O CÉTICO - NOVO ROMANCE PSICOGRAFADO POR ADA MAY
Por esses dias, fui presenteado com dois trabalhos que tratam da Paris da época de Allan Kardec. Um ponto comum chamou-me a atenção: Haussmann remodelava a capital francesa sob o desejo imperioso de Napoleão III. Ruas e construções postas abaixo para nascerem grandes avenidas e boulevares.
O livro que acabo de ler é “O Cético”, psicografado por Ada May e atribuído ao espírito José Bento. Incomodou-me no começo alguns anacronismos, que desafio o leitor a encontrar e comentar em nosso blog ou no grupo Espiritismo Comentado do Facebook.
Bento criou personagens que saíram do universo de Conan Doyle. Tenho certeza que vão despertar emoções naqueles que já leram Sherlock Holmes. O personagem principal, Arthur C. Davenport, é uma mescla entre o autor inglês e seu principal personagem.
Não sei onde o conjunto Ada May/Bento encontrou informações sobre Ermance Dufaux, mas ela e Allan Kardec são personagens muito presentes na trama.
A emancipação da mulher, o contraste entre pobreza e fausto, o nascimento do espiritismo na França e os médiuns famosos de efeitos físicos constituem o cenário ao redor do trio Arthur, Watson e Jeanne.
A história prende o leitor após as primeiras páginas, e ele se sente instigado a ir até o final. Ao mesmo tempo, a história do espiritismo vai sendo construída e apresentada de uma forma muito agradável. Gostei do desenvolvimento da trama, embora confesse que consegui adivinhar o que iria acontecer. Isto, todavia, não reduziu a emoção de ler.
Recomendo aos espíritas a sensatez de entenderem que se trata de uma ficção, e sequer imaginar que os personagens principais tenham sido reais. Eles são símbolos vivos dentro da história do espiritismo.
Imagem: Adolphe Martial - Paris em 1862
Recebi também do amigo Sinézio Augusto Grimann um DVD contendo as imagens da França na época de Kardec, pesquisa feita por ele próprio, onde novamente encontro a demolição e renascimento de Paris. Creio que é bem simbólico, também, do sentido do espiritismo almejado pelo seu fundador.
Fico devendo aos leitores a resenha sobre o livro “A Terra da Bruma”, de Arthur Conan Doyle, que também me encantou recentemente e que parece ter sido uma espécie de inspiração para o desenvolvimento do enredo de “O Cético”.
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