SOFRIMENTO E EUTANASIA
Um paciente considerado em
estado vegetativo conseguiu se comunicar com uma equipe de pesquisa por meio de
ressonância magnética. Scott
Routley, de 39 anos, ficou
nesse estado após um acidente de carro, há 12 anos.
Questionado durante os
exames, ele foi capaz de dizer aos pesquisadores que não sentia dor. É a
primeira vez que um paciente com danos cerebrais graves e sem capacidade de comunicação
conseguiu dar respostas consideradas clinicamente relevantes. O caso de Routley
foi apresentado em 13 de novembro pelo programa “Panorama”, da BBC da
Grã-Bretanha.“Scott foi capaz de mostrar que tem uma mente consciente e
pensante. Nós o examinamos várias vezes e seu
padrão de atividade cerebral mostra que ele está claramente escolhendo
responder nossas questões. Acreditamos que ele saiba quem é e onde está” – diz
o neurocientista britânico Adrian Owen, que
coordenou a equipe de pesquisadores no Instituto de Cérebro e Mente da
Universidade de Western Ontario, no Canadá.
“A descoberta significa que
os manuais médicos precisam ser reescritos” – declararam os médicos de Routley.
Steven Graham, outro paciente canadense acompanhado pelo programa britânico, foi capaz de demonstrar
que havia acumulado novas memórias após os danos cerebrais que sofreu. Graham
responde “sim”, quando perguntado se sua irmã tem uma filha. A sobrinha nasceu
após o
acidente de carro que o
deixou em estado vegetativo, há cinco anos.
Em 2005, a americana Terri
Schiavo, de 41 anos, que há 14 vivia em estado vegetativo, teve o tubo que a
alimentava
removido por ordem judicial,
apesar do apelo desesperado e dos recursos apresentados por seus pais na
justiça. Schiavo morreu 14 dias após a retirada do tubo.
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A propósito do tema, vale
recordar a página “Sofrimento e eutanásia”, parte do livro “Religião dos
Espíritos”, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier e editado pela Federação
Espírita Brasileira:
“Quando te encontres diante
de alguém que a morte parece nimbar de sombra, recorda que a vida prossegue,
além da
grande renovação...
Não te creias autorizado a
desferir o golpe supremo naqueles que a agonia emudece, a pretexto de
consolação e de amor, porque, muita vez,
por trás dos olhos baços e das mãos desfalecentes que parecem deitar o último
adeus, apenas repontam avisos e advertências para que o erro seja sustado ou
para que a senda se reajuste amanhã.
Ante o catre da enfermidade
mais insidiosa e mais dura, brilha o socorro da Infinita Bondade, facilitando,
a quem deve, a conquista da quitação. Por isso mesmo, nas próprias moléstias
reconhecidamente obscuras para a diagnose terrestre,
fulgem lições cujo termo é preciso esperar, a fim de que o homem lhes não perca
a essência divina.
E tal acontece, porque o
corpo carnal, ainda mesmo o mais mutilado e disforme, em todas as
circunstâncias, é o sublime instrumento em que a alma é chamada a acender a
flama de evolução.
É por esse motivo que no
mundo encontramos, a cada passo, trajes físicos em figurino moral diverso.
Corpos – santuários...
Corpos – oficinas...
Corpos – bênçãos...
Corpos – esconderijos...
Corpos – flagelos...
Corpos – ambulâncias...
Corpos – cárceres...
Corpos – expiações...
Em todos eles, contudo,
palpita a concessão do Senhor, induzindo-nos ao pagamento de velhas dívidas que
a Eterna Justiça ainda não apagou.
Não desrespeites, assim, quem
se imobiliza na cruz horizontal da doença prolongada e difícil,
administrando-lhe o veneno da morte suave, porquanto, provavelmente, conhecerás
também mais tarde o proveitoso decúbito indispensável à grande meditação.
E usando bondade para os que
atravessam semelhantes experiências, para que te não falte a bondade alheia no
dia de tua experiência maior, lembra-te de que, valorizando a existência na
Terra, o próprio Cristo arrancou Lázaro às trevas do sepulcro, para que o amigo
dileto conseguisse dispor de mais tempo para completar o tempo necessário à
própria sublimação.”
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