A REENCARNACAO E A MEMÓRIA INTEGRAL
A reencarnação, segundo os espíritas, é o processo de voltar à existência terrena, sucessivamente, com o objetivo de evolução espiritual. A crença na sobrevivência da alma e na possibilidade de aprendizado constante leva-nos a pensar no acúmulo dessas experiências e no seu armazenamento. Se a vida do corpo físico é finita e falamos em evolução, as experiências devem estar registradas e disponíveis para atuarem, inconscientemente, na existência em curso.
Conforme Gabriel Delanne, “a memória não é uma faculdade simplesmente orgânica, ligada à substância do cérebro, mas que reside, ao contrário, nessa parte indestrutível, a que os espiritistas chamam perispírito”. Portanto, o espírito, que não morre com o corpo físico, carrega suas experiências, que podem se tornar possibilidades de crescimento, aprendizado e evolução nesse corpo espiritual, influenciando seus futuros projetos reencarnatórios.
Quando falamos em memória integral, compreensível a partir do conceito espiritual, nos referimos ao arquivo de registros de experiências ancestrais e não de lembranças.
Memória é diferente de lembrança, pois esta requer consciência. Experiências com sonâmbulos, através de hipnose, mostram que é possível resgatar registros, independentemente de terem ocorrido nesta ou em reencarnações, que não são conscientes.
Através de técnicas especializadas, é possível acessar um tanto de informações de existências passadas, mas, certamente, não podemos entrar em contato com todo o conteúdo desse campo informacional.
No livro Nosso Lar, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, encontramos a figura de uma mulher que somente pode entrar em contato com uma pequena parte do seu passado, após muito trabalho de disciplina e reflexão, e de tal forma que, essas informações não viessem a ser fatores desestruturantes do equilíbrio conseguido até aquele momento.
Se hoje é o nosso ponto máximo de evolução espiritual, o que ficou para trás são experiências mais primitivas e cujas lembranças nos chocariam, pois são erros anteriores ao nosso estágio atual de compreensão.
Acreditamos que acessar todo o conteúdo da memória integral somente será possível quando alcançarmos a plenitude da evolução espiritual, integrando de forma consciente o autoconhecimento, o autoperdão e, lembrando Jesus, amando o próximo como a nós mesmos.
Ercilia Zilli é Presidente da ABRAPE-Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas, Apresentadora do Programa Novos Rumos—Rádio Boa Nova, Psicóloga Clínica, residente em São Paulo, Brasil.
http://compreendereevoluir.blogspot.com.br
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