MEDIUNIDADE MENTAL
É muito comum, pessoas nos procurarem, relatando que, estando
acordadas,terem a sensação de manter um diálogo mental com pessoas encarnadas
ou desencarnadas, recebendo, até, orientações.
Nesses diálogos, não conseguem definir e explicar, ao certo, se
estavam passando por ligeiro sono ou se estavam acordadas.
Nesse estado de vigília, essas pessoas vêem mentalmente, dialogam
e recebem orientações.
Kardec relatou este estado na Revista Espírita de Março de
l866, chamando-o de Mediunidade Mental,
em que, Dra. Marlene Nobre, médica, presidente da Associação Médico Espirita do
Brasil, escritora, articulista e conferencista, relatou, de forma sucinta e
clara, o que segue, para a consideração dos leitores:
MEDIUNIDADE MENTAL
Allan Kardec publicou na Revista Espírita, de Março de 1866, um
estudo sobre Mediunidade Mental, modalidade não muito conhecida, muito pouco
comentada; no entanto, mais difundida do que se pensa, sobre a qual obteve
novas informações espirituais para responder a um consulente.
Um correspondente da Argélia escreveu-lhe, solicitando o seu
parecer sobre o seguinte facto:
(…) Fico alguns instantes á espera, como depois de uma evocação.
Então sinto a presença do espírito por uma impressão física e logo surge em meu
pensamento uma imagem que me faz reconhecê-lo. Estabelece-se a conversa mental,
como na comunicação intuitiva, e esse género de palestra tem algo de
adoravelmente íntimo.
Muitas vezes meu irmão e minha irmã encarnados me visitam, às
vezes acompanhados por meu pai e minha mãe, do mundo dos espíritos. (…)
Há poucos dias tive a sua visita, caro mestre, e pela suavidade do
fluido que me penetrava, julgava fosse
um dos nossos bons protectores celestes. Imagine a minha alegria
ao reconhecer em meu pensamento, ou antes, no cérebro, o timbre próprio da sua
voz. (…)
E a carta termina com o pedido de mais informações.
Valendo-se das orientações espirituais recebidas na Sociedade de
Estudos Espíritas de Paris, e de sua
própria experiência, o Codificador respondeu:
"Esta mediunidade, à qual damos o nome de mediunidade mental,
certo não é adequada para convencer os incrédulos, porque nada tem de
ostensivo, nem desses factos que ferem os sentidos. É toda para a satisfação
íntima de quem a possui. Mas também é preciso reconhecer que se presta muito à
ilusão e que é o caso de desconfiar das aparências.
Quanto à existência da faculdade, não se poderia pô-la em dúvida.
Pensamos mesmo que deve ser a mais
frequente, porque é considerável o número das pessoas que, em
vigília , sofrem a influência dos Espíritos, e recebem a inspiração de um
pensamento, que sentem não ser seu.
A impressão agradável ou penosa que por vezes se sente à vista de
alguém que se encontra pela primeira vez; o pressentimento da aproximação de
uma pessoa; a penetração e a transmissão do pensamento são outros tantos
efeitos devidos á mesma causa e que constituem uma espécie de mediunidade, que
pode dizer-se universal, pois cada um lhe possui, ao menos, os rudimentos. Mas,
para experimentar seus efeitos marcantes, é necessária uma aptidão especial, ou
melhor, um grau de sensibilidade mais ou menos desenvolvido, conforme os
indivíduos." (…)
Nos dias de hoje, a mediunidade mental volta à baila, denominada
de channeling entre os norte-americanos.
No channeling ou canalização, a pessoa encontra-se em estado de
vigília, mas de um modo que não
consegue definir; vê mentalmente, dialoga com os espíritos, recebe
mensagens e orientações.
Como previra Kardec, a mediunidade mental seria mais desenvolvida
no futuro, quando o desprendimento
fosse maior, mais fácil, pelo hábito do recolhimento. Quer dizer,
quando os seres humanos fossem mais avançados, moralmente, e, por isso,
tivessem maior facilidade de comunicação.
O Codificador recebeu outras instruções sobre a mediunidade
mental, que também foram publicadas
na Revista Espírita. Em uma delas, o espírito São Luís ressaltou
que a mediunidade mental:
"é o primeiro degrau da mediunidade vidente e falante.
(…) enquanto que o médium mental pode, se for bem formado, dirigir
perguntas e receber respostas,
sem ser por intermédio da pena ou do lápis, mais facilmente que o
médium intuitivo. Porque aqui o espírito
do médium, estando mais desprendido, é um intérprete mais fiel.
Mas, para isto, é necessário um ardente desejo de ser útil,
trabalhar em vista do bem com um sentimento
puro, isento de todo pensamento de amor-próprio e de interesse. De
todas as faculdades mediúnicas é a
mais sutil e a mais delicada: o menor sopro impuro basta para a
manchar." (…)
Como se verifica, o contato com o mundo espiritual é uma constante
e aprimora-se lenta e gradualmente.
A mediunidade mental é um passo além da intuição e constitui-se no
primeiro degrau da mediunidade vidente e falante. Como nas demais formas de
faculdade mediúnica, compete ao médium mental distinguir
as boas das más inspirações e estar atento para a fragilidade
desse tipo de comunicação, conforme esclarece São Luís.
Dra. Marlene Nobre
(Médica especialista em Ginecologia e Prevenção do Cancro;
Presidente das AME Brasil e Internacional;
Escritora; Articulista; Conferencista)
Nota: As Revistas Espíritas poderão ser encontradas no Site:
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