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3 de out. de 2011

03 de Outubro - Nascimento de Allan Kardec




Allan Kardec


Hipolyte Léon Denizard Rivail nasceu em Lyon, França, no dia 3 de outubro de 1804, desencarnando a 31 de março de 1869, em Paris, com pouco mais de 64 anos de idade.
Quando da Codificação da Doutrina Espírita, a fim de traçar uma linha divisória, entre o seu trabalho no campo da Pedagogia, e objetivando emprestar um maior cunho de impessoalidade à sua obra no campo do Espiritismo, resolveu usar um pseudônimo, pois, tendo a tarefa o cunho da Intervenção do Mundo Maior, era mister que aparecesse com denominação diversa. E eis que, em uma das sessões de estudos, um Espírito, que se comunicava constantemente, anunciou que a sua afinidade com Rivail vinha de longa data, desde quando, em existências precedentes viveram juntos na Gália, entre os Druídas, tendo Rivail, então, o nome de Allan Kardec. Daí optar o eminente Codificador do Espiritismo por esse pseudônimo, que o popularizou universalmente.
Filho de pais católicos, Allan Kardec foi criado no Protestantismo, mas não abraçou nenhuma dessas religiões, preferindo situar-se na posição de livre-pensador e homem de análise.
Pedagogo, homem de gabinete, estudioso das ciências aplicadas, possuía grande poder de raciocínio e indisfarçável pendor por todas as causas atinentes ao bem coletivo. A sua paixão pelos métodos do ensino, em consonância com a escola de Pestalozzi, de quem foi discípulo, granjeou-lhe, logo, brilhante renome na Europa, onde se tornou conceituado como autoridade incontrastável sobre problemas educacionais.
Situado nessa posição em face de uma vida intelectual absorvente, foi um homem de ponderação, de caráter Ilibado e de saber profundo, despertado para o exame das manifestações que então se produziam através das mesas-falantes, ou mesas girantes. Nesse tempo — 1855, estava o mundo voltado, na sua curiosidade, para os inúmeros fatos psíquicos que se registravam por toda a parte.
Estava inquestionavelmente reservada a esse notável pensador a tarefa de organizar, através de uma Codificação completa e perfeita, a nova concepção religiosa da alma e desvendar o verdadeiro sentido dos ensinamentos de Jesus Cristo, porque Kardec nada mais foi, na realidade, do que um mandatário da vontade divina, com autoridade para catalogar, pacientemente, as lições recebidas dos Espíritos e, com elas, compendiar essa obra majestosa que tem o amplo aspecto de ser simultaneamente científica, filosófica e religiosa.
As suas principais obras sobre o Espiritismo são: O Livro dos Espíritos, parte filosófica dos seus trabalhos, cuja primeira edição surgiu a 18 de abril de 1857; O Livro dos Médiuns, parte experimental e científica, publicada em janeiro de 1861; O Evangelho Segundo o Espiritismo, editado em 20 de agosto de 1864; O Céu e Inferno, em 01 de outubro de 1865; A Gênese, em janeiro de 1868, A Revista Espírita (La Revue Spirite), jornal de estudos psicológicos, publicação mensal Iniciada em 01 de Janeiro de 1858. Após a sua desencarnação foi publicado Obras Póstumas.
Fundou em Paris, a 01 de abril de 1858, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, sob o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, cujo fim exclusivo era o estudo de tudo quanto pudesse contribuir para o progresso da nova doutrina.
Allan Kardec é invulnerável à acusação de haver escrito sob a influência de idéias preconcebidas ou de espírito de sistema. Homem de caráter frio e severo, observava os fatos e das observações deduziu as leis que os regem; foi o primeiro que, sobre esses fatos, estabeleceu teoria e constituiu um corpo de doutrina, regular e metódico. Demonstrou que os fatos chamados sobrenaturais são sujeitos a leis, como tudo no Universo; subordinou-os à ordem dos fenômenos da Natureza e fez ruir o último reduto do maravilhoso, que constituía um dos sustentáculos da superstição.
Das manifestações inteligentes, sob as mais variadas modalidades, à interpretação dos Evangelhos, os Espíritos que entraram em contato com Kardec e lhe indicaram o caminho a trilhar sempre se apoiaram nas palavras de Jesus Cristo, e deram disso os mais comovedores exemplos, estabelecendo todo um corpo de moral, inspirada nas verdades cristãs. Aliás, o próprio Kardec jamais escondeu o caráter impessoal de seus trabalhos, atribuindo todo o mérito que neles se deparasse aos Espíritos do Senhor, que eram os seus principais autores. Como os antigos profetas, ele não se atribuía a qualidade de criador de coisa alguma, pois tudo lhe era transmitido pelas vozes do Céu, através das mediunidades postas a serviço dos seus estudos e designadas para tarefa tão transcendental.
Já era marcante a personalidade de Kardec, antes da codificação do Espiritismo.
Sua família se distinguiu na magistratura e no foro; ele, porém, não seguiu a carreira dos seus, sentindo-se, desde muito jovem, atraído pelos estudos da ciência e da filosofia.
Matriculado na Escola de Pestalozzi, em Yverdum (Suíça), tornou-se um dos mais distintos discípulos daquele eminente professor e um dos mais zelosos propagandistas do seu sistema de educação, que tão grande influência exerceu na reforma do ensino na Alemanha e na França.
Dotado de incrível inteligência e atraído para o ensIno por vocação e aptidões especiais, desde os quatorze anos ensinava a seus condiscípulos mais atrasados o que ia aprendendo.
Foi nesses exercícios que se lhe desenvolveram as Idéias, que mais tarde deveriam elevá-lo à classe dos educadores. Conhecendo bastante o Catolicismo e o Protestantismo, preocupava-se, no entanto, com uma reforma religiosa, para a qual pesquisava. Essa preocupação durou muitos anos, no decurso dos quais procurava alcançar o meio de unificar as crenças, sem, no entanto, descobrir o elemento indispensável para a solução desse magno problema. Codificando o Espiritismo, mais tarde Imprimiu aos seus trabalhos uma direção toda especial.
Concluídos os estudos, voltou para a França e, possuindo profundo conhecimento da língua alemã, traduziu para esse idioma diferentes obras de educação e moral, entre as quais, o que é característico, as de Fénelon, as quais o haviam seduzido de forma bastante acentuada.
Era membro de muitas sociedades sábias, entre outras, da Academia Real de Arras, que, em seu concurso de 1831, lhe outorgou uma notável memória sobre a seguinte questão:
"Qual o sistema de estudos mais em harmonia com as necessidades de época?"
De 1835 a 1840, Instalou em sua casa, rua de Sévres, cursos de física, química, anatomia comparada, astronomia etc. Para os alunos que não tinham recursos as aulas eram gratuitas, empreendimento digno de elogios em todos os tempos, mas principalmente numa época em que bem poucas inteligências se arriscavam por esse caminho.
Escreveu numerosas obras de educação, que desfrutaram de grande aceitação. Portanto, antes que o Espiritismo lhe tivesse popularizado o pseudônimo de Allan Kardec, tinha ele, como se vê, sabido ilustrar-se por trabalhos de natureza muito diferentes e que tinham por fim esclarecer a massa popular e prendê-la ainda mais ao sentimento da família e ao amor da pátria.





Centro Espírita Celeiro de Luz




A vida e a obra de Allan Kardec


Hippolyte Léon Denizard Rivail, ou simplesmente Allan Kardec, foi o codificador da Doutrina Espírita. Antes de conhecermos melhor a vida deste professor francês, mostraremos como foi seu primeiro contato com o mundo espiritual, que conseqüentemente serviu de marco inicial para o Espiritismo.

Kardec e os Espíritos

Em 1855, Hippolyte Léon Denizard Rivail, professor francês de aritmética, pesquisador de astronomia e magnetismo, foi convidado por um amigo seu a ver de perto estas manifestações que ocorriam nos salões da capital francesa. Rivail era discípulo de Pestalozzi, chamado de pai da pedagogia moderna, e casado com Amélie Gabrielle Boudet. Nascido em 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, já ouvira sobre o assunto das mesas girantes e não entendia bem o que estava acontecendo. Homem criterioso, Rivail não se deixava levar por modismos e como estudioso do magnetismo humano acreditava que todos os acontecidos poderiam estar ligados à ação das próprias pessoas envolvidas, e não de uma possível intervenção espiritual.
O professor então participou de algumas sessões, e algo começou a intrigá-lo. Percebeu que muitas das respostas emitidas através daqueles objetos inanimados fugiam do conhecimento cultural e social dos que faziam parte do "espetáculo". Como os móveis, por si só, não poderiam mover-se, fatalmente havia algum tipo de inteligência invisível atuando sobre os mesmos, e respondendo aos questionamentos dos presentes.
Rivail presenciava a afirmação daqueles que se manifestavam, dizendo-se almas dos homens que viveram sobre a Terra. Foi então, que uma das mensagens foi dirigida ao professor. Um ser invisível disse-lhe ser um Espírito chamado Verdade e que ele, Rivail, tinha uma missão a desenvolver, que seria a codificação de uma nova doutrina .
Atento aos dizeres do Espírito, e depois de muitos questionamentos à entidade, pois não era homem de impressionar-se com elogios, resolveu aceitar a tarefa que lhe fora incumbida.
O Espírito de Verdade disse-lhe ser sim uma falange de Espíritos superiores que vinha até aos homens cumprir a promessa de Jesus, no Evangelho de João, capítulo XIV; versículos 15 a 26: "E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque habita convosco e estará em vós... Mas, aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito".
Através dos Espíritos, Rivail descobriu que em uma de suas encarnações anteriores foi um sacerdote druida, de nome Allan Kardec.
Foi então que resolveu adotar este pseudônimo durante a codificação da nova doutrina, que viria a se chamar Doutrina Espírita ou Espiritismo. Kardec assim procedeu para que as pessoas, ao tomarem conhecimento dos novos ensinamentos espirituais, não os aceitassem por ser ele, um conhecido educador, quem estivesse divulgando. Mas sim, que todos os que tivessem contato com a boa nova a aceitassem pelo seu teor racional e sua metodologia objetiva, independente de quem a divulgasse ou a apoiasse.

A Codificação

A partir daí foram 14 anos de organização da Doutrina Espírita. No início, para receber dos Espíritos as respostas sobre os objetivos de suas comunicações e os novos ensinamentos, Kardec utilizou um novo mecanismo, a chamada cesta-pião: um tipo de cesta que tinha em seu centro um lápis. Nas bordas das cestas, os médiuns, pessoas com capacidade de receber mais ostensivamente a influência dos Espíritos, colocavam suas mãos, e através de movimentos involuntários, as frases-respostas iam se formando. Julie e Caroline Baudin, duas adolescentes de 14 e 16 anos respectivamente, foram as médiuns mais utilizadas por Kardec no início.
Com o decorrer do tempo, a cesta-pião foi dando lugar à utilização das próprias mãos dos médiuns, fenômeno que ficou conhecido como psicografia.
Todas as perguntas e respostas feitas por Kardec aos Espíritos eram revisadas e analisadas várias vezes, dentro do bom senso necessário para tal. As mesmas perguntas respondidas pelos Espíritos através das médiuns eram submetidas a outros médiuns, em várias partes da Europa e América. Assim, o codificador viajou por cerca de 20 cidades. Isso para que as colocações dos Espíritos tivessem a credibilidade necessária, pois estes médiuns não mantinham contato entre eles, somente com Kardec.
Este controle rígido de tudo o que vinha de informações do mundo espiritual ficou conhecido por "Controle Universal dos Espíritos". Disto, estabeleceu-se dentro da Doutrina Espírita que qualquer informação vinda do plano espiritual só terá validade para o Espiritismo se for constatada em vários lugares, através de diversos médiuns, que não mantenham contato entre si. Fora isso, toda comunicação espiritual será uma opinião particular do Espírito comunicante.
Com todo um esquema coerentemente montado, Allan Kardec preparou o lançamento das cinco Obras Básicas da Doutrina Espírita, a Codificação, tendo início em 1857 com o lançamento de "O Livro dos Espíritos". Estes livros contêm toda a teoria e prática da doutrina, os princípios básicos e as orientações dos Espíritos sobre o mundo espiritual e sua constante influenciação sobre o mundo material.
Durante a codificação, Kardec lançou um periódico mensal chamado "Revista Espírita", em 1858. Nele, comentava notícias, fenômenos mediúnicos e informava aos adeptos da nova doutrina o crescimento da mesma e sua divulgação. Servia várias vezes como fórum de debates doutrinários, entre partidários e contrários ao Espiritismo. A Revista Espírita foi a semente da imprensa doutrinária.
No mesmo ano, Kardec viria a fundar a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Constituída legalmente, a entidade passou a ser a sociedade central do Espiritismo, local de estudos e incentivadora da formação de novos grupos.

Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos, vítima de um aneurisma. Sua persistência e estudo constantes foram essenciais para a elaboração do movimento espírita e organização dos ensinos do Espírito de Verdade.


Grupo Espírita Apóstolo Paulo

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