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11 de out. de 2014

SILÊNCIO INTERIOR




A grande problemática-desafio da criatura huma­na é a aquisição da paz.
Empenhando-se na sua conquista, raramente bus­ca e segue os caminhos ideais, capazes de conduzir à sua meta.
Vivendo uma época de conturbação nas diversas áreas, tumultua-se com facilidade, mesmo quando pensa encontrar-se no rumo certo.
Atavicamente amante do ego, apega-se aos va­lores externos, e esse comportamento se torna res­ponsável pelos seus contínuos insucessos.
Desequipada dos instrumentos interiores que a harmonizariam em relação ao próximo e ao Cosmo, exaspera-se com freqüência e desanima diante dos primeiros impedimentos que considera intransponíveis.
Adaptada às conquistas exteriores de fácil logro, abandona os propósitos iniciais de encontrar a paz, deixando a postura de não-violência para unir-se aos beligerantes, embora disfarçando a agressividade. A Terra tem vivido sempre em guerra, e as Na­ções apenas repousam no interregno dos conflitos, saindo de um para outro, sem encontrar o caminho para a preservação da tranqüilidade geral.
A essas guerras violentas sucedem os armistíci­os — que são pequenos períodos de repouso, nos quais os litigantes recuperam as forças para novas lutas —sempre eclodindo focos de destruição decorrentes de motivos injustificáveis e de razões nenhumas, como se os houvesse legítimos para a hediondez das bata­lhas sangrentas.
Tal sucede, porque os indivíduos não têm paz ín­tima.
Desde que não são capazes de se tolerarem reci­procamente em pequenos grupos, não se encontram em condições de respeitar os tratados, por eles mes­mos firmados, os quais apenas escondem-lhes a bru­talidade que passa a ter característica de civilização e cultura.
Como decorrência, a paz mundial ainda é uma utopia, em razão da falta de inteireza moral e pacifica­dora da própria criatura.
Esse fenômeno resulta dos seus apegos egóicos, das suas fantasias douradas, das suas paixões e da sua volúpia pela dominação dos outros.
Apegos morais, emocionais, culturais, pessoais, a objetos, a raças, a grupos sociais, são as fugas do ego arbitrário, ambicioso e louco, responsável pelas disputas lamentáveis que, deterioradas, são os ger­mes das guerras.
Esse estado psicológico, de transferência e proje­ção da sombra da personalidade imatura, é fruto da balbúrdia, dos interesses mesquinhos e múltiplos aos quais se aferra, desajustando-se diante da ordem, da natureza e da vida.
É indispensável uma revisão do comportamento humano, de um estudo profundo a respeito do silên­cio íntimo, assim como da harmonia interior.
A única maneira de lográ-lo, é viajar para dentro de si, domando a mente irrequieta e induzi-la à reflexão, ao autodescobri­mento.
Há quem tema a quietude, porquanto, ao dar-se esta, ocorre a libertação do ego e o ser se ilumina.
Todos somos escravos da mente.
O universo existe em razão daquele que o obser­va, da mente que o analisa, da percepção com que o abarca.
Aquele cuja mente não dispõe de tirocínio e luci­dez, não se dá conta da realidade, que para ele tem outros conteúdos e significados.
Face a tal conduta, fala e produz ruído. É nobre e útil quando se comunica e, no entanto, torna-se gran­dioso se consegue viver em silêncio mental.
Os conteúdos psíquicos em relação ao ego, quan­do captados por este, constituem a consciência lúci­da, e o silêncio torna-se de grande importância para essa conquista.
O silêncio interior é feito de paz e completude, quando o ser compreende o significado da sua vida e a gravidade da sua conduta em relação aos demais membros que formam o Cosmo.
O silêncio interior constitui o grande intermediário da paz, que dessa união advém, por desenvolver na criatura o sentimen­to de amor — por Deus, por si mesmo, pelo próximo —tornando-se este amor o produto alquímico que dilui o ódio, que vence as barreiras impeditivas da frater­nidade e inunda-a com os recursos e conteúdos psí­quicos libertários.
O apego egoísta, superado, cede lugar à genero­sidade, à doação, e o indivíduo, livre de algemas, em silêncio íntimo, empreende a grande experiência de viver o self em harmonia com as Leis da Vida. Isto por­que, o nível mais elevado da consciência, pelo me­nos na graduação humana, é o cósmico, que resul­ta da identificação entre o si e o Universo, mergu­lhando o pensamento em Deus e realizando-se to­talmente.


O SER CONSCIENTE - Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis


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