ESPÍRITO E MATÉRIA
A
mediunidade nunca foi objeto de estudo nos meios acadêmicos devido ao
pensamento materialista neles dominante, sendo suas manifestações sumariamente
consideradas como distúrbios nervosos quando não casos de ilusão ou até de
fraude.
Por
outro lado, mesmo entre religiosos que admitem a existência do mundo
espiritual, também surgiram dúvidas quanto à sua realidade, alegando-se para
tanto a impossibilidade de o espírito, supostamente imaterial, atuar sobre a
matéria. A Doutrina Espírita veio esclarecer essa questão, mostrando que,
embora não se conheça a natureza íntima do espírito propriamente dito, o ser
pensante e moral, por vezes descrito como uma centelha ou uma chama, sabemos,
por observação confirmada pelas informações dos benfeitores espirituais, que
ele sempre se acha revestido por um corpo de matéria em estado muito sutil –
seu perispírito –, por isso não percebido pelos nossos sentidos, mas um corpo
ainda material, capaz de possibilitar aquela atuação. Ao serem observados pelos
médiuns videntes ou se apresentarem nas reuniões de efeitos físicos, eles
sempre se mostravam com a forma humana, habitualmente com a aparência que
tiveram em sua última encarnação.
O
progresso científico examinando a intimidade da matéria e descrevendo-a como um
conjunto de partículas infinitesimais que, por sua vez, são agregados de
energia, veio mostrar que a solidez e a continuidade da matéria são, na
verdade, impressões ilusórias produzidas por nossos sentidos, contribuindo,
dessa forma, para desfazer aquela suposição de distância intransponível entre
os espíritos, com seus corpos etéreos, e o nosso mundo físico, com sua
aparente densidade.
A
Doutrina Espírita revelou ainda que a ação do plano espiritual sobre nós é muito
ampla, não se restringindo aos fatos da mediunidade, pois, além dos pensamentos
que nos sugerem, influenciando o curso de nossas vidas, podem os desencarnados
atuar diretamente sobre nosso corpo, envolvendo-nos, quando ainda inclinados ao
mal, em energias desequilibrantes, capazes – se não forem repelidas pela nossa
vontade – de debilitar-nos, favorecendo a instalação de variadas enfermidades.
É claro que, em sentido inverso, podem, nossos protetores beneficiar-nos com suplementos
de recursos balsâmicos que, acolhidos por nós, nos renovam as forças e
preservam ou restauram a saúde. Esclarece igualmente a Doutrina que a
orientação que damos à nossa vida tem peso decisivo na determinação dessa
influência, expondo-nos à pressão dos maus ou permitindo-nos receber a
amorosa assistência dos bons.
“O
Livro dos Médiuns” (Segunda Parte, capítulo 1, itens 57 e 58).
D.Villela
Junho
2012 – no 2213
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