MACUMBA NÃO É PRÁTICA ESPÍRITA
MACUMBA PEGA?
Antes de mais nada, macumba é
um instrumento africano de percussão e macumbeiro é quem toca este instrumento.
Mas, no sentido de trabalho
espiritual, precisamos esclarecer que mediunidade não é propriedade dos
espíritas. Há médiuns espíritas e médiuns que não são espíritas. Esse tipo de
“trabalho” não se encontra nas Casas Espíritas, e sim em algumas casas
espiritualistas. Seria incoerente falar de Jesus que ensinou a perdoar, amar o
próximo e o inimigo, etc. e prejudicar alguém.
Espiritismo deve ser
entendido como a Doutrina surgida na França, cujo ensinamentos foram trazidos
pelos Espíritos e organizados por Allan Kardec nos 5 livros: "O Livro dos
Espíritos", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Livro
dos Médiuns", "A Gêneses", "O Céu e o Inferno".
O Espiritismo não tem:
dogmas, rituais, vestes especiais, cálice com vinho ou qualquer bebida
alcoólica, incenso, mirra, fumo, altares, imagens, andores, velas, procissões,
trabalhos espirituais, talismãs, amuletos, sacrifício animal, santinho,
horóscopo, cartomancia, quiromancia, astrologia, numerologia, pagamento de
promessas, despachos, riscos de cruzes e pontos, não tem curas espirituais
milagrosas, fórmulas mágicas para resolver problemas sentimentais ou
financeiros, etc.
O que o Espiritismo explica,
em relação a este tipo de "trabalho" é que, os agentes das sombras
(espíritos malfazejos), contratados para fazer o mal, não têm o poder de criar
o mal. Apenas alimentam o mal que há na pessoa.
Ninguém faz mal para ninguém,
porque o mal só nos atinge porque está dentro de nós.
Jamais seremos induzidos à
violência se conquistamos a mansuetude.
Por exemplo: Se um chefe de
família envolve-se com uma jovem bela e volúvel que o seduziu, e que pretende
afastá-lo do lar. Imaginemos esta moça, contratando um “despachante do além”,
com a ajuda de um médium habituado a evocar Espíritos para empreitadas menos
dignas. Foi acertado que o alvo seria “amarrado” num emaranhado passional
(relativo à paixão). A jovem, age de maneira egoísta, porque não está nem um
pouco preocupada com o fato de que, atingindo seu objetivo, destruirá um
casamento, traumatizando crianças e deixando uma esposa infeliz. Pensa nela
mesma, na satisfação e nos benefícios que possa colher naquela relação indigna.
O chefe de família foi envolvido. Mas nem a jovem, nem o médium, nem o Espírito
evocado exerceram influência irresistível sobre este homem, ou seja, os
espíritos não criam o adultério ou obrigaram o homem a adulterar. Apenas
exploram a tendência da pessoa (do chefe de família) à infidelidade.
Imaginemos alguém à beira de
um precipício. Nenhum Espírito vai jogá-lo no abismo. Apenas poderá sugerir
dizendo: “Salte! Veja como é bom! Você experimentará a sensação de voar! Um
prazer indescritível!” Infelizmente, muitos, aceitando convites assim, de desencarnados
e de encarnados, mergulham em paixões e viciações. Experimentam,
passageiramente, prazeres e alegrias, nos domínios das sensações.
Invariavelmente, entretanto, “esborracham-se” no fundo do abismo, comprometidos
em renitentes perturbações e angústias que lhes amarguram a existência.
Mas, a esposa não é vítima
nesta trama? Aparentemente, sim. Mas, sob a óptica espiritual, onde está a
realidade, podemos considerar que há sempre um componente cármico em nossas
dores. O que nos parece um grande mal pode ser apenas o resgate de débitos
relacionados com o passado. Quem sabe terá ela própria destruído lares alheios,
em existências anteriores. Ninguém sofre injustamente. Mal legítimo, é o que
fazemos de errado, contrariando as leis divinas, com o que contraímos pesados
débitos. O que fazem contra nós, impondo-nos sofrimentos, converte-se em
crédito no resgate de nossas dívidas, se bem administrado, ou seja, podemos
diminuir nossas dívidas do passado se soubermos sofrer. Normalmente, numa
situação dessa natureza, a esposa deixa-se dominar pelo ódio. Pensa em matar o
marido. Matar a intrusa. Matar-se. Exige satisfações. Briga. Exaspera-se. Arma
escândalo. Sobretudo, sente-se profundamente infeliz. Entra em estado de
angústia e ansiedade. Desorienta-se. Fica doente. Reação muito humana, mas nela
está a origem de seus desajustes, e de mais comprometimento com a lei divina. O
que recomenda Jesus ante os males que nos façam? Todos sabemos. Está contido em
pequeno verbo de grandioso alcance: Perdoar. Então, o que devemos fazer para
evitar o nosso envolvimento com o mal? Jesus nos legou a fórmula perfeita para
evitar o envolvimento com o mal: “Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação.” É preciso exercitar constante vigilância, não no próximo, mas em nós
mesmos. Vigiar nossos impulsos, as idéias que surgem em nossa mente, nossos
desejos, tendo por parâmetro a moral evangélica que nos oferece o roteiro ideal
para uma existência equilibrada e feliz. Em qualquer atitude que tivermos de
tomar, perguntemos: "O que cogitamos é compatível com o Evangelho?"
Se a resposta for negativa, detenhamo-nos imediatamente em oração, rogando a
Deus forças para resistir à tentação. E Deus, que criou o Bem, nos ajudará para
que ninguém, aqui ou no além, induza-nos a fazer o que não deve ser feito. Deus
não interfere em nosso livre arbítrio. Ele deixa para nós escolhermos o caminho
que desejarmos trilhar. Isto chama-se livre arbítrio. Então,
"macumba" pega se deixarmos pegar.
(Texto baseado no texto de
Richard Simonetti)
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