Refletindo Sobre a Morte e o Viver
Aproveito o “dia de finados” para refletir sobre a Vida!
A expressão “finados” se refere ao fim, mas seria o desenlace do corpo realmente o final de nossa jornada?
Estamos no século XXI e o fenômeno da morte ainda é olhado pela grande maioria à luz do fundamentalismo antigo, envolvendo céu e inferno literais, marcados pela eternidade no paraíso ou pela ameaça do sofrimento eterno.
Por outro lado, nosso modelo de ciência, com as raras exceções aqui apresentadas, também percebe o fenômeno como algo indigno de investigação e assim se perpetuam crendices, preconceitos e superstições que escravizam.
É importante que aproveitemos o dia de hoje para percebermos a morte como fenômeno natural, oportunidade evolutiva e superação da existência tridimensional limitada.
Dedico este texto especialmente aos companheiros que já partiram!
Saudade de Quem Partiu
Particularmente sinto saudades de muitos amigos e parentes que passaram para o outro lado. Mas o fato de reconhecer a infinitude da vida me faz saber que esta separação é temporária, é como se aqueles a quem tanto amo tivessem partido para uma viagem educativa. Isto é um grande alívio, um grande consolo. A saudade é perfeitamente natural, mas não deve ser acompanhada de nenhuma revolta. Certamente um dia perceberemos que a verdadeira morte é a limitação corpórea que experienciamos no breve período em que passamos pela terra.
É importante observar que quando nascemos todos riem e festejam enquanto choramos e que, ao nos despedirmos do corpo, enquanto todos choram, provavelmente riremos pela percepção da oportunidade de prosseguir.
Ir ao cemitério e colocar flores nos túmulos até pode ser um ritual de passagem de nossa cultura, mas é certo que o ente que amamos e desejamos homenagear não é aquele resto mortal, mas a essência que transcende a forma e os fenômenos físicos.
É na medida que pesquisamos a morte, seja na religião profunda ou na ciência abrangente, que nos tornamos livres do temor e do medo comuns em nosso meio.
Chegará o dia em que necessitaremos nos separar de filhos, pais, amigos, bens materiais e apegos de toda sorte. Se não estivermos preparados interiormente, não apenas sofreremos, mas faremos sofrer os que, como nós, não tiverem o necessário esclarecimento.
Experiência de Quase Morte – EQM – no Globo Repórter
Fiquei impressionado com o conteúdo do Globo Repórter apresentado em 16 de setembro de 2011, tratando sobre a experiência post morten e a EQM, experiência de quase morte.
Interessante que todas as experiências mostradas nesse programa são conduzidas por cientistas pesquisadores de mente aberta e não por religiosos. Se dependesse dos religiosos de "verdades prontas" e calcados no "está escrito", jamais investigaríamos certos fenômenos e ainda acreditaríamos que a terra é quadrada.
Não é falta de humildade crer, por exemplo, na infalibilidade da bíblia ou demais escrituras sagradas, mas, no olhar deste escritor, é incompatível com o espírito de humildade acreditar na infalibilidade de nossa interpretação.
Muitas são as pessoas que, ao falarem sobre a morte e o morrer, expressam o seguinte: "Ninguém jamais voltou (da morte) para contar alguma coisa..." Será?
Vida Depois da Vida
Em sua obra "Vida Depois da Vida" o Dr. Raymond Moody, especialista em ressuscitação mecânica, mostra exatamente aquilo que o Globo Repórter apresentou. As experiências de quase morte são praticamente unânimes entre os pacientes do Dr. Moody e também coincidem com os textos autênticos das grandes religiões, seja o cristianismo primitivo, o budismo, o taoísmo ou várias outras.
O pensador Roso de Luna, em sua obra "O Livro que Mata a Morte", resgata a realidade da infinitude da existência e mostra, nas literaturas sagradas, entre elas a surrada e deturpada bíblia, os textos modificados onde a reencarnação, fenômeno universal e evolutivo, foi substituído pelo conceito de ressurreição, algo mais mecânico e imediatista. Aliás, durante o período trevoso, os séculos de dor anos da chamada "santa inquisição”, toda movimentação tenebrosa visava confirmar as teses materialistas que, naquele momento histórico, já eram questionadas.
A inquisição queimou milhões de pessoas em nome da fé e nos dias atuais, apenas por força da lei, não utiliza mais o fogo, mas a perseguição baseada no literalismo ignorante.
Da Morte para a Vida
Leon Denizard, Pietro Ubaldi, Helena Blavatsky, Anna Kingsford e tantos outros grandes pensadores, também acusados de bruxos e satânicos pela inquisição moderna, trouxeram à tona uma transparência tal que a democracia interreligiosa se fez possível. Ficou claro que não há religião mais elevada que a verdade e que há, entre os ensinamentos religiosos-filosóficos de todas as épocas, informações absolutamente comuns, basicamente a lei da evolução infinita da consciência, a lei de ação e reação também conhecida como carma e a lei da reencarnação que possibilita o crescimento infinito da alma em direção a Deus.
No que tange ao pesquisador Allan Kardec, que desejava muito mais criar um sistema de pesquisa científica do que uma nova religião, a partir de sua longa e detalhada investigação, a morte, que era antes ameaçadora e traiçoeira, passa a ser vista como uma viagem temporária, um intercâmbio cultural educativo. Se além da experiência metafísica com os chamados espíritos, Kardec também tivesse conhecido o aspecto científico e comprobatório dos evangelhos apócrifos, gnósticos e essênios encontrados em Qram e Nag Hamadi, no Egito, certamente teria avançado muito mais em sua contribuição ao mundo ocidental.
O Conforto das Mães
Olhando para os séculos XX e XXI aqui no Brasil, conheceremos o homem que mais vendeu livros na história deste país. Francisco Cândido Xavier superou todos os outros autores, inclusive Paulo Coelho eAugusto Cury, com o diferencial de jamais retirar um só centavo da venda desses milhares de exemplares. Chico Xavier, como o chamavam carinhosamente, psicografou, sem conhecer línguas estrangeiras, dezenas de escritores, pensadores e poetas, brasileiros e estrangeiros, com originalidade absoluta. Ele confortou milhares de mães que descobriram que os filhos que as deixaram estavam vivos, mas em outro plano dimensional. Conforme narra o jornalista Marcel Souto Maior, um pesquisador independente e não espírita, até juízes utilizaram as psicografias de Chico para absolver supostos matadores.
Reencarnação e Ciência
Fato é que, retornando ao campo da ciência, segundo vários documentários acessíveis, por exemplo, no Discovery Channel, a partir da investigação de muitos cientistas contemporâneos, a reencarnação tem magníficas e irrecusáveis evidências.
Investigar este possível fenômeno à luz da boa ciência, é algo mais que urgente para o mundo moderno. É preciso deletar de nosso meio sistemas de crenças limitados, que transformam os setenta ou cem anos de vida material na vida como um todo e que transformam este ponto no universo, chamado terra, no único planeta habitado.
Ampliar os horizontes quanto a vida e a morte é optar por uma existência responsável e a serviço dos que sofrem.
Fé e Razão
Chega o momento de resgatarmos a fé e a razão magnas propostas pelo saudoso Papa João Paulo II que, na última encíclica papal do século XXI, intitulada Fides et Ratio, defendeu exatamente a não divisão entre religião e ciência, entre física e metafísica.
Amigos, este texto é analítico e não busca defender nenhuma tese religiosa específica, senão a ética do paradigma espiritual básico que, como disse no início, permeia o conteúdo da ciência magna e das originais religiões, inclusive nosso cristianismo.
A verdade não tem nome, é uma terra fértil onde o amor é o caminho. A verdade é ser feliz, espiritualmente feliz. Ser feliz é servir a Deus, tenha Ele o nome que tiver, servindo ao próximo.
Que o dia de hoje nos ajude a renascer para a sensibilidade interior e para a sabedoria universal.
Alexandre Pimentel
Escritor, Palestrante e Educador Populaer
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A marca de sua ignorância é a profundidade da sua crença na injustiça e na tragédia. O que a lagarta chama de fim de mundo, o mestre chama de borboleta”.(Richard Bach)
Por Alexandre Pimentel
Brasília, 2 de novembro de 2011.
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