Transtornos Mentais
Título: Transtornos Mentais
Autor: Suely SchubertEditora: InterVidas
Categoria:estudo
Edição: primeira (abril 2012)Proposta:Dar uma visão
aprofundada dos diferentes transtornos mentais e
apresentar a visão espírita sobre eles.
Formato:Livro de tamanho grande com mais de 200 páginas
que podem ser lidas em aproximadamente seis horas. É
dividido em duas partes: a primeira contendo as definições e
conceitos relacionados aos transtornos mentais e a segunda
parte abordando os aspectos da terapêutica espírita.O
projeto gráfico é de excelente qualidade. O destaque, neste
quesito, fica por conta da inclusão nas bordas das páginas
dos significados das palavras menos usuais. Isto facilita
bastante a fluência na leitura dos textos.
Linguagem:Texto escrito num bom e correto Português. Boa
argumentação e coesão de ideias. Estrutura dos textos bem
organizada.
Avaliação:Trata-se de um estudo muito interessante já que
se baseia em longos anos de dedicação da autora em
pesquisas e experiências nesta temática dos transtornos
mentais. Resultou-se, assim, em um trabalho aprofundado
abordando diferentes tipos de transtornos. E, para cada um
deles, a autora corretamente apresenta a definição
psiquiátrica, assim como, a sua etiologia e suas
características.A autora aborda também de forma satisfatória
o tratamento destes transtornos considerando a visão
espírita. Para isso, apresenta, ainda que de forma resumida,
alguns estudos de caso. Por outro lado, sente-se falta de
uma apresentação, ainda que breve, do tratamento
convencional psiquiátrico. Não há, menos ainda, uma
comparação dos dois tratamentos. E, portanto, fica difícil
avaliar, de forma segura, os casos relatados pela
autora.Trabalha-se, ao longo da obra, com a hipótese de
que estes transtornos são consequências de atos
insensatos de encarnações anteriores. Estaria perfeito se a
autora também admitisse a hipótese de que os transtornos
são provas para os espíritos. Felizmente, hoje em dia, a
admissão apenas da primeira hipótese está sendo superada.
Não é mais razoável olhar para o seu próximo e sentenciar
que, se sofre agora, é porque fez algo de muito ruim no
passado.
Discussão:Seguem abaixo algumas passagens:
Página 48 do capítulo Transtornos de ansiedade:S.N., uma
dona de casa de 42 anos, tinha medo de incêndio, de que a tevê e o botijão de gás explodissem, o que a obrigava a desligar tudo e verificar várias vezes; à noite perdia o sono com medo de incêndio, imaginava então como agiria para salvar-se, e esses pensamentos eram recorrentes. A pessoa pediu ajuda espiritual e constatou-se ser esse um caso de reminiscência traumática da reencarnação anterior, quando desencarnara em um incêndio, conforme esclarecimento do orientadora espiritual da reunião de desobsessão. Ao ser informada do ocorrido, S.N. passou por uma mudança gradual, sentindo-se confiante e segura. Aos poucos
desapareceram as ideias obsessivas.É interessante observar
que foi a informação do trauma que fez com que a paciente
melhorasse do transtorno obsessivo-compulsivo e não
propriamente a reunião de desobsessão. Será que ela
melhoria independente desta informação ser verdadeira?
Página 62 e 63 do capítulo Transtornos dissociativos:J.M., rapaz de 25 anos, solicitou-nos o atendimento e relatou-nos que sofria de ansiedade, medo, insegurança. Fazia uso de vários medicamentos que atenuavam um pouco os sintomas. Ele dizia que sem os tais remédios seu sofrimento seria insuportável, culminando com depressão e, às vezes, ideia de suicídio. Citou também que em certos dias, por alguns momentos, se sentia muito estranho, como se não fosse ele próprio, parecia estar fora do corpo, como num sonho, e notava que tudo à sua volta estava como que "borrado" (expressão que usou), desfocado, diferente. (...) J.M. informou ser espírita há algum tempo, frequentava outra instituição espírita, mas desejava fazer o tratamento espiritual em nossa casa. Participou por alguns meses das reuniões específicas e obteve extraordinária melhora.Desapareceram o medo, a insegurança, a despersonalização e a depressão. O estado de ansiedade arrefeceu bastante, possibilitando-lhe a retomada da profissão. Nós o aconselhamos a prosseguir o tratamento com passes na instituição que frequentava, visto localizar-se no mesmo bairro onde residia. Seus problemas estavam relacionados com sentimento de culpa, ausência de autoestima e trauma de infância. Caso ocorrido em 1996.Não ficou claro o que foram estas"reuniões específicas". Também não ficou claro se ele tinha
acompanhamento médico psiquiátrico. É curioso notar que
seus problemas eram de natureza psicológica e não
propriamente espiritual.
Será que as reuniões eram, na verdade, uma psicoterapia?
Página 81 do capítulo Transtornos do humor:Depressão na visão espírita(...)A causa profunda desses sofrimentos íntimos não está realmente na situação atual, nas conjunturas do meio ambiente, no estado de saúde ou doença, embora tudo isso possa ter um peso considerável, mas, sim, no Espírito, que carrega suas imperfeições e conflitos que hoje ressumam através de estados de tristeza, angústia, ansiedade ou revolta, como a deixar patenteado, na maioria das vezes, que por ser culpado precisa de ajuda, de amparo, de chamar atenção para sua dor, a qual considera a maior e mais intensa da face da Terra.Talvez
"culpado" seja uma palavra inadequada. Os fatores alheios
ao Espírito podem ser determinantes para o surgimento da
depressão.
Página 105 do capítulo Transtornos psicóticos:Esses espíritos perseguidores têm como objetivo levar a vítima ao suicídio, pois sabem que as consequências desse ato são de sofrimentos superlativos, não apenas após o despertar no plano espiritual, mas também pelas sequelas que se imprimirão no corpo físico na reencarnação seguinte.Será
mesmo que todo suicida retorna com sequelas no corpo
físico?
Página 110 do capítulo Transtornos psicóticos:Psicose pós-parto na visão espírita(...)Portanto, a psicose pós-parto denota um profundo envolvimento do passado entre a mãe e o filho recém-nascido, ressumando emoções desequilibradas, sentimentos negativos perturbadores, cujas raízes estão em reencarnações anteriores, hoje desaguando em estados mórbidos, patológicos. São as sequelas de crimes que cometemos no passado, de paixões que culminaram em homicídios, duelos, enfim, nossas tendências e impulsos do presente ressaltam o que fomos e fizemos no passado.Será!? Por que estas "sequelas"
apareceriam justamente logo após o parto e ainda teriam
uma duração limitada de poucos dias?
Página 130 do capítulo Visão espírita dos transtornos mentais:O tempo é hoje. Nossa bagagem não deixa margem a dúvidas pelas sequelas que expressam. Enfermidades mentais e físicas são efeitos de atos anteriores, realizados sob o império da insensatez em reencarnações pretéritas.Será que estas enfermidades não poderiam ser apenas provas?
Página 170 do capítulo A terapêutica espírita:Entretanto, embora se deem todas as luminosas orientações dos benfeitores espirituais, temos notícias de atendimentos, realizados em alguns lugares, que estão muito longe daquele que se espera no recinto de uma casa espírita, o que é deveras lamentável. Às vezes, os que atendem, o fazem de maneira áspera, denotando má vontade e mau humor, por hábitos e condicionamentos antigos, que cultivam no cotidiano e que transferem para a tarefa espírita. Os que entrevistam, por sua vez, acham que é preciso falar aos entrevistados com uma franqueza rude, expondo o quanto foram perversos e criminosos no passado e que os sofrimentos de hoje expressam o carma que devem enfrentar, irreversível, e o que é pior, que estão sofrendo assédios terríveis de Espíritos vingadores, cruéis, tudo narrado com tintas sombrias, como se não houvesse nenhuma esperança para o infeliz.É, de fato, lamentável
que isto ocorra. Por outro lado, é preciso refletir que a
rudeza na franqueza é menos lamentável do que a própria
ideia de que as enfermidades são necessariamente
consequências de atos reprováveis do passado.
Página 188 do capítulo Estrutura espiritual da reunião de desobsessão: A equipe espiritual, como é evidente, é superior àquela que pertence ao plano físico, nem poderia ser de outra forma. Portanto, toda a programação é da sua alçada, o que representa um penhor de segurança para o grupo mediúnico.Será!? O problema aqui é que alguns
(encarnados) se valerão do argumento de autoridade, de
terem sido intuídos pela equipe espiritual.
Página 201 do capítulo Infalibilidade dos médiuns:Isso nos remete a algumas situações bem próprias do nosso momento. Vê-se, atualmente, que há muita pressa em divulgar-se o trabalho de um ou outro médium, pois as pessoas que lhe são próximas se entusiasmam quanto à sua faculdade mediúnica, nas quais anteveem amplas possibilidades, não se levando em conta que ele, o médium, está em fase inicial, necessitando ainda de prolongado período de experiência e maturação, conquistados, através do exercício constante e do estudo perseverante. Dão-se pressa em publicar livros psicografados, em divulgar curas alcançadas, em expor quadros com pinturas primárias, em compor e cantar músicas ditas mediúnicas onde letra e melodia nada exprimem, o que é pior, fazendo concessões a ritmos da moda no intuito de atrair adeptos, em promover, enfim, o medianeiro, como se o mundo fosse acabar amanhã e não houvesse tempo para mais nada. Infelizmente os resultados, no curso do tempo, não deixam margem a dúvidas quanto aos excessos cometidos nessa fase preparatória. Por via de consequência, a qualidade das produções mediúnicas, vem caindo dia após dia. E isto é deveras preocupante.
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