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Ecos do Além (Sugestão de Filme)





Gênero: Terror.

Sinopse: Conta a história de um homem comum, Tom Witzky (Kevin Bacon), um típico pai de família, que se vê transformado por uma evidência incontestável de que forças sobrenaturais, além do seu entendimento, realmente existem. O que ele acaba conhecendo, ao enfrentar essa jornada, muda sua vida para sempre... desde que tenha sorte suficiente para sobreviver. Durante uma conversa com amigos, ele convence sua cunhada a hipnotizá-lo, para provar que a hipnose não existe.

A hipnose não só dá certo como, por causa de uma frase que sua cunhada diz ("Mantenha a mente aberta"), Bacon começa a ter um contato com o além. De acordo com o filme, ele se transforma em um receptor. Depois de abrir as portas da sua mente para o sobrenatural, ele começa a se comportar de maneira estranha. Enxerga o espírito de uma mulher e busca incessantemente solucionar o mistério que o fantasma esconde.

A atmosfera obscura e de medo constante é um dos grandes destaques do filme. As cenas close-up e pontos de vista distorcidos causam impacto e realçam o medo e obsessão. A produção é mais uma das que exploram as forças sobrenaturais, fator que consagrou O Sexto Sentido.

Baseado no romance de Richard Matheson (1958), este thriller sobrenatural traz uma história sobre a força subconsciente que, no caso, acaba conduzindo o protagonista a ficar cara-a-cara com um segredo que irá mudar sua vida para sempre.

Baseado no romance de Richard Matheson escrito em 1958.

Filme interessante, e sem exagero de violência para um filme de Terror. Na opinião do blog, muito mais para suspense. Vale a pena assistir.
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BIBLIOTECA E LIVRARIA NILZA AZEVEDO


O Centro Espírita Chico Xavier no uso de suas atribuições legais, homenageou sua biblioteca e livraria com o nome da fundadora do Centro Espírita, que partiu para a pátria celestial no dia 14 de Abril de 2009. Apartir do dia 24/04/2009 passou a se chamar BIBLIOTECA E LIVRARIA NILZA AZEVEDO.

















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Moura Fé

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Violetas na Janela - Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho (ÁUDIO)



Patrícia desencarnou aos dezenove anos, de forma tranqüila: foi como dormir e acordar no plano espiritual, entre amigos. Violetas na Janela mostra o relato de uma pessoa consciente do que é a desencarnação. Narra com simplicidade as belezas que encontrou no plano espiritual, além das dúvidas que teve, do tipo: Como se alimentar? Como se vestir? Sentiria frio? Usaria o banheiro? Patrícia descreve com clareza a colônia para onde foi levada, e o mais importante: fala da ajuda que obteve dos familiares espíritas e da sustentação psicológica diante da morte de entes queridos. O audiolivro, interpretado por diversos atores, é narrado por Vanessa Vybb, num trabalho de sonoplastia adequada e trilha sonora serena, detalhes que ajudam a visualizar o cenário espírita que Patrícia nos narra com tanta emoção. Sem duvida, estava maravilhosa descrição encantará a todos os ouvintes!






PARTE I


PARTE II


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ZELO DO BEM





"E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?" - (Pedro, 
3:13)




Temer os que praticam o mal é demonstrar que o bem ainda não se nos radicou na alma convenientemente
A interrogação de Pedro reveste-se de enorme sentido.
Se existe sólido propósito do bem nos teus caminhos, se és cuidadoso em sua prática, bem mobilizará tamanho poder para anular as edificações de Deus?
O problema reside, entretanto, na necessidade de entendimento. Somos ainda incapazes de examinar todos os aspectos de ima questão, todos os contornos de uma paisagem 0 que hoje nos parece a felicidade sal pode ser amanhã cruel desengano. Nossos desejos humanos modificam-se aos jorros purificadores da fonte evolutiva. Urge, pois, afeiçoarmo-nos à Lei Divina, refletir-lhe os princípios sagrados e submeter-nos aos Superiores Desígnios, trabalhando incessantemente para o bem, onde estivermos.
Os melindres pessoais, as falsas necessidades, os preconceitos
cristalizados, operam muita vez a cegueira do espírito. Procedem daí
imensos desastres para todos os que guardam a intenção de bem fazer, dando ouvidos, porém, ao personalismo inferior.
Quem cultiva a obediência ao Pai, no coração, sabe encontrar as
oportunidades de construir com o seu amor.
Os que alcançam, portanto, a compreensão legítima não podem temer o mal.
Nunca se perdem na secura da exigência nem nos desvios do
sentimentalismo. Para essas almas, que encontraram no intimo de si
próprias o prazer de servir sem indagar, os insucessos, as provas, as
enfermidades e os obstáculos são simplesmente novas decisões das Forças Divinas, relativamente à tarefa que lhes dizem respeito, destinadas a conduzi­Ias para a vida maior.





Extraído do Livro Caminho, Verdade e Vida
psicografado por F. C. Xavier | Emmanuel
Gotinhas de Saber - Julho de 2000

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Tristeza Perturbadora



Conquanto brilhe o sol da oportunidade feliz, abrindo campo para a ação e para a paz, a sombra teimosa da tristeza envolve-te em injustificável depressão. 

Gostarias de arrancar das carnes da alma este espinho cravado que te faz sofrer, e, por não o conseguires, deixas-te abater. 

Conjecturas a respeito da alegria, do corpo jovem, dos prazeres convidativos, e lamentas não poder fruir tudo quanto anelas. 

A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer aflição. 

A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança. 

Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o organismo físico e a maquinaria emocional. 

Luta contra a tristeza, reeducando-te mentalmente. 

Não dês guarida emocional às suas insinuações. 

Ninguém é tão ditoso quanto supões ou te fazem crer. 

A Terra é o planeta-escola de aprendizes incompletos, inseguros. 

A cada um falta algo, que não conseguirá conquistar. 

Resultado do próprio passado espiritual, o homem sente sempre a ausência do que malbaratou. 

A escassez de agora é conseqüência do desperdício de outrora. 

A aspiração tormentosa é prova a que todos estão submetidos, a fim de que valorizem melhor aquilo de que dispõem e a outros falta. 

Lamentas não ter algo que vês noutrem, todavia, alguém ambiciona o que possuis e não dás valor. 

Resigna-te, pois, e alegra-te com tudo quanto te enriquece a existência neste momento. 

Aprende a ser grato à vida e àqueles que te envolvem em ternura, saindo da tristeza pertinaz para o portal de luz, avançando pelo rumo novo. 

Jesus, que é o "Espírito mais perfeito" que veio à Terra, sem qualquer culpa, foi incompreendido, embora amando; traído, apesar de amar, e crucificado, não obstante amasse... 

Desse modo, sorri e conquista o teu espaço, esquecendo o teu espinho e arrancando aquele que está ferindo o teu próximo. 

Oportunamente, descobrirás que, enquanto te esqueceste da própria dor, lenindo a dos outros, superaste-a em ti, conseguindo a plenitude da felicidade, que agora te rareia. 




Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco.



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Considerando a obsessão




Com etiologia muito complexa, a alienação por obsessão continua sendo um dos mais terríveis flagícios para a Humanidade.
Não significando a morte o fim da vida, antes o inicio de nova expressão de comportamento, em que o ser eterno retorna ao Mundo Espiritual donde veio, a desencarnação liberta a consciência que jazia agrilhoada aos liames carnais, ora desarticulando, ora ampliando as percepções que melhor se fixaram nos painéis da mente, fazendo que o ser, agora livre do corpo físico, se revincule ou não aos sítios, pessoas ou aspirações que sustentou durante a vilegiatura carnal.
O amor, por constituir alta aspiração do Espírito, mantêm-no em comunhão com os objetivos superiores que lhe representam sustento e estímulo, na marcha do progresso. Assim, também, o ódio e todo o seu séqüito de paixões decorrentes do egoísmo e do orgulho, reatam os que romperam os grilhões da carne àqueles que foram motivo das suas aflições e angústias, especialmente se se permitiram guardar as idéias e reações negativas equivalentes.
Sutilmente a princípio, em delicado processo de hipnose, a idéia obsidente penetra a mente do futuro hóspede que, desguardado das reservas morais necessárias à manutenção de superior padrão vibratório, começa a dar guarida ao pensamento infeliz, incorporando-o às próprias concepções e traumas que vêm do passado, através de cujo comportamento cede lugar à manifestação ingrata e dominadora da alienação obsessiva.
Vezes outras, através do processo da agressividade violenta, com que a indução obsessiva desorganiza os registros mentais da alma encarnada, produz-se o doloroso e lamentável domínio que se transforma em subjugação de longo curso.
Noutras oportunidades, inspirando sentimentos nefastos, latentes ou não no paciente desavisado, os desencarnados em desdita nele instalam o seu baixo teor vibratório, logrando produzir variadas distonias psíquicas e emocionais, que o atormentam e desgovernam, graças à inditosa dependência em que passa a exaurir-se, a expensas da vontade escravizante do hóspede que o encarcera e aflige...
Pululam por toda parte os vinculados gravemente às Entidades perturbadoras do Mundo Espiritual inferior.
Obsidiados, desse modo, sim, somos quase todos nós, em demorado trânsito pelas faixas das fixações tormentosas do passado, donde vimos para as sintonias superiores que buscamos.
Muito maior, portanto, do que se supõe, é o número dos que padecem de obsessões, na Terra.
Lamentavelmente, esse grande flagelo espiritual que se abate sobre os homens, e não apenas sobre eles, já que existem problemas obsessivos de várias expressões, como os de um encarnado sobre outro, de um desencarnado sobre outro, de um encarnado sobre um desencarnado e, genericamente, deste sobre aquele, não tem merecido dos cientistas nem dos religiosos o cuidado, o estudo, o tratamento que exige.
Antes, vinculados a preconceitos injustificáveis, os cientistas e religiosos se entregavam à indiferença, quando não à perseguição sistemática aos portadores de obsessões, acreditando que, ao destruírem as vítimas de tão grave enfermidade, aniquilavam a ignorada causa do problema...
Aliás, ainda hoje, a situação. é idêntica, variando, apenas, na forma de encarar a questão.
Mesmo as modernas Ciências, que se preocupam em conhecer profundamente a psique humana, colocam, a priori, os problemas obsessivos à margem, situando-os em posições muito simplistas, já que os seus pesquisadores se encontram atados a raciocínios e conclusões de fisiologistas e psicólogos do século passado, que se diziam livres de qualquer vinculação com a alma...
Repontam, é verdade, aqui e ali, esforços individuais, tentando formular respostas claras e objetivas às tormentosas interrogações da afligente quão severa problemática, logrando admitir a possibilidade da interferência da mente desencarnada sobre o deambulante do escafandro orgânico.
Terapêutica salutar, porém, para a magna questão, é a Doutrina Espírita. Não apenas como profilaxia, mas, ainda, como terapêutica eficiente, por assentar as suas lições e postulados nos sublimes ensinamentos de Jesus-Cristo, com toda a justiça cognominado “O Senhor dos Espíritos”, graças à sua ascendência, várias vezes demonstrada, ante as Entidades ignorantes, perturbadoras e obsessoras.
A Allan Kardec, o ínclito Codificador do Espiritismo, coube a tarefa de aprofundar sondas e bisturis no organismo e na etiologia das alienações por obsessão, projetando luz, meridiana sobre a intricada enfermidade da alma. Kardec não somente estudou a problemática obsessiva, como também ofereceu medidas profiláticas e terapêutica salutar, firmado na informação dos Espíritos Superiores, na vivência com os obsidiados, como pela observação profunda e meticulosa com que elaborou verdadeiros tratados de Higiene Mental, que são as obras do Pentateuco Espírita, esse incomparável monólito de luz, que inaugurou era nova para a Ciência, para a Filosofia, tornando-se o Espiritismo a Religião do homem integral, da criatura ansiosa por religação com o seu Criador.
Diante de qualquer expressão em que se apresentem as alienações por obsessão ou em que se manifestem suas seqüelas, mergulhemos a mente e o coração no organismo da Doutrina Espírita, e, procurando auxiliar o paciente encarnado a desfazer-se do jugo constrangedor, não olvidemos o paciente desencarnado, igualmente infeliz, momentaneamente transformado em perseguidor ignorante, embora se dizendo consciente, mas sofrendo, de alguma forma, pungentes dores morais.
Concitemos o encarnado à reformulação de idéias e hábitos, à oração e ao serviço, porquanto, através do exercício da caridade, conseguirá, sensibilizar o temporário algoz, que o libertará, ou granjeará títulos de enobrecimento, armando-se de amor e equilíbrio para prosseguir em paz, jornada a fora.
... E em qualquer circunstância procuremos em Jesus, Mestre e Guia de todos nós, o amparo e a proteção, entregando-nos a Ele através da prece e da ação edificante, porque somente por meio do amor o homem será salvo, já que o amor é a alma da caridade.
Obsessões e obsidiados são as grandes chagas morais dos tumultuados dias da atualidade. Todavia, a Doutrina Espírita, trazendo de volta a mensagem do Senhor, em espírito e verdade, é o portal de luz por onde todos transitaremos no rumo da felicidade real que nos aguarda, quando desejemos alcançá-la.


Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco na noite de 13-11-1976, no Centro, Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador, Bahia).





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A modificação através do Perdão




É chegada a hora de rever nossas ações diante de nossos irmãos de jornada...
É chegada a hora necessária para o aperfeiçoamento moral...
Somos pontos de Luz para o Universo e
Jesus espera que façamos a nossa melhora interior...
Não há mais tempo para o depois, porque o amanhã espera que sejamos melhores...
O trabalho será árduo e incansável, porque a nossa modificação é esperada...
Reveja tudo o que tem feito de sua jornada até agora,
reflita sobre o que é necessário melhorar em seus sentimentos...
Todos têm algo a mudar...
Jesus o mestre dos mestres, sempre está disposto a nos ajudar em nossa melhora moral...
Busque a Paz dentro de você...
Comece essa modificação pelo Perdão...
Perdoe do fundo de seu coração...
Perdoe sinceramente todas as ofensas...
Faça uma prece todos os dias perdoando a quem você acredita não ter feito o bem a você...
Mesmo que não fale mais com esse irmão, o importante é você fazer a sua parte...
E perdoando, verás realmente a importância do perdão em sua jornada...
Não se esqueça do que Jesus nos disse : “Perdoes para Serdes Perdoados”





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Os não ditos...



As palavras às vezes cortam como uma faca e de maneira irrefletida ferimos os outros, mesmo se os amamos, sem que haja retorno. Conscientes disso é que em muitos dos casos, nos calamos, quando tudo o que pensamos e sentimos nos queima por dentro.
Essas coisas são os não ditos das relações e da vida.
As palavras que não dizemos, mas não enterramos também, estão sempre entre nosso coração e nossa garganta e nos ferem interiormente. São opções que fazemos, seja para não machucar outras pessoas, seja, simplesmente, pela falta de coragem de sermos nós, inteiros e límpidos.
A comunicação é a base de todo relacionamento saudável. Pessoas que se amam, que seja na amizade, no amor ou nas relações familiares, devem estar prontas para serem quem são, para perdoar e receber perdão. 
Não nos calaríamos tanto se soubéssemos que o outro nos ouviria com a alma, nos entenderia e continuaria a nos amar, apesar de tudo. Mas as pessoas, por mais maduras que pareçam, nem sempre estão prontas para ouvir as verdades, se essas forem doloridas. Assim são criadas as relações superficiais, onde pensamos tanto e falamos de menos, onde sentimos e sufocamos.
Nos falta um pouco de humildade para aceitar nossa imperfeição, aceitar que o outro possa não gostar de algo em nós e ter o direito de dizê-lo. Nos falta a ousadia de sermos nós, sem essa máscara que nos torna bonitos por fora e doentes por dentro.
A comunicação na boa hora, com as palavras escolhidas e certas, consertaria muitos relacionamentos, sararia muitas almas, tornaria as pessoas mais verdadeiras e mais bonitas.
Sabemos que as pessoas nos amam quando nos conhecem profundamente, intimamente e continuam nos amando. Quando com elas temos a liberdade e coragem de dizer: isso eu sinto, isso eu sou.


Letícia Thompson



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Mediunidade



A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.
À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.
Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.
Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.
Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.
Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono - insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e toques - que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos - encarnado e desencarnado - se viram envolvidos.
Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.
Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.
Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.
Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.
Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.
O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.
Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.
A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.
A mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.
Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o espiritual - proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.
Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.
A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.
É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.
Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.
Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.

Psicografia de Divaldo Franco.

Espírito Manoel Philomeno de Miranda
Livro: temas da Vida e da Morte.


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O amor é um caminho... e todo caminho é infinito!




Amar é um presente; uma oportunidade de nos fazer perceber que o amor é um caminho... e um caminho só serve quando a gente passa por ele... e não quando a gente fica parado, só para que ele nunca termine!


Cada caminho tem uma extensão. Cada amor tem seu tempo de duração. Impossível prever. Impossível prolongá-lo para além do que ele é. Contudo, muitas vezes sentimos tanto medo de avistar o fim desse caminho, que decidimos pegar o primeiro retorno e fugir. E assim, descobrimos que é possível não percorrer todo o caminho.

É assim, infelizmente, que somos. Desesperados pelo medo de que o fim esteja mais perto do que imaginamos, interrompemos a caminhada, paramos no meio do caminho, iludidos com a possibilidade de eternizá-lo...

Mas caminho por onde não se anda, não é caminho; é perda de tempo. Amor para o qual você não se entrega, não se solta, não se doa, não é amor; é desperdício. Amor que você nega, que você foge, que você recusa, não é amor; é pecado!

Amor no qual você não mergulha, porque tem medo de se afogar, não é amor; é passatempo. Amor é pra viver, é pra sentir, é pra que você se transforme nele. Inteiramente, em cada poro, em cada célula, em cada pulsação!

No entanto, nos deixamos enganchar nas perguntas, nas dúvidas, nos medos. Nos deixamos paralisar pelo medo! Medo de nós mesmos, medo do depois! E, assim, nos convencemos de que o caminho terminou, de que fomos até onde tínhamos de ir! Engolimos o destino que inventamos como se não houvesse outro jeito, outra saída.

Pois eu vou dizer o que penso! O amor é um caminho... e todo caminho é infinito. Porque um se emenda no outro. Porque mesmo quando ele é “sem saída”, você pode voltar e andar novamente por onde veio, até encontrar um atalho. Porque ainda que você sonhe com outros caminhos, diferentes deste pelo qual você anda agora, só existe uma atitude que pode impedi-lo de chegar lá: desistir de caminhar... desistir de amar!

Sugiro que você pare de acreditar que, uma vez caminhando, você é você e o caminho é o caminho. Você não está sobre o caminho. Você não está controlando o amor. Você é o caminho. Você é o amor! Porque somente se for assim, terá sido amor!

É preciso que você se veja como um caminho e que, sobretudo, você seja um caminho. Porque existe alguém, em algum lugar, que sonha com um caminho como você... e somente se você se render, somente se você se permitir, poderá experimentar o êxtase de, ao mesmo tempo, caminhar e ser um caminho... amar e ser amado

Rosana Braga


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Seja grato a Deus



Seja grato a Deus, pela oportunidade da vida...
Seja grato a Deus, pela oportunidade do aprendizado...
Seja grato a Deus, pela natureza que ele nos deu...
Seja grato a Deus, pela doença que te procura,
pois é através dela que fará a sua modificação...
Seja grato a Deus, pelas dificuldades do dia a dia,
porque com as dificuldades aprendemos a caminhar...
Seja grato a Deus, pelos familiares que ele te deu,
porque são esses que lhe trarão a prova da vida...
Seja grato a Deus, pelos momentos em que choras,
porque através das lágrimas conhecerás a importância do sorriso...
Seja grato a Deus, por estar tendo a oportunidade
de sua melhora interior, porque é esta melhora
que colocará a paz em seu coração.
E nunca se esqueça que Deus, não teria nos colocado
em aprendizado se não fossemos capazes
de superar todos os obstáculos...
Portanto utilize a gratidão em reconhecimento a Deus,
pela vida que Ele lhe proporciona.



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Umbanda não é Espiritismo




Origem, conteúdo doutrinário e prática ritual, estabelecem as diferenças fundamentais entre o Espiritismo e Umbanda. Apesar da clareza dessas distinções, isso não deve ser razão impossibilitante para que entre Espíritas e Umbandistas haja respeito mútuo, espírito de compreensão e sensatez, embora essa tolerância não deva resultar em conivência ou omissão.

Deolindo Amorim, em seu livro "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas" (1), conclui, afirmando: "O Espiritismo é uma doutrina que se basta a si mesma, sem empréstimos nem acréscimos artificiais.".

A luz dessa precisa orientação, observamos que nem mesmo nos arraiais espíritas essa diferença é feita, especialmente pôr aqueles que não se dão ao trabalho de estudar a Doutrina, sem falar em parte da imprensa leiga que, de propósito ou não, anuncia tudo o que ocorre nas tendas e terreiros, como sendo Espiritismo, disso se beneficiando os opositores sistemáticos da Doutrina Espírita que esperam levar vantagem com a confusão estabelecida.

Fala-se em "baixo Espiritismo" e "alto Espiritismo"; em "Espiritismo de mesa" e "Espiritismo de terceiro", etc., como se houvesse mais de um Espiritismo!

Quanto a origem, sabemos que Espiritismo, doutrina codificada pôr Allan Kardec, recebida de vários Espíritos Superiores no século passado, caracteriza-se pôr um conjunto de princípios de ordem científica, filosófica e religiosa, que objetiva o progresso espiritual do homem, com a implantação da fraternidade entre todas as criaturas na Terra.(2)

A Umbanda se deriva, fundamentalmente, do culto religioso da raça negra da velha África. Os seus princípios doutrinários são realmente frutos do "folclore", dos provérbios, aforismos, das lendas, crenças populares, canções e tradições do negro africano.

Com referência ao conteúdo doutrinário, sabemos que o Espiritismo se assenta em postulados científicos, filosóficos e éticos, o que não se dá na Umbanda, que não tem doutrina codificada, embora seus adeptos aceitem a imortalidade da alma, a reencarnação e a lei de ação e reação (carma), como fazem os espíritas (2).

Quanto a prática ritual, a umbanda difere, essencialmente, do Espiritismo, porque aquela atua no plano da natureza e este no do pensamento, pois que só o Espírito conta, realmente. Aliás o Espiritismo não tem ritual de nenhuma espécie, pois não admite corpo sacerdotal hierarquizado ou não, cerimônias (batizados, casamentos e quaisquer outras); não se utiliza de fórmulas, invocações, ou promessas de qualquer natureza; repele a adoração de imagens, símbolos, amuletos; rejeita crendices e superstições e não admite pagamento pela prestação de assistência espiritual ou de qualquer auxílio, que conceda aos necessitados. (2)

As tentativas para fundamentar a introdução de rituais, incensos, imagens e outros objetos de culto material no meio espírita invocam, sempre, um pressuposto espiritualista, como generalidade, ou fazem apelo à tolerância. Não há, entretanto, razão alguma para tais pretextos, uma vez que o Espiritismo, pelas suas disposições doutrinárias, dispensa completamente qualquer forma de ritual ou peças litúrgicas. (1)

Assim sendo, onde houver qualquer manifestação de culto exterior, não existirá a verdadeira prática espírita.

Apesar do louvável entusiasmo de alguns espíritas para a comunhão de seitas religiosas no seio da doutrina, a mistura heterogênea sempre sacrifica a pureza íntima da essência! A qualidade de substância espírita reduzir-se-ia pela quantidade da mistura de outros ingredientes religiosos, mas adversos!

O Espiritismo, não é doutrina separativista, nem ecletismo religioso à superfície do Espirito imortal! É, principalmente, um movimento de solidariedade fraterna entre todos os homens! Pode ser ecletismo espiritual unindo em espírito todos os credos e religiões, porque, também firma suas doutrinas e postulados na realidade imortal. Mas seria insensato a mistura heterogênea de práticas, dogmas, princípios e composturas devocionais diferentes, entre si, para construir outro movimento espiritualista excêntrico.

A missão da Doutrina Espírita, enfim, é libertar o homem e não prendê-lo ainda mais às fórmulas e superstições do mundo carnal transitório.

Finalizamos, fazendo nossas, as observações sensatas do Espírito Emmanuel, através do médium Francisco Cândido Xavier, na mensagem "Doutrina Espírita", extraída do livro "Religião dos Espíritos", concitando os Espíritas a zelarem pela doutrina que professam:

"... Porque a Doutrina Espírita é em si a liberdade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.

"Espírita" deve ser o teu caráter, ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda.

"Espírita" deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências.

"Espírita" deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo.

"Espírita" deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, pôr isso, te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.

Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo.

E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos.

Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas. (3)

Bibliografia:

Amorim, Deolindo - "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas";

1. Barbosa, Pedro Franco - "Espiritismo Básico";
2. Xavier, Francisco Cândido - "Religião dos Espíritos", mens. "Doutrina Espírita", pág. 229, 4a edição FEB - Rio de Janeiro - RJ.

Artigo publicado em Manaus, no jornal A Crítica de 09.10.1989, no jornal A Crítica de 26.08.1995, no Rio de Janeiro em OReformador (FEB) de Abril de 1996, no Acre, no Jornal Acre Espírita de Junho de 1996.
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Livre-Arbítrio e Providência



Um dos problemas que mais preocuparam os filósofos e os teólogos é o do livre arbítrio: conciliar a vontade e a liberdade do homem com o fatalismo das leis naturais e com a vontade divina, parecia tanto mais difícil quanto um cego acaso parecia pesar, aos olhos de muitos, sobre o destino humano. O ensinamento dos espíritos esclareceu o problema: a fatalidade aparente que semeia de males o caminho da vida, não é mais que a conseqüência lógica do nosso passado, um efeito que se refere a uma causa, é o cumprimento do destino por nós mesmos aceito antes de renascer, e que nossos guias espirituais nos sugerem para nosso bem e nossa elevação.



Nas camadas inferiores da criação, o ser não tem ainda consciência; apenas a fatalidade do instinto o impele, e não é senão nos tipos superiores da animalidade que surgem, timidamente, os primeiros sintomas das faculdades humanas. A alma, jungida ao ciclo humano, desperta para a liberdade moral, o juízo e a consciência desenvolvem-se cada vez mais no curso de sua imensa parábola: colocada entre o bem e o mal, ela faz o confronto e escolhe livremente, tornada sábia pelas quedas e pela dor; e na prova, sua experiência forma-se e sua força mental se afirma.
A alma humana, livre e consciente, não pode mais recair na vida inferior: suas encarnações sucedem-se na dos mundos, até que, ao fim de seu longo trabalho, tenha conquistado a sabedoria, a ciência e o amor, cuja posse a emancipará para sempre das encarnações e da morte, abrindo-lhe a porta da vida celeste.
A alma alcança seus destinos, prepara suas alegrias ou dores, exercendo sua liberdade, porém, no curso de sua jornada, na prova amarga e na ardente luta das paixões, a ajuda superior não lhe será negada e, se ela mesma não a afasta, por parecer indigna dela, quando a vontade se afirma para retomar o caminho do bem, o bom caminho, a providência intervém e propicia-lhe ajuda e apoio, Providência é o espírito superior, o anjo que vigia na desventura, o Consolador invisível cujas inspirações aquecem o coração enregelado pelo desespero, cujos fluidos vivificadores fortalecem o peregrino cansado; providência é o farol aceso na noite para salvação daqueles que erram no oceano proceloso da existência; providência é, ainda e sobretudo, o amor divino que se derrama sobre suas criaturas. E quanta solicitude, quanta previdência neste amor. Não suspendeu os mundos no espaço, acendeu os sois, formou os continentes, os mares, para servir de teatro à alma, de campo aos seus progressos? Esta grande obra de criação cumpre-se somente para a alma, para ela combinam-se as forças naturais, os mundos deixam as nebulosas.
A alma é nascida para o bem, mas para que ela possa apreciá-lo na justa medida, para que possa conhecer-lhe todo o valor, deve conquistá-lo desenvolvendo livremente as próprias potencialidades: a liberdade de ação e a responsabilidade aumentam com sua elevação, pois quanto mais ela se ilumina mais pode e deve conformar a sua obra pessoal às leis que regem o universo.
A liberdade do ser é exercida, pois, em um círculo limitado, parte pelas exigências da lei natural que não sobre violações ou desordens neste mundo, parte pelo passado do próprio ser, cujas conseqüências se refletem sobre ele através dos tempos, até a completa reparação.
Assim o exercício da liberdade humana não pode obstar, em caso algum, a execução do plano divino, sem o que a ordem das coisas seria continuamente perturbada: acima de nossas vistas limitadas e variáveis, permanece e continua a ordem imutável do universo. Somos quase sempre maus juizes daquilo que é nosso verdadeiro bem; se a ordem natural das coisas devesse dobrar-se aos nossos desejos, que espantosas perturbações não resultariam disto?
A primeira coisa que o homem faria, se possuísse liberdade absoluta, seria afastar de si todas as causas de sofrimento, e assegurar para si uma vida plena de felicidade: ora, se existem males que a inteligência humana tem o dever e os meios de conjurar e destruir, como os que provêm do ambiente terrestre, outros existem que são inerentes à nossa natureza, como os vícios, que somente a dor e a repressão podem domar.
Neste caso a dor torna-se uma escola, ou antes, um remédio indispensável, pelo qual as provas são apenas uma repartição equânime da infalível justiça: é por ignorar os fins desejados por Deus, que nos tornamos rebeldes à ordem do mundo e às suas leis, e se elas são suscetíveis de nossas críticas, é apenas porque ignoramos o seu oculto poder.
O destino é conseqüência de nossos atos e de nossas livres resoluções: no suceder-se das existências, na vida espiritual, mais esclarecidos sobre nossas imperfeições e preocupações com os meios de eliminá-las, aceitamos a vida material sob a forma e nas condições que nos parecem adequadas a atingir esta finalidade. Os fenômenos do hipnotismo e da sugestão mental explicam-nos o que acontece em tais casos, sob a influência de nossos protetores espirituais; no estado de sonambulismo, a alma empenha-se a realizar uma certa ação em certo momento, por sugestão do magnetizador, e, despertada, sem recordar aparentemente a promessa, executa com exatidão o ato imposto. Assim o homem não conserva lembrança das resoluções que tomou antes de renascer, mas, chegada a hora, afronta os acontecimentos previstos, e participa deles na medida necessária ao seu progresso, ou ao cumprimento da lei inexorável.



Autor: Léon Denis


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COMO CHICO XAVIER AJUDOU O FILHO DE DATENA



Imagine os olhos afundados nas órbitas numa face disforme, vestindo uma pele cinzenta, como um personagem de filme de terror em preto e branco lá dos anos 1950. Cérebro transformado em pasta, como a própria vida misturada pela droga a outros espectros vagantes no lixo das ruas da cidade. Ruas que parecem caminhos para lugar nenhum, escondidas em meio a cortiços. Imagine feridas infectadas e ainda abertas, sobreviventes maltrapilhos. Imagine gente virando bicho como no romance kafkiano, que de ficção não tem nada.

Imagine um ente querido, deitado no seu colo, expressando a dor de milhões de almas de um purgatório real, aprisionado num quadro que mais expressa - se isso é possível - o sentimento retratado em "O Grito", do norueguês Edvard Munch, que pintou esse turbilhão de tormento, angústia e desespero em cores fortes há pouco mais de um século. Munch não conhecia o crack que queima vidas de famílias inteiras. Nem o terror do cheiro adocicado que brota de um cachimbo nojento, mergulhando o nada e a angústia nas entranhas de quem algum dia já foi normal. A destruição das veias, o apodrecer dos pulmões. A transformação do corpo em esqueleto. A mente vazia, perigosamente equilibrada num acorde de circo de pavores.
Reprodução da tela "O Grito", pintada pelo norueguês
Edvard Munch em 1893

Só de revolver essas lembranças me sinto derreter como gelatina, escorrer feito a parafina de vela acesa, chacoalhar meu estômago, como se o vômito brotasse para então espirrar minha alma. Alma! No outro extremo da vida, mas ainda nesta mesma existência, essa alma quase nas trevas, que já se debatia às portas do inferno, teve um encontro de luz! Fugida da metrópole, foi encontrar nas bandas das Minas Gerais um desses homens que parecem brotar em meio à violência e à maldade dessa nossa espécie, que vagueia incerta pela história e que desceu das árvores para talvez rumar, decidida, à extinção pela soberba perante Deus.

Chico Xavier em seus últimos anos de vida
Esse homem franzino, uma figurinha aparentemente frágil, humildemente encolhido num paletó que dançava largo no corpo doente. Um corpo que, juro, há muito parecia já não estar mais aqui. Mistura de Gandhi, que respondia a insultos físicos e psicológicos com amor e não-violência, e madre Teresa de Calcutá, que sob o manto simples e surrado abrigava galáxias inteiras de miseráveis.

Foi num almoço que o dono da alma desesperada tocou a mão desse verdadeiro raio de esperança, espetacularmente aprisionado numa massa pequena, como um buraco negro engolindo energia infinita que brota do criador. Um ser tão doce, que curou milhares e que confortou outros tantos, sendo mensageiro divino. Desencarnados em garranchos letrados, escorregados em papel como psicografados sopros de vida para quem continuava aqui... E, quando um tocou o outro, pareciam um só. Mesmo cansado, o homem pequenino de repente virou um Atlas a sustentar nas costas a dor do mundo, sugando em segundos os medos causados durante tantos anos no outro pela droga que, acreditem, nunca mais usou depois daquele aperto de mãos sem palavras. Foi como se um pesado casaco de pele fosse retirado num escaldante verão: um sabor refrescante de mergulho gelado na cachoeira da salvação.

Foi no almoço do Vicente com Chico Xavier, poucos meses antes da passagem do Mestre para o plano definitivo (onde, acredito, sempre esteve), que aconteceu a cura definitiva do meu adorado filho.





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No papel de si



Prestes a encarnar novamente Chico Xavier, este ex-comunista e ex-ateu psicografa a própria vida




Por telefone, a filha Ana diz que vai se mudar pra Estocolmo.
- Mas lá é tão frio, e você odeia o frio...
A proposta de trabalho parece imperdível. E Ana está ansiosa por viver num país tão civilizado. Nelson, enfim, aquiesce, com brandura.
- Vou rezar por você.
- Ué? E desde quando você reza?
Desde Chico. Ana morou um bom tempo na Inglaterra, hoje vive em São Paulo e ainda não captara as transformações sofridas pelo pai depois de ele estrelar o filme sobre o médium mais famoso do Brasil.
Nelson reconhece que desprezava esse seu lado. Desprezava, não. Desprezava é muito forte. Só achava que as coisas do espírito não pertenciam a esta vida. Quando chegasse o momento, se chegasse, ele prestaria atenção.
Ocorre que Nelson Xavier é filho de mãe espírita, que o levava ao centro de mesa branca desde que ele usava calça com bainha no joelho. "Vi materializações muito cedo." Mas aquilo lhe parecia desimportante, mesmo porque renegar a fé materna era parte sine qua non de sua autoafirmação. Ocorre também de Nelson ser casado há 22 anos com a atriz e cantora Via Negromonte, mestre de ioga, que há séculos lhe propunha meditar, meditar, meditar. "Não é uma coisa estritamente espiritual, mas é uma disciplina que ajuda, sabe?"
Ocorre ainda - e aqui Nelson pigarreia um pouco - que esse ator, autor e diretor paulistano tem câncer. Não sabe dizer há quanto tempo foi informado disso, mas o médico dera à sua mulher, em segredo, um prognóstico rápido de viuvez. O câncer, no entanto, atingiu a próstata e por ali ficou, bem administrado. "Agora, quando você tem um tipo de doença assim, procura os meios racionais, convencionais ou quaisquer outros que pintem", confessa. Quando o caminho espiritual apareceu, ele (crau!) o agarrou, isso antes do Chico. Então não é que o vidente de Pedro Leopoldo lhe caiu do céu. Quer dizer, caiu, mas ele já estava de braços abertos esperando embaixo.
Tanto que Chico Xavier foi o único papel que Nelson pediu para fazer em sua carreira de 48 filmes e pelo menos um personagem memorável, Lampião. Assim que soube do projeto do longa, em 2006, ele ligou para Daniel Filho:
- Se você achar que estou muito velho, faço uma plástica.
Daniel só retomaria a conversa em 2008, como relata o livro de Marcel Souto Maior sobre os bastidores do filme.
- Lembra aquele pedido que você me fez?
- Qual pedido?
- Bem, se ainda estiver de pé, você é o meu Chico Xavier.
Nelson disse que sim, claro. E caiu em choro compulsivo do outro lado da linha.
Na sala de seu sobrado no bairro de Santa Teresa, uma casa que está para vender e na qual o mato em volta cresce enlouquecido, Nelson se contém. Fala pausadamente, medindo as perguntas que ouve e regrando as respostas que dá. Toda essa calma também vem do Chico? "Veja pela minha risada que é ilusório", afirma, às gargalhadas. "É recolhimento, é reserva, é prudência, é medo."
Um medo de raízes ancestrais, de não conseguir sobreviver da arte, por exemplo. Já na faculdade de Direito da USP, ele achou que somente uma viagem à Europa poderia tirar essa dúvida. Não foi apenas com a cara e o pânico. Sabia falar italiano, porque assim se comunicava no Bexiga com os avós maternos. E conseguiu um estágio na Universidade de Siena, que lhe permitiu vagar por museus e afins durante dois meses, a fim de escapar do "círculo pequeno burguês" que o tolhia. Voltou decidido a fazer a Escola de Arte Dramática, onde foi aluno de Sábato Magaldi, de Luís de Lima, de Gianni Ratto, e contemporâneo de Francisco Cuoco e Miriam Mehler.
Para a primeira peça que dirigiu ainda na faculdade, convidou a mãe:
- Ô, meu filho, foi pra isso?...
Bateu-lhe o ódio, mas não o desânimo. Nelson não só terminou a faculdade como se juntou ao Teatro de Arena de São Paulo, que mambembou pelo Nordeste apresentando Eles não Usam Black -Tie (de Guarnieri), Revolução na América do Sul (de Augusto Boal) e Chapetuba Futebol Clube (de Oduvaldo Vianna Filho). A empolgação aumentou quando o grupo conheceu no Recife o Movimento de Cultura Popular, fundado por Paulo Freire e Germano Coelho, entre outros. "Eles criaram um despertador cultural, o mais bem concebido projeto pedagógico de cultura do País." Lembra que, naqueles dias, os jovens sonhavam com o voluntariado, seu horizonte era a utopia. "Hoje eles sonham com um emprego, seu horizonte é o patrão."
Nelson começou a trabalhar no seu paraíso. Escreveu o texto de Mutirão em Novo Sol, que relata os conflitos entre camponeses e criadores de gado no interior de São Paulo. O espetáculo foi um sucesso de crítica, pela direita e pela esquerda, mas o que o comove é se lembrar da apresentação da peça na ampla arena do Sítio Trindade, que ficou lotada de lavradores de Pernambuco e Paraíba. Falava-se em mais de 3 mil camponeses. "Com o tempo, que tudo amadurece, fui reduzindo esse número, temeroso de acreditar em cifras delirantes, porque os lavradores foram de fato ao delírio."
Não faz muito, o MST o procurou. Queria uma cópia do texto - "o único que fala de resistência camponesa na nossa dramaturgia" - para transformá-lo em transmissão radiofônica, a ser passada aos jovens do movimento. Nelson está sem notícia do resultado, mas recebeu o roteiro na forma de livro, um dos que moram na sua cabeceira no momento. Outros, que ele traz empilhados do quarto escada abaixo, são a biografia em quadrinhos de Tina Modotti, fotógrafa italiana que conheceu a nata da esquerda em 1920, um monólogo de Os Sertões, adaptado pelo amigo Ivan Jaf ("maravilhoso, me deu quase inveja dele"), e Príncipe e Corsário, Quase Tudo que Gaspar Dias Ferreira Escreveu sobre João Maurício de Nassau.
Do Evangelho Segundo o Espiritismo ele leu alguma coisa, mas não sistematicamente. Acha que o sucesso dos livros e películas espíritas no Brasil se explica pela importância que o País ganhou para a doutrina, especialmente depois do advento Chico Xavier. Mas destaca que, sob uma embalagem mais sutil, outros filmes nessa linha bombaram nos EUA e fora dele, como Ghost e Sexto Sentido, e agora Além da Vida. "O personagem principal tem o dom da vidência, mas considera isso uma maldição", adianta, sem que essa informação comprometa as impressões de quem ainda não viu o último em cartaz de Clint Eastwood. "Destaca-se que é o que o Chico fazia, ou seja, a comunicação."
Nelson em breve volta à telona com As Mães de Chico Xavier, em que ele faz o próprio novamente, porém mais envelhecido. Não o queria parecido com o Chico de Daniel para evitar o estigma. Comparando malemá, evita virar um Christopher Lee, que encarnou inúmeras vezes o Conde Drácula. De qualquer forma, na semana que vem, o ator aparece na tela da Globo logo depois do cármico BBB11, na microssérie Chico Xavier, extensão do filme lançado em abril de 2010, com cenas inéditas que lhe espicham uma hora de conteúdo.
Nelson sorri para a proposta. "Quando assisti pela primeira vez à versão para o cinema, fiquei meio frustradinho", diz. No longa, ele aparece quase exclusivamente no programa de entrevistas Pinga-Fogo, da TV Tupi, de 1971, em que a autenticidade de seu dom foi sabatinada por um intelectual católico, um estudioso do espiritismo e três jornalistas. Para responder a temas como sexo, drogas, pena de morte, bebês de proveta e homossexualidade, o médium sempre citava os "amigos espirituais", condizendo com o mantra de que não passava de um graveto que se confunde com o pó, uma tomada entre dois mundos, um animal em serviço, um nada.
"Chico é uma força de amor", diz Nelson, cortando esta nossa entrevista para enxugar os olhos por baixo de uma fina moldura, um contraponto aos óculos garrafais que marcaram seu personagem. Do vestuário do médium, aliás, ele ficou com um terno estilo inglês e algumas boinas, ganhos de Eurípedes Higino, filho adotivo do médium. Nelson anseia... não, anseia é muito forte. Nelson está torcendo para que a minissérie inclua uma cena em que ele, Chico, toma chá com uma amiga assistente. "É uma tomada longa, de um plano só, fiquei feliz com ela na ocasião." Mas Nelson diz que não é de sua alçada julgar isso. Cruza as pernas lentamente mais uma vez, deixando um Croc cochilar sobre o outro, apesar do ronco dos aviões a caminho do aeroporto, que faz tremer o casarão. "Eu fiz a cena, agora a avaliação não é minha."


Chico Xavier recebendo visitas na Fazenda Modelo: traços típicos dos mulatos Xavier


Mônica Manir - O Estado de S.Paulo - 23/01/2011


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