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Originais e primeiras edições de livros espíritas recebem novo espaço


A Federação Espírita Brasileira abriu pela primeira vez suas portas em janeiro de 1884. Tempos passados, a Doutrina é hoje vastamente difundida e conta com mais de 20 milhões de espíritas que a estudam e praticam tendo como base o livro espírita. Este meio que leva saber e consolo a muitos recebe, no dia 30 de março, um primoroso trabalho de reconhecimento, a reinauguração da Biblioteca de Obras Raras da FEB.

Uma nova porta é reaberta para o conhecimento, estudo e admiração em um momento histórico para o Movimento Espírita Brasileiro e para os simpatizantes da Doutrina Espírita. Neste dia, às 19h30, no Prédio Unificação, a FEB reinaugura a Biblioteca, um espaço composto pelas primeiras edições das obras básicas do Espiritismo (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese) e por outros títulos reconhecidos pelo grande público, como de Allan Kardec, codificador da Doutrina e do médium centenário, Chico Xavier.

Originais de diversos livros estarão expostos em um cenário que emana consolo, espiritualidade, conhecimento, filosofia, ciência e religião, com galerias que reúnem mais de 20 mil volumes em diversos idiomas. A instituição que prima pela publicação, editoração e divulgação das obras literárias espíritas, convida a todos para conhecer este trabalho que foi concretizado por passos firmes e profissionais e que mostra, por meio do livro, a força da mensagem da Doutrina dos Espíritos.
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Especial Chico Xavier



Série  VIDEO AULAS
Apresentação Antonio Cesar Perri de Carvalho
Estreia dia 6 de abril na TVCEI (terças e sextas as 21h30hs)
Para assistir a TVCEI:
Na internet  www.tvcei.com
No satelite www.tvcei.com/satelite
Nas tv a cabo 

http://www.tvcei.com/sat/telespectador/cidades.php
http://www.febnet.org.br/site/noticias.php?CodNoticia=229
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Urgente - À Diretoria das Instituições Espíritas

Solicitamos a fineza de dar conhecimento, com a possível urgência, à Diretoria das Instituições Espíritas, de três providências que deverão ser tomadas por elas, nos próximos dias, para cumprir exigências legais:
a) RAIS -Relação Anual de Informações Sociais:  Até o dia 26 de março deverá ser entregue a Declaração da RAIS, mesmo negativa, por não existência de empregados, cujo modelo poderá ser obtido através do GOOGLE, na Internet.

b) DCTF- Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais: Até o 5º dia útil de abril, ou seja, até o dia 7 de abril de 2010, deverá ser entregue a DCTF, referente ao 2º semestre de 2009, sendo, neste caso, necessária a participação de um Contador. A multa pela não entrega da DCTF no prazo é bastante alta, da ordem de R$ 400,00.

c)  DIPJ - Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica: deverá ser feita entregue até o último dia útil de junho (este ano, o dia 30 de junho). 
 
http://www.febnet.org.br/site/noticias.php?CodNoticia=225

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Espiritismo é tema de programas da Globo (A CURA)

No ano do centenário de Chico Xavier, a Globo investe em tramas espíritas. Além da novela “Escrita nas Estrelas”, de Elizabeth Jhin, a TV Globo exibirá neste ano outra trama que abordará a doutrina espírita. A emissora lançará ainda este ano um seriado sobre o espiritismo.
Selton Mello foi convidado para integrar o elenco do seriado A Cura, de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, que também estreia na Globo no segundo semestre. É a história de um médico do interior de Minas Gerais que é acusado de assassinato por talvez ter causado a morte de um colega de escola.
Por outro lado, ele também é capaz de curar pessoas através de cirurgias espirituais. Além do dilema de assumir ou não esse poder, descobre que o médico morto que incorpora foi assassinado e sua vida também está ameaçada. Enquanto o mistério se resolve, cada episódio terá um drama envolvendo algum paciente e sua cura. Direção de Ricardo Waddington.
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Pensamentos Indesejáveis

Fatores limitantes: Estou sempre discutindo comigo mesmo. É uma conversa contínua e automática que me martiriza. Só consigo imaginar terríveis acontecimentos, que me ficam martelando a cabeça, sem parar. Fico desperto por noites a fio e, quando durmo, não tenho um sono tranqüilo. Eu me esforço para que a mente se aquiete, porém não con­sigo detê-la. Levanto-me de manhã muito abatido, com dores de cabe­ça, sobretudo na região dos olhos. O que devo fazer para ter tranqüilidade? Como neutralizar esse processo perturbador?


Expandindo nossos horizontes:
Sua mente é semelhante a um moinho que tritura sem cessar sonhos e pensamentos. Suas idéias se revezam como cartas em de­sordem sobre um pequeno console, causando sempre consternação.
Não se esqueça, todavia, de que o poder mental, como qualquer das faculdades humanas, é submetido ao controle do homem, a quem cabe direcioná-lo. O segredo para conseguir mo­dificar um fato que pareça difícil ou perturbador é perceber quais idéias ou crenças estão movendo seu mundo íntimo.
Pessoas atraem e repelem as forças da mente, registrando experiências a cada segundo e, de conformidade com seus hábitos ou valores interiores, vivenciam os fatos com emoções ou reações diversificadas.
Quando você dá importância às situações negativas, o espe­lho da mente as assimila e, de forma imediata, as reflete. Essas ima­gens, denominadas formas-pensamentos, rondam constantemente sua aura, passando a nutrir os tecidos sutis do corpo espiritual.
Ao pensar, conversar ou observar, as forças geradas por suas idéias, palavras ou atitudes se fixam em seu cérebro astral e têm a tendência de se perpetuar.
Portanto, quando alguém conserva uma crença inconve­niente, só vai encontrar momentos de inconveniência, materiali­zados por essa mesma crença.
Um diminuto ponto contaminado entregue ao abandono pode infeccionar todo um tecido em poucas horas, transforman­do-o em massa pestífera de enormes proporções. Atos conside­rados sem nenhuma importância, muita vez, com o passar do tem­po, levam as pessoas aos labirintos da demência e da desesperação.
O momento ideal para impedir que uma idéia ou crença ne­gativa se lhe instale na engrenagem da mente é quando ela surge. Crie um saneador eternamente vigilante, analise tudo e só permita a entrada de pensamentos construtivos e capazes de pro­duzir equilíbrio e progresso.
Vamos recorrer ao mito do deus Hermes, para melhor ilus­trar essa questão.
Num cume gelado dos montes da Arcádia, vive Maia, uma ninfa de longos cabelos, que sem temer o frio, corre e dança es­pargindo graça e beleza.
Zeus, o deus supremo da mitologia grega, ao contemplá­la, encanta-se com sua jovialidade e apaixona-se. Passam-se tem­pos e Maia dá à luz o deus Hermes, detentor de chapéu e sandálias providos de asas - atributos de sua filiação divina.
Graças à sua destreza em lutar e a seus bens alados, torna-se um espadachim especial e, ao mesmo tempo, o arauto dos deuses.
Seu capacete alado pode ser interpretado como: “a mente pode ser conduzida como quiser”; e sua espada notável como: “a mente tem habilidade para eliminar quaisquer dificuldades”.
Muitas pessoas não comandam a própria força mental, tornando-se prisioneiras de si mesmas. E como se, distraídas no último vagão de um trem, não se importassem com o maquinista. Se você não controlar suas faculdades mentais, indicando o ca­minho que quer seguir, ou aonde quer chegar, poderá aportar em lugares indesejáveis.
Emoções, pensamentos e atos são elementos dinâmicos de indução. Se você é daqueles que vivem se lamentando, que se dizem fracos e impotentes, remoendo fatos do passado, sem auto-estima e nenhum planejamento para o futuro, provavelmente fi­cará desconectado do fluxo da Vida Providencial. É o princípio da repercussão que comanda a vida interior.
Use seu capacete alado e replaneje suas metas e objeti­vos. Se você exercitar seu poder mental, nada nem ninguém po­derá impedir que alcance o equilíbrio interior.
Utilize a potencia­lidade de sua espada eficaz como elemento defensivo contra es­ses componentes estranhos que o perturbam.
Na meditação silenciosa o espírito recolhe, sob a forma de inspiração, idéias que lhe aperfeiçoam a existência. Na oração você encontrará a maior fonte de poder do Universo, podendo entender a excelência das leis de renovação que estruturam os alicerces da vida em toda a Terra.

O processo de orar, meditar e selecionar tudo que entra em sua casa mental saneará esse circuito de sugestões sombrias em que você vive, afastando de sua atmosfera vibracional esse turbilhão de vozes e idéias que aprisionam sua alma nas teias dos pensamentos indesejáveis.



Livro: Conviver e Melhorar - 18

Lourdes Catherine * Francisco do Espírito Santo Neto
http://www.mensagemdeluz.kit.net/convivermelhorar.html
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Lágrimas de Decepção

Fatores limitantes: Meu marido é incapaz de assumir responsabilidades para com a família e vivemos num ambiente de muita hostilidade. Constantemente somos ameaçados e agredidos sem nenhuma razão. Duran­te anos faço de tudo para ajudá-lo; como pode ele tratar-nos dessa maneira? Ele é intolerante e rigoroso, nunca respeita a opinião alheia. Estou mergulhada em sentimentos de autopiedade, decepção, ressen­timento, vergonha e, ao mesmo tempo, impotência. Sei que diante de insultos e ofensas é preciso perdoar, porém não mais consigo.







Expandindo nossos horizontes:
Sei que seu coração pede, entre lágrimas de decepção, um alívio para seu conflito. A solução é - invariavelmente - perdoar.
Mas desculpar as ofensas não pressupõe passividade, fuga ou viver em eterna autopiedade.
Perdoar é a compreensão de que, para enfrentar atitudes perturbadas ou estruturas desajustadas, não precisa a criatura estar cheia de ódio, mas comprometida com a paz. É, essencial­mente, uma maneira de mostrar o outro lado, quer dizer, não revidar o mal com o mal. O rancor abrigado no coração causa estados destruidores no ser humano; portanto, recuse aceitá-lo como solução do problema.
O ato de perdoar não exige que você ignore ou negue sua mágoa ou qualquer outro sentimento, nem implica que o agressor não deva ser responsabilizado por suas ações.
Se você se mantiver inflexível na sustentação da raiva, se ligará ainda mais a essa situação infeliz. Se não aprender a per­doar, estimulará as circunstâncias de opressão em que vive, agra­vando-as. Trata-se da lei de ação e reação.
Jesus, Mestre da Vida Superior, que supostamente foi ul­trajado, não teve que perdoar. Quem ama verdadeiramente ja­mais se sente ofendido.
Não lhe peço que se compare com o Cristo ou se com­porte como Ele, porque todos sabemos da distância evolutiva que existe entre nós e o Mestre. Convido-a apenas para que compreenda o ensinamento cristão, a fim de que possa superar as ofensas sem se maltratar.
Os ensinos do Senhor dizem que é indispensável espalhar a fragrância do perdão, mesmo quando derramada sobre os in­gratos, pois ela sempre volta, em forma de ondas reconfortantes, à mente de quem a emitiu.
Não se esqueça, entretanto, de que suportar de forma submissa constantes abusos, decepções e humilhações pode abrir brechas para que a violência ocorra com mais facilidade. Mesmo curada a ferida, ainda permanece a fragilidade da cicatriz.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 12º, item 8, afirma Kardec:
“O próprio instinto de conservação, que é uma lei natural, diz que não é preciso estender benevo­lamente o pescoço ao assassino. Por essas palavras, portanto, Jesus não interditou a defesa, mas condenou a vingança.” Dê alforria à sua sensibilidade, que se encontra em regi­me de escravatura, e não finja mais que tudo está bem. Na verdade, você está vivendo há anos uma relação turbulenta.
Faça um auto-questionamento para ampliar sua consciên­cia. Se você vive nesse drama, é porque você mesma contribui para permanecer nele.
A vergonha está ligada à falta de limites. Se você está en­vergonhada é porque permite que pessoas invadam ou transgridam seus sentimentos.
Talvez você precise compreender seus direitos e cuidar mais de si mesma. Não adianta banhar de prantos a face; desenvolva a auto-estima e terá uma nova visão de seu problema familiar.
Dizer sim quando se quer dizer não é desvalorizar seus sentimentos. Se seus limites forem ignorados pelos outros, provavelmente eles não irão respeitá-la. Quando expressamos com sinceridade o que sentimos e desejamos fazer, não precisamos ficar eternamente acomodando as situações.
Você pode querer esconder tudo aquilo que lhe está acontecendo; isso é uma característica comportamental que se desenvolve quando se convive com criaturas problemáticas. Portanto, você pode estar:
Disfarçando o medo em que vive, por estar sendo ameaçada constantemente;
Não demonstrando a vergonha que sente, por não querer ser maltratada diante dos outros;
Encobrindo os fatos grosseiros com o manto de descul­pas amenizadoras, para não ter consciência da extensão das agressões vivenciadas;
Renunciando a seus direitos legítimos, porque vê os direitos dos outros como superiores aos seus;
Defendendo os atos hostis de parentes, para não ser interpretada como insensível ou desalmada.
Perdoar é diferente de mascarar a realidade. Em qualquer relacionamento familiar, a confiança é essencial, assim como a capa­cidade de ser honesto consigo mesmo e com os outros. Onde não se compartilha os sentimentos e as emoções não pode existir confiança.
É preciso entender que perdoar não significa aceitar a brutalidade de alguém.
Perdoar, em muitas ocasiões, quer dizer: tomar uma atitude. Liberte-se do ressentimento ou do ódio, para que eles não se materializem em seu interior, trazendo-lhe dores e desequilíbrios, tanto externos como - e sobretudo - internos.
Os primeiros cristãos designaram as rosas vermelhas como símbolo da dor dos mártires, ao passo que as rosas brancas sempre estiveram associadas à pureza e à brandura.
As roseiras vermelhas representam sentimentos ultrajados e as brancas, moderação, auto-estima e dignidade. Mescle as rosas e as presenteie a você mesma em um belo buquê. A reunião dessas duas tonalidades lhe dará as medidas essenciais que vão assegurar seu crescimento no amor e, também, sua sobrevivência, honradez e respeitabilidade.




Livro: Conviver e Melhorar - 22

Lourdes Catherine & Francisco do Espírito Santo Neto

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Selo Postal Chico Xavier

Ocorrerá no dia 02 de Abril nas cidades mineiras de Pedro Leopoldo e Uberaba, o lançamento do selo  em homenagem ao "Centenário de Francisco Cândido Xavier". A escolha da foto foi perfeita para esse trabalho e juntamente com ele será lançado também um Cartão Postal que logo estarei postando todos.
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Chico Xavier ilustra Istoé e Época nesta semana - PARTE II

 
Chico Xavier superstar - Parte 1

    O médium de vida simples que se tornou o principal ícone do espiritismo tem seu centenário festejado com grandes produções no cinema, no teatro e na literatura

    Eliane Lobato


  
    O FILME
    O ator Nelson Xavier na pele de Chico (ao fundo): semelhança impressionante

    Uma Minas Gerais agrária e bucólica é o pano de fundo adequado para a história de um menino em constante turbulência interna. Ele ouve vozes e vê pessoas mortas. Tachado de maluco, o garoto, nascido Francisco de Paula Cândido Xavier, sofre muito, especialmente nas mãos de uma madrinha católica que o considera pactuado com o diabo. A história deste menino que virou o maior médium brasileiro está contada no filme “Chico Xavier”, de Daniel Filho, que estreia no dia 2 de abril, data em que ele completaria 100 anos, se não tivesse desencarnado, como dizia, oito anos atrás. O fi lme — a que ISTOÉ assistiu em primeira mão (leia quadro) — é o carro-chefe de uma série de produções e homenagens, como lançamentos de livros, fi lmes inspirados em obras psicografadas, selo, exposições e seminários. Até uma novela da Rede Globo, que tem o espiritismo como tema, estreia, coincidentemente, no mês do centenário: “Entre Dois Amores”, escrita por Elizabeth Jhin.


    VIDA E OBRA
    Chico Xavier na produção de Daniel Filho. E em Uberaba, no meio do povo.

    O médium, cultuado em vida, ganha, na comemoração de seus 100 anos, visibilidade de superstar e vira fenômeno de mídia, algo que nunca esteve entre suas pretensões. Se existe mesmo vida após a morte, Chico Xavier deve estar feliz: seu legado ultrapassa, hoje, as barreiras religiosas e ele é reconhecido como o maior líder espiritual que o Brasil já teve. O espantoso alcance da obra de Chico Xavier explica tamanha agitação em torno de seu centenário. Mesmo quem não acredita em reencarnação, respeita este homem que psicografou mais de 400 livros e doou os direitos autorais de todos eles a obras de caridade. Chico Xavier viveu em uma casa humilde e levou vida modesta. É de Nelson Xavier, o ator com impressionante semelhança física com o médium e que o interpreta na fase adulta, a síntese de sua existência: “Ele viveu, efetivamente, o ‘amai-vos uns aos outros.’” O ator admite que o filme modificou suas crenças. “Como todo socialista eu também acreditava que o caminho da violência era o único possível, que os privilégios jamais serão abolidos sem confronto. Mas, agora, penso diferente.


    VIDA E OBRA

    O ator Ângelo Antônio, o médium quando jovem, e Chico psicografando.

    O Chico me mostrou que o caminho do amor é que é o único possível.” A pregação do médium é comparada, hoje, à de Buda: mais ligada a uma filosofia de vida do que a uma religião. “A doutrina espírita pregada por Chico Xavier esclarece, conforta e consola”, resume o escritor Gérson Monteiro, também diretor da primeira rádio espírita do País, a Rádio Rio de Janeiro, e que vai lançar, este ano, “O que Ensina o Espiritismo” (Mauad). Sua análise coincide com a de Eurípedes Higino dos Reis, 60 anos, fi lho adotivo e herdeiro da patente Chico Xavier. “Meu pai não era procurado só por espíritas. Ao contrário, 70% das pessoas que o procuravam tinham outras religiões”, afi rma Reis. A expansão do espiritismo no Brasil está profundamente ligada à fi gura de Chico Xavier, que, para muitos, surgiu para complementar e atualizar os ensinamentos de Allan Kardec, o pai do espiritismo. O fi lão literário foi puxado por ele desde que publicou, aos 22 anos, sua primeira obra, “Parnaso de Além- Túmulo”. Hoje, existem no País aproximadamente 100 editoras especializadas e quatro mil títulos no mercado. Ao publicar obras romanceadas, o médium brasileiro cria uma nova forma, calcada mais na emoção, subjetividade e no lirismo, de apresentar a religião às pessoas.


   

    Antecessores como Kardec e Bezerra de Menezes redigiram, basicamente, livros doutrinários que mais se assemelhavam a tratados de sociologia, um trabalho mais científico e racional. “O romance espírita é um dos legados de Chico”, afirma Eduardo Re‑ alefsky, pesquisador de comunicação religiosa da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. “Kardec foi racional do início ao fim. Já Chico, colocou em prática um vasto conteúdo sentimental.” O médium também é responsável por deixar impressa uma nova visão, quase milenarista, do papel do Brasil dentro do desenvolvimento da doutrina espírita. Em um de seus livros, Chico Xavier defende a ideia de que o País seria o principal veículo para a difusão do espiritismo no mundo. “Coincidência ou não, o Brasil é considerado o local onde as ideias das religiões tiveram o maior desenvolvimento, ainda que a maior parte dos espíritas permaneça invisível para o IBGE”, diz Re‑ alefsky, referindo-se ao Censo de 2000 que aponta como espíritas apenas 3% da população. Chico Xavier é o autor brasileiro de maior sucesso. Ele já vendeu quase o dobro dos livros de Paulo Coelho, nossa referência de best-seller literário. Seus 458 livros somam aproximadamente 45 milhões de cópias vendidas, segundo Cesar Perri, diretor da Federação Espírita Brasileira. “Somente ‘Nosso Lar’ tem 2,5 milhões de edições comercializadas em 15 idiomas”, afirma.



    Não por acaso, este livro também vai virar fi lme, sob a direção de Wagner de Assis. E, ao contrário do longa de Daniel Filho, será repleto de efeitos especiais, que foram supervisionados por Geoff D. E. Scott, da empresa canadense Intelligent Creatures (“Watchmen” e “Babel”, entre outros). “O filme se passa, em grande parte, numa cidade localizada em um outro plano, o espiritual. Este é o maior motivo da grande presença dos efeitos”, explica a produtora Eliane Britz. “É importante que o público acredite que as ações estão acontecendo em uma cidade praticamente real. Isso é fundamental para a história”, acrescenta ela. A previsão é de estreia em setembro. Outros três fi lmes também serão lançados – “E a Vida Continua”, com direção de Paulo Figueiredo, “As Cartas”, de Cristiana Grumbach, e “As mães de Chico Xavier”, com três assinaturas na direção, Glauber Filho, Joel Pimentel e Halder Gomes – todos baseados em obras psicografas pelo médium. Ao contrário, “Chico Xavier” é o único biográfi co. Grande parte da trama foi fi lmada em Tiradentes, Minas Gerais, onde aconteceram alguns fenômenos. Certo dia, uma forte chuva que caía sobre a cidade só não atingia o set de filmagem.

    O médium popularizou a doutrina espírita ao criar obras romanceadas,
    mais calcadas na emoção

    Quando o diretor finalizou o trabalho e disse “Corta!”, a chuva despencou também no local onde artistas e técnicos estavam. “Chamo isso de sincronia de sinais”, disse Ângelo Antônio, um dos “Chicos” da produção. Ele se refere não somente a este episódio. O ator conta um outro fato surpreendente. A pedido de sua mãe, que conheceu o médium pessoalmente, ele interpretou um momento em que seu personagem recebia mensagens. A mãe, então, pediu que ele perguntasse ao espírito de Chico como estava a saúde dela. “E eu fui escrevendo. Depois, quando fui ler, era uma receita dizendo que ela deveria consumir fl or de mamão em determinada hora do dia.” Ele não sabe por que escreveu aquilo. Mas foi uma indicação certa: “Minha mãe estava com problemas no intestino, embora eu ainda não soubesse”, relembra. Para registrar estes fenômenos, a editora LeYa lançará outro livro de Marcel Souto Maior sobre os bastidores da produção.“Chico Xavier, a História do Filme de Daniel Filho” chegará às prateleiras também no dia 2 de abril, com tiragem inicial de 50 mil exemplares. “Conversei com o Tony Ramos, que é muito católico, sobre como foi estar no filme que fala do maior líder espírita do País.
   
ISTOÉ - Independente

    

    100 ANOS DE CHICO XAVIER

    |  N° Edição:  2103 |  26.Fev - 18:29 |  Atualizado em 26.Fev.10 - 18:29

    

    Chico Xavier superstar - Parte 2

    O médium de vida simples que se tornou o principal ícone do espiritismo tem seu centenário festejado com grandes produções no cinema, no teatro e na literatura

    Eliane Lobato

 

    Chico passou a juventude em Pedro Leopoldo, de onde saiu por se sentir perseguido

    Após a exibição do filme para a equipe, ele era um dos que mais se emocionaram”, conta Souto Maior. Até personagem de história em quadrinhos o médium será. Com desenhos de Rodolfo Zalla e roteiro de Franco de Rosa, “Chico Xavier em Quadrinhos” (Ediouro) contará a história da vida dele e trará, também, alguns textos psicografados pelo médium. O jeito calmo, humilde e simples dá a Chico Xavier uma aparência de fragilidade. Para conseguir repassar essa característica em seu fi lme, Daniel Filho disse ter pedido aos três atores que o interpretam em seu longa para mergulharem no universo do líder espiritual. “Eles ficaram em Uberaba durante algum tempo. Lá, foram cedidas roupas dele ao Nelson (Xavier) e um perfume ao Ângelo (Antônio). E o garoto (Matheus Costa) não rodou uma cena sem, antes, sentir a essência do perfume que ele usava”, conta Daniel Filho. Além de todas as obras culturais que divulgarão o nome de Chico Xavier e a doutrina espírita no Brasil, este ano, uma novela da Rede Globo, “Entre Dois Amores”, colocará em confronto a questão da vida após a morte e a ciência. “Tenho grande interesse pelo tema espiritualidade e pensei que podia trazer para a trama inquietações pelas quais todos passamos: De onde viemos? Para onde vamos?”, diz a autora do folhetim, Elizabeth Jhin.

 
    POPULAR
    Ele era muito querido pelo público.Nelson Xavier, caracterizado, consola Christiane Torloni, que interpreta
    uma mãe  que perdeu o filho

    Ela vai reproduzir a inquietação natural entre esses dois mundos aparentemente antagonistas defi nitivos, a ciência e a espiritualidade. Superstar também nas artes cênicas, a peça “Além da Vida” já foi vista, em diversas remontagens, por mais de dois milhões de pessoas – e voltará à cena, em abril, no Teatro Corinthians, em São Paulo. O ator e diretor do espetáculo, Renato Prieto, monta peças espíritas há 25 anos pelo Brasil afora e diz ser testemunha da fé leiga nos ensinamentos do médium. “As pessoas vão às minhas peças em busca de respostas: ‘De onde eu vim?’ ‘O que vim fazer aqui?’ ‘Para onde vou após desencarnar?’ E elas saem do teatro com um conceito que as tranquiliza”, diz Prieto. A esperança e a possibilidade de paz  são os principais motes da obra de Chico Xavier. Uma de suas frases mais recorrentes – que ele dizia ter sido formulada pelo guia espiritual Emmanuel – afirma que “ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim.”

    Colaboraram: Adriana Prado, Caio Barretto Briso, Maíra Magro, Rodrigo Cardoso e Francisco Alves Filho

    FILME PARA ARREBATAR MULTIDÕES


    INTÉRPRETES
    O diretor Daniel Filho entre Nelson Xavier (à esq.) e Ângelo Antônio, que vivem o médium

    O filme “Chico Xavier”, de Daniel Filho — ao qual ISTOÉ assistiu em primeira mão —, carrega uma extraordinária carga de emoção e deverá levar muita gente às lágrimas. Ainda menino, Chico (Matheus Costa) apanha muito da madrinha Rita (Giulia Gam em aparição relâmpago, mas brilhante), que chega a espetá-lo com um garfo na barriga. Jovem, já na pele de Ângelo Antônio, ele perde um de seus 13 irmãos, justamente o seu “braço direito”, vítima de derrame. No enterro, o pai diz, aos gritos, que ele é uma farsa incapaz de salvar alguém.  O Chico adulto é interpretado por Nelson Xavier — que mais parece uma materialização do médium. E Christiane Torloni assina uma das cenas mais emocionantes quando sua personagem, Glória, entra no quarto do fi lho que já morreu e, abraçada a uma cama vazia, chora sua dor. Muitos espectadores vão se perguntar como a atriz, que perdeu um fi lho num acidente de carro na vida real, conseguiu encarar o papel. “Ela se concentrou, chorou, reviveu aquilo. Deixou aparecer a dor, deixou passar a realidade. Fico emocionado ao dizer isso porque o filho que ela perdeu era um afi lhado meu. E isso, inclusive, foi o que me deu coragem para fazer o convite”, disse Daniel Filho.

    Baseado no livro “As Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior, o roteiro não foge das acusações de falsário que também existiram na vida do médium. Numa sessão espírita, uma mulher cospe em Chico Xavier dizendo que a carta que lhe entregara como sendo do filho desencarnado era uma grosseira fraude. Também um ex-assistente e sobrinho do médium, revoltado porque o tio o repreendera por cobrar consultas, dá entrevistas dizendo que as conversas com espíritos eram armação. Por incrível que pareça, um ombro amigo dos mais fiéis, desde a infância, é um padre católico (Pedro Paulo Rangel). No dia em que este padre morre, entretanto, Chico é escorraçado do velório pelo padre substituto (Cássio Gabus Mendes) — que se torna um obstinado pregador contra ele.

    Mas nem tudo é tristeza. Também há humor. Como no dia em que o médium decide começar a usar uma ridícula peruca para esconder a calvície ou quando grita tanto dentro de um avião em turbulência que seu guia espiritual aparece para um curioso papo-cabeça. Afinal, não fica bem um médium ter tanto medo de morrer. Ao final, enquanto rolam os créditos, há imagens do próprio Chico relatando o episódio no programa “Pinga-Fogo”, da extinta TV Tupi. O elenco conta, ainda, com estrelas como Letícia Sabatella, Giovanna Antonelli, Tony Ramos, Cássia Kiss, Paulo Goulart e Luis Melo.
    

    
    Claudio M. Teixeira

    EM 28/02/2010 14:55:40

    Viva Chico Xavier. Viva o amor entre os seres humanos, pois afinal de contas somos todos irmaos. Nao importa a religiao, mas importa o coracao justo e doce. Que a Luz Divina seja sempre a luz que nos guia para frente.

    

    
    Luiz Roberto Turatti

    EM 28/02/2010 10:20:23

    "Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!"

    

    
    Thiago

    EM 28/02/2010 09:49:06

    Parabéns ao leitor Flavio Videira p/ seu comentário.Não sou espírita e nem evangélico(não sou ateu, mas não professo nenhuma religião);pessoas como vc Flavio,é que fazem a diferença,ao contrário (infelizmente) da maioria dos que se dizem evangélicos e na verdade professam um fundamentalismo absurdo!

    

    
    Flávio Videira

    EM 28/02/2010 01:11:32

    Não sou espírita. sou evangélico. mesmo discordando de muitos aspectos doutrinários do espiritismo, tenho profundo respeito por quem pratica o bem ao próximo e vive o amor divino. Chico era assim. não há argumentação contra ele em base pessoal,ele levou uma vida totalmente íntegra.


FONTE:
http://www.febnet.org.br/site/noticias.php?CodNoticia=207

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Chico Xavier ilustra Istoé e Época nesta semana - PARTE I

Chico Xavier foi capa de duas publicações esta semana. A Revista Época estampou o médium em sua capa e produziu uma matéria que conta toda a trajetória do médium e aborda os fatos marcantes de sua vida. A edição ainda apresenta uma entrevista com Nelson Xavier, ator que interpreta Chico em sua fase madura no longa-metragem Chico Xavier, o filme.
Já a a revista Istoé trouxe em sua  edição um caderno especial sobre o centenário de Chico Xavier, festejado com produções no cinema, no teatro e na literatura . A matéria, dividida em duas partes, concentra-se também na cine-biografia de Daniel Filho que tem data de estréia marcada para o dia 02 de abril de 2010
 
 
Oito anos depois de sua morte, o mito do médium mineiro está vivo, forte e será renovado por uma onda de filmes que celebram o centenário de seu nascimento. O que explica essa popularidade?

    Martha Mendonça, de Pedro Leopoldo e Uberaba. Com Leopoldo Mateus, Mauricio Meireles


    PSICOGRAFIA
    O ator Nelson Xavier como Chico, em cena do filme que será lançado no mês que vem. O espiritismo ganha as telas

    Como se explica que um homem pobre, doente e semi-instruído, nascido mulato no início do século passado, em um rincão distante de Minas Gerais, viesse a se tornar, ao longo de seus 92 anos de vida, e sobretudo depois dela, uma espécie de mito brasileiro – um nome capaz de emocionar, motivar e organizar as pessoas em torno de uma fé e do trabalho filantrópico que ela inspira? O que havia na personalidade e nas ideias daquele homem careca, estrábico, sempre de peruca e óculos escuros, que se expressava com a fala pausada e amanteigada dos mineiros, capaz de sobreviver a sua morte em 2002 e transformá-lo em objeto de culto, de estudo e de interesse crescente dos meios de comunicação? Por que o celibatário ao mesmo tempo doce e obstinado, que se dizia capaz de conversar com os mortos e foi perseguido e ridicularizado por isso, conseguiu expressar tão bem a alma brasileira a ponto de tornar-se, ele mesmo, um ícone popular e uma figura respeitada mesmo entre aqueles que não compartilham de suas polêmicas convicções?

    As respostas a essas perguntas, se elas existirem, talvez surjam no decorrer deste ano, quando se celebra, com uma onda de filmes, o centenário de nascimento de Chico Xavier, o médium mais conhecido do mundo e uma das personalidades mais queridas dos brasileiros.

    No dia 2 de abril, data de seu nascimento em 1910, estreará Chico Xavier – O filme. Baseado no best-seller de Marcel Souto Maior, As vidas de Chico Xavier, e dirigido pelo blockbuster Daniel Filho, o longa-metragem vai ocupar 300 salas, promete lotar os cinemas e apresentar ao grande público (sobretudo aos jovens)uma história que, se fosse roteiro de ficção, seria classificada de inverossímil. Ou, no mínimo, exagerada. Garoto pobre do interior perde a mãe aos 5 anos, é maltratado na infância e começa a ver espíritos; escreve livros que seriam ditados por grandes nomes da literatura já mortos e ganha projeção nacional ao psicografar mensagens de pessoas que já morreram para parentes inconsoláveis. Lança mais de 400 obras literárias, que vendem 50 milhões de exemplares – mas doa tudo para a caridade. Sem boa saúde, trabalha sem parar e vive de seu salário do Ministério da Agricultura até morrer. Sem ser católico, vira quase um santo.

    LADO HUMANO

    O filme que conta sua vida – e tem Ângelo Antônio e Nelson Xavier vivendo o médium em duas fases – não será o único a estrear neste ano. Pelo menos outras quatro produções ligadas ao espiritismo – e ao médium – devem abocanhar boa bilheteria, inaugurando uma onda espírita no cinema nacional e popularizando ainda mais sua figura. Pode-se dizer que o trailer desta grande tendência foi Bezerra de Menezes – O diário de um espírito. No fim de 2008, o filme, com roteiro ruim e arrastado, levou aos cinemas mais de 300 mil espectadores ao mostrar a trajetória do chamado Médico dos Pobres, outro ícone da religião de Chico Xavier. A explicação: a força do espiritismo no país, que teria, de acordo com a Federação Espírita Brasileira (FEB), cerca de 20 milhões de adeptos. Agora, novos filmes de alguma forma ligados ao médium estão para ser lançados (leia o quadro na próxima página). Um deles tem potencial especial para o sucesso: Nosso lar, de Wagner de Assis, baseado no livro mais vendido de Chico, promete efeitos especiais feitos no Canadá, reproduzindo o cenário da vida no além, foco dessa obra que relata o lugar para onde iriam os espíritos depois da morte.

    Chico Xavier sempre foi um campeão de audiência. Em 1971, ele participou do programa Pinga-fogo, numa entrevista que deixou 75% dos televisores brasileiros ligados na TV Tupi. No Natal daquele mesmo ano, uma nova participação do médium foi veiculada por um pool nacional de quatro emissoras. Chico ganhou uma projeção que o mineirinho de Pedro Leopoldo, filho de mãe lavadeira e pai vendedor de bilhetes de loteria, ambos analfabetos, jamais conseguiria imaginar. Em 2000, foi eleito O Mineiro do Século, numa promoção da TV Globo local. Em 15 dias, 2,5 milhões de pessoas escolheram seu nome, por meio da internet e do telefone. Em 2006, ÉPOCA fez uma pesquisa entre os leitores sobre quem seria O Maior Brasileiro da História. Para votar, por meio do site, havia opções como Ruy Barbosa, Getúlio Vargas, Pelé e Ayrton Senna – além da opção Outros. Chico Xavier ficou em primeiro, com 36% dos votos, quase o dobro do segundo colocado, Senna. Todos os seus votos foram escritos na lacuna em branco – um resultado que mostra a admiração dos brasileiros por sua figura ao mesmo tempo paternal e misteriosa.

    Cartas psicografadas por Chico Xavier ajudaram a absolver em julgamento duas pessoas acusadas de assassinato. O que isso revela sobre o país?

    “Queremos pisar no chão em que ele pisou”, diz a dona de casa paulistana Alita Polachini, de 56 anos. Acompanhada do marido, o empresário Renato, ela passou três dias da semana passada em Pedro Leopoldo, de 60 mil habitantes, visitando a praça que leva seu nome, a fazenda onde ele trabalhou e conversando com gente que o conheceu. À noite, o casal assistiu à reunião pública do Centro Espírita Luiz Gonzaga, que ele fundou em 1927. Entoaram os cânticos ao médium, ouviram palestra que tratava, entre outras coisas, dos ensinamentos espíritas do filme Avatar – e choraram. “Tudo o que se refere ao Chico me faz chorar. Não sei explicar. As lágrimas só descem”, afirma Alita. A 500 quilômetros dali, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, cidade que Chico adotou a partir de 1959, um ciclista solitário reverencia seu mausoléu. “Não sou espírita. Mas venho aqui sempre que quero um pouco de paz”, diz o professor de literatura Adaílton Oliveira, de 33 anos. Muita gente faz o mesmo. Deixam bilhetes presos no vidro de seu túmulo. Ligam para os centros das duas cidades pedindo ajuda, cura, dinheiro, amor. Ou apenas querem falar com alguém que o tenha conhecido.

    Por que o mito Chico Xavier só cresce, mesmo depois de sua morte? Por si só, o espiritismo gera curiosidade, mesmo entre não adeptos. Organizada no século XIX pelo francês Allan Kardec, a doutrina afirma que o espírito segue uma linha evolutiva através de sucessivas reencarnações. A vida na Terra seria um aprendizado para a eternidade. O espiritismo também é uma religião que não impõe obrigações nem lista pecados. O que se faz em vida é o que se leva dela para as próximas existências. Com Chico Xavier, “porta-voz do além”, como era chamado, o mundo da morte – maior mistério da vida – nunca pareceu tão próximo, tão claro e, de certa forma, confortável. A ideia de que a vida não acaba de fato, de que há alguma coisa do lado de lá, acalmou corações e arrebatou almas vivas. Com as cartas que dizia escrever em nome dos espíritos, Chico não só demonstrava aos olhos dos crentes a continuidade da existência, como oferecia uma forma de comunicação direta com o mundo dos mortos. O fascínio que essa ousada proposição exerce sobre a mente humana, atormentada pela finitude, não pode ser subestimado. Mesmo os gregos, cuja imaginação mitológica parece não ter tido limites, foram incapazes de supor a comunicação com o mundo subterrâneo. Pensavam que os mortos chegariam à margem do Rio Aqueronte, dariam um óbolo ao barqueiro Caronte, cruzariam para o Hades e nunca mais seriam vistos. Ou ouvidos. Viveriam apenas na memória dos vivos. E esses na dor inconsolável.

    Ao atrevimento teológico do espiritismo, Chico somou algo que parece ser uma das características persistentes da cultura brasileira, o sincretismo

    Ao atrevimento de invocar os mortos, Chico somou algo que parece ser uma das características mais persistentes da grande cultura brasileira: o sincretismo. Ao adotar o modelo monástico de obediência, pobreza e castidade, ele promoveu a aproximação entre a fé espírita e os preceitos católicos. Com isso, afastou o espiritismo do mundo dos demônios, tranquilizou os adeptos, abafou confrontos com a Igreja e – acima de tudo – criou para o espiritismo um amplo espaço de crescimento em um país profundamente identificado com a mensagem de tolerância e caridade do cristianismo. A intuição e a inteligência de Chico na construção de sua doutrina – e na prática de sua existência – ajudam a explicar o crescimento de seu prestígio mesmo agora, oito anos depois de sua morte. É o que diz a autora da tese Espiritismo à brasileira, a antropóloga Sandra Stoll, da Universidade Federal do Paraná. “A santificação pós-morte de Chico Xavier é uma prática corrente nos meios populares e não briga com a modernidade”, afirma. “As religiões se renovam, incorporando ideias, valores, símbolos e tecnologias e atendem a demandas modernas de diversos modos. O culto a Chico Xavier se insere aí.”

    HOMENAGEM
   
O professor Adaílton Oliveira no túmulo de Chico em Uberaba. Mesmo quem não é espírita, como ele, cultiva a memória do médium.

    O interesse pelo médium ultrapassa as fronteiras. Neste ano, um volume de 50 obras suas está sendo lançado em russo. A curiosidade em torno de Chico Xavier está levando aos Estados Unidos um de seus biógrafos, Carlos Antônio Baccelli. Autor do recém-lançado 100 anos de Chico Xavier, ele vai a três cidades realizar workshops sobre o brasileiro. “Querem saber tudo sobre a obra e a vida. O interesse aumentou depois que ele desencarnou”, afirma Baccelli, que também é médium, conviveu com Chico por duas décadas em Uberaba e faz um trabalho social reconhecido na cidade. Palestrantes espíritas brasileiros conhecidos no exterior, como Divaldo Franco e Raul Teixeira, estão pautando seus trabalhos deste ano na vida de Chico Xavier. Uma biografia está sendo lançada na França. O 3º Congresso Espírita Brasileiro, que acontecerá em abril, teve recorde de inscrições de estrangeiros. “Ele é, de fato, uma referência espírita e religiosa em todo o mundo”, afirma César Perri, diretor da FEB.

    A repetição das histórias sobre Chico é uma das explicações para a perpetuação de seu mito. Palestrantes internacionais falam de seus feitos. Amigos e parceiros das cidades em que ele viveu reproduzem dons e “causos” à exaustão. “Você sabia que ele materializava perfume?”, perguntam os amigos. “Ele sempre dizia que morreria num dia de muita alegria e acertou: desencarnou no meio das comemorações pelo pentacampeonato do Brasil na Copa do Mundo”, contam. “Chico sempre dizia: eu não sou nada, sou apenas um Cisco de Deus. Cisco Xavier”, afirmam. Percebe-se não só os mesmos relatos, mas ainda uma repetição de vocabulário e um ritmo parecido na narrativa. É como se estivesse sendo construída, pela tradição oral e pelos livros – e agora pelos filmes –, uma espécie de Evangelho de Chico Xavier, capaz de levar suas palavras e sua obra para além de sua existência. Nos museus dedicados ao médium, nas duas cidades onde viveu, as lendas de Chico se misturam a seus pertences, muitos mantidos intactos, do jeito que ele deixou. A coleção de chapéus, os ternos, as centenas de fotografias de amigos em porta-retratos e nas paredes. Parecem relíquias sagradas, algo que o espiritismo, na origem, não prevê – assim como regras, dogmas ou qualquer hierarquia religiosa.

    EM CENA

    O diretor Daniel Filho entre os atores Nelson Xavier (à esq.) e Ângelo Antônio.
    Dois momentos da vida de Chicohttp://content-portal.istoe.com.br/istoeimagens/imagens/mi_272710393125004.jpg

    A apropriação de preceitos cristãos e a forma como tocou a própria vida, trabalhando pelos mais pobres numa existência sem nenhum luxo, levou Chico Xavier a suplantar a barreira das religiões. Ganhou admiradores de fé católica e teve umbandistas batendo cabeça ao vê-lo. De sua parte, não discriminou ninguém pela crença ou mesmo pela opção sexual. Foi firme contra o aborto, mas enalteceu a invenção da pílula anticoncepcional. Jamais foi unanimidade – e nem é hoje. O pastor Antonio Mesquita, presidente do Conselho de Comunicação da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil diz que os evangélicos condenam o espiritismo. “Evitamos falar sobre esse assunto para que todos possam viver em paz, mas várias passagens na Bíblia mostram que a comunicação entre os homens e os mortos não é possível”, diz. “Não questionamos seu trabalho social, mas não existe nenhuma prova concreta de que ele realmente fazia comunicação com os mortos”, afirma o cético militante e fundador da organização Ceticismo Aberto, o analista de sistemas Kentaro Mori. Na Igreja Católica, para onde acorrem muitas pessoas que são também espíritas, Chico é visto “com carinho” (sobretudo por sua obra social), mas, ao mesmo tempo, como alguém com quem seria impossível haver conciliação teológica. “Há uma incompatibilidade nevrálgica com os espíritas”, diz o teólogo Fernando Altamyer, professor da PUC de São Paulo. “Eles acreditam em reencarnação. Os cristãos acreditam em morte e ressurreição. Não há como acomodar essa diferença teórica, embora as práticas possam ser semelhantes.”

    A obra de Chico

    Os trabalhos e os livros do médium, em números

    http://www.chicoxavierofilme.com.br/site/wp-content/uploads/2010/02/dados-chico.jpg

    A perpetuação do mito Chico Xavier não só continua após sua morte, como, em alguns aspectos, acontece graças a ela. No meio espírita, acredita-se que ele tenha sido a reencarnação de Allan Kardec. Teria voltado para complementar e popularizar seu primeiro trabalho – e existiria a possibilidade de ele retornar. Em torno disso, aliás, cresce mais uma camada do mistério que reveste sua figura. Chico teria deixado com três pessoas uma espécie de senha para que identificassem possíveis mensagens suas do além. Seu filho adotivo, o dentista Eurípedes Higino, de 59 anos, é uma delas. “Recebemos mensagens todas as semanas, mas até hoje não disseram as palavras secretas”, afirma. Pelo menos 50 médiuns brasileiros já disseram receber o espírito de Chico Xavier. Da mesma forma que outros filhos e pais que, por meio de Chico Xavier, acreditaram receber palavras de consolo de seus parentes mortos, Eurípedes anseia por conversar com seu pai. “Tenho muita saudade de nossas conversas ou simplesmente de sua presença. Mas é bom saber que divido isso com milhões de pessoas”, diz. Enquanto essa hora não chega, a ansiedade cresce.

    Há quem queira, neste centenário, encontrar não o mito, mas a trajetória do homem Francisco Cândido Xavier. Entre eles, Célia Diniz, presidente do Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo. Amparada por voluntários e colaboradores, ela está construindo um memorial que resgata imagens, objetos e histórias não conhecidas. “Não é um trabalho fácil. Aqui, onde ele nasceu, para quem o conheceu ele é apenas o Chico. O rapaz doce, o vizinho, o filho do Seu João”, diz Célia, professora cujo pai foi colega de trabalho do médium na fazenda-modelo. Ao perder dois de seus três filhos, ela foi confortada por Chico e tem crença inabalável no espiritismo. Mas sente mais falta do amigo, a quem ajudou incessantemente no trabalho social, de quem ouvia declarações da mais fina ironia. “Chico era extremamente bem-humorado. Contava piadas, era rápido nos trocadilhos. Nunca estava sisudo, tinha sempre um leve sorriso, mesmo nas horas mais difíceis”, afirma. O lendário bom humor de Chico Xavier é outra das razões que explicam seu carisma. Mesmo diante da morte ele fazia piadas. Diz-se que uma vez, voando de avião em meio a uma tempestade, ele se pôs a gritar em pânico. Seus acompanhantes, incrédulos, perguntaram se ele, entre todas as pessoas do mundo, tinha medo de morrer. “Medo não tenho, mas também não tenho pressa”, disse o médium.

    Ao longo da vida, ele foi muitas vezes desacreditado em relação a seus feitos mediúnicos. Só não se pode duvidar do bem que ele fez. Estima-se que tenha criado ou ajudado a criar pelo menos 2 mil instituições de caridade no Brasil, graças à venda de seus livros e doações de pessoas que o admiravam. Milhões de famintos comeram sua sopa semanal por décadas. Chegou a distribuir 1.000 sopas por dia. Crianças ganharam presentes, jovens foram capacitados profissionalmente. Seus centros tinham filas que dobravam quarteirões. “Ele foi o verdadeiro Fome Zero. Mas o amor dele era o maior alimento que as pessoas poderiam ter”, diz Neuza de Assis, de 62 anos, grande amiga e colaboradora em Uberaba. No chamado Abacateiro, uma casa da periferia da cidade que ele usava como base para a distribuição de alimentos, Neuza relembra a felicidade das pessoas que trabalhavam com ele. “Chico mudou a vida de todo mundo, de quem recebia e de quem dava”, afirma.

    Roteirista de Chico Xavier – O filme, Marcos Bernstein, que também escreveu o premiado Central do Brasil, diz que esse foi seu trabalho mais difícil. “Como fazer uma adaptação, de tempo limitado, sobre uma vida tão longa e tão rica? O que privilegiar? Acabamos centrando no ser humano”, diz. Ao mergulhar em sua história, Bernstein afirma ter descoberto um homem que soube, mais do que falar com os mortos, se comunicar de verdade com os vivos. “Ele soube dar paz às pessoas”, afirma. A polêmica não foi deixada de lado. No filme, um dos pontos centrais é a história da carta escrita por Chico que serviu de prova de defesa num caso de assassinato. Em 1976, o jovem Maurício Garcez, de 15 anos, morreu com um tiro disparado pelo amigo José Divino Nunes, de 18. Chico escreveu uma carta, que teria sido ditada pelo espírito do morto, afirmando que havia sido um acidente, uma brincadeira – exatamente como afirmava o réu. Diante dos detalhes apresentados e da semelhança da assinatura, o juiz proferiu a sentença absolvendo José Divino. O caso já foi mostrado de forma dramatúrgica em 2004 no extinto programa Linha direta, da TV Globo – e bateu recordes de audiência. Agora, nesse longa-metragem, Christiane Torloni e Tony Ramos vivem os pais do rapaz morto, com seu sofrimento e suas dúvidas sobre o fenômeno.

    Daniel Sottomaior, presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, é um dos que criticam veementemente esse episódio. “Lamento que esse tipo de mentalidade tenha penetrado o Estado brasileiro”, afirma. “Cartas psicografadas como prova judicial solapam a base da democracia moderna, que é a separação entre Estado e religião. É muito grave.” Marcel Souto Maior, autor da biografia mais vendida de Chico Xavier, que serviu de base para a produção do filme, garante que discordâncias como essa não foram empurradas para baixo do tapete. “O filme tem polêmica, confronto. Não endeusa Chico. Não é chapa branca”, afirma.

    Chico Xavier, contam amigos, costumava dizer que duas coisas o constrangiam: espírito obsessor (que se ocupa de causar transtornos entre os vivos) e jornalista. Não era à toa. Na primeira fase de sua vida, foi ferrenhamente perseguido por repórteres cujo objetivo era desmascará-lo. Em 1935, Clementino de Alencar, de O Globo, foi a Pedro Leopoldo ver de perto o rapaz franzino, já doente do pulmão e meio cego pela catarata, cuja mão, diziam, era controlada pelos espíritos, dando forma a poesia e prosa de primeira. Fez testes e questionários. Em sua reportagem, depois de meses na cidade, contou que obteve respostas de economia e política, algumas em inglês, que teriam sido sopradas pelos espíritos ao rapaz. Foi embora se dizendo ex-cético, mas perdeu credibilidade diante dos colegas de profissão. Em 1944, David Nasser, da revista O Cruzeiro, também esteve na cidadezinha. Depois de se passar por repórter estrangeiro para obter uma entrevista do já traumatizado Chico, deixou um dos melhores textos sobre ele na reportagem “Chico Xavier, detetive do além”. “Não nos interessa, embora possa parecer estranho, o médium Chico Xavier, mas sua vida. Seus trabalhos psicografados – ou não psicografados – já foram assuntos de milhares de histórias”, escreveu. “Se são reais ou forjadas, decidam os cientistas. Se ele é inocente ou culpado, dirão os juízes. Mas se ele é casto, instruído, bondoso, calmo, diremos nós. Porque não somos detetives do além.” Quase 70 anos depois, a lógica de Nasser pode ser adaptada. Se Chico Xavier falava com os mortos ou não, é uma questão de fé. O fato que interessa mostrar, entender e explicar é a força do homem comum que se tornou um mito brasileiro.

    Nelson Xavier

    “Foi o trabalho mais importante da minha vida”

    Nelson Xavier

    

    No longa-metragem Chico Xavier, o filme, Nelson Xavier vive o médium mineiro em sua fase madura. O envolvimento com o filme e a vida do maior símbolo do espiritismo no Brasil mudaram sua vida, ele garante. O ator, que, apesar do sobrenome, não tem nenhum parentesco com Chico, se emociona e chora sempre que fala da experiência, que começou com passeios pelas cidades de Pedro Leopoldo e Uberaba e boas conversas com os amigos de Chico Xavier.

    ÉPOCA – Você já viveu personagens fortes, entre eles Lampião. Como foi fazer o papel de Chico Xavier?
    Nelson Xavier – Emocionante desde o começo. Há seis anos, recebi de Marcel (Souto Maior) a biografia que ele escreveu. Junto, vinha um bilhete dizendo que gostaria de que, se um dia o filme fosse feito, eu interpretasse Chico. Fiquei impressionadíssimo com a história deste homem e percebi que havia sido omisso por saber tão pouco sobre ele. Quando li notas no jornal de que o filme seria feito, corri atrás e disse ao Daniel Filho que queria o papel. Dois anos se passaram, e o convite finalmente veio. Quando o trabalho começou e passei dias nas cidades que ele morou, com seus amigos, eu chorava o dia todo. Forte demais. Passei a atribuir essa emoção incontrolável à presença de Chico junto a mim.

    ÉPOCA – Que recordações você tem das filmagens?
    Nelson Xavier – Além dessa emoção à flor da pele, alguns encontros incríveis, como Célia, de Pedro Leopoldo (presidente do Centro Luiz Gonzaga, fundado por Chico), que me deu ótimos conselhos sobre o comportamento de Chico, Neuza, de Uberaba, uma mulher muito tocante que sempre o ajudou na obra assistencial. Também estive com Cidália, irmã de Chico já muito velhinha. Ela foi ao cabeleireiro e me recebeu toda arrumadinha. Depois perguntou se, já que temos o mesmo sobrenome, eu gostaria de ser parente dela!

    ÉPOCA – Você nunca teve ligação com o espiritismo?
    Nelson Xavier – Nunca fui religioso. Mas o irônico de tudo isso é que minha mãe era espírita e passou a vida toda sugerindo que eu lesse os livros de Chico, em especial o Nosso lar. Mas eu não me interessava, estava focado em outras coisas, desconversava. Agora essa experiência mudou minha vida.
 
FONTE: 
http://www.febnet.org.br/site/noticias.php?CodNoticia=207
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Mediunidade Responsável - Terrorismo de natureza mediúnica


Sutilmente vai-se popularizando uma forma lamentável de revelação mediúnica, valorizando as questões perturbadoras que devem receber tratamento especial, ao invés de divulgação popularesca de caráter apocalíptico.
          Existe um atavismo no comportamento humano em torno do Deus temor que Jesus desmistificou, demonstrando que o Pai é todo Amor, e que o Espiritismo confirma através das suas excelentes propostas filosóficas e ético-morais, o qual deve ser examinado com imparcialidade.
          Doutrina fundamentada em fatos, estudada pela razão e lógica, não admite em suas formulações esclarecedoras quaisquer tipos de superstições, que lhe tisnariam a limpidez dos conteúdos relevantes, muito menos ameaças que a imponham pelo temor, como é habitual em outros segmentos religiosos.
          Durante alguns milênios o medo fez parte da divulgação do Bem, impondo vinganças celestes e desgraças a todos aqueles que discrepassem dos seus postulados, castrando a liberdade de pensamento e submetendo ao tacão da ignorância e do primitivismo cultural as mentes mais lúcidas e avançadas...
          O Espiritismo é ciência que investiga e somente considera aquilo que pode ser confirmado em laboratório, que tenha caráter de revelação universal, portanto, sempre livre para a aceitação ou não por aqueles que buscam conhecer-lhe os ensinamentos. Igualmente é filosofia que esclarece e jamais apavora, explicando, através da Lei de Causa e Efeito, quem somos, de onde viemos, para onde vamos, porque sofremos, quais são as razões das penas e das amarguras humanas... De igual maneira, a sua ética-moral é totalmente fundamentada nos ensinamentos de Jesus, conforme Ele os enunciou e os viveu, proporcionando a religiosidade que integra a criatura na ternura do seu Criador, sendo de simples e fácil formulação.
        Jamais se utiliza das tradições míticas greco-romanas, quais as das Parcas, sempre tecendo tragédias para os seres humanos, ou de outras quaisquer remanescentes das religiões ortodoxas decadentes, algumas das quais hoje estão reformuladas na apresentação, mantendo, porém, os mesmos conteúdos ameaçadores. De maneira sistemática e contínua, vêm-se tornando comuns algumas pseudorrevelações alarmantes, substituindo as figuras mitológicas de Satanás, do Diabo, do Inferno, do Purgatório, por Dragões, Organizações demoníacas, regiões punitivas atemorizantes, em detrimento do amor e da misericórdia de Deus que vigem em toda parte.
         Certamente existem personificações do Mal além das fronteiras físicas, que se comprazem em afligir as criaturas descuidadas, assim como lugares de purificação depois das fronteiras de cinza do corpo somático, todos, no entanto, transitórios, como ensaios para a aprendizagem do Bem e sua fixação nos painéis da mente e do comportamento.
         O Espiritismo ressuscita a esperança e amplia os horizontes do conhecimento exatamente para facultar ao ser humano o entendimento a respeito da vida e de como comportar-se dignamente ante as situações dolorosas. As suas revelações objetivam esclarecer as mentes, retirando a névoa da ignorância que ainda permanece impedindo o discernimento de muitas pessoas em torno dos objetivos essenciais da existência carnal.
          Da mesma forma como não se deve enganar os candidatos ao estudo espírita, a respeito das regiões celestes que os aguardam, desbordando em fantasias infantis, não é correto derrapar nas ameaças em torno de fetiches, magias e soluções miraculosas para os problemas humanos, recorrendo-se ao animismo africanista, de diversos povos e às suas superstições. No passado, em pleno período medieval, as crenças em torno dos fenômenos mediúnicos revestiam-se de místicas e de cerimônias cabalísticas, propondo a libertação dos incautos e perversos das situações perniciosas em que transitavam.
          O Espiritismo, iluminando as trevas que permanecem dominando incontáveis mentes, desvela o futuro que a todos aguarda, rico de bênçãos e de oportunidades de crescimento intelecto-moral, oferecendo os instrumentos hábeis para o êxito em todos os cometimentos.
          A sua psicologia é fértil de lições libertadoras dos conflitos que remanescem das existências passadas, de terapêuticas especiais para o enfrentamento com os adversários espirituais que procedem do ontem perturbador, de recursos simples e de fácil aplicação.
          A simples mudança mental para melhor proporciona ao indivíduo a conquista do equilíbrio perdido, facultando-lhe a adoção de comportamentos saudáveis que se encontram exarados em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, verdadeiro tratado de eficiente psicoterapia ao alcance de todos que se interessem pela conquista da saúde integral e da alegria de viver.
          Após a façanha de haver matado a morte, o conhecimento do Espiritismo faculta a perfeita integração da criatura com a sociedade, vivendo de maneira harmônica em todo momento, onde quer que se encontre, liberada de receios injustificáveis e sintonizada com as bênçãos que defluem da misericórdia divina.
          A mediunidade, desse modo, a serviço de Jesus, é veículo de luz, de seriedade, dignificando o seu instrumento e enriquecendo de esperança e de felicidade todos aqueles que se lhe acercam.
          Jamais a mediunidade séria estará a serviço dos Espíritos zombeteiros, levianos, críticos contumazes de tudo e de todos que não anuem com as suas informações vulgares, devendo tornar-se instrumento de conforto moral e de instrução grave, trabalhando a construção de mulheres e de homens sérios que se fascinem com o Espiritismo e tornem as suas existências úteis e enobrecidas.
          Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente...
          O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador que Jesus prometeu aos seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.
          Ante informações mediúnicas desastrosas ou sublimes, um método eficaz existe para a avaliação correta em torno da sua legitimidade, que é a universalidade do ensino, conforme estabeleceu o preclaro Codificador.
          Desse modo, utilizando-se da caridade como guia, da oração como instrumento de iluminação e do conhecimento como recurso de libertação, os adeptos sinceros do Espiritismo não se devem deixar influenciar pelo moderno terrorismo de natureza mediúnica, encarregado de amedrontar, quando o objetivo máximo da Doutrina é libertar os seus adeptos, a fim de os tornar felizes.

Vianna de Carvalho
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 7 de dezembro de 2009, durante o período de realização do XVII Congresso Espírita Nacional, em Calpe, Espanha.)


Controle universal do ensino dos Espíritos

          O Espiritismo não tem nacionalidade, não faz parte de nenhum culto particular, nem é imposto por nenhuma classe social, visto que qualquer pessoa pode receber instruções de seus parentes e amigos de além-túmulo. Era preciso que fosse assim, para que ele pudesse conclamar todos os homens à fraternidade. Se não se mantivesse em terreno neutro, teria alimentado as dissensões, em vez de apaziguá-las.
         Essa universalidade no ensino dos Espíritos faz a força do Espiritismo; aí reside também a causa de sua tão rápida propagação. Enquanto a palavra de um só homem, mesmo com o concurso da imprensa, levaria séculos para chegar ao conhecimento de todos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultaneamente em todos os pontos da Terra, proclamando os mesmos princípios e transmitindo-os aos mais ignorantes, como aos mais sábios, a fim de que ninguém seja deserdado. É uma vantagem de que não havia gozado ainda nenhuma das doutrinas surgidas até hoje. Se o Espiritismo, portanto, é uma verdade, não teme o malquerer dos homens, nem as revoluções morais, nem as perturbações físicas do globo, porque nada disso pode atingir os Espíritos.
         Não é essa, porém, a única vantagem que resulta da sua excepcional posição. O Espiritismo nela encontra poderosa garantia contra os cismas que pudessem ser suscitados, quer pela ambição de alguns, quer pelas contradições de certos Espíritos. Tais contradições, certamente, são um escolho, mas que traz consigo o remédio, ao lado do mal.
Allan Kardec
Fonte: O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de
Janeiro: FEB, 2008. Introdução, item 2, p. 26-27



Vianna de Carvalho
http://www.febnet.org.br
Revista Reformador - Março 2010
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Enfermidades: lições valiosas para os que as adquirem

Ouvindo isso, seus discípulos, muito espantados, perguntaram: Quem pode então ser salvo? Jesus, fitando neles o olhar, disse: Impossível é isto para os homens, mas para Deus tudo é possível. (Mateus, 19:25-26.)


O diálogo destacado acima, entre Jesus e seus seguidores, também registrado por Marcos (10:26-27) e Lucas (18:26-27), enaltece a essência da misericórdia divina ao dizer que para Deus tudo é possível; confere-nos a certeza de que todos os recursos indispensáveis, para nossa edificação espiritual, serão oferecidos por Ele, facultando-nos condições para vencermos todos os óbices que precisamos superar em nossa marcha evolutiva na Terra. A passagem evangélica nos traz infinitas esperanças e convida-nos a meditar sobre o tema. As doenças físicas são contingência natural da maioria dos seres reencarnados em processo de aprendizado no orbe terreno. Decorreriam elas dos reflexos das mentes que se desajustam? Esses transtornos da mente seriam capazes de impor ao veículo orgânico efeitos doentios indefiníveis, que lhe propiciariam a derrocada ou a morte? Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz (1853-1937), distinto médico e denodado batalhador do Espiritismo, em estudos espirituais sobre o assunto, elucida:
Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos. Assim sendo, é indispensável curar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a brutalidade, a tristeza e o desâni-mo, produzem elevada percentagem de agentes [...], de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós [...], suscetíveis de fixar-nos, por tempo indeterminado, em deploráveis labirintos da desarmonia mental. Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a nossa restauração e a nossa cura.1

Igualmente, o Espírito Emmanuel, em análise sobre o problema, observa que “ninguém poderá dizer que toda enfermidade, a rigor, esteja vinculada aos processos de elaboração da vida mental”, mas garante “que os processos de elaboração da vida mental guardam positiva influenciação sobre todas as doenças”,2

e reconhece que os descontroles psíquicos geram “zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência”.3

Donde se conclui que os pensamentos residem na base de todas as nossas ações. Os médicos, a partir dos avanços científicos obtidos, no decorrer dos séculos, associaram certas doenças, a exemplo do câncer, às causas psíquicas.4
Ao nos depararmos com o surgimento da doença, somos tomados por sentimentos de incertezas e dúvidas, não querendo aceitar a difícil realidade que nos aguarda, sobretudo nos processos de tratamento indispensáveis para eliminar os seus efeitos e sintomas. Não temos suficiente serenidade para analisar a própria situação e, segundo as leis que nos regem, para vivenciar provas e sofrimentos apropriados às nossas necessidades de melhoria espiritual. O filósofo espírita León Denis (1846-1927), defensor ardoroso na luta em proveito da causa do Espiritismo, identifica na dor “uma lei de equilíbrio e educação”.5
Diz ele:
[...] Sem dúvida, as falhas do passado recaem sobre nós com todo o seu peso e determinam as condições de nosso destino. O sofrimento não é, muitas vezes, mais do que a repercussão das violações da ordem eterna cometidas, mas sendo partilha de todos, deve ser considerado como necessidade de ordem geral, como agente de desenvolvimento, condições do progresso. Todos os seres têm de, por sua vez, passar por ele. Sua ação é benfazeja para quem sabe compreendê-lo, mas somente podem compreendê-lo aqueles que lhe sentiram os poderosos efeitos. [...]5
As provas desenvolvem a inteligência e nos ensinam a exercitar a paciência e a resignação.Ao considerarmos as enfermidades como formas de retificação dos comportamentos desequilibrados, devemos, portanto, aceitar os sofrimentos sem nos lamentar e lutar para suplantar as dificuldades que surgem dos graves problemas de saúde, que não nos sejam possíveis evitar. Algumas vezes, podem ser provas buscadas pelo Espírito com o intuito de ativar o seu progresso espiritual, suportando, sem esmorecer, os reveses da vida material. Hermínio C. Miranda (2008), em seus estudos espíritas, centrado, sobretudo, na análise das curas promovidas pela homeopatia, desenvolve interessante tese sobre a importância da dor, tanto nos males físicos como nos espirituais, e considera que “as mais esclarecidas correntes da medicina moderna admitem hoje a origem psicossomática de inúmeras doenças"


É pertinente ressaltar algumas de suas anotações sobre o assunto:
Assim como a doença orgânica resulta de abusos que geram desarmonias ou desafinamentos no sistema biológico, assim também as dissonâncias e desarmonias espirituais criam doenças mentais e emocionais gravíssimas resultantes de abusos de natureza ética. [...] No caso das mazelas espirituais, o “tratamento”, às vezes um tanto rude, mas sempre justo, que as leis divinas nos prescrevem, consiste em nos fazer experimentar dores, angústias, aflições e carências que impusemos ao semelhante. Somente assim estaremos em condições de avaliar com lucidez a extensão e profundidade do sofrimento que causamos ao nosso irmão, ou seja, sentindo-o na “própria pele”. [...]7
O autor, contudo, admite que os mecanismos das leis espirituais não exigem o sofrimento a qualquer preço, tornando-se inclementes e inflexíveis. Ao contrário, a comiseração divina haverá de favorecer-nos em todas as ocasiões, concedendo-nos meios de sobrepujar infortúnios e angústias. A carne não prevalece sobre o Espírito, a quem cabe a responsabilidade moral de todos os atos. Os abusos são decorrentes das tendências nocivas que passamos a cultivar ao longo de nossas intermináveis reencarnações, transigindo com os vícios e excessos de toda ordem, em prejuízo do veículo físico. Não devemos, pois, maldizer as doenças do corpo; elas servem para sarar as nossas almas, de modo a não reincidirmos nos mesmos erros cometidos. Além disso, é possível buscar todos os recursos ao nosso alcance para o equilíbrio orgânico, sem prescindir dos médicos e demais equipes da área de saúde, submetendo-nos às orientações clínicas, cirúrgicas ou terapêuticas. O importante é não nos entregarmos ao desânimo, apegados, erroneamente, a um determinismo irremediável, não aceitando as soluções da medicina que nos proporcionariam alívio e bem-estar. Façamos fervorosas preces suplicando a assistência dos benfeitores espirituais para que se tornem conselheiros e mestres dos esculápios terrenos, permitindo-lhes as condições necessárias para bem interpretar as intuições que advenham do Plano Maior, estando aptos, conforme o conhecimento científico que conquistaram, para agirem com competência no tratamento das doenças que adquirimos e, dessa maneira, diminuir ou extinguir os padecimentos que ainda não conseguimos afastar.
É preciso desenvolver o nosso esforço, tendo como recurso de êxito, em benefício da cura, o exercício equilibrado do livre-arbítrio. Deus zela por nós; e tudo é possível para aquele que crê na sua infinita compaixão!

Clara Lila Gonzalez de Araújo
http://www.febnet.org.br
Revista Reformador-Março 2010

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LIVRO DOS ESPIRITOS



O Livro dos Espíritos (Le Livre des Esprits) é o primeiro livro sobre a doutrina espírita publicado pelo educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, em 18 de abril de 1857, sob o pseudônimo Allan Kardec. É uma obra básica do espiritismo, e foi lançado por Kardec após seus estudos sobre os fenômenos que, segundo muitos pesquisadores da época, possuíam origem mediúnica, e estavam difundidos por toda a Europa durante o século XIX.



Apresenta-se na forma de perguntas e respostas, totalizando 1.019 tópicos. Foi o primeiro de uma série de cinco livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema.


As médiuns que serviram a esse trabalho foram inicialmente Caroline e Julie Boudin (respectivamente, 16 e 14 anos à época), às quais mais tarde se juntou Celine Japhet (18 anos à época) no processo de revisão do livro. Após o primeiro esboço, o método das perguntas e respostas foi submetido a comparação com as comunicações obtidas por outros médiuns franceses, totalizando em "mais de dez", nas palavras de Kardec, o número de médiuns cujos textos psicografados contribuíram para a estruturação de O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de Abril de 1857, no Palais Royal, na capital francesa, contendo 550 itens. Só a partir da segunda edição, lançada em 16 de março de 1860, com ampla revisão de Kardec mediante o contato com grupos espíritas de cerca de 15 países da Europa e das Américas, aparecem as atuais 1019 perguntas e respostas.


A obra se divide em quatro "livros", como comumente se dividiam as obras filosóficas à época, que tratam respectivamente:



Das causas primárias - abordando as noção de divindade, Criação e elementos fundamentais do Universo.


Do mundo dos Espíritos - analisando a noção de Espírito e toda a série de imperativos que se ligam a esse conceito, a finalidade de sua existência, seu potencial de auto-aperfeiçoamento, sua pré e sua pós-existência e ainda as relações que estabelece com a matéria.


Das leis morais - trabalhando com o conceito de Leis de ordem Moral a que estaria submetida toda a Criação, quais sejam as leis de: adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e justiça, amor e caridade.


Das esperanças e consolações - concluindo com ponderações acerca do futuro do homem, seu estado após a morte, as alegrias e obstáculos que encontra no além-túmulo.



Intolerância e reação



Em setembro de 1861 o Sr. Lachâtre encomenda, de Barcelona, 300 volumes de obras espíritas, dentre as quais o Livro dos Espíritos. Ao chegarem, os livros são apreendidos pelo bispo local, num episódio que ficou conhecido como Auto-de-fé de Barcelona. A sentença foi executada a 9 de outubro, data que marca a intolerância religiosa, reagindo contra a divulgação da Doutrina Espírita.


A 1 de maio de 1864 a Igreja Romana coloca a obra no Index - o catálogo das obras cuja leitura é vedada aos seus fiéis.
 
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Livro_dos_Esp%C3%ADritos
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