Suportar com paciência a adversidade
325 – Suportar com paciência a adversidade
1. Querida e muito amada Mãe e Irmã em Cristo, Jesus, eu, Catarina, a serva dos servidores de Jesus, vos escrevo e vos encorajo com o desejo de vos ver sem o “velho homem” e revestida com o “homem novo”, quero dizer, a paciência de Jesus, sabendo bem que sem a paciência nós não podemos amar a Deus. Eu vos convido do fundo do coração à esta paciência, porque aquele que é impaciente e revestido do “velho homem”, quer dizer, dos defeitos, perdeu a liberdade e não é dono da cidade de sua alma, pois ele se deixa dominar pelos maus sentimentos. Isso não ocorre com quem é paciente, porque ele possui ele mesmo. Nosso Jesus disse: “na paciência vós possuireis vossas almas” (Lucas 21, 19). Oh doce paciência! Plena de alegria e de paz! Quando ela procede da caridade, ela suporta por Deus toda tribulação, seja como Deus a enviar, seja na morte ou na vida. Eu digo que com a paciência toda a amargura se torna doce, todo fardo se torna leve. A alma se reveste dessa doce e santa veste quando ela se reveste da vontade de Deus, que não quer outra coisa além da nossa felicidade, tudo o que Ele dá ao homem, tudo o que Ele permite é para o nosso bem, para que nós nos elevemos até Ele.
2. Não é bom pensar que o médico do céu veio ao mundo para curar nossas enfermidades? E realmente ele faz como um bom médico, que nos dá um medicamento amargo e que nos faz sangrar para conservar a nossa saúde. Vós sabeis bem que o doente suporta tudo na esperança de ficar curado. Infelizmente porque não fazemos com o médico do céu o que fazemos com o médico da terra? Ele não quer a morte do que erra, ele quer que ele se volte para Deus e viva. Sim, Deus nos faz sangrar quando nos retira os filhos, a saúde, a prosperidade. Eu vos suplico por amor de Jesus, que a vontade de Deus se concretize em vós perfeitamente, e que todas as vossas dores sirvam para a vossa elevação. Já que é a vontade de Deus, revista-se verdadeiramente com a virtude da paciência.
3. Eu não queria que vós olheis os filhos que vos resta como se pertencesse a vós, não se pode apropiar do que não é vosso, mas é preciso tê-lo como um empréstimo. Vós sabeis que é a verdade, pois se fosse nosso nós poderíamos guardá-lo de acordo com a nossa vontade, mas por serem emprestados, é preciso deixá-los sob a vontade de Deus, que nos deu e que fez tudo o que existe. Oh indescritível ardor da caridade, como é grande vossa paciência ao olhar dos corações ignorantes e endurecidos, que querem possuir o que vos pertence, e que se queixam do que vós fazeis para o bem deles! Não façamos assim, pelo amor de Deus, mas suportemos com paciência as provas que ele nos envia. E se vós me dizeis, “eu não pude acalmar minha sensibilidade”, eu vos direi que a razão triunfa considerando três coisas.
4. A primeira é a rapidez que o tempo passa, a segunda é a vontade de Deus, a terceira coisa é o erro que vos causará a impaciência. Coragem, então, pois o tempo é curto, a dor é pequena e a recompensa é bem grande.
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