APRENDENDO A CONTROLAR EMOÇÕES
Durante o período intra-útero, o bebê aprende a se relacionar com sua mãe através de atitudes simples, mas que são os primeiros passos para os inúmeros relacionamentos que o aguardam do lado de fora. Para o seu desenvolvimento saudável, será fundamental que ele aprenda a conviver e obter benefícios dessas interações. Sabemos que pessoas com qualidades de relacionamento como adaptabilidade, controle de temperamento, respeito, empatia, compreensão e gentileza têm maiores chances de sucesso, pois desenvolveram adequadamente sua inteligência emocional.
Inteligência emocional nada mais é do que a capacidade de autoconhecimento e autocontrole, essencial para lidar com os diversos sentimentos e emoções. Tais aptidões não podem ser aprendidas em livros, mas sim através de experiências vividas. Pouco adianta a pessoa ter muito conhecimento sobre as coisas se tiver dificuldade de lidar com seus sentimentos. Em nossa última matéria, falamos sobre como é possível começar o ensinamento desse controle ainda na gravidez.
Hoje falaremos um pouco sobre como atuar na educação do controle emocional após o nascimento. Dessa forma, os pais tornarão seus filhos aptos a lidar com frustrações, negociar com os outros e reconhecer suas próprias angústias e medos, ajudando-os a crescer prontos para o sucesso.
Quando os bebês vêm ao mundo, demonstram suas emoções, mas ainda não sabem muito bem como lidar com elas. Então, inicialmente, usam o choro para demonstrar ou pedir o que precisam. Para eles, é pelo choro que funciona o processo básico de solução de seus problemas imediatos. Enquanto não aprenderem a identificar suas emoções e a lidar com elas, tenderão a resolver a situação da maneira habitual: chorando. A partir do momento em que o choro pára de ser um instinto e passa a ser ferramenta de manipulação para conseguir alguma coisa, os ensinamentos devem começar. Os pais serão os responsáveis por desestimular comportamentos negativos e demonstrar que é possível lidar com decepções.
Para a psicóloga Daniela Levy, duas coisas são importantes nessa questão: o exemplo vivenciado no lar e as reações dos pais aos sentimentos das crianças.
Pais descontrolados têm filhos descontrolados. Pais que não impõem limites de conduta têm filhos com dificuldade de enfrentar frustrações. Os pais precisam estimular a criança a reconhecer os aspectos emocionais. Aproveitar ocasiões de raiva, medo, alegria ou tristeza para chamar a atenção da criança a fim de reconhecer seus sentimentos, nomear e discutir as emoções.
Os limites determinados pelos pais são contornos necessários, com os quais devemos aprender a viver. O adulto maduro é aquele que reconhece os impulsos e consegue melhor administrá-los. A partir dos 8 meses de idade, o bebê já consegue entender o que pode ou não fazer. Para isso, a principal ferramenta dos pais deve ser a conversa.
Quando maiores, pode ser necessário, em último recurso, a utilização de castigo. Lembramos que não há necessidade de agressões físicas, mas sim privações de benefícios e regalias. É fundamental que o castigo venha acompanhado de adequada orientação sobre o porquê ele está sendo aplicado. O tempo de duração do castigo deve ser proporcional à idade da criança, para que se obtenha o aprendizado desejado. O castigo jamais deve ser usado como instrumento de ameaça, para não perder o efeito. Apenas fale sobre ele se realmente pretender aplicá-lo. Caso contrário, sua autoridade passará a ser questionada. Também não deve ser utilizado de maneira indiscriminada. Como os extremos são sempre prejudiciais, o bom senso será seu melhor aliado nesse assunto.
É muito comum os pais tentarem proteger seus filhos, evitando expô-los a dificuldades, mas essa não é a forma correta de desenvolver a inteligência emocional da criança. Os pais devem, na medida do possível, propiciar um ambiente rico em aspectos emocionais, pois isso ajuda a criança a desenvolver mecanismos de reconhecimento, interpretação e atuação efetiva sobre os aspectos emocionais das pessoas que estão ao seu redor.
O ideal é desenvolver o equilíbrio entre o Q.I. (quociente de inteligência) e o Q.E. (quociente emocional) da criança, pois sabemos que terão mais sucesso aquelas pessoas que sabem agradar, se comunicar e transmitir suas idéias.
Pequenos gestos estimulam o vínculo dos pais com seu filho e ajudam a criança a reconhecer as emoções. Para os bebês, podemos sugerir que os pais:
1. Procurem encarar os olhos da criança, estabelecendo uma comunicação visual efetiva.
2. Revejam o modo como falam com seu filho. A musicalidade da fala contribui para a formação da personalidade.
3. Cantem para seu filho, pois a música serve como ferramenta de aprendizado, estimula a imaginação e o desenvolvimento da fala, da escuta e da coordenação motora.
4. Contem histórias ou atribuam emoções e comportamentos humanos a bonecos. Esse é um modo eficiente de ajudar a criança a reconhecer seus próprios sentimentos.
5. Quando a criança estiver maior, nomeiem os sentimentos que ela estiver sentindo, discutindo abertamente sobre eles.
Seguindo essas dicas simples desde cedo, você ajudará seu filho a desenvolver seu potencial emocional para que, no futuro, tenha o sucesso que sempre desejou para ele.
Artigo: Aprendendo a Controlar Emoções
Por: Dra. Cristiane Ribeiro Assis (AME-SP) – (É Ginecologista e Obstetra, com Especialização em Medicina Fetal ). cris@folhaespirita.com.br
Matéria Publicada no Site da Folha Espírita em Abril de 2008 - Ed. número 404.
O Hospital Espiritual do Mundo agradece os irmãos da FOLHA ESPÍRITA e os Médicos da ASSOCIAÇÃO MÉDICO ESPÍRITA DO BRASIL pelo artigo que engrandeceu este espaço de aprendizagem e encontros Sagrados.
O HOSPITAL ESPIRITUAL DO MUNDO, obteve da ASSOCIAÇÃO MÉDICO ESPÍRITA DO BRASIL autorização para publicação de seus artigos.
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