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16 de abr. de 2012

Dialogo com as Sombras 2ª PARTE (8) - OS DESENCARNADOS - OS ORIENTADORES





Sempre que um grupo de pessoas se reúne para trabalho de natureza mediúnica, um grupo correspondente de Espíritos se apro­xima. Todos nós temos, no mundo espiritual, companheiros, amigos e guias, tanto quanto desafetos e obsessores em potencial ou em atividade. Teremos que aprender a trabalhar com ambos os grupos.
Não vamos conviver apenas com aqueles que vêm para aju­dar-nos, e nem seria esta a finalidade de um grupo que se prepara para a difícil tarefa da desobsessão. Além disso, não podemos esquecer-nos de que somos todos irmãos, apenas distribuídos em diferentes estágios evolutivos. Enquanto alguns se acham à nossa frente, por terem caminhado um pouco mais do que nós, outros nos seguem um passo ou dois atrás. É da lei universal da frater­nidade que todos se apóiem mutuamente, para chegarem à paz interior, que é o reino de Deus em cada qual.
Falemos primeiro dos irmãos que vêm nos ajudar a servir.
É sempre um momento de emoção a primeira reunião me­diúnica de um grupo. Os resultados podem não ser espetaculares — e geralmente não o são mesmo — porque os companheiros incumbidos da nossa orientação ainda estão trabalhando nos ajustes e nos testes, como o maestro competente que verifica se todos os instrumentos estão perfeitamente afinados. Se o grupo já dispõe de um ou mais médiuns desenvolvidos, é certo que um Espírito amigo se manifeste, para as primeiras palavras de estímulo e encorajamento.
Nessa altura, é raro que tenhamos conhecimento da natureza do trabalho que pretendam realizar conosco. É certo, porém, que eles já dispõem de um plano, muito bem estudado, compatível com as forças e possibilidades dos trabalhadores encarnados. Os Espíritos sempre nos dizem que precisam de nós para determinadas tarefas, que somente podem ser desenvolvidas com o concurso da mediunidade, ou seja, em contacto com o ser humano encarnado.
Em “Reformador” de fevereiro de 1975, no artigo intitulado “A Doutrinação: variações sobre um tema complexo”, lembrei os preciosos esclarecimentos colhidos no livro “Memórias de um Suicida”, que devemos à abençoada mediunidade de Yvonne A. Pereira.
Tornara-se imperioso encontrar um grupo de médiuns em con­dições de socorrerem Espíritos de suicidas:
“Chegara a um “impasse” o processo de recuperação. A des­peito do desvelo e competência dos técnicos e mentores da orga­nização espiritual especializada no tratamento dos suicidas, um grupo deles se mantinha irredutivelmente fixo nas suas angústias. Os casos estavam distribuídos, segundo sua natureza, a três ambien­tes distintos: o hospital propriamente dito, o isolamento e o manicômio. Uns tantos desses, porém, “permaneciam atordoados, semi-inconscientes, imersos em lamentável estado de inércia men­tal, incapacitados para quaisquer aquisições facultativas de progresso”. Tornara-se, pois, urgente despertá-los para a realidade que se recusavam, mais inconsciente do que conscientemente, a enfren­tar. Trata-se aqui de um conhecido mecanismo de fuga defensiva. Inseguro e temeroso diante da dor que ele sabe ser aguda, profunda e inexorável, o Espírito culpado se aliena, na esperança de pelo menos adiar o momento duro e fatal do despertamento. Em casos como esses é necessário, quase sempre, recorrer à terapêutica da mediunidade. O Espírito precisa retomar a sua marcha e o recurso empregado com maior eficácia é o do choque, a que o autor de “Memórias de um Suicida” chama de “revivescência de vibrações animalizadas”. Habituados a tais vibrações mais grosseiras, mostra­vam-se eles inatingíveis aos processos mais sutis de que dispõem os técnicos do Espaço. Para que fossem tocados na intimidade do ser, era preciso alcançá-los “através da ação e da palavra humanas -Como estavam, não entendiam a palavra dos mentores e nem mesmo os distinguiam visualmente, por mais que estes reduzis­sem o seu teor vibratório, num esforço considerável de automa­terialização.”
É para esse trabalho que os mentores espirituais solicitam o concurso dos encarnados, que se torna, em muitos casos, insubstituível, como vimos. Não sabemos, pois, ao iniciar uma atividade mediúnica, que tipo de tarefa nos será atribuida; podemos estar certos, não obstante, de que os orientadores espirituais do grupo somente nos trarão encargos que estejam ao nosso alcance. Sem dúvida alguma, já estudaram nossas possibilidades e intenções.
      “Memórias de um Suicida” nos fala dos longos e cuidadosos preparativos, conduzidos no mundo espiritual, como preliminares à tarefa mediúnica propriamente dita. É preciso localizar um grupo que ofereça as condições de segurança e amparo de que necessitam os Espíritos transviados.
“Na Seção de Relações Externas — prossegue o mencionado artigo de “Reformador” — são consultadas as indicações sobre grupos espíritas que possam oferecer as condições desejadas para o delicado trabalho.”
E mais adiante:
“Verifica-se a existência de grupos em Portugal, na Espanha e no Brasil. Decide-se por este último e, em seguida, são exami­nadas as “Fichas espirituais dos médiuns” que compõem os grupos
sob exame.” (Destaque desta transcrição.)
Por aí se vê que os nossos grupos e os nossos médiuns se acham meticulosamente catalogados nas organizações do Espaço. Convém acrescentar que registros semelhantes — obviamente para outras finalidades — existem também nos redutos trevosos.
Por várias vezes tive a oportunidade de testemunhar pessoal-mente essa realidade. Espíritos desarmonizados informaram-me que estávamos sendo rigorosamente observados e estudados. Nossos me­nores gestos e palavras eram como que filmados e gravados para exame e debate, mais tarde, nas cúpulas administrativas do mundo das sombras, a fim de melhor nos conhecerem e poderem planejar a estratégia a ser usada contra nós. Certa vez, um Espírito, parti­cularmente agressivo e desesperado, dirigia-se, de quando em quan­do, à sua equipe invisível e recomendava:
—  Gravem isto!
Ou então:
—  Gravaram aí o que ele disse?
Não alimentemos, pois, ilusões. Contamos com a ajuda e o apoio de companheiros bem esclarecidos e competentes, mas preci­samos oferecer-lhes um mínimo de condições.
São enormes as responsabilidades desses amigos invisíveis, e as qualificações exigidas, para as tarefas que desempenham junto a nós, são rígidas. Poderíamos dizer que cada grupo tem os guias e protetores que merece. Se o grupo empenha-se em servir desin­teressadamente, dentro do Evangelho do Cristo, escorado na Dou­trina Espírita, disposto a amar incondicionalmente, terá como apoio e sustentação uma equipe correspondente, de companheiros desen­carnados do mais elevado padrão espiritual, verdadeiros técnicos da difícil ciência da alma.
O trabalho desses amigos é silencioso e sereno. A competência costuma passar despercebida, porque parece muito fácil fazer aquilo que aprendemos a fazer bem. Quando vemos um operário alta­mente qualificado na sua especialidade, ou um desportista bem treinado, experimentamos o prazer de contemplar os gestos bem me­didos, a suave facilidade com que se desempenham. Lembremo-nos, porém, do seu longo período de adestramento, de estudo, de renún­cia, e das suas cansativas horas de trabalho monótono, de repe­tição e correção.
Assim são os companheiros que nos amparam. Apresentam-se, muitas vezes, com nomes desconhecidos, falam com simplicidade, são tranqüilos, evitam dar ordens, negam-se a impor condições. Preferem ensinar pelo exemplo, discorrendo sobre a anatomia do trabalho, diante do corpo vivo do próprio trabalho. São modestos e humildes, mas revestem-se de autoridade. Amorosos, mas firmes, leais e francos. Aconselham, sugerem, recomendam e põem-se de lado, a observar. Corrigem, retificam e estimulam. Sua presença é constante, ao longo de anos e anos de dedicação. Ligados emo­cionalmente a nós, às vezes de antigas experiências reencarnató­rias, trazem-nos a ajuda anônima de que precisamos para dar mais um passo à frente. Voltam sob seus passos, para estender-nos a mão, a fim de que, a nosso turno, possamos ajudar aqueles que se acham caídos pelos caminhos. Inspiram-nos através da intuição, acompanham-nos até mesmo no desenrolar de nossas tarefas hu­manas. Guardam, porém, o cuidado extremo de não interferir com o mecanismo do nosso livre-arbítrio, pois não se encontram ao nosso lado para resolver por nós os nossos problemas, mas para dar-nos a solidariedade do seu afeto. Mesmo no trabalho específico do grupo, interferem o mínimo possível, pois sabem muito bem que o Espírito desajustado precisa de ser abordado e tratado de um ponto de vista ainda bem humano. Se fosse possível resolver suas angústias no mundo espiritual, não precisariam trazê-los até nós.
Essa mesma técnica foi usada com o próprio Allan Kardec. Poderiam os Espíritos Superiores, que se incumbiram de transmitir os fundamentos da Doutrina aos homens, simplesmente ditar os livros que expusessem as linhas mestras do pensamento doutri­nário. Não foi assim que fizeram, e isso teria sido, talvez, mais fácil. Preferiram colocar-se à disposição de Kardec, para que ele formulasse as perguntas, de uma óptica essencialmente humana. Os ensinamentos destinavam-se aos homens, e caberia aos homens, por­tanto, colocar as questões, de seu próprio ponto de vista, de forma que as respostas viessem já acomodadas às estruturas do pensa­mento do ser encarnado.
A tarefa dos grupos mediúnicos de desobsessão apôia-se nos mesmos princípios, pois também é trabalho de cooperação e enten­dimento entre os dois planos da vida. Os benfeitores espirituais não vão ditar um breviário de instruções minuciosas. É preciso que fique margem suficiente para a iniciativa de cada um, para o exer­cício do livre-arbítrio, para que tenhamos o mérito dos acertos, tanto quanto a responsabilidade pelos erros cometidos. Em suma, os Espíritos não nos tomam pela mão, mas não deixam de apon­tar-nos o caminho e seguir-nos amorosamente.
Não desejam, de forma alguma, que nos tornemos dependentes deles, para qualquer passo que tenhamos de dar. Dificilmente nos dizem o que fazer, ante duas ou mais alternativas. Devemos ou não acolher um companheiro que se propõe a trabalhar conosco? Devemos ou não excluir outro, que não está se entrosando? São problemas nossos, e temos que resolvê-los dentro do contexto hu­mano, segundo nosso entendimento e bom senso. A função dos orien­tadores espirituais mais responsáveis não é ditar normas. Mesmo com relação à essência do trabalho, limitam-se a aconselhar e su­gerir, mas não impõem a sua vontade. E se insistimos em seguir pelas trilhas que nos afastam do roteiro da verdade e da segu­rança, não nos faltarão com suas advertências amigas, mas nos dei­xarão palmilhar os caminhos da nossa preferência. Só que, por esses atalhos, não poderemos continuar contando com o mesmo tipo de apoio e sustentação. Haverão de nos seguir a distância, amorosos e apreensivos, mas respeitando nossas decisões, mesmo erradas.
Jamais nos recomendam ritos especiais, nem nos obrigam a fórmulas dogmáticas rígidas e insubstituíveis, como preces exclu­sivas, ou simbolos místicos e vestimentas características.
Nada temos contra os grupos que seguem tais recomendações, sob orientação de seus companheiros desencarnados. Podem ser bem-intencionados e realizar trabalhos de valor, com êxito, mas não são grupos integrados na Doutrina Espírita, entendendo-se como tal a Doutrina contida nos livros básicos da Codificação Karde­quiana. Merecem todo o nosso respeito e carinho; nossa experiên­cia ensina, não obstante, que podem realizar o mesmo tipo de trabalho, ou melhor ainda, sem necessidade de recorrer a práticas exteriores de suporte. O suporte de que os grupos mediúnicos ne­cessitam vem do mundo espiritual superior, onde qualquer exte­riorização voltada para os aspectos materiais é dispensável. Nada, pois, de velas, simbolos, imagens, ritos ou vestes especiais. Não é preciso. E se um companheiro começar a recomendar tais pro­cessos, podemos tranqüilamente dissuadi-lo, com bons modos, éclaro, mas com firmeza.

*

      Os amigos espirituais que se incumbem de orientar o grupo raramente revelam toda a extensão de suas responsabilidades e en­cargos. Somente a observação atenta, no decorrer de muito tempo de trabalho, permite-nos avaliar parcialmente a importância de suas presenças junto de nós.
      Geralmente fazem parte de amplas orga­nizações socorristas, que se incumbem de orientar e assistir inú­meros grupos, onde se reúnem pessoas de boa-vontade, ainda que de limitados recursos.
      O trabalho que nos trazem obedece a pla­nejamentos cuidadosos, cuja vastidão e seriedade nem podemos al­cançar, para entender. Todo o seu esforço é conjugado com o de outros Espíritos, encarnados e desencarnados. São eles os prepa­radores das tarefas específicas do grupo, e são eles que se incum­bem de dar continuidade ao serviço, depois que o Espírito ne­cessitado é atendido. Sabemos muito bem que a maior parte do trabalho, a mais delicada e de maior responsabilidade, é feita no mundo espiritual. Os Espíritos desarvorados, seja por que razão for, já vêm para a manifestação mediúnica com um certo preparo pré­vio. Os benfeitores espirituais é que se incumbiram de localizá-los e desalojá-los de suas posições, muitas vezes tidas por inexpugná­veis, para trazê-los até nós. Inúmeros recursos são utilizados para isso. Técnicas de magnetização e persuasão, ainda desconhecidas de nós, são aplicadas com enorme competência e sentimento da mais funda fraternidade. Freqüentemente, os Espíritos atormenta­dos nem sabem por que se acham numa sessão, falando através de um médium. Ignoram como foram trazidos, ou se dizem convi­dados, julgando que vieram por livre e espontânea vontade. Muitas vezes admitem estar constrangidos, contidos, sob controle, mas não sabem de onde vem a força que os contém.
Os benfeitores assistem à sessão, socorrem-nos com seus recur­sos, nos momentos críticos, fazem pequenas recomendações ou dão indicações sumárias, através da intuição ou da mediunidade osten­siva de algum companheiro. De outras vezes, em casos mais difí­ceis, incorporam-se em outro médium, para ajudar no trabalho de doutrinação ou de passes.
Encerrada a sessão, cabe-lhes recolher os companheiros aflitos, estejam ou não despertados para a realidade maior.
Os Espíritos arrependidos e dispostos à recuperação são leva­dos a centros de reeducação e tratamento, e entregues a outras equipes espirituais, já adestradas para esse tipo de encargo, en­quanto a tarefa no grupo mediúnico prossegue.
Durante a noite, enquanto adormecemos no corpo físico, nossos Espíritos, desprendidos, parcialmente libertos, juntam-se aos benfei­tores, para o preparo das futuras tarefas mediúnicas. Descemos, com eles, às profundezas da dor e, muitas vezes, realizamos, com eles, autênticas sessões em pleno Espaço, para o tratamento pre­liminar de companheiros já selecionados para a experiência me­diúnica, ou irmãos que, já atendidos por nós, necessitam, mais do que nunca, de assistência e amparo, para as readaptações e o aprendizado que os levará à reconstrução de suas vidas, desde o descondicionamento a dolorosas e lamentáveis concepções, até o pre­paro de uma nova encarnação.
Cabe às equipes de esclarecidos companheiros desencarnados todo esse trabalho invisível, do qual participamos, às vezes, como figuras sempre secundárias, em nossos desprendimentos.
O nível espiritual e o “status” moral desses companheiros re­vela-se na sua maneira de agir e falar. Temos que aprender a formular sobre eles o nosso próprio juízo. Com algum tempo de vivência na tarefa mediúnica, estaremos em condições de fazê-lo com relativa segurança, se nos mantivermos atentos e vigilantes. O grupo bem orientado, e sustentado pela prece, pelo conhecimento doutrinário e pela prática evangélica, contará sempre com o apoio de companheiros desencarnados esclarecidos. Isto não quer dizer, porém, que deveremos aceitar tudo quanto nos vem do mundo espi­ritual, sem análise critica. A Doutrina Espírita não recomenda a aceitação cega de coisa alguma; ao contrário, incentiva-nos a tudo examinar, para acolher apenas o que a razão sancionar. Os Espí­ritos esclarecidos não se aborrecem nem se irritam com esses cui­dados, que entendem necessários. É preciso, entretanto, não cair no extremo oposto de tratar qualquer companheiro espiritual com aspereza e desconfiança injustificáveis. Ao cabo de algum tempo de convivência, formulado o juízo sobre os nossos orientadores, saberemos identificá-los e conheceremos seus métodos de ação. A deli­cadeza do trabalho e seu ponto crítico estão exatamente nesse balanceamento entre vigilância e confiança. Sem um perfeito enten­dimento entre as equipes encarnada e desencarnada, é impraticável um trabalho produtivo e positivo. Temos que buscar o terreno comum da harmonização e da integração, o que não é o mesmo que aceitar tudo sem exame.
Essa vigilância, insistimos, é indispensável. Se o grupo trans-via-se, e vai insensivelmente afastando-se das boas práticas doutri­nárias, fica entregue à sua própria sorte. Esse é o momento em que outros companheiros desencarnados se aproximam, para subs­tituir os mais esclarecidos. Em casos assim, poderão tentar assumir também a identidade dos que se afastaram. Não nos esqueçamos de que todos os métodos são válidos para aqueles que se enquis­taram no transviamento moral. Se não estivermos atentos, nem sentiremos a mudança, e, dentro em pouco, estaremos inteiramente dominados, exatamente por aqueles que se opõem aos nossos planos, envolvidos numa vasta e bem urdida mistificação, quando não desarvorados também, com o grupo em vias de desagregação, e até obsidiados ou fascinados por Espíritos que se apresentam com nomes importantes.

*

Os orientadores do grupo geralmente dirigem uma breve pa­lavra de saudação, no princípio da reunião, e uma ou outra reco­mendação sumária. Fazem isso mais para marcar sua presença, como se desejassem simplesmente dizer: “Estamos aqui, amigos. Não temam.”
Durante o desenrolar dos trabalhos, portam-se com discrição e serenidade, interferindo o mínimo possível, sem, no entanto, dei­xarem de nos proporcionar toda a assistência de que necessitamos.
Em casos extremos podem provocar a contenção do manifes­tante, com seus recursos magnéticos, ou incorporarem-se para um diálogo mais direto com o Espírito, mas isto não é comum.
Ao final da sessão, cessado o trabalho de atendimento aos sofredores, comparecem para uma palavra de estímulo e de consolo. É esta a mensagem que, se possível, deve ser gravada, porque contém, usualmente, preciosos esclarecimentos acerca dos trabalhos, em particular, e sobre a Doutrina, em geral.
Nenhum trabalho mediúnico sério é possível sem o apoio desses dedicados e muitas vezes anônimos companheiros, que, situados, quase sempre, em planos muito superiores aos nossos, concordam em voltar sobre seus passos e vir nos estender as mãos generosas e seguras. A colaboração que lhes emprestamos é mínima, em re­lação à que eles nos oferecem. Fazem muito mais por nós do que nós por eles. E tudo no silêncio e na segurança daqueles que não buscam reconhecimento nem aplausos.
Se tiverem que nos transmitir alguma instrução específica, uti­lizar-se-ão preferentemente do tempo destinado à comunicação inicial.
“Essa medida — escreve André Luiz, em “Desobsessão” —é necessária, porqüanto existem situações e problemas, estritamente relacionados com a ordem doutrinária do serviço, apenas visíveis a ele, e o amigo espiritual, na condição de condutor do agrupa­mento, perante a Vida Maior, precisará dirigir-se ao conjunto, lem­brando minudências e respondendo a alguma consulta ocasional que o dirigente lhe queira fazer, transmitindo algum aviso ou propondo determinadas medidas.”
A consulta não deverá descambar para assuntos de natureza puramente pessoal, mas cingir-se às tarefas específicas do grupo, Quando a orientação pessoal tornar-se imperiosa, os companheiros desencarnados usualmente tomarão a iniciativa de dizer uma pa­lavra de esclarecimento e ajuda. As perguntas deverão ser for­muladas de maneira sintética, e objetivamente, para não tomar tempo às tarefas de atendimento. Não devemos tentar envolver os orientadores espirituais em problemas que estejamos em condições de resolver com os nossos próprios recursos.

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