Viciações Sexuais - Parte II
É preciso sentir, porque, no fundo a raiz de todos os vícios - está no
sentimento de egoísmo. Poucos em nossa sociedade são criticados pelo fato de
fumar, beber, jogar, ou ter suas aventuras sexuais ilícitas.
Nossa sociedade é por demais permissiva e tudo isso é tido como
“costumes da época”. Quanto mais profano é o homem, mais alheio ele é aos
perigos e às consequências que esses hábitos nos acarretam e condicionados como
somos pela mídia, nos questionamos: como poderemos reagir a tantos vícios e a
tanta promiscuidade nos convidando ao desrespeito a esse departamento divino
que é o sexo? Qual o caminho para nos orientarmos?
Primeiro analisemos o seguinte: a problemática não é do sexo em si
mesmo, ou como departamento orgânico, e sim da mente. A mente que veio viciada
do além tem sede, e não se incomoda em que vasilhame irá sorver a agua, quer
dessedentar-se. Faz-se necessária a transformação de tendências. Mas o apóstolo
Paulo já teve oportunidade de abordar a questão quando diz: “se o indivíduo não
puder suportar, abrase-se”. Se a situação levar a pessoa a um transtorno de
natureza patológica, ela deve procurar a os recursos terapêuticos médicos;
procurando satisfazer os seus apetites dentro de um nível de honorabilidade.
Que seria um nível de honorabilidade? Respeito por si mesmo. Não se
permitindo descer as situações promíscuas; respeito pelo parceiro, não se
permitindo uma dependência na libido; respeito ao grupo social não pretendendo
impor a sua orientação sexual como sendo a que todos devem seguir, porque
invariavelmente quando nós temos determinados tipos de comportamento, e o
consideramos normais, desejamos consciente ou inconscientemente que o mundo
mude, para estar do nosso lado, quando os outros têm também os seus
comportamentos e as suas orientações sexuais.
Diríamos aqueles que se encontram em transição entre os desequilíbrios e
as viciações para a conquista da paz, que preencham as suas horas mentais com
ações edificantes e terão grande contributo para cada dia superar a tendência
perturbadora, até o momento em que as suas resistências lhe permitam o
equilíbrio. No dia quando encontrar o amor, ele o dirá a melhor maneira de
comportar-se. O amor e não a paixão; o amor e não o desejo; porque o desejo tem
a rapidez do combustível que vai queimado nas labaredas da ansiedade. Já o
sentimento é o estado de plenificação que dura quando passa o apetite.
Então existem ainda, muitos de nós nessa situação, porém é uma questão
de habito mental. Naturalmente, se criarmos hábitos saudáveis na mente
e evitarmos os clichês perniciosos que agora tanto procuram perturbar a
sociedade, que é uma sociedade sexual e não uma sociedade emocional, facilmente
irá transubstanciando os apetites e irá sublimando as tendências; e se ele é
portador de mediunidade ainda mais, transformará as suas energias sexuais em
potências energéticas para o desempenho da mediunidade, ou da arte, ou da
música, da filosofia, enfim, poderemos canalizar as energias, o que não podemos
é bloqueá-las, implodia-las e sim canaliza-las. O organismo é um
laboratório comandado pela mente, se a mente canaliza energia, vem o desgaste e
quando por acaso elas ainda se apresentam com alta potência, nos sonos e nos
sonhos essas energias serão eliminadas nos denominados sonhos “freudianos”.
Não obstante, nossos amigos espirituais já nos orientam que, para
superarmos os vícios e defeitos mais enraizados em nosso espírito, precisamos,
sobretudo, fortalecer nossa vontade através do nosso querer.
Mas não nos esqueçamos de que para vencermos nossos vícios e nossas más
tendências, necessitamos da mesma ferramenta, que é a “vontade”;
por isso, Allan Kardec disse que: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral e pelos esforços que empreende em domar suas más
inclinações”.
Então, a questão está toda dentro das forças morais do indivíduo que
deve naturalmente evitar reincidir nos gravames dos quais procede, não piorando
a sua situação.
Retucci Jerônimo
Créditos:
MIRANDA, MANOEL PHILOMENO DE (Espírito), Sexo e Obsessão;
psicografado por Divaldo Pereira Franco. – Salvador, BA: Livr. Espírita
Alvorada, 2002.
KARDEC, ALLAN, O Evangelho Segundo o Espiritismo –
Paris-França, 1864.