Gandhi e o viajante
Conta-se que Gandhi, sempre que viajava de trem pela Índia, comprava passagem de terceira classe. Ali os passageiros, não cultivavam hábitos de higiene, nem de boas maneiras.
Certa ocasião, quando empreendia uma das suas viagens, ele chamou a atenção de um rapaz que viajava junto a ele no mesmo vagão, porque de quando em quando cuspia no chão. Diante da advertência recebia, o moço respondeu indelicadamente e repetiu várias outras vezes o gesto. Gandhi calou-se.
Depois de um bom tempo de viagem, o rapaz pegou no seu violão, e começou a tocar e cantar músicas que exaltavam o grande líder e herói GANDHI.
Quando, finalmente, o trem parou na estação desejada, Gandhi levantou-se preparando-se para descer. O jovem, que também ficaria ali, juntou suas coisas para sair. Na estação, ele percebeu que alguém de certa importância e grande respeito estaria chegando, porque havia uma enorme recepção organizada com músicas instrumentais, fogos de artifício e discurso. Parou para ver . . . Era Gandhi quem chegava . . .
Só quando o viu recebido com tamanha honra e distinção, foi que o rapaz se deu conta que o passageiro a quem havia respondido de maneira tão descortês e insolente, era exatamente aquele que havia enaltecido com tanta veemência através das suas canções. Ele não conhecia Gandhi, mas certamente entendeu que para ele, de nada significaram suas músicas e cântico.
Essa experiência pode muito bem ser aplicada em relação a Deus.
Pois, muitos procuram apresentar-Lhe honra e louvor superficiais, “honram-Lhe com os lábios; e o coração, porém, está longe Dele.”
Deus tem preferência pelos que o adoram desta ou daquela maneira?
— Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que pensam honrá-lo através de cerimônias que não os tornam melhores para os seus semelhantes.
Todos os homens são irmãos e filhos do mesmo Deus, que chama para ele todos os que seguem as suas leis, qualquer que seja a forma pela qual se exprimam.
Aquele que só tem a aparência da piedade é um hipócrita; aquele para quem a adoração é apenas um fingimento e está em contradição com apropria conduta dá um mau exemplo.
Aquele que se vangloria de adorara Cristo mas que é orgulhoso, invejoso e ciumento, que é duro e implacável com os outros ou ambicioso dos bens mundanos, eu vos declaro que só tem a religião nos lábios e não no coração. Deus, que tudo vê, dirá: aquele que conhece a verdade é cem vezes mais culpável do mal que faz do que o selvagem ignorante e será tratado de maneira conseqüente, no dia do juízo. Se um cego vos derruba ao passar, vós o desculpais, mas se é um homem que enxerga bem, vós o censurais e com razão.
Não pergunteis, pois, se há uma forma de adoração mais conveniente, porque isso seria perguntar se é mais agradável a Deus ser adorado numa língua do que em outra. Digo-vos ainda uma vez: os cânticos não chegam a ele senão pela porta do coração.
QUESTÃO 654 DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS
1 comentários:
Linda história!
20 de set. de 2013, 01:51:00Gandhi, uma grande lição!
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