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1 de fev. de 2012

Não há maior abismo que o silêncio




Entre pais e filhos não há maior abismo que o silêncio.


        O silêncio da indiferença, do esquecimento, da mágoa...


        Silêncios que tem início na infância, talvez até antes do nascimento, quando os pais não consideram que ali, no ventre da mãe, já existe um ser.


        Embora aquele novo corpo físico ainda esteja em elaboração, ligado a ele, desde a concepção, já está o Espírito reencarnante.


        Assim, toda vida psíquica e comportamental da mãe, e também do pai, terá muita influência sobre o feto.


        A alma que regressa não está consciente, mas sente se é querida ou não, se há equilíbrio no lar ou não, se realmente terá um lar ou não...


        Desta forma, é importante conversar, desde esses primeiros momentos, com o bebê que irá nascer.


        Dizer a ele que é amado; que os pais irão preparar um lar onde reinará o carinho, a compreensão; que estão cientes da missão que estão recebendo e vão se esforçar para serem bem sucedidos.


        Os carinhos na barriga, os beijos suaves, as canções de ninar jamais serão esquecidos pelo Espírito, que cada dia se sentirá mais seguro em voltar ao palco terrestre.


        Os estímulos que podemos produzir por vezes são tão fortes, que presenciaremos vários casos em que há resposta.


        O bebê se mexe, chuta, dá cambalhotas, como se quisesse dizer alguma coisa.


        Estudos mostram que, depois de nascida, a criança reconhece sons, música e vozes ouvidos no período da gestação.


        Assim, podemos entender que no útero materno não há silêncio, há vida.


        Vida que começou na concepção, e talvez até antes, se considerarmos o planejamento reencarnatório, o encontro com os futuros pais no mundo espiritual, os planos, os sonhos...


        Não há espaço para o silêncio na família.


        O hábito do diálogo, o hábito de se envolver com a vida do outro, da empatia, começa na gestação.


        Os pais podem iniciar o processo educacional do seu filho ainda no ventre, de modo desajustado ou feliz, pelos tipos e vida íntima que escolham.


        Pelos hábitos sociais e alimentares que adotem, enfim, pelas descargas de vida ou de morte que façam incidir sobre o seu filhinho.


        Conscientes da missão grandiosa que estão recebendo do Criador, os bons pais aproveitarão o período da gestação para darem boas-vindas ao Espírito que volta.


        Sendo um amor do passado, um opositor ou mesmo um estranho naquele núcleo, merece receber os cuidados necessários para que tenha em sua nova vida, todos os recursos para crescer.


        Em sua bagagem vêm muitos planos, muitas dificuldades, mas certamente a vontade de vencer, de acertar e de amar.


        Procura amigos que o acolham, que o apóiem em seu novo tentame, e que estejam sempre presentes em sua vida.


        É isso que nos faz filhos e depois pais, que nos une em família, e que propicia que aprendamos a amar, primeiro poucos, para depois amarmos toda a Humanidade.


        No amor, não há lugar para o silêncio...
* * *
        Bons pais conversam. Pais brilhantes dialogam.


        O eminente estudioso Augusto Cury, em uma de suas mais conhecidas obras, afirma que entre conversar e dialogar há um grande vale.


        Conversar é falar sobre o mundo que nos cerca, dialogar é falar sobre o mundo que somos.


        Outro especialista na área, Gardner, explica:


        Dialogar é contar experiências, é segredar o que está oculto no coração, é penetrar além da cortina dos comportamentos, é desenvolver inteligência interpessoal.
Redação do Momento Espírita com citações do livro Pais brilhantes,
professores fascinantes, de Augusto Cury, ed. Sextante, 2003.

Em 24.03.2008.



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