SERENIDADE E PACIÊNCIA
Meus caros amigos:
Em nossa tarefa espiritista é
preciso não esquecer o imperativo da tolerância.
Em muitas ocasiões somos
surpreendidos pela tormenta das sombras, induzindo-nos a cair no
espinheiro das reações descabidas, que não operaria, ao redor de nós,
senão o desequilíbrio e a perturbação que nos cabe evitar.
Em semelhantes momentos o golpe da
perseguição e o brio ultrajado constrangem-nos à defesa aparentemente
justa. No entanto, ainda ai é indispensável nossa acomodação com o
silêncio e com a prece, para melhor discernir a atitude que nos
compete.
O Senhor, na oração, revelar-nos-á o
impositivo da serenidade e da paciência.
E a verdade cristalina ensinar-nos-á
a enxergar o desespero onde
prevalece a mentira, a loucura onde surgem o azedume e a condenação.
No coração governado pelo amor de
Jesus, não há lugar para a dignidade ferida, porque a dignidade do
discípulo do Evangelho brilha, acima de tudo, no perdão incondicional das
ofensas e no serviço incessante à extensão do bem.
A língua acusadora ou ingrata é
bastante infeliz por si mesma e as mãos que apedrejam e dilaceram trazem
consigo o suficiente infortúnio.
Abstenhamo-nos, pois, de julgar, não
porque nos faleçam conhecimentos ou valor, mas porque somos servidores
da causa do cristo e, somente ao Senhor, cabe a supervisão da
obra redentora a que fomos chamados.
Não vale precipitar ações e
conclusões.
Nem basta simplesmente
convencer.
A tolerância construtiva do bem que
não repousa ser-nos-á infatigável guardiã no espaço e no tempo, favorecendo a
outros, tanto quanto a nós mesmos, a visão clara da vida.
Euripedes Barsanulfo |
Saibamos, assim, desculpar as trevas
em suas arremetidas inúteis, valorizando a luz que o Divino Mestre
nos concedeu para o caminho de ascensão.
Recordemos que a Ele próprio não se
reservou, na Terra, senão a cruz do supremo sacrifício, da qual
endereçou ao mundo inteiro a bênção do silêncio e da humildade,
do perdão e da renúncia por mensagem maior.
Atentos, desse modo, aos nossos
compromissos com a verdadeira fraternidade, estejamos vigilantes, entre a
riqueza do trabalho e a graça da oração em nossos santuários de serviço,
na convicção de que o campo de nossas atividades pertence ao Mestre
e Senhor.
E, na certeza de que, agindo sob as
normas do amor de que somos depositários, tê-lo-emos em toda a parte por
Advogado infalível a pronunciar-se por nós no momento oportuno.
Eurípedes
Barsanulfo
Psicografia de
Chico Xavier
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No ano de 1954, religiosos
ligados a uma corrente católica,
inicia campanha
difamatória à memória de Eurípedes, com objetivo
de apagar da
memória do povo sacramentana a bela mensagem de
amor, renúncia e de
religiosidade do apóstolo de Sacramento.
Em sua defesa, a
Espiritualidade Maior, na santa
psicografia de
Chico Xavier, recebe belíssima e comovedora
mensagem, a cima
transcrita.
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