A FELICIDADE DA TAREFA
Trabalhar e estudar são os caminhos da descoberta e fortalecimento. Todavia, se o tarefeiro não se aplica ao serviço essencial da transformação de si próprio, buscando o autoconhecimento com pleno domínio do mundo interior, deixará de semear no seu terreno pessoal as sementes vigorosas que vão lhe conferir, no futuro, a liberdade e a farta colheita do júbilo almejado por ele mesmo. E esse processo exige tempo, disposição incansável de recomeçar, meditação, cultivo de novos hábitos, oração, renúncia, capacidade de sacrifício, vigilância mental, vontade ativa, disciplina sobre os desejos, diálogo fraternal, dever cumprido e amparo espiritual.
Não existe felicidade sem pleno conhecimento de si mesmo. E a convivência é escola bendita. Saber os motivos de nossas reações uns frente aos outros, entender os sentimentos e idéias nas reações é preciosa lição para o engrandecimento da alma na busca de si própria.
O ser humano está cansado de intransigência. Ele quer responsabilidade, liberdade e paz. Se não mudarmos a didática, educando de fora para dentro, quando educação é tirar de dentro para fora, respeitando as singularidades da individualidade e permitindo-lhe o ajustamento pacífico entre os novos conteúdos e sua bagagem espiritual, buscando, através da postura íntima, a responsabilidade, a mudança de hábitos, o controle sobre sua própria existência na direção de novos propósitos.
A luz com a qual clareamos os caminhos alheios é crédito perante a vida, entretanto, somente a luz que fazemos no íntimo nos pertence e é fonte de liberdade e equilíbrio, paz e riqueza na alma.
Há muitas pessoas submetendo-se a largo processo de autocobrança do qual não conseguem vencer, enredando-se em climas desgastantes de desamor a si próprias. E o mais lamentável é que muitos corações passam a acreditar que esse mecanismo de sofrimento é resultado de reflexos de seu passado reencarnatório, quando, em verdade, a pessoa está no labirinto de si mesmo sem conseguir encontrar as saídas pelas quais já poderia ter passado, caso guardasse melhor habilidade na arte de conviver bem consigo próprio.
A felicidade está em nós, no ato de penetrarmos na desconhecida gleba do eu, arando esse terreno fértil para que floresça a Divindade da qual somos todos portadores.
Do livro: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux
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