há médiuns que exercem fraternalmente o labor, facultando que entidades do mais alto, das esferas mais elevadas, possam também trazer palavras de consolo e orientação àquelas que se encontram na retaguarda da evolução, ainda que o meio mais difundido seja o intercâmbio entre encarnados com os desencarnados.

A mediunidade não poderá ser utilizada como uma profissão por aquele que já se encontra revestido por ela pois, como processo de crescimento e purificação do próprio ser em caminhada estagiária no plano em que vive, a mediunidade deve sempre ser precedida pelo amor, pela sintonia, buscando acima de tudo galgar resultados mais profundos.
 A raiva é um veneno que tomamos esperando que o outro morra, ou seja, essa mesma raiva ficará impregnada em nós


Vemos a medicina ser utilizada por médicos que objetivam simplesmente o ganho. Todavia, dia chegará em que os médicos utilizarão essa faculdade para o bem maior, provocando assim o aparecimento de uma medicina vibracional bem mais profunda e comprometida com a causa humana; mais envolvida com o amor conseguirá, enfim, tratar do ser como um todo e não simplesmente como um corpo.

A mediunidade deve ser canalizada para fins nobres, evitando-se transformá-la em motivo de profissionalização ou espetáculos que buscam gerar emoções passageiras.

Independentemente da vontade de seu possuidor, funciona quando acionada pelos espíritos que a manipulam, sendo, portanto, credora de assistência moral.

Sabemos que todos somos médiuns, pois todos sofremos influências dos espíritos e, na seara do Cristo, há muitas mediunidades. E ainda que não sejam ostensivas, não são menos importantes.

Se por enquanto não temos em nosso quadro de tarefas a mediunidade ostensiva, sejamos então médiuns do bem, das palavras de carinho, do consolo, da ajuda, do bom conselho, da caridade, pois mesmo aí estaremos sendo envolvidos por aqueles do lado invisível que também trabalham para o engrandecimento da humanidade e o consolo dos corações aflitos.



Fonte: Revista Espiritismo & Ciência (edição 17)

Egdemberguer Magalhaes

http://www.redeamigoespirita.com.br/
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Doenças da Alma (Joanna de Angelis e Emmanuel)





O ser psicológico é o perfeito reflexo da sua realidade plena. Sendo Espírito imortal, conduz o seu patrimônio evolutivo, resultado das experiências ancestrais, que se encarrega de modelar os conteúdos delicados da sua personalidade, elaborando processos de harmonia ou desequilíbrio que resultam dos condicionamentos armazenados no psiquismo profundo.

Arquiteto da própria vida, em cada realização elabora, conscientemente ou não, os moldes que se lhe constituirão mecanismos hábeis para a movimentação nos novos investimentos.

Elaborado pela energia inteligente, que o torna especial no complexo campo das vibrações que se agitam no Universo, o direcionamento que resulte da arte e ciência de pensar responderá pela formação das estruturas psicológicas e físicas, psíquicas e orgânicas com as quais se haverá nos empreendimentos futuros.

Conforme pensa, constrói os delicados e sutis implementos que se transformarão em força atuante no mundo das formas. Ao mesmo tempo, exterioriza ondas específicas que se imprimem nos painéis mentais, aí insculpindo os processos psíquicos que comandarão as futuras atividades.

Em razão disso, quando as elaborações mentais não possuem carga superior de energia, elaborando imagens perniciosas e inferiores, plasmam-se nos refolhos íntimos as estruturas que irão delinear a conduta, ensejando harmonia ou abrindo espaço para a instalação de psicopatologias variadas, que se imprimirão nas engrenagens do conglomerado genético, definidor, de certo modo, graças ao perispírito, da futura estrutura do indivíduo.

As enfermidades da alma, portanto, procedem de condutas atuais como de anteriores, a que se permitiu o Espírito, engendrando as emanações morbíficas, que ora se convertem em distúrbio de natureza complexa, e que passam a exigir terapia conveniente quão cuidadosa.

O ser jamais se evade de si mesmo, do Eu interior, que sobrevive à decomposição cadavérica e é responsável por todas as ocorrências existenciais, face à sua causalidade e à sua destinação, que tem caráter eterno.

Assim sendo, é totalmente decepcionante uma análise do indivíduo somente sob o ponto de vista orgânico, por mais respeitável seja a Escola de pensamento que se atenha a esse estudo.

A hereditariedade e os implementos psicossociais, sócio-econômicos, os fatores perinatais e outros são insuficientes para abarcar a realidade do ser humano em toda a sua complexidade.

A alma transcende as emanações neuronais, possuindo uma realidade que resiste à disjunção cerebral e por essa razão, podendo pensar sem os seus equipamentos supersensíveis, embora esses não consigam elaborar o pensamento sem a sua presença.

Felizmente, a antiga presunção organicista vem cedendo lugar a concepções mais compatíveis com a realidade, deixando à margem a imposição acadêmica ancestral, para se firmar no testemunho dos fatos inequívocos da experimentação contemporânea.

Nessa investigação, séria e nobre, em torno do ser tridimensional: Espírito, perispírito e matéria, se pode encontrar a psicogênese das enfermidades da alma, como também defrontar as patogêneses que assinalam a criatura humana no seu transcurso evolutivo.

O ser profundo, autor de todos os acontecimentos em sua volta, é o Espírito, seja qual for o nome que se lhe atribua.


Joanna de Angelis – Livro: “Amor, Imbatível Amor” – Divaldo Franco



Na forja moral da luta em que temperas o caráter e purificas o sentimento, é possível acredites estejas sempre no trato de pessoas normais, simplesmente porque se mostrem com a ficha de sanidade física.
Entretanto, é preciso lembrar que as moléstias do espírito também se contam.
O companheiro que te fala, aparentemente tranqüilo, talvez guarde no peito a lâmina esbraseada de terrível desilusão.
A irmã que te recebe, sorrindo, provavelmente carrega o coração ensopado de lágrimas.
Surpreendeste amigos de olhos calmos e frases doces, dando-te a impressão de controle perfeito, que soubeste, mais tarde, estarem caminhando na direção da loucura.
Enxergaste outros, promovendo festas e estadeando poder, a escorregarem, logo após, no engodo da delinqüência.
É que as enfermidades do espírito atormentavam as forças da criatura, em processos de corrosão inacessíveis à diagnose terrestre.
Aqui, o egoísmo sombreia a visão; ali, o ódio empeçonha o cérebro; acolá, o desespero materializa fantasmas; adiante, o ciúme converte a palavra em látego de morte...
Não observes o semelhante pelo caleidoscópio das aparências.
É necessário reconhecer que todos nós, espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, ante o volume dos débitos que contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração.
O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
Deixa, assim, que a compaixão retifique em ti próprio os velhos males que toleras nos outros.
Se alguém te fere ou desgosta, debita-lhe o gesto menos feliz à conta da moléstia obscura de que ainda se faz portador.
Se cada pessoa ofendida pudesse ouvir a voz inarticulada do Céu, no instante em que se vê golpeada, escutaria, de pronto, o apelo da Misericórdia Divina:
"Compadece-te".
Todos somos enfermos pedindo alta.
Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.
E mesmo que te vejas na obrigação de corrigir alguém — pelas reações dolorosas das doenças da alma que ainda trazemos —, compadece-te mil vezes antes de examinar uma só.

Emmanuel, do livro Justiça Divina, Francisco Cândido Xavier




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Carnaval




Carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica em 590 d.C..[1] É um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale" dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.[2] A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio e Helsinque, capital da Finlândia.
O carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book como o maior carnaval do mundo.[3] Em 1995, o Guinness Book declarou o Galo da Madrugada, da cidade do Recife, como o maior bloco de carnaval do mundo.[4]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval
O pensamento é idioma universal e, compreendendo-se que o cérebro ativo é um centro de ondas em movimento constante, estamos sempre em correspondência com o objeto que nos prende a atenção.(Emmanuel/Chico Xavier em Seara dos Médiuns)

Partindo do principio de que o pensamento funciona com a linguagem do universo , e que estamos ligados ao objeto que nos prende a atenção que convidamos a pensar.
Onde quer que estejamos quem vai determinar as nossas companhias será o nosso objeto de desejo, ou de intercâmbio.
Nosso querido jeitinho brasileiro deu ao nosso carnaval um aspecto impar, e graças a mídia vemos o carnaval em todos os estilos, cores e peculiaridades, diferente de todas festas de carnaval no mundo...
Moramos em um Pais continental, por isso podemos beber da nossa multi cultura, pensemos então, nos três maiores estilos de carnaval hoje...
O estilo Rio - São Paulo que é o carnaval das escolas de sambas, ou o carnaval das avenidas , dos desfiles de carros alegóricos , fantasias, baterias e a competitividade, entre elas, e a competitividade de dois Estados vizinhos, Rio e São Paulo.
Estilo Axé, ou de Trio Elétrico que consiste em seguir pelas ruas um trio elétrico com uma banda que trará a animação, para a Bahia e alguns estados do nordeste como o Ceara.
O estilo blocos carnavalescos como no estilo bem característicos Pernambucano, sabemos que tem outros.
Mas a velha mídia exalta nessa festa por conta do grande lucro de alguns com esta festa de carnaval, que são os grandes  fabricantes de bebidas alcoólicas, pois ele usam deste meio para incentivar os lucros deles, o convite do carnaval nas entrelinhas representam um convite para o consumo de álcool para que alguns lucrem com sua festa.
Exaltam-se a beleza de corpos em volta da bebida alcoólica, uma alegria aliada ao consumo, te mostram um mundo irreal proporcionado pelo efeito de entorpecer a mente.
Ou seja o convite é para que você busque a alegria fora de você.
Mas que alegria é essa que esta fora de você , que sujeito é esse que pra ser legal ele tem que estar entorpecido?
Se obedecermos esses estímulos, se aceitarmos ser , manietados seremos.
O Espirita curte ou aproveita a festa de carnaval ?
Sim desde que o queira...  
Porque?
Vamos ao pensamento de Emmanuel o pensamento é a linguagem do universo , então todas minhas amizade, afinidades, gostos e desejos terá como ponto de partida o meu pensamento.
Muito comum nós encontrarmos dentro do trabalho espirita pratico, médiuns com percepções diferente de um mesmo trabalho, em um trabalho onde seu pensamento esteja ruim a sua sintonia se fará partindo do pensamento ruim, e atraíra para si, vivera esses pensamentos sentimentos e desejos , do contrario também, ou seja, se estamos sintonizados com o bem, nosso sentimento desejos e anseios serão bons.
O Céu o Inferno estão dentro dos homens, dentro das pessoas, ou seja onde quer que a pessoas vá ela leva o mundo que ela vive com ele, tem pessoas em todas as religiões, que estão na religião e sente um determinado mal estar e o problema esta totalmente nela, e pula de ganho em galho sem encontrar respostas, pois as repostas estão sempre dentro do indivíduo, e esta subordinada ao entendimento divino de cada um, nunca fora, então temos pessoas dentro de templos onde energias maravilhosa circulam, e esses indivíduos sentem-se mal... 
Onde quer que vamos, nosso mundo, nossos anseios, nossos desejos e vontades irão.
Então não é o carnaval em tal ou qual lugar que vai estabelecer se ele é bom ou ruim, e sim o carnavalesco que ira determinar os rumos, que o individuo ira tomar.
Não é a quantidade de cerveja que um bar possua que determina o quanto você bebe, e sim o teu desejo materializado no pedido de cerveja que determina o quanto e como bebe, se bebe ou se não bebe.
O teu, ou nosso amor próprio que diz se iremos para festa carnavalesca nos divertir , ou se iremos com objetivo de ser objeto de idéias e pessoas, nós que dizemos a nós mesmos o quando nos amamos, nos cuidamos, e nos valorizamos. 
Este valor não esta baseado em letras ridículas de musicas que denigrem a masculinidade ou feminilidade do ser.
Quem diz o seu valor real para o mundo, é você mesmo.
Poderás estar em uma festa como essa e sentir-se pleno pois ira divertir-se sendo você mesmo , pois você descobriu como é bom ser você mesmo, quando você descobre seus valores a necessidade de entorpecimento se faz nula, pois quem esta ao seu lado o aceitou estar contigo pelo que é.
O espiritismo através do seu modo impar,  coloca as rédeas da vida do individuo na propria mão do individuo, não em outras mãos, pois  somente nossa consciência é própria para nos policiar, pois descobriu que a Lei de Deus esta escrita em nossa consciência, então viva a plenitude da vida sendo você.
Onde quer que estiver, viva a penitude da paz.
Nem o Céu nem o Inferno estará em São Paulo no Sambrodomo do Anhembi, ou na Marques de Sapucai, ou nos trios elétricos de Salvador, ou em Olinda ou Recife.
O nosso Céu, e o nosso inferno estará onde nós estivermos.  
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