Qualidade na Prática Mediunica (42 ao 55) - Projeto Manoel P. de Miranda
Preparação mediúnica,Funcionamento da Prática Mediúnica, Postura do Médium
Preparação Mediunica
Os Mentores Espirituais generalizam para todos os componentes da equipe mediúnica o mesmo comportamento preparatório, pois os deveres são os mesmos, embora as funções sejam diferentes.
Na questão do médium, em particular, convém promover à véspera do intercâmbio espiritual um estado psíquico favorável, fazendo uma higienização mental compatível para que os Mentores comecem a preparação para a reunião do dia seguinte. Não se pode imaginar seja o fenômeno de incorporação um acontecimento fortuito, a não ser aquele originário do desequilíbrio.
O médium disciplinado pode ser considerado um telefone bem guardado. Alguém, querendo telefonar, dirige-se ao aparelho e pede licença, com ética, para utilizá-lo. A mediunidade pode ser considerada uma aparelhagem telefônica sumamente útil; deve ser, portanto, preservada.
As entidades espirituais somente utilizam a nossa faculdade se a facultamos, isto é, se formos disciplinados mentalmente. Podem perturbar-nos, usando outras pessoas, através de mecanismos que fogem a nossa participação. Por exemplo: estamos em casa sentindo um grande bem-estar, surge uma idéia má e reagimos, aparece uma sugestão negativa e refutamos o pensamento; no entanto, nem sempre conseguimos evitar que venha uma pessoa inesperadamente e nos provoque, desajustando-nos psicologicamente. Reagimos com mais facilidade ao que não vemos do que àquilo que está diante dos nossos olhos.
Desta forma, o médium deve preparar-se desde a véspera, colocando-se à disposição dos bons Espíritos.
Existem comunicações que, para serem realizadas, requerem um acoplamento perispírito-a-perispírito feito vinte e quatro horas antes da prática mediúnica. Nos livros de André Luiz e nos de Manoel Philomeno de Miranda todo este mecanismo está explicado com minúcias acerca do que os médiuns sentem. Os médiuns seguros já despertam com o psiquismo predisposto para o que vai acontecer na reunião mediúnica. Mais ou menos telementalizados, torna-se mais fácil a comunicação.
43. - Como ocorrem as preparações no Mundo Espiritual para as comunicações mediúnicas, por psicofonia, de Entidades muito infelizes: suicidas, assassinados, acidentados, obsessores e outros profundamente sofredores?
Os Espíritos são unânimes em afirmar que, em razão da carga fluídica muito densa que os constitui ou nas quais se movimentam essas Entidades, normalmente os médiuns, quando em estado de desdobramento pelo sono natural, são levados às Regiões em que as mesmas se encontram, quando começa a estabelecer-se a sintonia entre ambos: o desencarnado e o encarnado que lhe será o instrumento psicofônico. Esse trabalho de identificação fluídica pode dar-se à véspera da reunião mediúnica específica ou mesmo até 48 horas antes.
Isso porém, não afeta a conduta moral, emocional e física do medianeiro, e se tal ocorresse, lhe seria uma dolorosa perturbação.
Os médiuns disciplinados dão-se conta da interferência delicada nos painéis da aparelhagem sutil de que são portadores e, desde esse momento, contribuem em favor desses enfermos espirituais, absorvendo e eliminando as energias deletérias, que serão transformadas durante a terapia a que serão submetidos na reunião programada.
É provável que nem todos os médiuns o percebam, tal a sutileza do fenômeno e a sua propriedade. Não obstante, à medida que se lhe apura a sensibilidade, passa a perceber o intercâmbio suave, sentindo-se honrado pela oportunidade de auxiliar o próximo em sofrimento.
Não é de estranhar-se a ocorrência, quando todos sabemos das interferências constantes dos Espíritos em nossos pensamentos, palavras e atos, conforme a questão nº 459, de o Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
44. - Quais os fatores que ocorrem para que os participantes da prática mediúnica durmam no transcorrer dos trabalhos de intercâmbio espiritual e como evitar que isso aconteça?
O Espírito Joanna de Ângelis recomenda que o freqüentador repouse algumas horas antes de vir à reunião, a fim de adquirir uma predisposição favorável, desde que a indisposição física ou psíquica perturba o trabalho dos demais.
O problema todo se encontra vinculado ao campo mental do indivíduo. Os Espíritos sintonizam, através de onda específica, ligando psiquicamente os colaboradores uns aos outros, Se este aqui dorme e mais adiante outro encontra-se sonolento, os pensamentos se desencontram e cai a corrente vibratória. Faltam estímulos psíquicos aos médiuns para a comunicação e muitas deixam de acontecer. Quem participa de reunião mediúnica tem que criar o hábito de se preparar convenientemente.
Existe a possibilidade de o indivíduo isolar-se, ligando-se diretamente aos instrutores Espirituais. Quando isso acontece, o medianeiro torna-se um instrumento maleável nas mãos desses Benfeitores e não sofre a deficiência do meio.
Existem casos em que os integrantes sonolentos são envolvidos pelos bons Espíritos em fluídos benéficos para que não seja perturbada a ordem dos trabalhos de atendimento à Entidades sofredoras.
São circunstâncias graves, as que levam ao sono, provocadas ou intensificadas pela indução hipnótica de Espíritos obsessores para que as pessoas fiquem anuladas. Pode-se observar com facilidade que tão logo termine a prática mediúnica não mais se nota qualquer vestígio de indisposição na pessoa sonolenta.
Os fatores, principais causadores destas indisposições, são: o cansaço natural e a hipnose obsessiva.
A sugestão para contornar esta situação anômala resume-se em: repousar depois das atividades cotidianas, proceder a uma leitura edificante e adotar um estado íntimo de oração, que é diferente do balbuciar de palavras, impedindo-se assim, a influência dos hipnotizadores inferiores através de uma defesa consistente contra as ondas vibratórias negativas por eles arremessadas.
45. - Na vida moderna nem sempre é possível arranjar-se tempo para uma preparação mental cuidadosa. Neste caso, o que se pode fazer? Deve-se continuar freqüentando a reunião mesmo sabendo que pode prejudicar, de alguma forma, a harmonia da equipe mediúnica?
Existe uma disciplina que pode compensar esta dificuldade: o participante da prática mediúnica comparecer amiúde às reuniões doutrinárias para estabelecer um vínculo, que, de certa forma, representa uma preparação.
Pode-se também adquirir o hábito de deitar-se mais cedo na véspera da prática mediúnica. Neste caso os Mentores Espirituais, aproveitam a ocasião para uma preparação no Mundo Espiritual, a fim de que, no dia seguinte, o médium apresente-se maleável para atender as Entidades programadas. Os instrutores desdobram o medianeiro e acoplam nele o Espírito necessitado das terapias que serão utilizadas durante a doutrinação. No dia seguinte, o médium acorda sentindo mal-estar, que somente desaparece depois da prática mediúnica.
Aqueles que não tenham tempo, no dia da reunião mediúnica, para a preparação necessária, deitem-se mais cedo, leiam uma página edificante refletindo sobre o conteúdo, tenham uma noite tranqüila, façam uma assepsia mental cuidadosa, predispondo-se para a atividade do dia seguinte. Enfim, façam um pré-operatório, porque em decorrência da correria da vida atual a condição física é muito difícil de ser conseguida.
Por esta razão, em nossa Casa, os Instrutores Espirituais tornaram-se mais flexíveis quanto ao horário, permitindo deixar a porta aberta até a conclusão da leitura. A rigidez de horário, outrora, era devida à vida tranqüila que se levava. Hoje, mudou um pouco, porém não significa que devemos negligenciar.
Funcionamento da Prática Mediúnica
Na argumentação racionalista de Allan Kardec - "antes de tentardes fazer alguém espírita fazei-o espiritualista" - está o bom senso doutrinário, pois reunião mediúnica não é local para se incutir fé em quem não a possui. Esta lógica do Codificador foi chamada de bronze, desde que uma pessoa não pode acreditar que os Espíritos se comuniquem se não acreditar na sua existência.
Nesse mesmo capítulo ele faz uma análise a respeito das teorias que negam a realidade do Mundo Espiritual. Partindo do nada, examina as várias correntes religiosas e filosóficas para poder, através de deduções, chegar à certeza filosófica da existência dos Espíritos. Posteriormente, nos capítulos sucessivos de O Livro dos Médiuns, faz uma análise dos vários tipos de mediunidade com as suas características.
Assim, para que uma pessoa possa conscientemente participar da prática mediúnica é necessário, em primeiro lugar, conhecer os postulados espíritas, inclusive a mediunidade.
É muito comum pessoas envernizadas de falsa cultura dizerem: - "eu não creio". Deixam a impressão de que o fato delas afirmarem que não crêem, dá-lhes autoridade para negar a realidade. Embora alguém assevere a sua descrença, não invalida a existência real do que nega, em nenhum ângulo. Por isso é necessário que a pessoa tenha percorrido antes o caminho da cultura espírita, em torno do assunto, para chegar a uma conclusão positiva ou negativa.
O Espiritismo é, sobretudo, uma doutrina de bom senso. A mediunidade funciona como uma porta de informação. Logo, é necessário saber-se o que ela é e como ocorre o transe mediúnico para se inteirar do que se passa durante a sua prática.
Não raro, quando uma pessoa presencia outra em transe e acontece algum paroxismo ou estertor, imediatamente o observador, que não conhece o Espiritismo, taxa o fenômeno de histeria, na maioria das vezes desconhecendo o significado dessa palavra.
Quando as características do fenômeno apresentam uma pessoa falando em transe, é comum que digam: - é dela mesma - afirmativa feita sem nenhum critério de avaliação, indicando o despreparo deste tipo de personalidade.
Para se evitar o enxovalhamento do fenômeno mediúnico é imprescindível selecionar-se os componentes do grupamento de trabalho para o intercâmbio com os desencarnados.
Portanto, a mediunidade tem de ser examinada para que a pessoa saiba o funcionamento dos seus mecanismos e, assim, adquira o senso de avaliação. Na convivência grupal passa a conhecer de perto os demais participantes da prática mediúnica.
Este é o seguro critério doutrinário.
47. - Qual o tempo de educação de uma prática mediúnica?
Um tempo ideal para a prática mediúnica é de noventa minutos, incluindo-se a preparação com as leituras doutrinárias que, por princípio de disciplina, não devem ser alongadas.
48. - As comunicações são programadas de antemão pelos instrutores espirituais?
Sempre, mesmo quando alguns Espíritos dizem que não. Interessante ressaltar que as barreiras magnéticas existentes impedem a entrada no recinto da reunião de Entidades não programadas, isto no caso de uma prática mediúnica séria, com assistência disciplinada. Quando essas Entidades acham que romperam a proteção magnética é porque, na verdade, foi facilitado o seu ingresso no local do intercâmbio espiritual.
Vamos admitir que uma pessoa seja invigilante e atraia o seu desafeto: A entrada deste é vetada, embora o indivíduo possa estabelecer uma vinculação com esse Espírito odiento, de ordem puramente psiquica e à distância. O médium atormentado poderá ensejá-lo por meio de telementalização, o que dá margem a alguém, inadvertidamente, achar que as defesas magnéticas da reunião foram insulficientes para impedir tal ocorrência.
49. - As manifestações de Mentores ocorrem durante a prática mediúnica com fins desobsessivos?
Na parte final. Depois que se dão as comunicações para o tratamento aos sofredores há, sempre, um espaço reservado para mensagens reconfortantes de entidades luminosas. O médium torna-se receptivo e aguarda. Não acontecendo nenhuma comunicação deste porte o dirigente encarnado dos trabalhos de intercâmbio espiritual encerra a reunião.
Pode ocorrer, também, durante este espaço final, por interferência dos Mentores, comunicações de Espíritos muito perversos ou de inimigo pessoal de qualquer dos componentes do grupo, ocasiões em que é possível se comunique, paralelamente, um instrutor para orientar o dirigente encarnado no sentido de que ele conclame todo o grupo a uma postura mental compatível com as necessidades do momento, enquanto os doutrinadores são avisados do tipo de tratamento que deve ser dispensado ao Espírito comunicante.
Todavia, o mais comum, no final, é um médium ser instrumento de um Mentor espiritual que venha dar uma mensagem de alevantamento moral.
50. - Quantos Espíritos devem manifestar-se por um mesmo médium em cada reunião e qual deve ser o tempo de duração da incorporação?
Tratando-se de um grupo com muitos médiuns atuantes, duas comunicações são suficientes para cada sensitivo; excepcionalmente, três. Deve-se evitar um número maior de passividades por causa do desgaste físico e psíquico do médium.
O tempo ideal de uma incorporação fica entre cinco e dez minutos, no caso de Espíritos sofredores. Quanto aos Mentores Espirituais, não há uma estipulação de tempo porque eles revigoram o medianeiro enquanto se comunicam.
A depender do número de doutrinadores, quando houver várias comunicações simultâneas, é conveniente os demais médiuns controlarem-se até que haja um momento favorável. Observa-se, quanto a isto, um fato curioso que se dá muito na vida social: estamos numa reunião, as pessoas estão caladas, constrangidas; repentinamente alguém fala, outro se anima e daí a pouco todos estão falando ao mesmo tempo, porque se quebrou a inibição. Na prática mediúnica também se dá o mesmo: no início dos trabalhos acontece aquele silêncio, até que um mais corajoso resolve começar as passividades; os outros se estimulam e a partir daí acontecem várias comunicações simultaneamente. Dão-se, nesta ocasião, dois efeitos: o "psicológico", de inibição, que foi quebrado, e o de "contaminação" no sentido figurado da palavra: a irradiação de um comunicante, por um médium, afeta o sistema nervoso de outro que, se encontrando na mesma faixa mental, facilita a comunicação.
O ideal é que se espere um pouco, enquanto outros médiuns estão em ação. Na impossibilidade de assim proceder, deve-se dar campo, porque na hipótese de se ter um bom grupo de doutrinadores, pode-se atender até três comunicações simultâneas, desde que seja em tom de voz coloquial.
Postura do Médium
51. - É justo que o freqüentador de reunião mediúnica permaneça, o tempo inteiro, desejando comunicações de Espíritos que tenham ligações com ele?
Causa-nos surpresa, muitas vezes, a qualidade das comunicações nas práticas mediúnicas. Normalmente, alguém que tem uma mãe, um pai ou irmão desencarnado, quando passa a freqüentar uma reunião mediúnica espera logo que venha o familiar conversar com ele para dar-lhe uma prova da imortabilidade da alma e , por conseguinte, da continuidade da vida além da sepultura. Raramente isso acontece. As comunicações que ocorrem são geralmente de Espíritos sofredores.
Por que será? Por uma razão muito lógica: a prática mediúnica não se destina a dar fé a quem não a tem; a sua finalidade é de ordem terapêutica para o entendimento aos desencarnados que sofrem. Daí, ser dividida em duas partes: a de educação mediúnica, também conhecida como de desenvolvimento, e a de desobsessão, funcionando como terapia para os problemas psíquicos.
52. - Quando o doutrinador perceber no médium, durante a comunicação, alguns exageros de expressão, tendências ao descontrole, como deverá proceder?
O doutrinador se desloca até próximo do médium e, caso o Espírito esteja a impulsioná-lo a falar muito alto, dirá: - Não é necessário gritar. - Se o Espírito retrucar dizendo: - Eu vou fazer isto ou aquilo... - o doutrinador contra-argumentará, e quando exceder dos limites apelará para o médium: - Peço para reagir. Controle um pouco. - Isto porque o Espírito utiliza o estado de excitação nervosa do sensitivo e, à medida em que se comunica, vai apossando-se do seu sistema nervoso central, assim como o sistema simpático, provocando um mal-estar que vai tomando conta da aparelhagem mediúnica. Não havendo os cuidados necessários, poderá acontecer exacerbação de comportamentos culminando na quebra de utensílios existentes no recinto. Apelando-se para o médium, produz-se um choque capaz de alertá-lo, levando-o a se controlar e a controlar melhor o comunicante.
Quando o médium concentra-se mentalmente, há uma irradiação da aura. Com a aproximação do Espírito, o psiquismo deste mistura-se com a aura do sensitivo. À medida que a concentração se firma, funciona como um imã atraindo a limalha de ferro. Desta maneira, o Espírito mais adere ao médium, porém não entra no seu corpo. Imantando-se, a sua energia psíquica toma conta do sistema nervoso do sensitivo e provoca as reações automáticas, as contorções, as batidas de mesa, o desespero.
Deve ser ressaltado que durante a comunicação, o Espírito encarnado está sempre vigilante. Ele não sai para que o outro entre. Apenas se afasta um pouco, e neste interstício do perispírito é que se dá a comunicação. Apelando-se para o médium, ele tem que reagir imediatamente, colaborando efetivamente para normalizar os excessos existentes.
O médium não deve esquecer-se que é passivo, não se molestando com as observações do doutrinador, que, por sua vez, pode e deve orientá-lo após a prática mediúnica, dizendo mais ou menos assim: - Hoje, eu notei que as comunicações não foram muito seguras: notei umas tintas anímicas; dei-me conta que você estava muito intranqüilo e não se concentrou com o aprimoramento habitual. - A seu turno, não cabe ao médium achar logo que se trata de uma censura.
Certa vez fui constrangido a ser rude: numa das nossas reuniões mediúnicas, determinada comunicação não foi satisfatória e eu, de forma natural, com muita delicadeza, disse ao médium, no final: - Pareceu-me que hoje você não estava bem!
Respondeu-me, o sensitivo, com um toque de grosseria: - Por acaso você está achando que estava mistificando?
Retruquei-lhe: - Estou.
Não era minha intenção dizer isso, mas, em verdade foi uma mistificação, embora sem nenhuma intenção premeditada.
A pessoa tomou um choque e então eu complementei: - Pois é, ia conversar sobre o assunto com toda a gentileza. Por que razão você se referiu à mistificação? Isto comprova que no seu inconsciente você sabia não ser uma comunicação autêntica. Nunca obrigue ninguém a ser rude com você.
Na realidade não era uma comunicação mediúnica no sentido exato da palavra; não existia má fé, porque a pessoa não programara aquilo que fora dito.
Quando o médium, concentrado, sentir o estímulo, e ele próprio acelerar as idéias, isto não é uma comunicação, nem tampouco animismo, é uma mistificação do "ego" consciente.
Por esta razão é que o doutrinador deve esperar um pouco para que o Espírito se acople e induza o médium a exteriorizar as sensações.
53. - Nos casos em que o doutrinador não conduza adequadamente o esclarecimento, criando embaraços para o médium, como este deverá se comportar?
O papel do médium no processo de intercâmbio espiritual deve ser, pura e simplesmente, de traço de união com o mundo das causas. Se a Entidade está emitindo uma onda de idéias de tal teor e o doutrinador está seguindo por uma estrada completamente diferente, o médium deve abster-se, quanto possível, de fazer qualquer tipo de julgamento a respeito do êxito do atendimento. A sua função é transmitir as sensações físicas e os pensamentos do Espírito enfermo.
Há muitos anos, numa prática mediúnica em nossa Casa, uma Entidade muito sofredora se comunicou por meu intermédio. Era o Espírito de uma senhora que havia desencarnado na ocasião do parto. Quando ela começou a sentir as cólicas da dilatação da bacia para expulsar o feto, veio a desencarnar inesperadamente.
No instante em que o Espírito incorporou, comecei a sentir uma grande indisposição no estômago, acompanhada de mal-estar, falta de ar, enjôo. Quando o doutrinador começou a falar, deu-me uma vontade de sair dali correndo, tal a maneira despropositada com que era feita a doutrinação. Ao invés de utilizar os recursos do passe, da sugestão mental otimista para diminuir o estado de paroxismo em que se encontrava o Espírito, ele resolveu apenas dizer palavras sem nenhuma expressão socorrista. Encontrando-me ainda num semi-transe comecei a pensar: Ah! Meu Deus, não vou agüentar - Finalmente a incorporação se consumou e eu perdi a consciência. Quando voltei ao normal sentia dores físicas atrozes que perduraram durante três dias.
Posteriormente, contei a alguém que teve doze filhos - Fulana, estou com uma dor aqui nos rins e nos quadris, horrível. - Ela retrucou: - Divaldo, isto é dor de parto!
Mais tarde, conversando com D. Yvonne Pereira, fui por ela informado que, quando ela estava psicografando Memórias de um Suicida, era acoplada ao Espírito que se ia comunicar com dois dias de antecedência e passava mal. Depois da comunicação passava dois ou três dias com aquela carga fluídica negativa.
Por isso, a mediunidade é um ministério sagrado de amor. A Benfeitora Joanna de Ângelis já me disse: - O médium que se desincumbe bem da sua tarefa realiza duas reencarnações em uma só. - Além de cidadão comum com seus conflitos, dramas, tarefas, é também o homem que vive, o sentido genérico, uma outra existência de abnegação, renúncia e sacrifício, em outra esfera. Vale a pena a pessoa dedicar-se integralmente à mediunidade com Jesus porque as alegrias são imensas.
54. - Como devemos proceder perante um fenômeno mediúnico no Evangelho no Lar?
Tratando-se de uma interferência perniciosa, pedir à pessoa que reaja. O fundamento do Evangelho no Lar é criar um psiquismo saudável para a família e não o psiquismo de seres enfermiços. Os Espíritos doentes vêm e participam, mas, para aprender e curar-se, não para se comunicarem. Tratando-se de uma Entidade Veneranda, não irá perturbar, saberá esperar o término do Evangelho para, uma que outra vez, oferecer a sua contribuição, interpretando a palavra, dando conselhos.
Mas, - repetimos - não habitualmente, para que não se transforme uma reunião particular, familiar, em reunião com caráter mediúnico.
O Evangelho no Lar é uma terapia preventiva para problemas. Os Espíritos vêm como assistentes e não pára interferir.
55. - Que conselho você dá aos médiuns principiantes que ainda não sabem definir bem os limites entre suas idéias e as que vêm dos Espíritos?
Quando sentirem algo, dêem expansão. Não tenham a preocupação de monologar: - Ah! Será que sou eu mesmo? - A prática mediúnica é um laboratório. Estamos participando dela como intermediários do bem e não como cientistas ou pesquisadores à cata da perfeição absoluta.
O trabalho de intercâmbio espiritual deve ser considerado como uma atividade de "catacumba", numa comunhão estreita com os Espíritos benévolos. Deve-se dar campo à comunicação, cabendo ao doutrinador avaliar se é fenômeno anímico, mediúnico ou nervoso. Deixa-se a porta aberta e, em caso de dúvida, pergunta-se ao doutrinador no término da prática mediúnica:
- O que você achou daquela comunicação? - Deve existir um mínimo de confiança entre os componentes de uma reunião mediúnica, porque, havendo este clima, a resposta virá com naturalidade. Caso o doutrinador diga: - Bem, eu achei que foi mais um fenômeno nervoso. Procura relaxar mais - Isso não desonra ninguém. Pode-se ter uma crise nervosa em casa, por que não pode acontecer também na sala mediúnica? O sistema nervoso atua em qualquer lugar, e principalmente na prática mediúnica, onde se processam intensas reações eletromagnéticas.
Quando o fenômeno for anímico, o doutrinador deve dizer ao médium: - Você está com as idéias muito fixas. - Cabe ao sensitivo refletir e controlar-se.
Na hipótese de Entidades muito repetitivas, e alas sempre retornam com os mesmos chavões, o médium deve controlar mentalmente, dialogando com o Espírito: - Absolutamente. Ou você incorpora e se comunica dando toda a mensagem ou então não permito a comunicação. - Isto deve ser feito para que o Espírito não fique explorando o fluido do sensitivo.
No caso em que a Entidade fique externando pensamentos repetitivos, como por exemplo: - Eu vou matá-lo, eu mato, eu mato... - levando um tempo infindo a repetir as mesmas palavras para perturbar a sensibilidade do médium, cabe ao medianeiro ajudar o comunicante, dizendo: - Informe a que veio ou não lhe dou campo mental.
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2 comentários:
Gostaria de uma explicaçao mais detalhada: Sou espírita kardecista Há 25 anos por questao de uma depressao grave me aconselhara ir para a humbanda ,fui, porem eu so consigo receber espiritos sofredores . e isto tem me causado certos problemas , pois alguns colegas associam isto com meu perfil,e eu tenho me sentido muito mal com estes comentarios , pois sei que tal fato nao tem nada a ver, estou pensando setiamente abandomar tudo.
10 de abr. de 2011, 21:54:00Sendo Kardecista há 25 anos com vc mesmo afirma,creio que deva ter adquirido um certo conhecimento ao longo desses anos.A Depressão é o mal do século e está presente em algumas pessoas em todos os seguimentos religiosos, devido a uma serie de fatores que vem da pessoa e não da religião em si. Mudar de religião não vai resolver, deve-se paralelo a religião fazer também um acompanhamento clinico; pois Espiritismo é CIÊNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO. Infelizmente pessoas desinformada como esta que lhe orientou ir para Umbanda não ajudam, só atrapalham. Lamento que vc ainda tenha dúvidas quanto a sua religião após tanto tempo... Somos assédiados constantemente pelos irmãos espirituais, principalmente quanto a questão das comunicações, nos testando,nos pondo a provas com doenças,melindres e tantos outros fatores que somos conhecedores. Mudar de ambiente religioso não vai lhe fazer receber comunicações de espíritos superiores, até pq quem mais precisa de auxílio são esses sofredores que vc ajuda. Quando se trabalha com amor, paciência e resignação promovendo a caridade ao próximo atraimos os mentores espirituais que vão trazer os sofredores para serem atendidos e quando eles acharem conveniente deixaram sua mensagem também. Se vc não se sente bem na Umbanda, saia. Se sente bem, fique. Mais saiba que ABANDONAR TUDO não vai resolver a prolemática, pois é necessário que vc reconheça o foco que te atormenta para que vc fique bem interiormente e possa trabalhar a sua questão mediunica.Deus nos observa e não nos abandona, nos dar o livre arbitrio para poder escolher, nos desperta para a nossa religião mas nem sempre aceitamos por completo por não ver nossas necessidades serem resolvidas rapidamente. Tenha fé... Procure Jesus, ele está bem proximo de ti!!!
11 de abr. de 2011, 10:57:00mourafe@yahoo.com.br
Que o Cristo te ilumine Sempre!!!
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