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6 de mar. de 2011

A Convivência Amorosa





"Qual a mais meritória de todas as virtudes? Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda 
do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao
 arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, 
porém, está no sacrifício do interesse pessoal, belo bem do
 próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a 
que assenta na mais desinteressada caridade."
(Questão n.º 893 de O Livro dos Espíritos.) (1)


"Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam
 e orai pelos que vos perseguem e caluniam. – Porque, se
 somente amardes os que voa amam, que recompensa
tereis disso? Não fazem assim também os publicanos?
– Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que
fazeis com isso mais do que outros? Não fazem
o mesmo os pagãos? – Sede, pois, vós outros
 perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial."
(S. Mateus, cap. V, vv. 44, 46 a 48 .) (2)


Tanto o Espiritismo como os Evangelhos demonstram a necessidade da virtude e nela a vivência do amor ao próximo como fundamental à convivência amorosa e os mentores espirituais que orientaram a codificação da Doutrina Espírita exaltam, conforme visto na questão acima citada, a necessidade do exercício da caridade e eles mesmos esclareceram como se deveria conceituar a caridade: "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas." (Questão n.º 886 de O Livro dos Espíritos.) Portanto, o exercício do amor ao próximo pressupõe a benevolência, a indulgência e o perdão das ofensas.

Também o Mestre Jesus estabelece como fundamental o amor ao próximo, até mesmo ao inimigo, conforme o texto citado, na relações interpessoais.

Então, a convivência pacífica, justa e amorosa é fundamental para o nosso bem estar e também do outro. Esse comportamento adequado ou assertivo deve ser procurado, entendido e, sobretudo, praticado.

Falamos em amor ao próximo, mas é preciso definirmos, detalharmos o que em nossas ações comuns, no dia-a-dia, isso significa.

Como seres sociais, vivendo em sociedade, necessariamente estabelecemos interações com pessoas, em diversos grupos sociais; a começar da parentela familiar, no grupo de trabalho profissional, nas instituições religiosas, sociais, clubes, na rua, em lojas, repartições públicas.

É importante, então, que saibamos nos relacionar bem, compreendendo o outro e desejando ser compreendido, exercitando os nossos direitos como cidadãos e respeitando os mesmos direitos do próximo.

Para a vivência agradável e saudável, precisamos saber como nos comportar adequadamente. Nessa convivência, a todo momento, estamos sujeitos a avaliações e julgamentos que se manifestam como críticas ou maledicência.

Há a crítica quando a pessoa pretende dizer-nos a verdade com real interesse em nos ajudar; a maledicência quando a pessoa não usa a verdade e simplesmente procura diminuir-nos a fim de que ela se sinta superior a nós.

Quando alguém nos faz uma crítica desejando ajudar-nos, nem sempre sabemos ou queremos aceitar as observações apresentadas, porque o nosso orgulho não nos permite ao ferir a imagem superior idealizada que fazemos de nós mesmos.

Desequilibramo-nos emocionalmente, psiquicamente e até, às vezes, fisicamente, quando não estamos preparados para receber a crítica.

Vale, então, buscarmos os ensinamentos da Doutrina Espírita, dos ensinamentos do Mestre Jesus, dos Evangelhos e também da psicologia.

Os psicólogos Almir e Zilda Del Prette (3) procuram detalhar para nós as habilidades de lidar com a crítica para que possamos aceitá-la de maneira adequada:

Aceitar é:

1. Permitir que a pessoa exponha a sua crítica, sem interrompê-la. Mesmo que em suas primeiras palavras você sinta algum desconforto emocional pelo que está ouvindo, achando que seja verdadeiro ou não, deixe que ela encerre completamente a sua fala.

2. Prestar atenção nos aspectos mais importantes da crítica. Controle, da melhor maneira possível, o estado emocional para não "bloquear" o entendimento das palavras que está ouvindo.

3. Concordar, total ou parcialmente, com a veracidade da crítica. Após permitir que a pessoa apresente a sua crítica e você tenha prestado atenção para avaliar o significado daquelas observações, poderá, então, concordar com tudo o que foi dito ou apenas parte do que lhe foi apresentado, manifestando, também, com a tranqüilidade possível o seu grau de aceitação da crítica, na totalidade, em parte ou mesmo rejeitando as observações feitas.

4. Agradecer à pessoa pela sua preocupação e solicitar novas críticas. Ao concordar com a crítica, na totalidade ou em parte, você sentirá que, efetivamente, o outro está querendo ajudá-lo. Está colaborando para o seu aperfeiçoamento como pessoa e espírito. Merece, portanto, o agradecimento. Essa pessoa estaria manifestando, assim, amor por você. Constatando a sua sinceridade e desejo em ajudá-lo, você poderá, então, pedir-lhe que, quando achar oportuno, poderá fazer outras críticas.

5. Desculpar-se por comportamentos inadequados que foram objetos da crítica. Se reconhecer o erro ou engano praticado consciente ou inconscientemente, procure sinceramente desculpar-se aproveitando a oportunidade para enriquecer a sua personalidade com as contribuições de verdades que recebeu.

6. Manifestar intenção de mudanças no comportamento inadequado. Se houve reconhecimento de que a crítica era procedente, é importante manifestar ao crítico que você tem interesse em mudar aquele comportamento que não foi adequado, tenha ele sido expresso por palavras, atos ou através de ambos.

Esse roteiro não é fácil em ser seguido, pois ele mexe com a nossa personalidade, com as nossas emoções e sentimentos, toca em nosso egoísmo, orgulho e vaidade, no entanto ele é muito importante para vivermos de forma amorosa e saudável, a começar do próprio lar.

                                Aylton Paiva



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