MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA E SER HUMANO
Não tenho conhecimento e informação suficiente para dizer se a Vitória deve ser
ou não diagnosticada como anencéfala, mas admiro o amor e a coragem dos pais
que vêm a público defender o direito dela à vida.
Cada vez mais as pessoas acham normal considerarem-se umas às outras pela
capacidade de trabalhar e produzir. Os improdutivos estariam abaixo do nível
da humanidade e com menos direito à vida?
Viver alguns dias é apenas um transtorno para a família e a sociedade?
Este transtorno deve ser evitado com a morte?
A medicina realmente é capaz de prever com precisão, a partir de exames de imagem, genéticos, biópsias e todo o seu arsenal de geração de conhecimento,
o que acontecerá com o bebê em gestação? Acho que o conhecimento avançou,
mas ainda há limites.
Nenhum médico se arrisca a dizer quantos anos viverei, estando fazendo
hemodiálise e praticamente sem função renal há cinco anos, e esta informação
me é muito importante, porque uma estimativa, por mais imprecisa que fosse,
me subsidiaria em decisões importantes para a minha vida. Faltam estudos de
esperança de vida de pacientes renais? Creio que não. Por que então, se arriscam a
fazer afirmações nos casos de suposta anencefalia e a orientar a interrupção da
gravidez? Esta contraprova (é a segunda que já vi filmada) dos limites do conhecimento
médico não deveriam ser veiculadas em um período de uma decisão tão grave
e tão problemática ao estatuto jurídico brasileiro?
Agradeço ao Marcelo Freitas Gil o envio deste caso.
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