ASSIM OS FIZEMOS
Os familiares desagradáveis são hoje o que deles fizemos ontem.
Nada acontece por acaso, sem razão, em nossas vidas.
Por isso diz Emmanuel: “Talvez o contato deles agora nos
desagrade pela tisna de sombra que já deixamos de ter ou de ser”. Nesta própria
existência terrena isso acontece com frequência. Ao nos tornarmos adultos não
suportamos as
peraltices das crianças, sem nos lembrarmos das que também já
fizemos quando crianças. Ao nos enriquecermos não toleramos os peditórios ou a
incapacidade dos parentes pobres, esquecidos do que fazíamos quando
necessitados. Ao nos ilustrarmos não suportamos nos outros a ignorância em que
ontem vivíamos.
Educamos mal os nossos filhos e muitas vezes os deseducamos a
gritos e pancadas. Mas quando eles crescem não suportamos o seu comportamento
desrespeitoso, pelo qual somos responsáveis. Não os corrigimos em criança nem
os ajudamos na adolescência, mas os fizemos desorientados e depois não os
toleramos. Nas vidas sucessivas, através das reencarnações, procedemos também
dessa maneira. E quando eles voltam ao nosso convívio não queremos aceitar e
muito menos corrigir os seus defeitos.
Na verdade, se não os aceitarmos hoje como são, teremos de
aceitá-los amanhã, pois as leis da vida exigem, segundo ensinou Jesus, que nos
entendamos com os companheiros “enquanto estivermos a caminho com eles”. A fuga
aos deveres atuais será paga mais tarde com os juros devidos. Usando o livre
arbítrio podemos rejeitá-los hoje, mas a contabilidade divina anotará o nosso
débito para depois, com os acréscimos legais.
Fonte: Na Era do Espírito – Chico Xavier/José Herculano Pires
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