O Livro dos Médiuns Reuniões Espíritas
As reuniões espíritas são o campo favorável para o exercício e aprimoramento da faculdade mediúnica. É também local de desenvolvimento da solidariedade e outros valores morais, pela oportunidade recebida de auxiliar o próximo:
As reuniões espíritas podem oferecer grandes vantagens, por permitirem que as pessoas que nelas tomam parte se esclareçam, mediante a troca de ideias, pelas perguntas e observações que façam entre si, das quais todos aproveitam. [...]1
Por outro lado, pondera Allan Kardec: [...]
Mas, para que produzam todos os frutos desejados, requerem condições especiais que vamos examinar, pois procederia mal quem as comparasse às reuniões comuns.
Aliás, sendo as reuniões verdadeiros todos coletivos, o que lhes diz respeito decorre naturalmente das instruções precedentes. Como tal, elas devem tomar as mesmas precauções e se preservar das mesmas dificuldades que os indivíduos isoladamente. Foi por essa razão que colocamos este capítulo em um dos últimos lugares desta obra.
As reuniões espíritas apresentam características muito diferentes, conforme o fim com que se realizam; por isso mesmo, suas condições intrínsecas devem diferir. [...]1
As reuniões espíritas são classificadas pelo Codificador em frívolas, experimentais e instrutivas,1 cujos significados são os que se seguem.
Reuniões espíritas frívolas
São reuniões compostas [...] de pessoas que só veem o lado divertido das manifestações, e que se divertem com os gracejos dos Espíritos levianos. Estes as apreciam bastante e a elas não faltam, por aí gozarem de inteira liberdade para se exibirem. É nessas reuniões que se perguntam banalidades de toda sorte, que se pede aos Espíritos a predição do futuro, que se põe à prova a perspicácia deles em adivinhar as idades, ou aquilo que cada um tem no bolso, em revelar pequenos segredos e mil outras coisas sem importância.2 As reuniões mediúnicas de ocorrência usual nos centros espíritas da atualidade não apresentam, em geral, tais características, ainda que Espíritos levianos e outros, os mal-intencionados, assediem os médiuns na tentativa de se manifestarem e ocuparem o espaço destinado aos desencarnados que buscam esclarecimento e consolo espirituais. Daí a necessidade de dirigentes e demais integrantes da reunião mediúnica se prepararem adequadamente para a realização da tarefa, adquirindo conhecimento espírita, em geral, e sobre a prática mediúnica em particular.Até porque, lembra Kardec:
[...] Diz o simples bom senso que os Espíritos elevados não comparecem às reuniões deste gênero, em que os espectadores não são mais sérios do que os atores. [...] Porém, cometeria uma profanação quem para ali convidasse entidades venerandas, porque seria misturar o sagrado com o profano.2
Reuniões espíritas experimentais
As manifestações mediúnicas de efeitos físicos predominam nessas reuniões.3 Elas ainda ocorrem no meio espírita e são vulgarmente denominadas “reuniões de cura”, “de tratamento físico-espiritual” ou terminologia semelhante. O propósito de tais reuniões é prestar assistência espiritual a pessoas portadoras de enfermidades físicas, através de doação fluídico-magnética dos médiuns curadores. A mediunidade curadora “[...] consiste principalmente no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. [...] Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel [...]”.4 A cura de doenças guarda, contudo, relação com as determinações da lei de causa e efeito.Mesmo que a cura esperada não aconteça, o amparo espiritual abranda as manifestações da enfermidade e reforça a fé do enfermo, fazendo-o compreender que a cura definitiva de doenças está relacionada ao reajuste do Espírito às leis de Deus.
Outros tipos de reuniões de efeitos físicos – materializações de Espíritos, transporte de objetos, vozes e escritas diretas etc. –, são mais incomuns. Nos dias atuais predomina a mediunidade de efeitos intelectuais, todavia, as reuniões experimentais foram de grande utilidade no passado, “já que foram elas que levaram à descoberta das leis que regem o mundo invisível e, para muita gente, constituem poderoso meio de convicção”.3
Reuniões espíritas instrutivas
São reuniões onde se pode colher o verdadeiro ensino dos Espíritos. 5 Allan Kardec apresenta as seguintes condições para a sua realização:
1) Seriedade: “A primeira de todas é que sejam sérias, na completa acepção da palavra. É imperioso que todos se convençam de que os Espíritos a quem desejam dirigir-se são de natureza especialíssima; que, não podendo o sublime aliar-se ao trivial, nem o bem com o mal, quem quiser obter boas coisas precisa dirigir-se a Espíritos bons”.5
2) Conceito de reunião mediúnica séria: “Uma reunião só é verdadeiramente séria quando se ocupa de coisas úteis, com exclusão de todas as demais [...]”.5 3) Favorecer a presença de bons Espíritos: “[...] Não basta, porém, que se evoquem Espíritos bons [...]. Ora, Espíritos superiores não comparecem a reuniões de homens levianos e superficiais, assim como jamais compareceriam quando encarnados”.5 Neste sentido, os integrantes da reunião mediúnica devem adquirir conhecimento sobre a teoria e prática do Espiritismo, não medindo esforços para se transformarem em pessoas melhores, uma vez que o estudo, aconselha o Codificador, é de grande valia, ainda mais “para os médiuns de manifestações inteligentes, sobretudo para
aqueles que desejam seriamente aperfeiçoar-se”.6 Pelo conhecimento espírita, evita-se cair nas malhas da obsessão, as armadilhas colocadas pelos Espíritos enganadores. 6 Assim, “todo médium que sinceramente não queira tornar-se instrumento da mentira deve, portanto, procurar trabalhar nas reuniões sérias [...] aceitar agradecido, mesmo solicitar, o exame crítico das comunicações que receba. Se estiver às voltas com Espíritos enganadores, esse é o meio mais seguro de desembaraçar-se
deles, provando-lhes que não o podem enganar”.6
Um aspecto da reunião, que jamais deva ser desconsiderado, diz respeito à sua homogeneidade: Toda reunião espírita deve, pois, buscar a maior homogeneidade possível. Estamos nos referindo, naturalmente, àquelas em que se deseja chegar a resultados sérios e verdadeiramente úteis. [...]7
As reuniões espíritas podem oferecer grandes vantagens, por permitirem que as pessoas que nelas tomam parte se esclareçam, mediante a troca de ideias, pelas perguntas e observações que façam entre si, das quais todos aproveitam. [...]1
Por outro lado, pondera Allan Kardec: [...]
Mas, para que produzam todos os frutos desejados, requerem condições especiais que vamos examinar, pois procederia mal quem as comparasse às reuniões comuns.
Aliás, sendo as reuniões verdadeiros todos coletivos, o que lhes diz respeito decorre naturalmente das instruções precedentes. Como tal, elas devem tomar as mesmas precauções e se preservar das mesmas dificuldades que os indivíduos isoladamente. Foi por essa razão que colocamos este capítulo em um dos últimos lugares desta obra.
As reuniões espíritas apresentam características muito diferentes, conforme o fim com que se realizam; por isso mesmo, suas condições intrínsecas devem diferir. [...]1
As reuniões espíritas são classificadas pelo Codificador em frívolas, experimentais e instrutivas,1 cujos significados são os que se seguem.
Reuniões espíritas frívolas
São reuniões compostas [...] de pessoas que só veem o lado divertido das manifestações, e que se divertem com os gracejos dos Espíritos levianos. Estes as apreciam bastante e a elas não faltam, por aí gozarem de inteira liberdade para se exibirem. É nessas reuniões que se perguntam banalidades de toda sorte, que se pede aos Espíritos a predição do futuro, que se põe à prova a perspicácia deles em adivinhar as idades, ou aquilo que cada um tem no bolso, em revelar pequenos segredos e mil outras coisas sem importância.2 As reuniões mediúnicas de ocorrência usual nos centros espíritas da atualidade não apresentam, em geral, tais características, ainda que Espíritos levianos e outros, os mal-intencionados, assediem os médiuns na tentativa de se manifestarem e ocuparem o espaço destinado aos desencarnados que buscam esclarecimento e consolo espirituais. Daí a necessidade de dirigentes e demais integrantes da reunião mediúnica se prepararem adequadamente para a realização da tarefa, adquirindo conhecimento espírita, em geral, e sobre a prática mediúnica em particular.Até porque, lembra Kardec:
[...] Diz o simples bom senso que os Espíritos elevados não comparecem às reuniões deste gênero, em que os espectadores não são mais sérios do que os atores. [...] Porém, cometeria uma profanação quem para ali convidasse entidades venerandas, porque seria misturar o sagrado com o profano.2
Reuniões espíritas experimentais
As manifestações mediúnicas de efeitos físicos predominam nessas reuniões.3 Elas ainda ocorrem no meio espírita e são vulgarmente denominadas “reuniões de cura”, “de tratamento físico-espiritual” ou terminologia semelhante. O propósito de tais reuniões é prestar assistência espiritual a pessoas portadoras de enfermidades físicas, através de doação fluídico-magnética dos médiuns curadores. A mediunidade curadora “[...] consiste principalmente no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. [...] Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel [...]”.4 A cura de doenças guarda, contudo, relação com as determinações da lei de causa e efeito.Mesmo que a cura esperada não aconteça, o amparo espiritual abranda as manifestações da enfermidade e reforça a fé do enfermo, fazendo-o compreender que a cura definitiva de doenças está relacionada ao reajuste do Espírito às leis de Deus.
Outros tipos de reuniões de efeitos físicos – materializações de Espíritos, transporte de objetos, vozes e escritas diretas etc. –, são mais incomuns. Nos dias atuais predomina a mediunidade de efeitos intelectuais, todavia, as reuniões experimentais foram de grande utilidade no passado, “já que foram elas que levaram à descoberta das leis que regem o mundo invisível e, para muita gente, constituem poderoso meio de convicção”.3
Reuniões espíritas instrutivas
São reuniões onde se pode colher o verdadeiro ensino dos Espíritos. 5 Allan Kardec apresenta as seguintes condições para a sua realização:
1) Seriedade: “A primeira de todas é que sejam sérias, na completa acepção da palavra. É imperioso que todos se convençam de que os Espíritos a quem desejam dirigir-se são de natureza especialíssima; que, não podendo o sublime aliar-se ao trivial, nem o bem com o mal, quem quiser obter boas coisas precisa dirigir-se a Espíritos bons”.5
2) Conceito de reunião mediúnica séria: “Uma reunião só é verdadeiramente séria quando se ocupa de coisas úteis, com exclusão de todas as demais [...]”.5 3) Favorecer a presença de bons Espíritos: “[...] Não basta, porém, que se evoquem Espíritos bons [...]. Ora, Espíritos superiores não comparecem a reuniões de homens levianos e superficiais, assim como jamais compareceriam quando encarnados”.5 Neste sentido, os integrantes da reunião mediúnica devem adquirir conhecimento sobre a teoria e prática do Espiritismo, não medindo esforços para se transformarem em pessoas melhores, uma vez que o estudo, aconselha o Codificador, é de grande valia, ainda mais “para os médiuns de manifestações inteligentes, sobretudo para
aqueles que desejam seriamente aperfeiçoar-se”.6 Pelo conhecimento espírita, evita-se cair nas malhas da obsessão, as armadilhas colocadas pelos Espíritos enganadores. 6 Assim, “todo médium que sinceramente não queira tornar-se instrumento da mentira deve, portanto, procurar trabalhar nas reuniões sérias [...] aceitar agradecido, mesmo solicitar, o exame crítico das comunicações que receba. Se estiver às voltas com Espíritos enganadores, esse é o meio mais seguro de desembaraçar-se
deles, provando-lhes que não o podem enganar”.6
Um aspecto da reunião, que jamais deva ser desconsiderado, diz respeito à sua homogeneidade: Toda reunião espírita deve, pois, buscar a maior homogeneidade possível. Estamos nos referindo, naturalmente, àquelas em que se deseja chegar a resultados sérios e verdadeiramente úteis. [...]7
"Uma reunião é um ser coletivo formando uma espécie de feixe"
Além do mais, prossegue Kardec, há “outro ponto não menos importante: o da regularidade das reuniões. Em todas elas sempre estão presentes Espíritos a quem poderíamos chamar frequentadores habituais [...]. Estamos nos referindo aos Espíritos protetores [...]. Quando as reuniões se realizam em dias e horas certos, eles se preparam antecipadamente e é raro faltarem”.8
Perante tais esclarecimentos, devemos envidar esforços para que a reunião mediúnica seja não só séria, mas também instrutiva, de acordo com estes esclarecimentos:
Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros, formando uma espécie de feixe. Ora, quanto mais homogêneo for esse feixe, tanto mais força terá. [...] Já que o Espírito [comunicante] é de certo modo alcançado pelo pensamento, como nós o somos pela voz, vinte pessoas, unindo-se com a mesma intenção, terão necessariamente mais força do que uma só; mas, a fim de que esses pensamentos concorram para o mesmo fim, é preciso que vibrem em uníssono, que se confundam, por assim dizer, em um só, o que não pode se dar sem o recolhimento.9
Referências:
1 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. P. 2, cap. 29, it. 324, p. 539-540.
2______. ______. It. 325.
3______. ______. It. 326.
4______. ______. Cap. 14, it. 175.
5______. ______. Cap. 29, it. 327.
6______. ______. It. 329, p. 523.
7______. ______. It. 331, p. 547-548.
8______. ______. It. 333, p. 548-549.
9______. ______. It. 331, p. 546-547.
Fonte: Revista Reformador online Nov/2011
Perante tais esclarecimentos, devemos envidar esforços para que a reunião mediúnica seja não só séria, mas também instrutiva, de acordo com estes esclarecimentos:
Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros, formando uma espécie de feixe. Ora, quanto mais homogêneo for esse feixe, tanto mais força terá. [...] Já que o Espírito [comunicante] é de certo modo alcançado pelo pensamento, como nós o somos pela voz, vinte pessoas, unindo-se com a mesma intenção, terão necessariamente mais força do que uma só; mas, a fim de que esses pensamentos concorram para o mesmo fim, é preciso que vibrem em uníssono, que se confundam, por assim dizer, em um só, o que não pode se dar sem o recolhimento.9
Referências:
1 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. P. 2, cap. 29, it. 324, p. 539-540.
2______. ______. It. 325.
3______. ______. It. 326.
4______. ______. Cap. 14, it. 175.
5______. ______. Cap. 29, it. 327.
6______. ______. It. 329, p. 523.
7______. ______. It. 331, p. 547-548.
8______. ______. It. 333, p. 548-549.
9______. ______. It. 331, p. 546-547.
Fonte: Revista Reformador online Nov/2011
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